O Instituto Identidade do Brasil (ID_BR) anunciou nesta quinta-feira, dia 6 de maio, os finalistas ao prêmio “Sim à Igualdade Racial 2021”. O evento que será exibida no dia 29 de maio (sábado), às 16h30, no Multishow e no Facebook do instituto, tem o objetivo de reconhecer os principais nomes e iniciativas que trabalham em prol da igualdade racial no Brasil.
O prêmio, que existe desde 2018, pensa em premiar 10 categorias, que estão envolvidas dentro de três pilares: Cultura, Educação e Empregabilidade.
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As categorias de Cultura são dedicadas à indicações de cantores, produtores culturais/musicais e artistas negros e indígenas que tenham um portfólio com experiência consolidada. Já no caso da Educação, é voltada para premiar iniciativas que buscam promover a igualdade racial por meio da educação, seja criando novas formas de acesso, narrativas e métodos de aprendizado. Com a Empregabilidade, o objetivo é premiar empresas que valorizem e possuem práticas em prol da equidade racial, como programas internos, grupos de trabalhos e posicionamentos perante o público externo.
“Mesmo com todos os desafios trazidos pela pandemia, recebemos mais de 8 mil indicações de pessoas e projetos de todo Brasil neste ano. Na última edição tivemos mais de 30 milhões de visualizações da premiação na nossa página do Facebook e ficamos entre os programas mais vistos no Multishow. Este ano promete ser ainda mais especial!” Fala a fundadora do ID_BR, Luana Génot.
Durante os meses de janeiro e fevereiro, o público indicou os nomes para concorrerem. Na sequência, o ID_BR realizou uma curadoria interna para definição dos finalistas. Agora, os três nomes de cada categoria serão encaminhados ao júri especializado, formado por pessoas de conhecimento notório em cada pilar, para a escolha dos vencedores.
Esse ano surge uma novidade no prêmio: Pela primeira vez, além de levarem para casa o troféu ‘Mad World’, do artista plástico Vik Muniz, os premiados também serão contemplados com R$ 3 mil para fortalecer seu projeto, ajudar alguma instituição ou até mesmo realizar alguma meta pessoal.
“Das 10 categorias, sete têm também representantes indígenas. Precisamos dar cada vez mais visibilidades às ações com foco na população negra e indígena, que já estão fazendo a igualdade racial na prática até para mostrar e dar esperança de que a construção de uma sociedade mais igualitária pós-pandemia é possível”, afirma Luana Génot, fundadora e Diretora-Executiva do ID_BR.” Conclui, ela.
Os finalistas do prêmio são:
- Arte em movimento
Cantores, produtores culturais/musicais e artistas negros e indígenas que geram impacto social com o seu trabalho e relevância para o seu grupo racial.
- Alberto Pitta: um dos mais importantes artistas plásticos na criação do que hoje se conhece por estampas afro-baianas, usando símbolos, ferramentas, indumentárias e adereços dos orixás como fonte de inspiração.
- Dona Dalva Damiana: representante da cultura do recôncavo baiano. Por meio do samba de roda, deu visibilidade à mulher pobre e negra de baixa escolaridade.
- Moara Brasil Tupinambá: artista visual e curadora autônoma. Natural de Mairi do Pará, em Belém, também é uma artista multiplataforma, utilizando desenho, pintura, colagens, instalações, vídeo-entrevistas, fotografias, literatura e performances.
- Destaque Publicitário
Agências e empresas que produzem peças e filmes que tratam da temática racial. As peças deverão ter sido lançadas em 2020.
- O Boticário/AlmaPBBDO: campanha de Natal 2020 em que a empresa assume uma série de compromissos em prol da equidade racial.
- Dove + Influência Negra + Documentário Olhares Cruzados: a marca se juntou à plataforma de conteúdo digital ‘Influência Negra’ para a promoção da autoestima da mulher negra.
- Bradesco/Publicis: parte do projeto Bravoz – Encontros Bradesco de Vozes Brasileiras, que teve o objetivo de promover artistas negros nacionais na sua visão de arte e negócio.
