A Marvel Studios confirmou oficialmente que Pantera Negra 3 está em desenvolvimento, encerrando os rumores que ganharam força após uma declaração de Denzel Washington. O ator revelou que Ryan Coogler, diretor dos dois primeiros filmes da franquia, estaria desenvolvendo um papel para ele na nova sequência. Após a repercussão, Denzel contou, em entrevista à revista Variety, que ligou para Coogler para se desculpar: “Liguei para ele e pedi desculpas por ter falado sobre o filme”, afirmou.
Kevin Feige e Louis D’Esposito, executivos do estúdio, confirmaram que o terceiro capítulo da saga de Wakanda faz parte dos projetos do produtor Nate Moore, veterano da Marvel Studios e responsável pelos dois primeiros filmes de Pantera Negra. Em entrevista ao portal Deadline, Moore também celebrou o retorno ao universo de Wakanda: “Não poderia estar mais empolgado para aplicar minha experiência e paixão pelo cinema em projetos de todos os gêneros, incluindo meu retorno ao mundo de Wakanda para Pantera Negra 3”, declarou.
O anúncio vem após o sucesso de Pantera Negra: Wakanda Forever (2022), que, apesar do desafio de se despedir de T’Challa e homenagear Chadwick Boseman, conquistou uma bilheteria expressiva e recebeu elogios da crítica. A saída de Nate Moore da Marvel Studios está prevista para março de 2025, após a estreia de Capitão América: Brave New World, que ele também está produzindo. Contudo, Moore continuará envolvido na produção de Pantera Negra 3 como parceiro do estúdio.
Desde 2010 na Marvel Studios, Nate Moore se destacou por integrar questões culturais e narrativas inovadoras ao Universo Cinematográfico da Marvel (MCU). Pantera Negra (2018), produzido por ele, arrecadou mais de US$ 1,3 bilhão em bilheteria global, recebeu sete indicações ao Oscar, incluindo a de Melhor Filme, e venceu três estatuetas.
Embora os detalhes do enredo de Pantera Negra 3 ainda não tenham sido revelados, as expectativas são altas para que a franquia continue explorando o legado de Wakanda e amplie as narrativas do universo Marvel.
Inspirada pela técnica e beleza dos chocolates em um restaurante renomado, Saliza Martins Ferreira, resolveu trocar a confeitaria tradicional pela chocolataria artística. Ela começou a estudar e produzir bombons em casa, equilibrando a rotina intensa das cozinhas profissionais com sua crescente curiosidade pela arte do cacau.
Hoje, sua marca, Saliza Chocolates, que atua no Rio de Janeiro, combina ingredientes de alta qualidade com um toque de brasilidade e ancestralidade. Durante as festividades de fim de ano, a chocolatier vende uma coleção de bombons com temática natalina, disponíveis para encomenda online.
“Nossos bombons são pintados à mão e feito com uma fina casquinha de chocolate bean to bar combinado aos melhores ingredientes do nosso país. O resultado traz um contraste perfeito de cores, sabores e texturas!”, conta Saliza em entrevista ao Guia Black Chefs e Mundo Negro.
Saliza também comenta como decide os ingredientes que usa na sua cozinha. “Escolher ingredientes que respeitam a terra e as pessoas é minha maneira de honrar minha ancestralidade e de apoiar outras comunidades que, assim como eu, buscam espaço e reconhecimento. Trabalhar com produtores que respeitam o meio ambiente e rejeitam práticas de exploração é uma forma de honrar essa história e transformar minhas criações em uma expressão de pertencimento”, afirma.
Como começou sua jornada na gastronomia e o que a levou a se especializar em chocolates?
Em 2017 me mudei para o RJ, aqui comecei a trabalhar e estudar na área de Gastronomia, onde passei por algumas cozinhas profissionais trabalhando como confeiteira.
Meu primeiro contato com os chocolates artísticos foi através de um restaurante que admiro muito. Fiquei encantada com a técnica e pensei: “Será que consigo fazer isso?” A curiosidade me levou a estudar e, aos poucos, juntar dinheiro para investir nos equipamentos necessários enquanto conciliava os testes em casa com a rotina intensa de uma cozinha profissional.
