Por Thales Alves
A auto declaração e a reafirmação de aspectos raciais é algo muito importante para a comunidade negra no Brasil. Dentro dos debates que ligam os aspectos raciais podemos destrinchar e falar durante dias, meses e até anos sobre temas de extrema relevância.
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O que é pouco falado, pouco discutido e até ignorado por nós enquanto comunidade negra é a relação entre o gênero e suas expressões em relação aos aspectos raciais. Pessoas cisgêneras negras já encontram inúmeras barreiras quando o assunto é o amor. Mas, e para a comunidade sexodiversa, você já pensou como funciona o amor para pessoas negras que não são cis ou heterossexuais?
Como a minha vivência é enquanto homem trans negro, resolvi estourar a bolha e há alguns dias fiz um questionamento importante em relação ao amor e a disponibilidade em se relacionar com pessoas travestis e transexuais. Pessoas cis em sua grande maioria responderam da mesma “o amor, desde que afrocentrado é amor”.
Como as minhas vivências não eram bem estas, fiz o mesmo questionamento para pessoas trans e travestis e a resposta em grande massa foi a mesma “ninguém quer assumir e amar uma pessoa travesti ou transexual”.
Existe algo errado nesta conta e eu sei bem onde os números não batem. O corpo negro é vistos de forma erotizada apenas por ser um corpo racializado. Já o corpo transexual e travesti é visto como erótico porque passamos séculos sendo escondidos e marginalizados.
Enquanto esta relação imaginária entre corpo tran/travesti não for quebrada, jamais conseguiremos receber algo que para você é tão comum, o amor.
A sugestão de hoje é: além de amar sua preta e seu preto em público, sugiro que assuma sua pessoa travesti ou transexual. Nós estamos aqui, sempre estivemos aqui. Preciso apenas que vocês nos vejam para além dos nossos corpos e comecem a olhar em nossos olhos. Nós também merecemos o amor.
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