Nesta tarde de segunda-feira (24), a Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, comentou o novo desdobramento envolvendo o caso de sua irmã, Marielle Franco. Em delação premiada firmada com a Policia Federal e Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), o ex-PM Élcio de Queiroz confessou ter participado do assassinato da vereadora e do motorista Anderson Gomes. Ele também declarou que Ronnie Lessa teria sido o autor do disparos. A informação foi confirmada pelo ministro da Justiça, Flávio Dino.

“Se o meu pai, com 70 anos, e a minha mãe, depois de passar de um câncer e perder a filha com 5 tiros na cabeça, seguem com esperança, quem sou eu para não ter?”, disse Anielle em entrevista para o Globonews. “Eu tenho muita esperança, falei isso pro Dino hoje cedo, falei para os meus pais também: ‘não é hora de abaixar a guarda e nem de afirmar nada com certeza’. Sigo com esperança, sigo pensando que em breve teremos informações sobre o mandante e o motivo também”.

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Em outro trecho da entrevista, Anielle destacou a luta das mulheres dentro da política brasileira. “Eu não acho que a Marielle foi assassinada apenas por motivações políticas, de vingança de A ou B. A Marielle era gigante. Ela é gigante e a gente sabe que nesse país toda e qualquer pessoa que se destaque e que não venha de um meio político, de um berço de ouro, de uma carreira, tá sempre pré disposta, infelizmente, a passar por isso“, disse a Ministra. “Enquanto a gente não descobrir quem mandou matar Marielle e o porquê, todas as mulheres que estão no poder hoje também seguem correndo risco, todas as políticas desse país seguem correndo risco, a democracia segue em risco, o povo negro também e a gente precisa acreditar que a gente vai ter uma solução para esse crime”.

Em depoimento já homologado pela Justiça, Élcio, preso desde 2019 por envolvimento na morte de Marielle, confessou que dirigiu o carro usado no assassinato e que seu amigo, Ronnie Lessa, efetuou os disparos de submetralhadora contra a vereadora. O ex-PM também disse que o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, teria feito campanas e vigiado os passos de Marielle. Ainda segundo a delação, Suel também participaria do crime, mas foi substituído por Élcio.

As provas colhidas e reanalisadas pela Polícia Federal de fevereiro pra cá confirmaram, de modo inequívoco, a participação do senhor Élcio e do senhor Ronnie, e isso conduziu à delação do Élcio”, disse o ministro Flávio Dino em coletiva.

Dino também afirmou que Élcio terá benefícios pela delação, mas continuará preso em regime fechado. “O instituto da colaboração premiada pressupõe o acordo [benéfico ao delator]. Claro que houve. As cláusulas ainda permanecem sob sigilo judicial, mas posso afirmar que o senhor Élcio continuará preso em regime fechado. Inclusive, onde se encontra”, explicou o ministro.

Suel foi preso nesta manhã na primeira fase da Operação Élpis, nome da deusa grega da esperança. A operação realizou sete mandados de busca e apreensão. 

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