Minha primeira encomenda veio de forma especial. Uma moça entrou em contato dizendo que sua mãe tinha visto fotos dos meus bombons e ficado encantada. No dia da entrega, foi a mãe quem me recebeu. Ao ver a caixinha, ela começou a chorar. Naquele momento percebi que além de estar fazendo o que amo, poderia levar afeto para outras pessoas em forma de chocolates.
Qual é a principal diferença entre trabalhar com chocolate e confeitaria tradicional?
A principal diferença entre trabalhar com a chocolate e a confeitaria tradicional está no foco técnico e criativo de cada área. A chocolataria é especializada no trabalho com o chocolate como “ingrediente” principal, onde ele já é uma receita, o que exige o conhecimento sobre suas propriedades, como temperagem, cristalização e comportamento em diferentes condições. O chocolatier cria desde bombons até esculturas de chocolate, valorizando tanto a técnica quanto a apresentação estética.
Já a confeitaria tradicional envolve a preparação de uma variedade de doces e sobremesas. Apesar de o chocolate ser utilizado, ele é um dos ingredientes na criação de receitas, enquanto na chocolataria ele é o protagonista.
Além disso, a chocolataria requer uma atenção ainda mais cuidadosa ao controle de temperatura e umidade, pois o chocolate é muito sensível e se não for manipulado corretamente você pode perder todo o processo de produção.
O Natal é uma época de grande demanda. Quais produtos especiais você preparou para este ano e como seus clientes podem fazer os pedidos?
Nossa coleção de bombons artísticos com temática natalina estão lindíssimos! Nossos bombons são pintados à mão e feito com uma fina casquinha de chocolate bean to bar combinado aos melhores ingredientes do nosso país. O resultado traz um contraste perfeito de cores, sabores e texturas!
Os pedidos podem ser feitos diretamente pelo site salizachocolates.com.br ou pelo WhatsApp 21 97181-3726.
Como ser uma mulher negra empreendedora influencia sua trajetória e suas criações? Há uma conexão com ancestralidade ou cultura afro-brasileira no seu trabalho?
Minha trajetória como mulher negra empreendedora está diretamente ligada à minha identidade e às minhas raízes. Isso influencia não apenas as escolhas que faço como chocolatier, mas o propósito do meu trabalho. Escolher ingredientes que respeitam a terra e as pessoas é minha maneira de honrar minha ancestralidade e de apoiar outras comunidades que, assim como eu, buscam espaço e reconhecimento. Trabalhar com produtores que respeitam o meio ambiente e rejeitam práticas de exploração é uma forma de honrar essa história e transformar minhas criações em uma expressão de pertencimento.
O que te inspira na criação dos chocolates e como você vê o futuro da Saliza Chocolates?
Minha maior inspiração vem da possibilidade de transformar o chocolate em uma experiência que encante o olhar e o paladar com muita brasilidade. No futuro quero alcançar ainda mais pessoas, levando o sabor e a riqueza do Brasil, continuando a valorizar nossos ingredientes e mostrando que é possível fazer chocolates de alta qualidade sem abrir mão de princípios éticos.
Ketanji Brown Jackson, nomeada à Suprema Corte em 2022 - Foto: Kevin Lamarque/Reuters
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, encerra seu mandato com um recorde inédito, a nomeação de 40 mulheres negras para cargos vitalícios de juíza federal, mais do que qualquer outro presidente na história do país. O marco, confirmado pela Leadership Conference on Civil and Human Rights, mostra que houve algum esforço para diversificar o judiciário norte-americano.
A mais recente confirmação, da juíza Tiffany Johnson para o Distrito Norte da Geórgia, destaca o impacto das escolhas do atual governo norte-americano em um sistema historicamente criticado por sua falta de representatividade. No total, ele nomeou 62 juízes negros em um único mandato, um feito sem precedentes que inclui estreias históricas, como Tiffany Cunningham, primeira juíza negra no Tribunal de Apelações do Circuito Federal, e Dana Douglas, primeira mulher negra no Tribunal de Apelações do Quinto Circuito.
