“Sequer citei o nome dele”: após processo, Antonio Isuperio nega que tenha chamado repórter da Globo de racista

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“Sequer citei o nome dele”: após processo, Antonio Isuperio nega que tenha chamado repórter da Globo de racista
Foto: Reprodução

Na semana passada, a imprensa noticiou que o ativista Antonio Isuperio havia sido processado pelo jornalista Walace Lara em decorrência de publicações nas redes sociais, feitas em fevereiro de 2023, no contexto dos desastres causados pelas chuvas no litoral norte de São Paulo. Na ocasião, Isuperio fez um vídeo onde mostrava que uma comerciante negra havia sido vítima de fake news depois de ter sido acusada cobrar R$ 93 por um litro de água. No vídeo, o ativista usou um trecho de uma matéria, transmitida pela TV Globo na época, em que Lara fala sobre a suposta venda de água por esse valor.

A decisão emitida em primeira instância deu ganho de causa ao jornalista Walace Lara e ainda determinou que Isuperio pague um valor de R$ 5 mil reais ao repórter da TV Globo. Segundo o colunista Rogério Gentile, do UOL, o juiz Jomar Amorim, responsável pelo caso, afirmou que em suas publicações, o ativista “reiterou haver um aspecto racista no episódio”.

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Em resposta, nas redes sociais, Isuperio voltou a falar sobre o caso. “Maria Isabel recebeu ameaça de linchamento, de colocarem fogo no seu estabelecimento. Além das ofensas racistas, ela correu risco de falência. Por conta disso, eu resolvi fazer a postagem sobre a Dona Isabel, mostrando o lado dela, mostrando os relatos e as consequências da fake news. A história do Walace não me interessa. Nunca me interessou. A minha postagem não foi sobre ele. Eu sequer citei o nome dele. Mas no segundo card eu coloquei a fake news e coloquei ele pronunciando a fake news. Porque eu não ia colocar outra pessoa, sendo que ele foi a pessoa que originou a fake news.”

Na época, após a fala equivocada de Walace Lara, uma fake news se espalhou no WhatsApp com a imagem do estabelecimento comercial de Maria Isabel, ligando a informação sobre a venda superfaturada de água à comerciante, que é mulher negra. Depois de ser acusada injustamente, Isabel começou a receber ataques e até ameaças de linchamento, além de ofensas racistas. Ela também chegou a correr o risco de ir à falência por causa das notícias falsas. Outros veículos, como a TV Record, revista Veja, O Tempo e o portal Metrópoles chegaram a noticiar que Maria Isabel tinha sido vítima de fake news e até mesmo o Procon-SP (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) constatou que a comerciante não tinha cometido qualquer irregularidade e nem vendido água a um preço abusivo.

O caso sobre a fake news envolvendo Maria Isabel ganhou tanta repercussão que virou tema de campanha do Governo Federal, conforme lembrou Isuperio: “Até hoje, gente, a minha preocupação sempre foi com a Dona Isabel, que inclusive virou campanha do Governo Federal contra fake news”.

Isuperio voltou a lembrar que o jornalista nunca se retratou: “Nem no processo ele assumiu que foi autor de fake news. Nós tivemos que comprovar. E o juiz justificou que ele estava sob forte emoção. Até agora, não foi feita nenhuma manifestação de correção com relação a fake news, nem pelo jornalista, e nem pelo veículo. Walace Lara feriu ao menos três artigos do Código de Ética do Jornalismo Brasileiro”, disse.

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