Uma das principais vozes do jornalismo brasileiro, Tiago Rogero anuncia o lançamento do livro Projeto Querino: Um Olhar Afrocentrado Sobre a História do Brasil. A obra amplia a perspectiva introduzida em 2022 com o podcast homônimo da Rádio Novelo — vencedor do Prêmio Vladimir Herzog em 2023 e um dos mais ouvidos no país. Antes disso, Rogero já havia conquistado o público com os podcasts Vidas Negras e Negra Voz.
Inspirado no 1619 Project, trabalho da jornalista Nikole Hannah-Jones para o The New York Times, Rogero propõe um exame da história do Brasil centrado na experiência negra, colocando em foco o papel fundamental da população afrodescendente na formação do país. O projeto reúne um vasto material inédito, incluindo entrevistas e imagens de figuras históricas negras frequentemente ignoradas ou apagadas dos manuais escolares.
Notícias Relacionadas
Lançamento de “Aspino e o boi” leva memórias quilombolas à literatura infantil
Autores premiados Itamar Vieira Junior e Jeferson Tenório lideram Clube de Leitura CCBB 2024 no mês da Consciência Negra
O livro, publicado com apoio do Instituto Ibirapitanga, resulta de uma pesquisa profunda conduzida por uma equipe de mais de 40 especialistas, e expande os oito episódios do podcast. Segundo Rogero, o objetivo é “trazer à tona a centralidade dos negros e negras na construção do Brasil”, abordando desde figuras como Luiz Gama e Chiquinha Gonzaga até a PEC das Domésticas, que regulamentou os direitos de trabalhadoras domésticas em 2013.
No texto de orelha, a historiadora Ynaê Lopes dos Santos descreve o impacto do Querino como um “banho de chuva”, que incomoda, mas também traz uma nova clareza sobre as bases racistas e coloniais da sociedade brasileira. Para Rogero, o livro busca conectar o passado à realidade contemporânea, abordando temas como os efeitos da diáspora africana e a resistência cultural e política das populações negras.
Com uma carreira marcada por prêmios e reconhecimentos, Rogero, que também é correspondente do jornal The Guardian na América do Sul, consolida sua trajetória com esta nova obra, conduzindo o leitor por um percurso que mistura dor e resiliência, ao mesmo tempo que reflete sobre o apagamento histórico e a importância de uma nova escuta.
Notícias Recentes
‘Quem, além de Beyoncé, poderia fazer esse tipo de espetáculo?’, diz The New York Times sobre show de intervalo da NFL
Retrospectiva 2024: os avanços do povo negro no Brasil