Estreia no próximo dia 13 de Abril, dentro da Netflix, a série ‘A Sogra Que Te Pariu‘, uma sitcom multicâmera com 10 episódios. Estrelada e produzida pelo comediante Rodrigo Sant’Anna e com elenco majoritariamente negro, a obra apresenta a história de Dona Isadir, uma sogra irreverente que passa a morar com a família do filho. “Pra mim contar histórias de pessoas pretas é me sentir representado – coisa que eu nunca me senti ao longo da minha trajetória. Por exemplo, no condomínio em que eu morava no RJ (de classe média-alta) a minha família era a única família preta que vivia ali”, revela Rodrigo ao MUNDO NEGRO, destacando a importância da representatividade negra em seu trabalho. “Então acho que perceber uma família preta dentro de uma realidade rica é algo que já passou da hora de se normatizar”.
De acordo com a sinopse da série, quando a pandemia começa, Dona Isadir não pensa duas vezes antes de alugar seu apartamento no Cachambi, na Zona Norte do Rio de Janeiro, para ficar mais perto da família. Mas a decisão de permanecer por tempo indefinido na mansão do filho Carlos (Rafael Zulu), na Barra da Tijuca, é tomada de forma unilateral e sem aviso prévio – para desespero da esposa dele, Alice (Lidi Lisboa). Os netos Jonas e Márcia (Pedro Ottoni e Bárbara Sut) ficam no meio do fogo cruzado, enquanto Marinez (Daniela Fontan), que trabalha há anos ali, assiste à guerra de camarote. Isso para não falar das festinhas e churrascos em que aparecem Fátima (Solange Teixeira) e Cezinha (Ney Lima), amigos de Dona Isadir do Cachambi. A série traz ainda divertidas participações especiais como Danielle Winits, Jojo Maronttinni e Mumuzinho.
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MUNDO NEGRO: Rodrigo, como se deu a escalação dos atores dentro da série? Como surgiu a oportunidade em escalar nomes como Rafael Zulu, Ney Lima e Lidi Lisboa?
Rodrigo Sant’Anna: A gente queria ter uma pluralidade, pessoas de lugares distintos que trouxessem essa representatividade e essa diversidade. A Lidi que vem de uma realidade, o Rafael que vem de outra… Temos também o Ney Lima que é um ator preto, gay, nordestino que tem muito a agregar a essa pluralidade. Foi uma vontade nossa de trazer essa mistura brasileira para as telas.
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‘A Sogra’ é a primeira sitcom multicâmera brasileira da Netflix, foi um desafio lidar com essa experiência dentro da plataforma?
Eu não senti dificuldade pois a Netflix me acolheu muito bem, estavam todos muito atentos a minha expertise e abertos ao diálogo para entendermos juntos a melhor forma de fazer isso funcionar. Foi uma parceria muito produtiva, instigante, prazerosa… Mas é um baita desafio. Dá um certo medo de ser o representante do primeiro projeto deste formato na Netflix Brasil.
Qual público você deseja conquistar em ‘A Sogra’?
Eu quero alcançar as famílias como um todo: jovem, idoso, pais, mãe, avós… É uma produção feita para todos.
Você fala muito sobre o subúrbio em suas obras, inclusive, em ‘A Sogra’ é possível identificar elementos dessa narrativa que se misturam com a diversidade de vozes negras e seus espaços no entretenimento. Para você, qual a importância em falar sobre o subúrbio?
É enaltecer as pessoas do subúrbio. Eu me sinto representado – eu que vim de comunidade, subúrbio. Depois de dezoito anos na comunidade eu fui morar em Quintino, que é no subúrbio do RJ, e eu percebi que as pessoas são tão felizes independente de toda a precariedade destes locais, o ônibus que demora… Mas ao invés de a gente salientar essas dificuldades a gente celebrava. Por exemplo, o ônibus demorava tanto pra chegar que a gente criava uma família ali, comemoramos aniversários durante o trajeto. Esse calor humano é algo gratificante. Então são essas histórias que eu fico interessado em contar.
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