Produção literária de Carolina Maria de Jesus é tema de exposição do Instituto Moreira Salles em SP

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Produção literária de Carolina Maria de Jesus é tema de exposição do Instituto Moreira Salles em SP

A partir de 25 de setembro (sábado), o Instituto Moreira Salles exibe, em sua sede de São Paulo, a exposição “Carolina Maria de Jesus: um Brasil para os brasileiros”. Entrelaçando diferentes linguagens, a mostra apresenta a trajetória e a produção da escritora, ressaltando aspectos pouco conhecidos de sua vida e obra. A entrada é gratuita, com agendamento prévio.

Imagem: Divulgação/IMS

A seleção reúne aproximadamente 300 itens, entre fotografias, matérias de imprensa, vídeos e outros documentos. Inclui também obras de cerca de 60 artistas, que dialogam com os temas investigados por Carolina. A curadoria é do antropólogo Hélio Menezes e da historiadora Raquel Barreto e a assistência de curadoria, da historiadora da arte Luciara Ribeiro. A mostra conta ainda com o trabalho de pesquisa da crítica literária e doutora em letras Fernanda Miranda.

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Dividida em 15 núcleos temáticos, a exposição ocupa o 8º e o 9º andar do IMS Paulista, tendo obras presentes também no 5º andar, no térreo e na avenida Paulista. A mostra apresenta as reflexões de Carolina de Jesus ao longo de sua trajetória, da infância na cidade de Sacramento (MG), no contexto pós-abolição da escravatura, passando por sua chegada à capital paulista, pelo lançamento e pela repercussão de seus livros, até o fim de sua vida, em Parelheiros (SP). Na seleção, é possível observar como Carolina interpretou as contradições, a política e a desigualdade do Brasil de seu período. A exposição evidencia também a importância histórica da autora para pautas como o antirracismo, as lutas pelo letramento e pela moradia.

Estátua em bronze Uma palavra que não seja esperar (2018), de Flávio Cerqueira. estará presente na exposição

A exposição percorre a produção literária de Carolina, abordando a história e a recepção de suas obras e mostrando a amplitude e a complexidade de sua produção, em grande parte presente em cadernos manuscritos ainda não publicados. Para além do Quarto de despejo (1960), obra pela qual ficou mais conhecida e em que relata seu cotidiano na favela do Canindé, em São Paulo, a autora lançou em vida: Casa de alvenaria (1961), Pedaços da fome, cujo título original era A felizarda (1963), e Provérbios (1963). Após sua morte, foram publicados também Diário de Bitita (1986) e outras edições independentes reunindo textos seus. Ao longo de sua trajetória, Carolina escreveu ainda poemas, crônicas, peças de teatro e letras de música, a maioria também ainda inédita.

Ao longo da mostra, as pessoas também encontrarão fotografias pouco conhecidas da artista. Há imagens em que a autora aparece sorrindo, usando roupas elegantes, como sobretudos e colares de pérolas, com o cabelo à mostra, de forma altiva. O conjunto traz, por exemplo, um registro de Carolina no aeroporto, em 1961, antes de embarcar para o lançamento de Quarto de despejo no Uruguai. Em outras fotos, ela aparece em um programa de televisão com os filhos, em 1962, ou, ainda, em 1963, utilizando um vestido que confeccionou especialmente para o Carnaval daquele ano. 

Dada a relevância e singularidade de Carolina, o IMS e a curadoria consideraram essencial a formação de um conselho consultivo externo que pudesse enriquecer o conteúdo da exposição. O grupo é composto por Bel Santos Mayer, educadora social e uma das criadoras do projeto Biblioteca Caminhos da Leitura; Denise Ferreira da Silva, filósofa e professora da University of British Columbia; Carmen Silva, escritora e liderança do Movimento Sem-Teto do Centro; Conceição Evaristo, doutora em literatura e escritora; Elisa Lucinda, escritora, poeta e atriz; Lúcia Xavier, assistente social e fundadora da ONG Criola; Mãe Celina de Xangô, yalorixá e gestora do Centro Cultural Pequena África; Paula Beatriz de Souza Cruz, professora e diretora da Escola Estadual Santa Rosa de Lima; Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva, doutora em educação e professora emérita da Universidade Federal de São Carlos; Sueli Carneiro, doutora em educação, filósofa e fundadora da ONG Geledés; Zezé Menezes, bióloga e ex-coordenadora do Núcleo de Consciência Negra da USP; e a atriz Zezé Motta

Na mostra, haverá um vídeo com depoimentos das integrantes do conselho.

Serviços:

Carolina Maria de Jesus: um Brasil para os brasileiros
Abertura: 25 de setembro de 2021
Visitação: até 30 de janeiro de 2022
IMS Paulista 
Entrada gratuita

Avenida Paulista, 2424
São Paulo
Tel.: 11 2842-9120

Horário de funcionamento: Terça a domingo e feriados (exceto às segundas), das 12h às 18h.

Para visitar a mostra, é preciso realizar agendamento prévio no seguinte site da Sympala.

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