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Vânia Fonseca é professora universitária e coordenadora do Bamidelê, Organização de Mulheres Negras na Paraíba. Tem experiência na área de Sociologia, atuando nos seguintes temas: mulher negra, educação e etnia, escola e sociedade, racismo e legislação. Sua contribuição acadêmica e social vem mostrando, a importância da mulher negra para a formação social brasileira em diversas esferas.
Ela é uma das intelectuais que vem reconstruindo a produção simbólicas que influenciam e reproduz o pensamento social, cujo valores reforçam os preconceitos e a discriminação racial reforçando assim a desigualdade sexual e trazendo prejuízos econômicos e políticos para a figura feminina.
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1 – Sua trajetória acadêmica está bastante ligada a reconstrução da história e lutas negras através da academia. Como é produzir conhecimento acadêmico com recorte racial?
Produzir conhecimento na Academia nem sempre é fácil mas as dificuldades são diferentes a depender da Universidade e das pessoas que nela estão. No meu caso, tive experiências em Estabelecimentos de ensino superior, privado e publico. Nesses, onde havia no currículo as disciplinas específicas à questão racial negra , os embates ocorreram em sala de aula com estudantes e que julgo como salutares.Estudantes, muitas vezes pessoas negras que não se reconheciam, discutiam, relutavam e “se achavam” étnica, racialmente falando.
Vale ressaltar que os cursos de Pedagogia tem um lugar de destaque porque muitos atendem à Lei 10.639/03 nos seus currículos.
2- Sabemos da importância dos movimentos sociais que defendem minorias bem como “intelectuais” ou políticos. Em sua opinião enquanto pesquisadora, qual o benefício real que esses trouxeram para a vida das mulheres negras brasileiras?
Para mim, o trabalho da militância fora da Universidade foi fundamental para o meu “tornar-se negra”. Foi com discussões no bairro, iniciadas pelo Grupo de União e Consciência Negra; na Universidade, aprendi o caminho da leitura de autoras negras ou que escreviam sobre a Negritude.
3- O que é ser uma mulher negra na academia? Como suas produção acadêmica vem atuando nessa realidade?
A mulher negra na Academia , apesar de ainda de pequena proporção, é significativa e necessária. Na minha experiência tenho encontrado estudantes que começam a assumir a sua identidade de negra, questiona ser Parda, e muitas vezes, aliam à questão do feminismo negro.
A minha produção acadêmica acerca da Mulher Negra nem sempre é na forma escrita porque promovo Rodas de diálogos, cursos de extensão, discussões em disciplinas etc. O interesse pela temática “Mulher negra” vem em um crescimento que dá muita esperança de ver e sentir.
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