Cerca de 40% dos juízes negros indicados por Biden vêm de origens profissionais variadas, incluindo defensores públicos e advogados de direitos civis. “Isso não é apenas uma questão de justiça, mas de melhor tomada de decisões e de restauração da confiança pública”, afirmou Lena Zwarensteyn, diretora do programa de tribunais justos na Leadership Conference, em entrevista à NBC News.
A nomeação de Ketanji Brown Jackson à Suprema Corte, em 2022, foi outro feito histórico da administração Biden. Jackson tornou-se a primeira mulher negra a ocupar uma cadeira na mais alta instância do país, simbolizando o compromisso da Casa Branca com um judiciário mais inclusivo.
Essas escolhas ganham ainda mais relevância diante de um Congresso dividido e da possibilidade de um segundo mandato de Donald Trump, que prometeu mudanças que podem impactar os direitos civis e comunidades marginalizadas. As indicações de Biden, nesse contexto, representam um contrapeso estratégico para assegurar a manutenção de políticas inclusivas.
Zwarensteyn destacou que a presença de juízes com perspectivas diversas melhora a qualidade das decisões e reforça a legitimidade das instituições. “A pesquisa mostra que isso aumenta a confiança nas instituições judiciais. Garantir juízes imparciais em todos os níveis é essencial”, afirmou.
A cantora Beyoncé tornou-se a artista feminina com o maior número de títulos certificados pela Recording Industry Association of America (RIAA), atingindo a marca de 103 certificações ao longo de sua carreira. O anúncio foi feito pela organização nesta terça-feira, 17.
Entre as novas certificações, destacam-se o single “Texas Hold ’Em”, que atingiu o nível 2x-Platinum, e o álbum Cowboy Carter, certificado como Platina. Outros títulos incluem “16 Carriages”, lançado em 2024, que foi Ouro, e os clássicos “Drunk in Love” e “Crazy in Love”, ambos com 8x-Platinum. O álbum Renaissance (2022) também recebeu nova certificação, alcançando o status 2x-Platinum.
“Estamos muito animados em reconhecer o talento incrível, o trabalho duro e o espírito criativo refletidos em diversos gêneros”, declarou Michele Ballantyne, presidente da RIAA. “Parabéns por essa conquista incrível, Beyoncé, Parkwood Entertainment, Columbia Records — e sabemos que vocês estão aí, BeyHive, ouvindo sem parar!”.
Além do recorde na RIAA, Beyoncé prepara-se para uma performance no intervalo do jogo Houston Texans x Baltimore Ravens, no Dia de Natal, como atração principal do NFL Halftime Show. Será sua primeira apresentação de “Break My Soul” desde o lançamento de Cowboy Carter em março. O evento também contará com Mariah Carey na abertura.
O feito da cantora coroa um ano de sucessos. Beyoncé recebeu 11 indicações ao Grammy, tornando-se a artista mais indicada da próxima edição, foi incluída na lista da Forbes como uma das mulheres mais poderosas e consolidou-se como a maior estrela pop do século XXI, segundo a Billboard.
O perfil oficial da Parkwood Entertainment, empresa de Beyoncé, celebrou o marco nas redes sociais: “Beyoncé ganhou o maior número de títulos certificados para uma artista feminina de TODOS OS TEMPOS, anunciado pela @RIAA 🏆🏆🏆🏆 103 na carreira e contando, parabéns!”.
O recorde confirma a posição de Beyoncé como um dos maiores ícones da música e da cultura pop global.
Foto: Antonio Villalba/Real Madrid via Getty Images
Mais que merecido! Vinicius Júnior foi eleito o melhor jogador do mundo no Fifa The Best, em cerimônia realizada em Doha, no Catar, na tarde desta terça-feira (17), no horário de Brasília.
Vini Jr. era o único representante do Brasil de outros dez candidatos na principal categoria da premiação e recebeu 48 pontos. A última vez que um brasileiro havia sido premiado foi o jogador Kaká, em 2007.
O grande reconhecimento veio após quase dois meses do considerado “roubo” na Bola de Ouro, em que o atacante do Real Madrid e da Seleção Brasileira perdeu o prêmio para o Rodri, do Manchester City, ficando em segundo lugar. No Fifa The Best, Rodri ficou em segundo lugar, somando 43 pontos.
O excelente discurso do Vini Jr na premiação The Best da FIFA.
