Foi no Pará, no alto rio Trombetas, que a primeira comunidade remanescente de quilombos recebeu o título coletivo e definitivo de suas terras. É aqui que está a segunda maior concentração de pessoas negras do país. É na região norte que reexiste o maior quilombo do Brasil. Entretanto, a população preta da Amazônia e toda sua produção positiva continuam sendo invisibilizada.
São essas barreiras mercadológicas e geográficas que o cantor Jeff Moraes pretende derrubar através da sua sonoridade Pop AfroAmazônica. Cultura Pop, Afro afeto, Amazônia e Ancestralidade são as palavras chave do novo trabalho musical desse artista que soma dez anos de carreira. O lançamento oficial do videoclipe “Coisa de Pele”, no canal oficial do artista no Youtube, será no próximo sábado (03/03).
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“Acho que está mais do que na hora do Brasil reconhecer e ouvir esta Amazônia Preta. Houve muitos avanços nos diálogos da questão racial no país. Entretanto o eixo sul e sudeste ainda não consegue se voltar para a diversidade de pessoas pretas existentes em outros pontos do país”, defende o cantor.
Não é de hoje que Jeff Moraes usa da Amazônia para cantar sua ancestralidade, regionalismo com uma pitada de cultura pop e afroreligiosade em seus trabalhos audiovisuais. Apesar de estar lançando o primeiro cd do artista, “Coisa de Pele” é o terceiro videoclipe da carreira de Jeff.
“Esse clipe é um abre caminhos para esse lançamento que logo logo vai tá ai que é o “Tambor e Beat”. A música Coisa de Pele fala do reconhecimento no olhar de uma outra pessoa preta, o reconhecimento na própria cultura, na ancestralidade, do teu ser. Esse clipe fala muito sobre identidade sobre a minha identidade enquanto homem preto gay. A letra dessa música diz: deixa a maré te levar nos braços de Iemanjá. Iemanjá é um orixá mãe que te carrega no colo, que te agrega, que rege essa imensidão do mar”, finaliza o artista
O produto audiovisual “Coisa de pele” é o ponta pé inicial da divulgação do lançamento do álbum Tambor e Beat, o primeiro da carreira desse artista afro Amazônida. Marcel Barreto é o produtor e diretor musical do CD que tem 8 faixas. Quem assina o clipe é a produtora paraense Treme Filmes. No elenco, atrizes negras reconhecidas no cenário artístico de Belém, Samily Maria e Cassandra Bonifácio.
O videoclipe apresenta ainda a exuberância da natureza amazônica. A praia da Flexeira, da ilha de Cotijuba, e o Combu foram as paisagens escolhidas como pano de fundo. “ Sempre tento utilizar a arte como um ato político para empoderar e valorizar o ser afro-amazônico. Tenho comigo duas atrizes que fazem alusão a duas yabás (orixás em forma feminina ) representando também essa conexão com esse sagrado que tanto me atravessa através da conexão ancestral com as águas que nos banham”, explica o cantor.
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