As eleições de 2022 tiveram suas grandes discussões marcadas pela urgência em tirar do poder o atual presidente da república e levar com ele sua política de morte. Ainda que a segunda opção mais viável, o ex-presidente Lula, não seja considerada uma unanimidade e nem o voto mais desejoso de toda a população, é certo que quem abomina verdadeiramente o que o governo atual representa e enxerga na possibilidade de encerrar essa história no primeiro turno a melhor opção, vai votar 13 neste domingo.
Sabemos, no entanto, que a situação de tragédia que o Brasil vive atualmente não apaga que os governos petistas não olharam com a devida atenção para a população negra. Que os índices de mortalidade e extermínio da juventude negra não eram exatamente os melhores e que a estrutura da manutenção do sistema que opera o genocídio negro por meio da “guerra às drogas” ganhou, inclusive, reforços.
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Diante deste cenário, onde precisamos optar pelo que se apresenta como uma possibilidade de diálogo e reconstrução, não podemos esquecer que além do cenário nacional, temos nas mãos a possibilidade de transformar nossas representações no Congresso Nacional e nas casas legislativas estaduais e distrital.
Um esforço sem precedentes é observado nesta eleição para que conheçamos e possamos escolher candidaturas negras afirmativas e pautadas em compromissos de valorização do povo negro brasileiro. E, por isso, não podemos deixar o contexto de “voto útil” que se impõe para a eleição presidencial se esparramar para a escolha de nossos parlamentares.
Uma candidatura “viável” não se constroi de uma noite para uma manhã, sem uma grande estrutura financeira, dificilmente um parlamentar se elege logo na primeira tentativa, mas eleição não é somente sobre “vencer”. É sobre construir narrativas, sobre desenhar futuros e dar recados. É sobre o que nós não negociamos.
Felizmente, para além dos recados que queremos dar, temos, também, grandes candidaturas negras que se encaixam no víes da viabilidade e que estão organizadas e apresentadas por iniciativas como o Quilombo nos Parlamentos, que oferece opções em todos os estados e no Distrito Federal, para quem deseja eleger uma candidatura negra neste pleito.
Neste domingo, nosso compromisso é com o país, o estado e a cidade que queremos construir. É uma eleição que, apesar da dureza da realidade, apresenta, como toda virada de chave, a possibilidade de um futuro que só será possível porque foi sonhado. Por isso, quando estiver diante da urna eletrônica, vote por uma transformação positiva. A urgente, imediata e necessária mudança no Palácio do Planalto, e a eleição e fortalecimento de candidaturas negras no Legislativo.
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