- Raça em Pauta
Pessoas e veículos de comunicação que pautam com frequência e relevância assuntos de temática racial. Podem ser jornalistas, colunistas, produtores de conteúdo, apresentadores, de qualquer cor ou raça.
- Trace Brasil: é uma empresa global multiplataforma de mídia, entretenimento e educação que se conecta com públicos multiculturais por meio da música e de conteúdo afro urbano.
- Visibilidade Indígena: é uma rede que tem como propósito amplificar vozes através da divulgação da arte contemporânea, do entretenimento, do cinema e das culturas dos povos indígenas
- Marcos Luca Valentim: é carioca, Jornalista da Globo, Comentarista Esportivo, vencedor do prêmio Melhores do Ano de 2020, promovido pelo Site Mundo Negro, na categoria Jornalista Liderança do grupo étnico-racial, é líder do Comitê de Diversidade no Esporte na Globo e idealizador do Ubuntu Esporte Clube, primeiro projeto audiovisual da Globo (podcast, TV e site) feito somente por jornalistas negros.
- Representatividade em Novos Formatos
Influenciadores digitais negros e indígenas, sejam eles youtubers, blogueiros, instagrammers, facebookers ou expoentes das demais redes sociais.
- Tukumã Pataxó: tem 21 anos, e é um jovem da aldeia Pataxó de Coroa Vermelha, no sul da Bahia. Estudante de Gastronomia na UFBA, Tukumã é comunicador, ativista e influenciador indígena.
- Tay Cabral: artista visual que desenvolve projetos voltados para a representatividade no campo das artes e design. Também pesquisa de forma independente o papel e o legado de mulheres negras nas artes visuais.
- Katu Mirim: é indígena urbana por ser nascida e criada na cidade. É rapper, atriz, compositora, ativista, fundadora do Visibilidade Indígena, fundadora do coletivo Tibira-indígenas lgbtq e fundadora da TAG – Índio não é fantasia. É sinônimo de resistência indígena na cidade de São Paulo.
Pilar Educação
- Educação e Oportunidades
Iniciativas que buscam promover a Igualdade Racial por meio da educação, criando novas formas de acesso, narrativas e métodos de aprendizado.
- Abayomi Juristas Negras: coletivo de afroempreendedorismo social que tem a missão de combater estrategicamente o racismo estrutural, criando condições efetivas de inclusão da população negra em espaços de poder e saber, com foco no Sistema de Justiça Brasileiro.
- Programa Pindorama da PUC-SP: projeto pioneiro no ensino universitário de São Paulo, que tem o objetivo de incluir indígenas na PUC-SP. O programa tem parcerias com o Museu da Cultura e com o Núcleo Gênero, Raça e Etnia do curso de Serviço Social, e suas ações tem estimulado uma melhor preparação dos candidatos, orientando-os a fazer cursos preparatórios.
- Rede de Professores Antirracistas: é uma rede de formação de professores engajados no interesse de aprender sobre as relações raciais. Esse movimento de ação educativa nasceu por meio de um curso gratuito oferecido pela Professora Lavini Castro, chamado A Ferramenta do Professor Antirracista – Lei 10.639/2003.
- Inspiração
Pessoas negras e indígenas que, por meio do seu trabalho, inspiram outros negros e indígenas a criarem narrativas. Esta categoria também tem o objetivo de homenagear grandes nomes que se tornaram referência de representatividade no Brasil, independentemente da área de atuação.
- Denise Alves Fungaro: cientista e pesquisadora do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares de São Paulo. A sua trajetória na ciência, marcada pela inovação na pesquisa em seu campo, lhe rendeu diversos prêmios.
- Conceição Evaristo: é escritora, ficcionista e ensaísta. Participante ativa dos movimentos de valorização da cultura negra no Brasil. Já publicou 7 livros, entre eles o vencedor do Prêmio Jabuti, Olhos D’água (2015), 5 deles foram traduzidos para o inglês, francês, espanhol e árabe. Escritora versátil, cultiva a poesia, a ficção e o ensaio.
