Ocupação Conceição Evaristo: Literatura negra em uma experiência multimídia

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Ocupação Conceição Evaristo: Literatura negra em uma experiência multimídia
Foto/Itaú/Divulgação

A partir da quarta-feira, 3 de maio – com visitação aberta ao público de 4 de maio a 18 de junho –, a vida, obra, influências e referências de Conceição Evaristo podem ser conferidas no Piso Paulista, o espaço expositivo do térreo no Itaú Cultural. A 34ª mostra da série Ocupação, realizada pelo instituto desde 2009, transpira as “escrevivências” da escritora, como ela mesma se refere ao seu trabalho – uma escrita que nasce das vivências, vivendo para narrar, narrando o que vive. São dela, obras reconhecidas como Ponciá Vicêncio, seu primeiro romance publicado, em 2003, Becos da Memória, de 2006, Poemas da Recordação e Outros Movimentos, lançado dois anos depois, e os livros de contos Insubmissas Lágrimas de Mulheres, de 2011, Olhos D´Água, de 2014, e Histórias de Leves Enganos e Parecenças, do ano passado. No dia da abertura da mostra, a própria Conceição faz a leitura de Olhos D’Agua.

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 Com curadoria da própria autora e dos Núcleos de Audiovisual e Literatura e de Educação e Relacionamento, e concepção artística de Aline Motta, a Ocupação Conceição Evaristo revela ao visitante a origem do domínio da escritora sobre as palavras, as ideias e sentimentos desencadeados, primorosamente, por ela e o percurso feito até se tornar escritora reconhecida na atualidade. Ela dá sequência à de Laura Cardoso, que abriu a série de ocupações, neste ano dedicada a mulheres – depois da atriz e da escritora, a próxima será a curadora de artes visuais Aracy Amaral, seguida da psiquiatra Nise da Silveira e da cantora Inezita Barroso.

 Textos, fotografias, objetos pessoais, obras de referência, audiovisuais, manuscritos de poemas e contos, cartas de familiares e amigos conduzem o visitante por esse caminho iniciado em uma favela mineira, onde Conceição cresceu cercada por palavras, graças à sua mãe, a lavadeira dona Joana.

A velha senhora, mãe de 10 filhos, começou a escrever os seus próprios textos inspirada em Carolina Maria de Jesus (1914-1977), autora de Quarto de Despejo – Diário de uma Favelada (1950), livro autobiográfico que narra a vida na periferia de São Paulo, traduzido para 13 idiomas. Sem dinheiro para comprar cadernos novinhos em folha, resgatava os que encontrava na rua, muitos em branco, e ali depositava os seus pensamentos sobre o dia a dia, as dificuldades da vida na favela, poemas e frases soltas. Formou, assim, uma obra nunca antes publicada, mas que, somada à cultura da oralidade colocada em prática dentro de casa, muito inspirou a filha, que viria a se tornar escritora.

 Junta-se à exposição uma programação especial com mesas, debates, masterclass da autora e outras atividades conduzidas pelo Núcleo de Educação e Relacionamento. Também é acompanhada de amplo conteúdo virtual, como entrevistas em vídeo sobre a vida e a obra da escritora e informações biográficas no site da Ocupação aucultural.org.br/ocupacao) e na Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras (http://enciclopedia.itaucultural.org.br/).

Nesta Ocupação, a publicação que acompanha todas as mostras da série ganha um caráter inovador ao retomar o projeto Cartas Negras, criado por Conceição e amigas escritoras, como Esmeralda Ribeiro, Geni Guimarães e Miriam Alves, nos anos 1990. Elas trocavam missivas sobre suas vidas, em uma espécie de debate escrito, também sobre outros temas como a solidão, o machismo e o racismo.

Nesta nova versão, as antigas parceiras juntam a sua voz e pensamentos a novas escritoras, como Ana Cruz, Ana Maria Gonçalves, Cristiane Sobral, Débora Garcia, Elizandra Souza, Jenyffer Nascimento, Lívia Natália, Mel Adún e Raquel Almeida.

 Para obter mais informações sobre toda a programação, clique aqui

SERVIÇO

Ocupação Conceição Evaristo
Coquetel de abertura: 3 de maio (quarta-feira), às 20h
Visitação: 4 de maio (quinta-feira) a 18 de junho (domingo)
Terças-feiras a sextas-feiras, das 9h às 20h
[permanência até as 20h30]

Sábados, domingos e feriados, das 11h às 20h
Piso térreo

Acesso para pessoas com deficiência

Estacionamento: Entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108

Se o visitante carimbar o tíquete na recepção do Itaú Cultural:

3 horas: R$ 7; 4 horas: R$ 9; 5 a 12 horas: R$ 10.

Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.

Avenida Paulista, 149, Estação Brigadeiro do Metrô

Fones:  +55 11 2168-1776/1777

atendimento@itaucultural.org.br

www.itaucultural.org.br

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