Com uma temporada impressionante, Vini Jr. fez 49 partidas, 26 gols (24 pelo Real Madrid) e contribuiu com 11 assistências (9 pelo Real), considerando as atuações na Supercopa da UEFA, La Liga, Supercopa da Espanha e da Liga dos Campeões da Europa.
Durante o discurso, Vini agradeceu aos colegas do Real Madrid e Seleção Brasileira, familiares e o Flamengo, clube que o revelou no esporte.
“Não sei por onde começar. Parecia tão distante chegar até aqui. Era uma criança que jogava bola descalço nas ruas de São Gonçalo, perto da pobreza e do crime. Poder chegar aqui é muito importante para mim. Estou fazendo por muitas crianças, que acham que tudo é impossível, que não podem chegar até aqui”, comemorou.
Durante uma apresentação, Claudia Leitte substituiu a frase “Saudando a rainha Iemanjá” por “Eu canto meu Rei Yeshua”, referência a Jesus em hebraico. A mudança gerou críticas, com pessoas apontando a atitude da cantora como um ato de intolerância religiosa e criticando a postura da artista que canta Axé Music.
O secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, se posicionou sobre o caso em suas redes sociais. Embora sem citar diretamente o nome da cantora, Tourinho escreveu: “Quando um artista se diz parte desse movimento, saúda o povo negro e sua cultura, reverencia sua percussão e musicalidade, faz sucesso e ganha muito dinheiro com isso, mas, de repente, escolhe reescrever a história e retirar o nome dos Orixás das músicas, não se engane: o nome disso é racismo”.
Tourinho ainda destacou a importância de preservar as raízes do Axé Music e sugeriu que o episódio é reflexo de um problema mais amplo. “A celebração dos 40 anos do Axé-Music é muito bem-vinda, é necessária e pertinente. Contudo, ela não pode vir sem trazer também algum pensamento crítico. Temos a oportunidade de seguir em frente, corrigir percursos, fazendo o melhor e o justo. Viva o Axé”, disse.
A postagem recebeu apoio público de artistas, incluindo Ivete Sangalo, que curtiu e comentou a publicação de Tourinho. Entretanto, após a repercussão, o secretário desativou os comentários de seu post. “A discussão estava indo na direção errada. Não é para alimentar ódio contra ninguém, mas para discutir a necessidade de reconhecer a história do Axé”, afirmou.
Claudia Leitte ainda não se pronunciou oficialmente sobre as críticas.
Nas redes sociais, internautas apontaram que a cantora estava praticando intolerância religiosa ao substituir o nome de uma divindade de religiões de matriz africana:
E não é que Claudia Leitte nunca falha com sua intolerância religiosa. De novo, trocou a letra de um hit dela. De novo, mudou “saudando a rainha Iemanjá” por “eu canto meu rei Yeshua”, que significa Jesus em hebraico. Tirou na cara dura uma referência religiosa de matriz… pic.twitter.com/ObF6rZGqBb
Adriana Arcebispo, co-fundadora do perfil ‘Família Quilombo’ - Foto: Divulgação
Estratégias inclusivas e histórias de superação brilham chamam a atenção do público que participou do evento
A inclusão em diferentes esferas sociais guiou as conversas entre líderes de grandes organizações, influenciadores, jornalistas e o público durante todo o dia 29 de novembro, durante o Fórum Inclusão em Foco, promovido pela Arcos Dorados, operadora da marca McDonald’s na América Latina e Caribe. Em sua terceira edição, a marca promoveu o debate em um evento gratuito e aberto ao público, trazendo sempre uma programação com foco em discutir o valor da diversidade no mercado de trabalho e também amplificar novos caminhos e oportunidades para ampliá-la, quebrando preconceitos e vieses limitantes.
Painel “Inclusão na Prática” – Foto: Divulgação
“Especialmente nessa edição, pensamos o conteúdo de uma maneira muito especial, trazendo os painéis para discussões, trazendo talks e palestras para que a gente pudesse ampliar esse conhecimento, provocar discussões e pensamentos sobre como podemos transformar e evoluir o mercado de trabalho para avançar coletivamente na sociedade, para melhorar posições e olhar para o futuro de uma maneira transformadora”, ressalta Mariana Scalzo, Diretora de Comunicação da Arcos Dorados.
