Intolerância religiosa ou racismo religoso? Depois que Fred Nicácio acusou Key Alves, Gustavo e Cristian na Casa do Reencontro do BBB 23, nesta semana, de serem racistas, tanto o trio, quanto parte do público do lado de fora, questionou o termo. Mas, de fato, o correto é “racismo religioso” e o Senado Federal usou este crime como exemplo para explicação. 

“Trata-se do ataque a pessoas negras pelo simples fato de seguirem a umbanda, o culto de Ifá ou qualquer outra religião afro-brasileira”, define o texto escrito por Ricardo Westin para a Agência Senado.

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“Na notícia mais rumorosa de todas, três participantes brancos do programa Big Brother Brasil, da TV Globo, ficaram aterrorizados ao ver o colega negro Fred Nicácio fazendo, antes de dormir e em silêncio, as orações do culto de Ifá. Um deles avisou que abandonaria o reality show caso Nicácio insistisse nas rezas” .

O texto também explica que o racismo religioso é “um dos tentáculos do racismo estrutural […] que faz dos negros brasileiros uma minoria em termos de poder, embora sejam maioria numérica”.

Em janeiro deste ano, em entrevista ao Site Mundo Negro, o Babalorixá Sidnei de Xangô, também Professor Dr. em Semiótica e Linguística Geral pela USP (Universidade de São Paulo), também explicou sobre as diferenças dos termos, a exemplos de pessoas brancas nas religiões de matriz africana que também sofrem preconceito.

“O racismo religioso não é somente sobre as pessoas, ele é sobre a origem, sobre a história, sobre a Gênese, não é sobre a criação de uma prática religiosa. Quando uma pessoa branca sofre intolerância religiosa, ela sofre porque ela é branca porque está se dando entre pessoas brancas. Mas a origem da religião, as insígnias, os símbolos, as roupas são negras e lidas como negras. Então a pessoa branca sofre intolerância religiosa por conta de ter assumido uma religião de origem negro africana”, afirma.

Segundo os últimos dados coletados pelo Disque 100 (número de telefone do governo para receber denúncias de violações de direitos humanos), das 121 denúncias feitas no primeiro semestre de 2019, 61 eram apenas das religiões de matriz africana. Em seguida, vem os espíritas com 18 denúncias.

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