O cantor R.Kelly, 55, foi condenado nesta quarta-feira (29) a 30 anos de prisão por tráfico sexual e extorsão. Preso desde julho de 2019, ele aguardava a decisão em um tribunal de Nova York.
A sentença marca o fim da carreira do então consderado rei do R&B. Ele foi considerado culpado pela exploração sexual de crianças, sequestro, abusos sexuais e suborno. Ao todo, foram nove normas violadas pela Lei Mann, que garante punições contra o tráfico sexual.
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O julgamento aconteceu em setembro do ano passado. Durante seis semanas, foram ouvidas 45 testemunhas que revelaram como o artista usava seus funcionários e facilitadores para atrair fãs e aspirantes a carreira musical para cometer os crimes de abusos sexuais e as deixava em condições precárias.
Nove mulheres e dois homens depuseram contra o R. Kelly. Três delas confirmaram que eram menores de idade quando foram abusadas por ele. As vítimas ainda ficavam trancadas por dias, sem comida e acesso a banheiro.
Segundo o jornal The New York Times, ao sugerir que a condenação do cantor fosse acima de 25 anos, os promotores escreveram em sua carta de condenação que ele nunca demonstrou nenhum remorso e por décadas “exibiu um descaso insensível” pelos danos causados nas vítimas. E ainda reforçaram que as ações foram “alimentadas pelo narcisismo e pela crença de que seu talento musical o absolvia de qualquer necessidade de conformar sua conduta”.
“Ele cometeu esses crimes usando sua fama e estrelato tanto como escudo, o que preveniu um olhar minucioso ou a condenação de seus atos, como uma espada, que lhe deu acesso a riqueza, uma rede de facilitadores para ajudar em seus crimes e uma série de fãs adoradores, entre os quais selecionou suas vítimas”, escreveram os promotores.
A advogada do cantor, Jennifer Bonjean, pediu a condenação menor de 10 anos, alegando de que ele teve uma “infância traumática” e que sofreu uma “história grave de abuso sexual” por parentes e outros. Ele já havia relato essa história à revista GQ em 2016.
“Ele não é um monstro maligno, mas um ser humano complexo (inquestionavelmente falho) que enfrentou desafios esmagadores na infância que moldaram sua vida adulta”, escreveu a advogada.
Na década de 90, Kelly foi acusado de fazer sexo com menores de idade pela primeira vez e gerou polêmica por se casar em 1994 com a cantora Aaliyah, que na época tinha apenas 15 anos. Em 2002, foi indiciado por acusações de pornografia infantil, mas foi absolvido em 2008.
Em agosto deste ano, o músico deve ser transferido para Chicago para enfrentar o julgamento por pornografia infantil e obstrução de justiça. E ainda precisa enfrentar acusações nos estados de Illionis e Minnesota.
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