“Um ano Inesquecível – Outono”, de Lázaro Ramos, é a prova de que existe amor preto e leve em São Paulo

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“Um ano Inesquecível – Outono”, de Lázaro Ramos, é a prova de que existe amor preto e leve em São Paulo
Foto: Vans Bumbeers/Amazon Studios

Com clima de amor leve e energia de encontros e desencontros de São Paulo, “Um ano Inesquecível – Outono”, dirigido por Lázaro Ramos, se torna aquele filme que precisamos quando queremos apenas aproveitar o momento.

O segundo filme da quadrilogia da Prime Video, Outono traz a história de Anna Júlia. Uma estudante do primeiro ano de direito que conseguiu uma oportunidade única de talvez ser contratada como estagiária em um dos melhores escritórios de São Paulo. Atualmente ela vive com seu pai, um cara muito otimista e orgulhoso da filha que tem. Já sua mãe Patti, interpretada pela Iza em seu primeiro filme, “largou” a família para seguir seu caminho como cantora. Por causa da sua mãe, Anna Júlia odeia música.

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Já o nosso galã, João Paulo, é um músico de rua que está tentando viver do seu sonho e busca uma oportunidade de ser reconhecido. Em um desses encontros ao acaso na Avenida Paulista, os dois se esbarram e o músico se apaixona logo de cara, enquanto ela está focada em seu trabalho.

Neste ponto já dá para perceber que nosso par romântico vive aquele amor “yin & yang”, ou “A Dama e o Vagabundo”. Além de terem vidas diferentes, os dois possuem pensamentos diferentes, ainda mais quando o assunto é música.

Falando em música, o longa-metragem acerta na medida de cenas musicais e não incomoda aqueles que não são muito fãs desse estilo de filme. Aliás, ser um filme musical em uma história onde a protagonista não gosta de música é uma combinação certeira – para quem não gosta de música ela até canta bastante.

Diferente do primeiro filme do Lázaro Ramos, “Medida Provisória”, que traz o embate sobre racismo e um clima mais “hostil”. Em “Um ano Inesquecível – Outono” ele nova, com cenas mais animadas, com um clima mais “harmonioso”, onde o foco não é o racismo, mas sim a vida “normal” de um jovem negro que vive em São Paulo e se apaixona.

O roteiro também não tem nada de inovador, não há muita coisa diferente desse estilo de filme para esperar, mas isso não é necessariamente algo ruim. Dá para entender que a proposta do filme é ser algo leve, que possa ser assistido sem precisar de uma analise profunda, só que isso também não quer dizer que não aborde questões da vida cotidiana de um jovem negro, fazendo isso de forma sutil.

Os conflitos internos, e também externos, da vida da Anna Júlia fazem com que você queira acompanhar mais cada desdobramento, seja no seu relacionamento com João Paulo, com sua mãe, no trabalho ou na faculdade, que acaba ficando apagada por causa do tempo de duração do filme. O filme facilmente poderia ser uma série.

Já seu relacionamento com seu pai, talvez um dos personagens mais legais em cena, é leve e bonito do início ao fim. É bonito ver um pai preto sendo retratado em cena como um homem bom (até demais as vezes), que cuida muito bem da filha e faz com que ela entenda que o mundo corporativo e as mágoas do passado não podem dominar sua vida.

Iza também reforçou que seu talento ultrapassa sua voz. Ela que além de cantora é apresentadora e possui experiências como garota propaganda demonstrou que em poucas cenas que tem capacidade de trabalhar em outros projetos cinematográficos.

Caso esteja procurando algo leve, um romance de fim de tarde para passar o tempo e que possa se identificar não vai se arrepender da escolha. “Um ano Inesquecível – Outono” consegue abordar de forma tranquila negros acima de seus sofrimentos e recebendo o afeto que merecem.

O filme está disponível no Prime Video.

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