STF forma maioria para condenar Zambelli por porte ilegal de arma e perseguição contra jornalista negro

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STF forma maioria para condenar Zambelli por porte ilegal de arma e perseguição contra jornalista negro
Foto: Valor Econômico

O Supremo Tribunal Federal (STF) já tem maioria para condenar a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal com uso de arma de fogo contra um jornalista negro nas eleições de 2022.

Apesar do pedido de vista do ministro Nunes Marques, que interrompeu o julgamento virtual nesta segunda-feira (25), o ministro Dias Toffoli antecipou seu voto e acompanhou o relator, Gilmar Mendes. Para o relator, recorrer a uma reação armada diante de ofensas não encontra respaldo no Estado Democrático de Direito.

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Com isso, o placar parcial no STF é de 6 votos a 0 pela condenação da parlamentar a 5 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto. Os ministros que votaram até agora também defenderam a perda do mandato em razão da condenação criminal.

Já votaram Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Flávio Dino, Cristiano Zanin e Dias Toffoli, todos seguindo o entendimento do relator. Ainda faltam os votos de cinco ministros.

Em entrevista ao Metrópoles, a vítima Luan Araújo, relatou que após o ocorrido em 2022, precisou de uma rede apoio. “Meus amigos também foram importantíssimos nesse processo, pois eu sofro de depressão e tomo remédios controlados diariamente, além de ter acompanhamento psicológico (…). No geral, eu tento conviver com o trauma”.

Em 2024, o jornalista ainda foi condenado em primeira instância por difamação contra a deputada, por afirmar em um texto publicado que Zambelli mantinha uma “seita de doentes de extrema direita que a seguem incondicionalmente e segue cometendo atrocidades”, e que a parlamentar integra a “extrema direita mesquinha, maldosa e que é mercadora da morte”.

Luan relata que após tudo o que ocorreu virou alvo de apoiadores da deputada federal, e ainda se sente perseguido. “Apesar de ter essa rede de apoio, sei que muita gente quer me ver mal e até preso. Mas prefiro abstrair e viver minha vida tranquilamente”. Por esta razão, o jornalista parou de falar em público e as respostas à imprensa passam pelo seu advogado Renan Bohrus. “Ele já foi processado por difamação, não queremos que aconteça novamente”, explicou a defesa.

Com a decisão judicial, o texto de Luan foi retirado do ar, mas o jornalista aguarda pelo julgamento dos recursos. “Espero que as outras instâncias reparem esse erro”, diz.

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