A paternidade não é tão construída como um sonho para os meninos como a maternidade é incutida na mentalidade de meninas desde a infância, mas, ainda assim, uma nova geração de pais pretos que sonham em construir uma família e levar adiante seu legado está a todo vapor. Dois desses exemplos são os jornalistas e colegas Marcos Luca Valentim e Diego Moraes.
Além do cotidiano no Esporte da Globo, os dois também têm agora mais uma coisa em comum, estão esperando o nascimento de seus filhos ao mesmo tempo e dois deles serão xarás. Marcos Luca Valentim e Elis Regina esperam pelos gêmeos Akin e Malik, enquanto Diego Moraes e Aline Silva esperam também por um Malik.
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Diego já pensava em ter filhos antes mesmo de estar com Aline, e lembra que a gestação de Malik foi planejada. “Depois das Olimpíadas de Tóquio, a gente decidiu começar as tentativas e em abril veio a notícia. No começo eu não soube nem reagir, mas conforme a ficha foi caindo, aquele desejo que já existia veio junto com a alegria e a expectativa”, relembra.
“Acompanhar a gestação, os exames, a rotina eu sempre quis fazer isso. O meu trabalho é uma loucura e eu tento estar em todos os lugares sempre, eu dou um jeito, eu vou a todos exames, eu tô com ela vou a tudo. Onde ela vai eu estou com ela. Porque eu acho importante não só pra mim enquanto pai, mas pra ela enquanto mãe e pra nós enquanto família”, explica Marcos sobre o papel do pai enquanto as crianças não nasceram.
É comum ouvir, na sociedade, que o pai só se torna pai depois que a criança nasce, enquanto a mãe já vivencia o processo da gestação de uma maneira mais intensa. Mas essa não é a realidade destes dois pais de primeira viagem. Para Marcos, o sentimento de paternidade já é totalmente presente. “Eu me sinto pai, sim. Me sinto porque eu cuido deles. Ao cuidar da Elis eu estou cuidando dela e deles também. Vou vou sentir pela primeira vez agora o que é ser pai no dia dos pais e no ano que vem o que é ser pai já com meus filho comigo”, define.
Para Diego, o sentimento vem junto com a vontade de mostrar para o filho o seu trabalho como atleta. “Eu nunca tinha pedido para amigos gravarem competições minhas, mas no Pan-Americano de Karatê, eu pedi para um amigo gravar, para que o meu filho pudesse me ver lutando”, relembra o atleta jornalista, que ficou em segundo lugar na competição e ganhou uma medalha defendendo o Brasil, e que dedicou a vitória ao filho.
“Acompanhar a rotina dos exames, as sensações, os desejos, as vontades e as necessidades é importante também nesse dia-a-dia. Estar juntos nesses momentos é importante e faz parte do se sentir pai e ser companheiro”, explica Diego.
Nascido numa família com mais três irmãos, além de tios e a presença do próprio pai, a masculinidade e a relação com homens da família é muito presente na vida de Marcos. Mesmo crescendo com os pais separados desde a infância, Marcos sempre contou com a presença do pai em sua vida. “A relação que eu tenho com ele com os outros homens da minha família é muito pautada no respeito. Pautada no afeto, no amor. Os homens da minha família sempre foram afetuosos cada um com sua maneira de mostrar”, revela.
Para o futuro, Diego idealiza uma relação de parceria com Malik. “Espero que ele possa contar comigo e dividir suas dificuldades sem medo de retaliações ou de ser julgado por suas escolhas”, projeta.
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