A professora Oceya de Souza, de 55 anos, está morando há cinco meses no Aeroporto Internacional Deputado Luís Eduardo Magalhães, em Salvador. Formada em letras pela Universidade Católica do Salvador (Ucsal), Oceya chegou a passar temporadas em quartinhos, mas após não conseguir mais pagar aluguel foi compelida a dormir na rodoviária da capital e posteriormente nas cadeiras do aeroporto.
Segundo reportagem do Uol, a professora lecionava português no colégio estadual Thales de Azevedo. Após ser diagnosticada com fibromialgia (doença caracterizada por fadiga, alterações na memória e dores musculares crônicas), Oceya teria se afastado das funções no colégio por esse motivo, mas teve seu pedido de aposentadoria negado pela Secretaria de Educação do Estado da Bahia.
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Apesar do pedido de aposentadoria recusado, a professora diz que não está na folha de pagamento e questiona: “Eu me aposentei, morri ou continuo ativa? Só queria saber isso. Por que já me tiraram da folha?” Pela mesma razão, lhe teria sido negado o auxílio emergencial. “Como vão me dar auxílio se eu consto como funcionária pública?”, questiona.
Sem pagamentos, Oceya sobrevive com ajuda de conhecidos. “Tenho um grupo de amigos e conhecidos que me ajudam. São colegas professores, feirantes que doam alimentos e até um vereador que me ampara. Sobrevivo graças a eles”, afirma.
Sem filhos, Oceya revela que o pai faleceu no início da pandemia e a mãe quando ela ainda era bebê. Segundo afirma, os irmãos ficam com a pensão e não oferecem ajuda. A saga dentro do aeroporto só é interrompida quando em alguns momentos consegue passar alguns dias em quartos cedidos por bem feitores.
A reportagem do Uol apurou que as alegações de Oceya de Souza tem fundamento com base nas apurações feitas, incluindo seu vínculo com a escola Thales de Azevedo. Sobre a aposentadoria negada a Secretaria de Educação respondeu aos questionamentos informando que a servidora “faltou duas vezes aos exames da perícia médica” para seguir com o pedido de aposentadoria, situação que Oceya nega. Sobre a suspensão dos pagamentos, a secretaria informou que foram suspensos “porque a servidora não realizou o recadastramento obrigatório”.
Na mesma reportagem, Oceya é descrita como extremamente lúcida e inteligente. Funcionários do aeroporto dizem que ela não incomoda. “Acreditei na história. Você vê logo que é uma mulher sábia e letrada. Como pode uma professora de português ficar assim?”, questiona o taxista Reginaldo Cohim.
Todos nós gostaríamos de ter essa resposta para dar a Oceya de Souza.
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