- Juliana Kerexu: Juliana Kerexu é cacique da Aldeia Tekoa Takuaty na Ilha da Cotinga, no município de Paranaguá – PR. Ela é mãe, artesã, professora e educadora popular, palestrante, roteirista de documentários e contadora de histórias.
- Intelectualidade
Grandes pensadores, escritores, doutores e estudiosos negros e indígenas sobre a temática racial.
- Adilson Moreira: doutor em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Harvard. Desenvolve uma série de projetos que envolvem Direito Constitucional, Constitucional Comparado, Antidiscriminatório, Sociologia do Direito, História do Direito e Direito da Família.
- Silvio Almeida: advogado, filósofo e professor universitário. Autor dos livros “Racismo Estrutural”, “Sartre: Direito e Política” e “O Direito do Jovem Lukács: a filosofia do Direito em história e consciência”. É presidente do Instituto Luiz Gama.
- Zélia Balbina Puri: indígena, escritora, poetisa, pesquisadora, atriz e produtora cultural. Membro da Associação Internacional de Poetas, Membro da Academia Panamericana de Letras e Artes, do InBrasCI e do Movimento de Poetas Del Mundo Atua no Movimento de Ressurgência Puri, nas pesquisas de resgate da cultura. Através de textos literários e poéticos implementa saberes participando de palestras, debates, oficinas e exposições.
Pilar Empregabilidade
- Comprometimento Racial
Empresas que possuem práticas em prol da equidade racial, desde programas internos e grupos de trabalho até posicionamentos perante o público externo.
- 99Jobs: plataforma de relacionamento com o trabalho criada para ajudar na tomada de decisões profissionais, apresentando e aproximando pessoas e organizações com valores em comum.
- Pepsico: empresa com mais de 10.000 funcionários no Brasil, colocando o respeito e o incentivo à diversidade no centro dos seus esforços.
- Movile: empresa brasileira com sede em Campinas, que atua nos segmentos de logística, bilheteria e pedido e entrega de alimentos. Possui um grupo de fomento à diversidade no seu ecossistema chamado RESPECT.
- Liderança
Pessoas negras e indígenas que possuem status de liderança em suas áreas de atuação e são referência para o mundo corporativo.
- Helena Bertho: head de comunicação da L’Oreal Brasil, com papel-chave no engajamento do time e na estratégia de comunicação, diversidade, inclusão e sustentabilidade.
- Edvaldo Vieira: 1º CEO negro da Amil, um marco importante para os afro-brasileiros e para os negócios no país, já que a empresa é referência na área da saúde e reconhecida como uma das 20 mais inovadoras do Brasil.
- Silvio Silva: tem 44 anos, é baiano, casado há 16 anos com Polyanna e pai da Mariana de 15 anos. É Administrador de Negócios, com MBA pela FGV em Gestão Empresarial, Diretor Comercial da Johnson & Johnson Consumer Brasil, e líder do grupo de afinidade SoulAfro que busca maior equidade étnico racial dentro de J&J.
- Trajetória Empreendedora
Empreendedores negros e indígenas que possuem negócios inspiradores e de sucesso e que geram impacto no seu grupo racial.
- Maitê Lourenço: criou, em 2016, o BlackRocks Startup, com o objetivo de promover o acesso da população negra em ambientes inovadores e tecnológicos. A empresa é liderada por mulheres negras e pretende aumentar a diversidade racial no ecossistema empreendedor brasileiro.
- Weena Tikuna: artista indígena do Amazonas. We’e’na – cujo nome significa “a onça que nada no rio” – nasceu na terra indígena Tikuna Umariaçu e já conquistou prêmios como o de “melhor artista plástica indígena”.
- Akin Abaz: criador da InfoPreta, primeira empresa do Brasil que tem o objetivo de inserir pessoas negras, LGBTQIAP+ e mulheres no mercado de tecnologia.
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