Abordando temas atuais através da filosofia africana e do pensamento decolonial, projeto recebe, a cada episódio, convidados representativos, como Gaby Amarantos.
Com a proposta de repensar os saberes e garantir uma emancipação definitiva para a população africana diaspórica, nasceu o “Afrikafé”, programa apresentado pela filósofa Katiúscia Ribeiro e pela multiartista Janamô que estreia dia 22 de março às 10h30 no YouTube.
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Abordando temas que estão em alta nos noticiários e dando o que falar nas redes sociais a partir de paradigmas pensados por e para pessoas pretas, a primeira temporada conta com 12 episódios, intérprete de libras e recebe convidados, como a cantora Gaby Amarantos e a biomédica e cientista Jaqueline Goes de Jesus – que sequenciou o primeiro genoma da Covid-19 no Brasil.
Desfazendo o conceito racista e limitador de que negros na televisão só podem comentar a respeito de sofrimento e racismo, entre um gole de café e outro o programa aborda tópicos que vão desde literatura, moda, estética, gastronomia e sexualidade a padrões de consumo, viagens, artes plásticas, artes cênicas, artes visuais, cinema, música, e muito mais. “É muito importante levar no axé das nossas palavras a possibilidade de transformação e, a partir dessas trocas e diálogos, criar outra forma de perceber a si mesmo e olhar à frente”, frisa Katiúscia sobre o projeto que foi aprovado no edital Retomada Cultural da Lei Aldir Blanc do Governo Federal.
Ter nascido em meio à pandemia, aliás, trouxe um significado especial para o projeto. “Num momento em que as pessoas não sabiam quanto tempo duraria o isolamento social, criamos o programa num impulso de convida-las a olhar para o mundo através de uma possibilidade de olhar para dentro de si. Essa troca foi extremamente frutífera porque gerou potência para quem estava, todas as manhãs, se potencializando com o programa, que começou como Café das Manas, virou Café das Pretas e se consolida como Afrikafé – onde a letra K representa a estrutura da energia vital desde a antiguidade africana que, no Brasil, recebe o nome de axé”, conta Katiúscia.
Almejando ser um instrumento de representatividade, nota-se a formação de uma equipe majoritariamente preta nos bastidores do programa, que serve ainda de vitrine para potencializar os convidados, suas obras e contribuições para a comunidade. “Buscamos trazer novas perspectivas e entender como ser melhor dentro desse cenário que a gente vive, como tirar proveito deste momento para nos emanciparmos. O que queremos é apontar caminhos possíveis”, afirma Janamô. “O futuro é ancestral”, finaliza Katiúscia.
lOs episódios estarão disponíveis tanto no instagram do projeto (@afrikafecomaspretas) ou pelo youtube https://www.youtube.com/channel/UC1eo4_xizG-fY6nAeQpk1NA.
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