Entre os compromissos da marca, está o desejo de impactar positivamente as comunidades onde atua e ser uma parte ativa da solução dos desafios da sociedade. E isso pode ser visto durante todo o evento, ao dar voz para as histórias e partilhar as perspectivas de tantos líderes e gestores de empresas como Mattel, Grupo HEINEKEN e L’Oréal além, é claro, da própria Arcos Dorados. “A realização desse fórum está relacionada a essa estratégia, de compartilhar as nossas práticas com outras empresas, aprender com outras pessoas e também com organizações como contribuir ainda mais para o desenvolvimento de um mundo em que as pessoas possam acessar as oportunidades, possam se desenvolver e gerar resultados juntamente dos negócios”, explica gerente de D&I da Arcos Dorados, Leandro Corrêa.
Participante do painel 1, que abordou a diversidade e inclusão desde a infância, Valeria Gonzalez, Country Manager da Mattel, contou um pouco sobre a preocupação da marca em criar brinquedos que sejam reflexo do mundo de cada criança. “Para a Mattel sabemos a relevância que tem os brinquedos para as crianças e o seu entendimento do mundo. Afinal, o brinquedo não é apenas a brincadeira, mas sim a similaridade com a realidade. Por isso, o desenvolvimento de um produtos envolve sempre muitas pesquisas com pais, sociedade e educadores, por exemplo, para termos a certeza de que o que vamos criar representa o mundo real”, explica Valeria Gonzalez, Country Manager da Mattel. Ela cita ainda o projeto Role Models, ou Mulheres Inspiradoras, lançado em 2018 que traz bonecas que representam mulheres que rompem barreiras no seu dia-a-dia e ajudam as meninas a desafiar estereótipos e desfazer preconceitos que as impedem de atingirem o seu pleno potencial.
Já Vetusa Pereira, Gerente de Diversidade, Equidade e Inclusão do Grupo HEINEKEN, durante sua apresentação no painel que falava sobre a inclusão na prática, mostrou o desafio da marca em criar ações positivas em um mercado predominantemente masculino. “De 2018 para cá, quando nosso portfólio aumentou rapidamente, revisitamos nosso posicionamento em relação a equidade de gênero. E o consumidor pode notar isso nas nossas comunicações e anúncios, pois se queremos chegar em cada coração e copo brasileiro, precisamos respeitar a todos. E internamente, foi também necessário espelhar esse respeito e equidade na nossa estrutura. Assim, em 2021 firmamos um compromisso de transformar, em um prazo de cinco anos, a nossa liderança em 50% feminina. E isso passa por atrair e também desenvolver o mercado de trabalho para as mulheres ”, conta Vetusa.
Quem dividiu a mesa com ela foi Márcia Silveira, Head de Diversidade, Equidade e Inclusão e Advocacy da L’Oréal, que citou como foi a trajetória da marca em um mercado que foi, durante muito tempo, excludente para muitos segmentos da sociedade. “Quando a gente abraça a bandeira da diversidade é um movimento muito forte de olhar e entender que uma empresa como a nossa, no mercado brasileiro há mais de 60 anos, tem que entender a diversidade do país. E nesse sentido a empresa começa a criar políticas de dentro para fora. E o primeiro passo foi ver quem são as pessoas que estão envolvidas na criação dos produtos e se há de fato uma diversidade. Outro caminho foi olhar para os produtos e entender se de fato eles estão sendo inclusivos”, analisa Márcia.
Fábio Sant’Anna, Diretor de Gente, D&I da Arcos Dorados – Foto: Divulgação
Diretor de Gente, D&I da Arcos Dorados, Fábio Sant’Anna acompanhou o Fórum e, em entrevista com o Mundo Negro, enalteceu a educação como ferramenta para promoção da equidade racial dentro das organizações: “A jornada de diversidade e equidade e inclusão na Arcos Dourados começa com um princípio estratégico. Temos um comitê de diversidade e inclusão que é Latam e Caribe, que foi criado em 2018, revela o executivo. “Falando de equidade racial, que é um dos focos que a gente vem trabalhando especificamente aqui no Brasil, a gente procura se organizar em relação a essa jornada de inclusão de pessoas negras no país, oferecendo acesso a estudo, oportunidades e aproveitando a parceria com o Mover”, detalha.
