Por Jozi Lambert, Executiva de RH, Palestrante, Escritora, Especialista em Gente, Gestão e Desenvolvimento Humano e mãe.

Há quem critique o “trabalhe enquanto eles folgam”, mas fico pensando que é justamente isso que as mães fazem porque precisam fazer. Não foi dada outra opção. E se for mãe e empreendedora então, muito provavelmente vai impelir muito mais força e empenho para o tal do “dar conta”. É aí que o “respeitar as nossas fases” entra.

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Considerando que cada um tem uma necessidade e uma trajetória, haverá momentos em que será possível dormir enquanto todos dormem – (e a gente se pergunta: quando será esse dia?) – E em outros apenas trabalhar, amamentar, cuidar, trocar, preparar para ir à escola, pensar no vestir, no que preparar para amamentar, escolher a melhor escola e as formas de chegar até lá, dentre outras muitas coisas que envolve o SER mãe. E tudo isso concomitante à culpabilidade e medo de não ser suficiente no trabalho e nos estudos.

A insegurança que rasga o peito vem nos momentos mais inesperados, sabendo que se você for CLT, mesmo estando “segurada” por um tempo no pós parto, nada garante que você não faça parte da estatística de mulheres que se tornam mães e demitidas 2 anos após dar a luz.

Foto: cookie_studio / Freepik.

Caso seja “dona e proprietária” do próprio negócio, o não saber o dia ou o faturamento de amanhã pode as colocar à prova com dúvidas e anseios por desistência. E ainda tem as que estão em busca de uma oportunidade e são barradas justamente por escolher ser mãe. E se for uma mulher, mãe e negra, podemos chamar de “combo de negativa na entrevista de emprego”. Por isso precisamos respeitar e acolher as nossas fases. Cada um sabe a hora de trabalhar mais por suas necessidades ou o tempo de se ausentar.

Para algumas mulheres, mães e trabalhadoras, chegou o momento de descansar, dormir até mais tarde, viajar mais a trabalho. Enquanto para outras, parece que existe uma névoa bem forte, densa e fria, que as impede de enxergar quando chegará o momento de ao menos poder sair para tomar café com as amigas, fazer exercício físico (aquele em que dizem que basta querer ou só se organizar) sem se preocupar com a hora da mamada, que decidiu ser livre demanda pela saúde e fortalecimento da criança, mas é uma verdadeira DEMANDA, de energia, esforço e doação! O que tende a piorar quando a amamentação não lhe é uma opção por diversos fatores, desde medicação, adaptação e outras emergências.

Em determinadas situações uma mãe pode se sentir muito produtiva, ouvindo podcast ou fazendo curso online enquanto amamenta ou faz a sua caminhada. Mas e se sentir que “apenas” deve ouvir frequência 432Hz, canção de ninar para relaxar ou um podcast para dar boas risadas, que não necessariamente precisa ensinar algo ou vir com um certificado de 48h de aprendizagem?

Uma pessoa que escolhe ser mãe, não é menor pelas condições físicas e emocionais que a maternidade impõe! Suas habilidades profissionais podem inclusive se enrobustecer com as vivências maternas, que dentre elas estão: auto gestão, administração do tempo, capacidade de solucionar conflitos, administração de recursos escassos, sustentabilidade, resolução de problemas, inovação, organização, flexibilidade, liderança, resiliência, aprendizagem rápida, multitarefas e inteligência emocional. Praticamente tudo o que o mercado apoia, admira e exige de soft skills!

Por esta razão, atualmente existem organizações formadas por mulheres mães (claro!), que perceberam o quanto as mulheres e mães podem e fazem muito pelos negócios, com uma imensa capacidade de inovação e criatividade que solucionam problemas do mercado e/ou da sociedade, empenhando recursos humanos, financeiros e coletivos.

Portanto, há que se dizer, que as pessoas que já entenderam que é preciso: respeitar o seu tempo, respeitar o tempo da criança, da gestação e puerpério, são as que mais fazem a engrenagem girar, pois não consomem tempo e energia pensando no que poderia ser ou no que há de vir. Sim, respeitar o seu tempo é uma estratégia de saúde mental e um bem comunitário.

Por isso, apoie uma mãe no mercado de trabalho, na fase que ela estiver e ajude-a a crescer na carreira e nos negócios. Afinal, uma sociedade não sobrevive sem mães saudáveis e mães não sobrevivem sem renda, que vem justamente da força de trabalho que para tanto, precisa-se de oportunidade! Vamos nessa?

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