O 13 de maio nas escolas e o silêncio sobre o racismo

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O 13 de maio nas escolas e o silêncio sobre o racismo
Foto: Reprodução

Estamos aprendendo com muito sofrimento que a luta contra o racismo precisa ser realizada todos os dias, em todos os espaços  políticos em que participamos.

Vivemos momentos ruidosos com denúncias de racismo em escolas públicas e privadas, mas há a mais completa ausência de manifestação por parte dos gestores públicos estaduais e municipais na cidade de São Paulo. É um sinal preocupante de que silenciamento sobre o tema das relações raciais e étnicas e a educação.

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Nos recentíssimos episódios de racismo em escolas de elite em São Paulo, há pontos positivos que merecem um registro. 

Em primeiro lugar a Escola envolvida reconheceu prontamente a existência do racismo e acolheu a estudante negra. Deu apoio, conversou com as famílias. E mesmo tendo um trabalho organizado de atuação antirracista, teve um gesto de grandeza em perceber que as situações de racismo fazem parte do cotidiano e que precisam de vigilância permanente. Não tratou da situação como um caso isolado, uma situação única e esporádica, mas que faz parte do quotidiano e precisar ser enfrentada todos os dias.

Um dos grandes entraves para a superação do racismo é o seu não reconhecimento e a abordagem cruel e enganosa de ser visto como uma brincadeira, e não como uma violência estrutural de nossa sociedade.

As instituições têm um papel importante na formulação e implementação de políticas antirracistas, garantido pela Lei 10639 de 2003, que passados mais de vinte anos há uma luta titânica para sua implementação em todos os níveis de ensino, do fundamental ao superior.

Um ato revolucionário  por parte dos governos municipais e estaduais  seria respeitar e garantir a implementação da legislação federal que existe há mais vinte anos . E principalmente dialogar com o movimento negro  durante todo o ano letivo não só no mês de novembro.

A meta dos gestores públicos  deveria ser o estabelecimento um diálogo com professores, diretores, funcionários administrativos e gestores  e principalmente com as famílias negras da cidade de São Paulo.

Neste dia 13 de maio, é fundamental que todos (brancos e negros) se posicionem contra o racismo com ações e empenho tendo a consciência de que é necessário muito mais do que discursos e palestras de letramento racial. 

Todas as políticas públicas exigem um orçamento público, que infelizmente não existem nos municípios e nos governos estaduais.  Ficamos nos perguntando quantas crianças negras sofrem racismo diariamente nas escolas públicas?  Como os secretários de Educação trabalham o 13 de maio nas escolas? Quem acolhe nossas crianças?  

Questões que vem sendo levantadas a décadas pelo movimento negro brasileiro  e está na agenda política por igualdade na sociedade brasileira.

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