Influência de peso
Além de trazer o debate para o mundo empresarial, o Fórum convidou influenciadores digitais como forma de entender como o assunto também é tratado nas redes sociais. “A gente precisa entender que existem pessoas pretas produzindo conhecimento sobre diversos assuntos. Inclusive, pessoas pretas que não estão produzindo sobre raça, têm pessoas pretas escrevendo romance, poesia. E a gente precisa ter na nossa estante essa poesia, precisa ter livros que não falam só sobre raça e que falem só sobre crianças brincando. Precisa ir nas escolas onde nossos filhos estudam e cobrar a aplicação da lei 10.639/03”, afirmou Adriana Arcebispo, cofundadora da Família Quilombo que compôs o painel 1, que teve como tema “A diversidade e a inclusão desde a infância”, mediado por Patrícia Salvatori, criadora da Rede Mães Atípicas.
Adriana Arcebispo, co-fundadora do perfil ‘Família Quilombo’ – Foto: Divulgação
Giovanna Heliodoro, Historiadora, Comunicadora e Pesquisadora, participou do painel que falou sobre comunicação inclusiva e tecnologia e durante sua fala explicou o que chama de ser o seu propósito na internet. “Acredito que seja fazer com que cada um reconheça a sua própria história. E é nesse momento que a tecnologia entra como grande aliado pois, de alguma forma, ela gerou uma democratização da informação. E será nesse espaço das redes sociais que as pessoas, sobretudo os grupos que integram às diversidades, podem criar as suas próprias histórias e narrativas”.
Camila Coutinho, influenciadora e empresária brasileira, também fez parte do painel sobre comunicação inclusiva e tecnologia e faz coro com Giovanna. “Tudo que a gente vive é sobre contar histórias e a internet é uma ferramenta em que podemos experimentar narrativas e conversas diversas. E acredito que esse seja o momento para unirmos as comunidades e entender que movimentos podemos fazer que possam causar impactos positivos”.
Histórias que inspiram transformação
Priscila Nogueira, conhecida como Pepita – Foto: Divulgação
Ao longo do dia, talks com a medalhista paralímpica, Verônica Hipólito, com a comunicadora Priscila Nogueira, conhecida como Pepita, e com o cineasta, Valter Rege, emocionaram o público ao apresentarem jornadas de superação em um mundo cheio de desafios relacionados a gênero e raça. No encerramento, a atriz Rafaela Azevedo trouxe uma leitura do espetáculo ‘King Kong Fran’, que faz uma crítica reflexiva sobre comportamentos que objetificam a mulher.
O evento foi encerrado pela atriz Rafaela Azevedo que falou sobre seu espetáculo ‘King Kong Fran’ e apresentou ao público um olhar crítico sobre comportamentos sociais que objetificam a mulher. Esse é o tipo de evento que serve como ponto de partida para mais e mais conversas e a Arcos Dorados, ao abrir para esse debate, mostra cada vez mais que está comprometida com a criação de ambientes que estimulem o respeito, a participação de todas as pessoas, impulsionando o desenvolvimento a partir das individualidades de cada um, favorecendo a inclusão e a igualdade de oportunidades.
Um estudo da Fundação Tide Setubal revelou que somente 3% das ações de combate ao racismo e promoção da igualdade racial implementadas por governos estaduais e prefeituras no Brasil possuem orçamento próprio. O levantamento, divulgado neste ano, analisou 933 iniciativas em todo o país e destacou a dificuldade de financiamento para essas políticas públicas.
Segundo o relatório, 79% das ações mapeadas estão concentradas nas áreas de educação e cultura. Outras áreas, como saúde, representam apenas 4,7% das iniciativas. “O racismo afeta todas as áreas”, afirma o coordenador do estudo, Delton Felipe, professor de história da Universidade Estadual de Maringá. Ele destaca que a população negra tem a menor expectativa de vida no Brasil e que a ausência de ações em saúde reflete uma desigualdade estrutural.
