“Sabemos onde sua mãe mora”, ataque à filha de Djamila Ribeiro mostra que ódio está acima das questões políticas

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“Sabemos onde sua mãe mora”,  ataque à filha  de Djamila Ribeiro mostra que ódio está acima das questões políticas
A filósofa e escritora Djamila Ribeiro - Foto: Reprodução Instagram

“Um factoide”. Foi assim que a filosofa Djamila Ribeiro definiu um conteúdo em vídeo que repercutia um post publicitário no Instagram da escritora promovendo ações de prevenção ao Covid-19 de uma empresa de Taxi. Ela deu uma entrevista nessa tarde para Globonews para falar sobre o assunto.

Nem todo mundo gostou de ver a ativista promovendo uma empresa de transporte individual no mesmo momento que há protestos em escala nacional criticando o repasse que empresas de entrega e transporte privado urbano fazem aos motoboys e motoristas.  

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“Uma pessoa fez um vídeo dizendo que eu era contra a greve dos motoboys sendo que essa empresa ( da publicidade) não tinha nada a ver com entregas, que eu era contra a classe trabalhadora , que eu era inimiga das empregadas domésticas, e pegou esse fato e transformou em um factoide completo e de repente quando vi, milhares de pessoas compartilharam esse vídeo e vieram no Instagram para me xingar”, detalha a ativista.

Ativistas estão acostumados com os ataques, mas nesse caso, até a filha da ativista, de 15 anos, acabou recebendo mensagens com conteúdo de ódio . “No domingo, mandaram (mensagens com ameaças)  para o meu celular e para o celular da minha filha, aí eu achei a gota d’água. É a primeira vez que vou à delegacia para tomar uma atitude em relação a isso”, disse a escritora à Globonews. Djamila registrou Boletim de Ocorrência na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de São Paulo.

“A Djamila só pensa em dinheiro”.

“Sua mãe é uma desgraça! Você não tem vergonha de ser filha dela?”.

“Nós sabemos onde sua mãe mora. Não tema arrego”.

“Sua mãe só pensa em dinheiro . Ela está contra os trabalhadores”.

 Essas foram as mensagens, que a jovem recebeu por SMS. Como mensurar o impacto emocional em uma adolescente ao descobrir que haters da sua mãe tem seu número de telefone e ainda sabem onde elas moram?

Djamila ainda lembrou que esses trabalhos publicitários que ela faz em suas redes sociais, financiam as pessoas que trabalham para ela. “As pessoas esquecem o contexto que a gente vive hoje,  de crise, eu tenho uma empresa, eu preciso pagar pessoas”, detalhou a filósofa.

A escritora atacou o Twitter , onde a repercussão do vídeo ganhou maior proporção e disse que a plataforma ganha dinheiro com as polêmicas. “Essa plataforma [ Twitter ] precisa se responsabilizar por explorar economicamente o racismo e a misoginia”, argumentou.

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