Instituto NICHO 54 promove ações para ampliar a presença negra no cinema brasileiro

0
Instituto NICHO 54 promove ações para ampliar a presença negra no cinema brasileiro
Foto: Nathalia Henrique

O Instituto Nicho 54, formado pela produtora executiva Fernanda Lomba, o crítico e curador Heitor Augusto e o roteirista e executivo de comunicação Raul Perez,- todos profissionais negros, promove ações para ampliar a participação do povo preto no cinema brasileiro. De 20 a 30 de novembro, o Nicho realiza um evento que reúne mostra de filmes, workshops de formação e masterclasses voltados à produção e presença negra à frente e atrás das telas.

As atividades são gratuitas e acontecem no Jardin do Centro, espaço que inclui café, sala de cinema e salas multidisciplinares no centro de São Paulo. Essa iniciativa surge para promover a formação de jovens profissionais negros do audiovisual. O cineasta Vinicius Silva, diretor dos premiados “Deus”, “Liberdade” e “Quantos eram pra tá?”, e o professor e artista Salloma Salomão também integram o time como conselheiros.

Notícias Relacionadas


O primeiro passo ocorre no Dia da Consciência Negra, onde começa a sessão Herói Negro Amor, que celebra o orgulho negro, apresentando “através de um processo curatorial atencioso, longas e curtas contemporâneos e históricos em que os gestos heroicos de corpos negros garantem a sobrevivência do mundo”, como defende o curador Heitor Augusto.

Na estreia, a mostra exibe o clássico do blaxploitation “Cleopatra Jones” (1973, EUA), de Jack Starrett. Um dos ícones do “Black is beautiful”, Tamara Dobson interpreta a agente estilosa e orgulho da comunidade que desmascara policiais racistas.

A programação da mostra reúne longas e curtas-metragens, do Brasil e do mundo, sob os ciclos Super-heróis e heroínas, que traz representações não-realistas e excepcionais sobre personagens negras, e Amores Negros, que investiga o cotidiano de pessoas negras, exibindo filmes em que o afeto – entre parceiros ou entre pais, mães, filhos e filhas – é o fio condutor.

Na seleção, ainda estão os curtas “Medida” (“Measure”), da canadense Karen Chapman, que teve sua estreia na competição do Festival de Toronto deste ano, “Negrum3”, de Diego Paulino, e os longas “Mil tons” (“No Shade”), de Clare Anyiam-Osigwe, que discute os efeitos do colorismo nos relacionamentos, o estadunidense “Longas Desatadas”, de Marlon Riggs, que em 2019 comemora 30 anos de lançamento, e o queniano-alemão “Supa Modo” (2018), de Likarion Wainaina.

A iniciativa fomenta a representatividade racial – incorporando perspectivas de gênero, classe e orientação sexual, além dos valores de cultura de compartilhamento, que transforma o Nicho 54 e sua rede em multiplicadores de conhecimento, e também de comunidade participativa, com ações complementares a outras iniciativas negras no audiovisual já existentes.

As ações são realizadas em três eixos: formação, através da qualificação prática e teórica para jovens profissionais exercerem distintas funções na cadeia do audiovisual; curadoria, contribuindo para a construção de repertório cinematográfico e vivências curatoriais, tendo em vista fornecer ferramentas críticas e formar pessoas para atuarem nessa função; e mercado, estimulando a aproximação entre os profissionais e a indústria.

Os encontros gratuitos acontecem no café Jardin do Centro, das 10h às 18h. As inscrições devem ser feitas pelo formulário online disponível aqui até o dia 14 de novembro.

Notícias Recentes

Participe de nosso grupo no Telegram

Receba notícias quentinhas do site pelo nosso Telegram, clique no
botão abaixo para acessar as novidades.

Comments

No posts to display