Hoje, dia 29 de março, Salvador completa 474 anos. Conhecida também como São Salvador, Cidade da Bahia ou apenas SSA. Ela foi a primeira capital do país. No passado, conservou, por muito tempo, o título de cidade mais importante do país. É cercada pela Baía de Todos os Santos, guarda mistérios e encantos eternizados em músicas, filmes e livros.
Qual é a sua cor? Salvador é negra por excelência, basta andar pelas ruas da cidade para comprovar o que o IBGE constatou em seus últimos censos: mais de 80% da população é negra. Localiza-se nessa cidade o bairro mais negro fora do continente africano: o Bairro da Liberdade. Onde há também a sede do primeiro Bloco Afro do país, o Ilê Aiyê, além de importantes terreiros de religiões de matrizes africanas.
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A capital baiana também é conhecida como Meca Negra, berço do candomblé, a expressão indica uma identidade afrodiaspórica construída aqui. A herança religiosa é latente e foi através dos africanos que chegaram ao Brasil na condição de escravizados. Eles resistiram para a gente existir. A história da cidade é de luta do povo negro e indígena, vale lembrar a Revolta dos Malês, onde escravizados islamizados tomaram as ruas contra o poder imperial, em 1835. Ou mesmo antes, nos anos de 1822 e 1823, na guerra de independência do Brasil na Bahia, onde negros e negras lutaram contra as tropas portuguesas e conquistaram, em 2 de julho a separação política com os lusitanos.
As baianas de acarajé com seus tabuleiros dão o aroma das ruas: o valioso dendê. Elas são herdeiras das antigas escravizadas que ganhavam dinheiro mercando nas ruas, entre a Cidade Baixa e a Cidade Alta. As escravizadas de ganho são as primeiras mulheres empreendedoras do Brasil e elas são negras e nordestinas. Seu povo e a sua cor são legados que podem, devem e precisam ser lembrados e celebrados ainda mais no dia de hoje. Axé Salvador.
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