“Nenhuma pessoa negra merece sentir culpa por ter dinheiro”: Luana Génot e o estereótipo imposto à empresária preta

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“Nenhuma pessoa negra merece sentir culpa por ter dinheiro”: Luana Génot e o estereótipo imposto à empresária preta
Luana Génot - Foto: Victor Vieira

Luana Génot, empresária, publicitária, especialista pela igualdade racial e fundadora do Instituto Identidades do Brasil (ID_BR) é uma das gestoras mais importantes da atualidade na comunidade negra e vive desconstruindo padrões impostos diante daquilo que representa, um desses, é sua apresentação pessoal perante o cargo que ocupa.

A publicitária, que está à frente de um dos eventos mais importantes da comunidade preta do país, remete a sua ancestralidade e quebra tendências ao mostrar que a mulher negra traz diversidade, beleza e informação em qualquer das suas ações, gerando ainda, lucro e movimentação financeira positiva ao consumir de outras pessoas negras.

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A idealizadora da Campanha “Sim à Igualdade Racial” mostra cuidado na sua apresentação pessoal sem deixar sua ancestralidade e carisma de lado. Luana vem usando o “loiro pivete”, estilo de resistência da comunidade, mas que foi influenciado e levado para uma marginalização do povo preto, caracterizado como “coisa de favelado”, para simbolizar um visual desfavorecido e, principalmente, criminoso.

Ao trazer uma referência negra diante de um espaço empresarial transformador, a empresária avança num debate de extrema importância para as mulheres negras: “qual o visual adequado para que uma mulher preta e empresária seja considerada boa no que faz?”

Luana Génot usa joias HStern e cabelo por Suelen Paiva – Foto: Victor Vieira

Assim como diversos outros elementos culturais da cultura preta, o “loiro pivete” é desprezado até virar moda em corpos brancos, mas descartados nos cabelos da população negra. Ao usar e mostrar sua cultura em espaços elitizados, Luana representa uma cultura populacional marginalizada e desprezada, que é reconhecida apenas em alguns dias do carnaval.

Além dos cabelos, a publicitária fala sobre usar joias que fortalecem o quanto trabalhou e merece frequentar o local que está, roupas que mostram suas identidades ancestrais e reconhecimento. Luana ressalta: “Acredito que nem eu ou nenhuma outra pessoa negra mereça se sentir culpada por ter dinheiro e qualidade de vida. Pelo contrário, é uma pequena alegria e que sirva de incentivo para que, do outro lado, as marcas, empresas contratem mais pessoas negras e as valorizem por isso.”

Avançar, para além da falta de mais lideranças e transformações, essa é a mensagem que a empresária demostra em suas linguagens e modelos, sobre as mulheres negras. “Que as remunerem bem, para que cada vez mais pessoas negras possam viajar pra fora do Brasil, usar marcas de luxo e investir o seu dinheiro no que escolherem, sem culpa”, finaliza Luana.

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