Os cinco roteiristas negros da série ficcional sobre Marielle Franco, deixaram a equipe de produção nesta semana. A obra sobre a vida da vereadora assinada em 2018, e com caso que segue sob investigação para encontrar o autor do crime, foi criticada desde o início nas redes sociais por nenhum profissional negro estar a frente do projeto. A idealizadora é Antonia Pellegrino, responsável por “Bruna Surfistinha” e a direção por José Padilha, de “Tropa de Elite”. A informação foi noticiada por Telma Avarenga pela coluna de Ancelmo Gois, do jornal O Globo.
A demissão coletiva foi motivada por divergências na condução da narrativa sobre a vida da vereadora, que sempre militou por políticas de inclusão racial e social. A prática conhecida por “tokenismo” foi levantada como argumento para a criação dessa equipe, que ainda é composta por duas pesquisadoras e um diretor negros. A circunstância das demissões revela que apesar desta composição de equipe, que se deu após pressões sociais, a narrativa seguia sendo configurada sob o viés de pessoas brancas.
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Em nota de solidarização aos roteiristas negros, o coletivo Griottes Narrativas, de roteiristas pretas afirma que a ação marcará a história de resistência da comunidade negra. “A ação da equipe é um marco importante na história de luta e resistência de autores e roteiristas negres que têm tensionado e pautado a sociedade sobre a importância de contarmos histórias a partir de nosso ponto de vista.”
A série que ainda está em estágio inicial e sem nenhum capítulo completo, será lançada na plataforma Globoplay.
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