Não somos propriedades dos brancos 

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Não somos propriedades dos brancos 
Foto: Reprodução

Tão cedo na vida, eu aprendi que se você quer alguma coisa, é melhor fazer barulho. (Malcom X)

Em primeiro lugar, é urgente reforçarmos uma informação que os brancos têm ignorado: a abolição da escravidão ocorreu em 1888. Nós estamos em 2024. 

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Isto posto, duas ocorrências de violência racista noticiadas nos meios de comunicação, nesses últimos dias, chamaram a minha atenção. A primeira aconteceu no Rio de Janeiro. Um trabalhador de aplicativo foi baleado após se recusar a entregar o pedido diretamente no apartamento do cliente (policial). A segunda ocorreu em Porto Alegre (RS), um porteiro foi agredido física e verbalmente por conta de uma divergência com o morador do prédio. Este trabalhador não permitiu a entrega do motoboy no condomínio, que não sabia o número exato do apartamento.  

Essas duas situações caracterizam-se por uma lógica que atravessa a sociedade brasileira e produz incontáveis casos de violências: pessoas brancas atacando pessoas negras. As vítimas desses casos estavam desempenhando atividades profissionais, como qualquer pessoa que vende a sua força de trabalho numa sociedade capitalista. E procuravam exercer a função conforme as orientações do contratante: preservando a qualidade e a segurança. Mas os agressores não se importaram com as regras pré-estabelecidas. Não aceitaram ser contrariados por negros. Nós sabemos que, ao fundo dessas relações sociais, existe um complexo de superioridade no imaginário do branco; eles nos enxergam como serviçais de suas vontades. Isso motiva o comportamento escravocrata, brutal e criminoso, em que o sonho de uma chibata nas mãos é o desejo mais íntimo. Acham que somos suas propriedades, e até sentem prazer quando veem imagens e filmes retratando negros escravizados, chicoteados, comercializados como gados.

Para o incômodo deles, estamos em 2024. E ainda que esta democracia seja imperfeita, e não demonstre na prática o conteúdo da Constituição Federal de 1988, nós somos pessoas livres. Eles que engulam a síndrome de ‘sinhôs’ e ‘sinhás’: não retrocederemos! Que sejam responsabilizados por todos os crimes que cometam. Nós, negros, daremos sempre visibilidade para todos os casos racistas, pois, o barulho é um instrumento de luta. 

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