Ministério da Igualdade Racial propõe medidas antirracistas ao Google após repercussão do jogo “Simulador de Escravos”

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Ministério da Igualdade Racial propõe medidas antirracistas ao Google após repercussão do jogo “Simulador de Escravos”
Foto: Reprodução

Hoje (24) a internet se revoltou com a descoberta de um jogo racista que simula a escravidão na Play Store, plataforma de aplicativos do Google. No jogo, você é dono de escravos e pode comprar, vender e até torturar negros escravizados. O jogo foi removido após a repercussão da sociedade do governo.

Após tomar conhecimento sobre o jogo, o Ministério da Igualdade Racial emitiu uma nota dizendo que entrou em contato com o Google para desenvolver medidas que filtrem este tipo de conteúdo da plataforma. Também foi marcada uma reunião para discutir medidas antirracistas.

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“Ao tomar ciência do caso, a pasta entrou imediatamente em contato com a empresa de tecnologia para a construção conjunta de medidas que contribuam para um filtro eficiente para que discursos de ódio, intolerância e racismo não sejam disseminados com tanta facilidade e sem moderação em espaços virtuais. Após reação do ministério e da sociedade civil, o jogo foi retirado do ar”, disse o MIR em nota.

“O MIR informa também que já tem reunião agendada com a área de responsabilidade do Google para construir uma moderação de conteúdo antirracista, assim como tem feito com outras big techs para a construção de um ambiente seguro e saudável na internet”, acrescentou.

No “Simulador de Escravidão”, o usuário é um dono de “escravos” e pode comprar, vender e até torturar personagens.

Em uma das avaliações do jogo um usuário reclamou por não haver mais opções de tortura e classificou o jogo com cinco estrelas (nota máxima na avaliação do Google). “Ótimo jogo para passar o tempo. Mas acho que faltava mais opções de tortura. Poderiam instalar a opção de açoitar o escravo também. Mas fora isso, o jogo é perfeito!” escreveu o usuário Mateus Schizophrenic.

O simulador foi desenvolvido pela Magnus Games, que colocou na descrição que o jogo foi criado “para fins de entretenimento” e são contra o racismo na vida real. 

O jogo estava disponível desde abril deste ano e contava com mais de mil downloads e muito bem avaliado. Após a repercussão negativa nesta manhã, o jogo foi retirado da plataforma do Google.

Em nota, o Google disse que não são permitidos jogos que incitem o ódio e que aplicativos desse tipo devem ser denunciados para serem tomadas as ações devidas.

“Não permitimos apps que promovam violência ou incitem ódio contra indivíduos ou grupos com base em raça ou origem étnica, ou que retratem ou promovam violência gratuita ou outras atividades perigosas. Qualquer pessoa que acredite ter encontrado um aplicativo que esteja em desacordo com as nossas regras pode fazer uma denúncia. Quando identificamos uma violação de política, tomamos as ações devidas”, afirmou o Google em seu posicionamento.

O deputado federal Orlando Silva repudiou o “jogo” e disse que vai entrar com uma ação no Ministério Público por crime de racismo. 

“Entraremos com representação no Ministério Público por crime de RACISMO e levaremos o caso até às últimas consequências, de preferência a prisão dos responsáveis. A própria existência de algo tão bizarro à disposição nas plataformas mostra a URGÊNCIA de regulação do ambiente digital”, disse o deputado.

Ele também citou o PL 2630, que recentemente passou por críticas do Google. “O PL 2630 é um passo nesse sentido ao regular parte desse ecossistema, que é mais amplo. A regulação das plataformas digitais é um imperativo da civilização contra a barbárie! PL 2630 SIM!”

O Quilombo Periférico, mandato coletivo de vereadores de São Paulo, eleito com Elaine Mineiro, também se pronunciou sobre. “Racismo não é entretenimento, é crime! Diante da gravidade da situação, nossa Mandata já está tomando as providências necessárias.”

Mesmo após a retirada do jogo, fica o questionamento de como a plataforma permitiu que um jogo racista estivesse disponível.

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