Em uma pesquisa encomendada pelo Google e realizada pelo Mindset-WGSN e Datafolha, das 1225 pessoas que se definem como preto ou pardo , 69% se declararam como pardos e 31% de definiram como pretos, por meio da autodeclaração. No entanto, quanto perguntados pelos pesquisadores se são pardos, negros ou pretos, 46% do total responderam ser negros. Do grupo do autodeclarados pardos, especificamente,  26% desses, responderam ao pesquisador que eram negros.

“Consciência entre urgências, pautas e potências” é o nome desse estudo cujo objetivo é mostrar, por meio de uma pesquisa qualitativa e quantitativa, quais são os temas comunidade negra reconhece como mais urgentes. E a identidade étnica é fator importante nesse processo.

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Outras explicações para os fatores de identidade estão ligadas à questão da cor como lugar social, ou seja, além da cor da pele (preta ou parda) o ser negro corresponde a um grupo de pessoas que passam pelas mesmas questões e se reconhecem pelos mesmos fatores.

Historicamente, o termo pardo aparece no século XIV pela primeira vez, para identificar a população indígena. Com a chegada dos africanos, o censo de 1872 usa o termo pardo juntamente com outras nominações para identificar a população, onde além do branco e pardo, surge o preto e caboclo ( dados usados para facilitar a busca de pessoas escravizadas em fuga).

Em tempos mais recentes, em 1991, surge o termo indígena dentro da classificação de cor e raça e em 2013 o uso do termo negro para agrupar pretos e pardos ainda não era consensual se tornando então “uma categoria social. “

O termo preto, usado pelos censos, desde o tempo da escravidão para identificar africanos e seus descendentes, não é simpático aos ouvidos da maioria dos pesquisados provavelmente pela forma que ele surgiu no Brasil.

Quando a pesquisa diz, que 17% dos autodeclarados negros se viam como pardos e só depois descobriram-se negros, estamos falando de identidade enquanto grupo, porque a cor, sempre foi a mesma.

O ativismo, o conteúdo online sobre negritude, seja sites, ou canais do Youtube, a maior discussão do tema na TV e na literatura, têm feito com que pessoas se identifiquem com falas e ideias e se sintam negras.

O que mais preocupa a comunidade negra?

O estudo do Google feito com pessoas de todo país extraiu quais seriam as cinco maiores urgências da comunidade negra. Por ordem ficou assim:

1º Inclusão no mercado de trabalho
É a maior preocupação, mas a menos discutida de acordo com os entrevistados.

2 º Racismo estrutural e institucional
Pauta mais preocupante para jovens entre 16-24 anos e classe D/E (73%), classe que também acredita que é mais importante votar em negro do que os pretos e pardos da classes A/B.

3º Feminismo Negro
Assunto é mais urgente para grupo de menor escolaridade, 30% (Ensino Fundamental), contra 18% (Ensino superior) .

4º Genocídio
Tema mais urgente para os jovens entre 16 e 34 anos.

5º Políticas Afirmativas
Homens se preocupam mais com as cotas do que as mulheres, de acordo com a pesquisa.

A pesquisa foi realizada outubro de 2019. Na fase qualitativa, foram realizadas sete entrevistas com especialistas (sociólogos, filósofos e historiadores), três grupos qualitativos em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, além de entrevistas com seis YouTubers.  Já na fase quantitativa, foi realizado um estudo de campo com 1.225 entrevistados que se autodeclararam pretos e pardos (homens e mulheres, maiores de 16 anos, de todas as classes nas cinco regiões do país, incluindo áreas metropolitanas e interior).

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