Mirtes Renata, mãe do menino Miguel Otávio, anunciou nesta terça-feira (9), a aprovação do projeto que lei 44/2022 na Câmara Municipal de Olinda (PE), que institui o dia 2 de junho como o Dia Menino Miguel de combate ao racismo e genocídio de crianças e adolescentes negros.
No Instagram, Mirtes diz que o projeto “foi uma iniciativa da Articulação Negra de Pernambuco junto a mandatos legislativos estaduais e municipais em todo Brasil. Entendo que o abandono de Sarí é um reflexo de como a sociedade olha pra crianças e jovens negros, como indignas de cuidado e atenção, por isso o dia 2 de junho se tornou um importante marco na luta antirracista em Pernambuco e no Brasil”.
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Foi na data escolhida, em 2020, que Miguel, com apenas 5 anos, caiu do 9º andar de um prédio de luxo no centro de Recife, quando deveria estar aos cuidados da patroa Sarí Corte Real, enquanto Mirtes, empregada doméstica na época, passeava com a cadela da família na rua.
Em maio deste ano, Sarí foi condenada a oito anos de prisão por abandono de incapaz ao colocar Miguel sozinho dentro de um elevador, mas o juiz permitiu que Sarí recorresse da decisão em liberdade. No último andamento do caso, a Justiça de Pernambuco negou o pedido de prisão feito pela equipe de advogados de Mirtes, por ela ter mudado de endereço sem informar o juiz.
O vereador Vinicius Castello (PT), autor do projeto, relatou no Instagram o que a mãe de Miguel vem sofrendo nos últimos meses com o processo. “Ela tem sido alvo do racismo no judiciário pernambucano, em que, na condenação a Sarí, tenta criminalizar Mirtes pela criação dada a Miguel, acusando-a de tortura, maus tratos e cárcere privado, baseado em testemunhas que tem envolvimento financeiro com a ex-primeira-dama de Tamandaré”. E finaliza: “@mirtesrenata estamos contigo na luta de #JustiçaPorMiguel“.
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