A jornalista Glória Maria foi a convidada desta segunda-feira (14) do programa Roda Viva. Glória, que tem uma carreira de mais de 30 anos no jornalismo foi entrevistada por uma bancada completamente feminina e saiu do lugar de entrevistadora para entrevistada. A jornalista Claudia Lima, pauteira do programa Saia Justa, questionou Glória Maria sobre o racismo que ela sofreu durante a carreira e se a fama, de certa forma, blindou a repórter de ataques preconceituosos.
“Nada blinda preto de racismo, nada. E com mulher preta é pior ainda. Nós somos mais abandonadas e discriminadas, porque o homem preto não quer a mulher preta. Nada blinda a gente. Você tem que aprender a se blindar da dor, isso é importante. Se você for esperar uma proteção universal, você está perdida. Você tem que fazer com que a vida te faça aprender a se blindar”, disse Glória.
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A entrevistada também falou sobre os episódios de racismo que as filhas sofreram estudando em escolas de elite. “Uma vez a Laura chegou em casa e disse que um amigo chamou a cor dela de feia. Ela chegou em casa muito tocada, e a gente sentou e conversou. Eu usei o grupo de mães para contar o que tinha acontecido e que elas orientassem os filhos. Mas isso não vem da criança, isso vem da família. O racismo é uma coisa que você aprende em casa”, contou.
Reportagem em Marte — A jornalista de 72 anos disse ainda que tem o desejo de fazer uma grande reportagem de despedida. “Tô querendo ir para Marte numa dessas maquinas aí. Seria um grande presente da Globo, tomara que tenha algum poderoso ouvindo a gente. “Se tiver alguém ouvindo, deixa eu ir, seria minha grande matéria final”, brincou a apresentadora.
No programa a repórter falou ainda sobre a descoberta de um tumor no cérebro em 2019. Com sua força característica, Glória disse que não sentiu medo.”Aprendi a conviver com o medo… eu sou realista, não consigo viver pensando no pior, também não penso no melhor. Penso no que é a vida e a vida é assim, para ser vivida e algumas vezes ela é bonita”, comentou.
Confira o programa:
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