Além disso, a pesquisa apontou que muitas dessas ações dependem de parcerias com instituições externas ou de recursos remanejados de outras áreas do governo. Em alguns casos, os profissionais, majoritariamente negros, atuam sem remuneração, o que, segundo Felipe, é um exemplo do racismo dentro das instituições.
A região Nordeste concentra mais de um terço das iniciativas mapeadas, enquanto a região Sul apresenta o menor número de programas. Ainda assim, a ausência de garantias de financiamento a longo prazo é uma realidade em todas as regiões.
O estudo também avalia que a pauta racial tem ganhado maior visibilidade nos últimos anos, impulsionada por movimentos negros e por políticas públicas, como as cotas raciais no ensino superior e em concursos públicos. “A presença de pessoas negras em cargos de decisão está ampliando o espaço para ações contra a discriminação”, avalia Felipe.
O estudo mapeou ações realizadas em 2023 pelos governos dos 26 Estados e, entre 2021 e 2023, pelas prefeituras das cinco maiores cidades de cada Estado. Juntas, essas cidades concentram 36% da população brasileira e 62% da população negra. Programas federais e do Distrito Federal não foram incluídos na análise.
O acervo da filósofa, ativista e antropóloga mineira Lélia Gonzalez (1935-1994) permanecerá no Ilê da Oxum Apará, em Itaguaí (RJ). A decisão é do juiz Edison Ponte Burlamaqui, que rejeitou a ação movida por dois sobrinhos da escritora, Eliane de Almeida e Rubens de Lima. Os familiares buscavam transferir o material, guardado pela comunidade religiosa há 29 anos, para a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
A decisão, publicada nesta segunda-feira (16), reconheceu a prescrição do pedido de herança feito pelos familiares e destacou que o acervo foi doado ao terreiro pouco depois da morte de Lélia pela própria sobrinha Eliane. O juiz também ressaltou a importância histórica do material e determinou que os sobrinhos tenham acesso ao acervo para fins de consulta, desde que isso não cause danos ao patrimônio.
O acervo é composto por itens como fotografias, imagens de manifestações e viagens, revistas, jornais, diários pessoais, uma máquina de datilografia, esculturas e coleções de vinis. O material tem sido utilizado para pesquisas acadêmicas, biografias e movimentos sociais que se inspiram na trajetória de Lélia, uma das intelectuais mais relevantes do movimento negro no Brasil. O advogado do terreiro, Hédio Silva Júnior, argumentou que os familiares estão motivados por interesses financeiros e apontou que Rubens registrou a marca “Lélia Gonzalez” no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) antes de ingressar com a ação.
Em sua decisão, o juiz ainda determinou que: “Diante da importância da obra produzida por Lélia Gonzalez, não se impede que o centro religioso permita o acesso ao acervo, a fim de garantir a preservação de sua memória e o desenvolvimento de pesquisas históricas e científicas”.
Os sobrinhos alegam que o acervo pertence à família e contestam a doação feita ao Ilê da Oxum Apará. “Ela [Lélia] tem família. Então eu errei”, disse Eliane em entrevista ao UOL em março deste ano. Procurado, Rubens afirmou: “Quero de volta o que é da família, o que é meu, só isso”. A FGV, citada no processo, reforçou que o acervo seria higienizado, preservado e digitalizado caso fosse transferido à fundação. A entidade vem ampliando a aquisição de arquivos de mulheres que atuaram no campo político e cultural.
Figura central do movimento negro no Brasil, Lélia Gonzalez foi uma das fundadoras do Movimento Negro Unificado e do Instituto de Pesquisa das Culturas Negras (IPCN). A filósofa, que enfrentou o racismo estrutural desde cedo, se destacou ao trazer conceitos que conectaram as lutas antirracistas e feministas no país.
Sua importância foi destacada pela ativista norte-americana Angela Davis em 2019, durante uma visita ao Brasil. “Eu aprendo mais com Lélia Gonzalez do que vocês poderiam aprender comigo”, afirmou Davis. Nos anos 1970, Lélia foi monitorada pela ditadura militar, que a classificou como “subversiva”. Sua produção intelectual, marcada pela crítica ao racismo e pela valorização das culturas negras, continua sendo referência para acadêmicos e movimentos sociais no Brasil e no mundo.
Juliana Carvalho, Diretora do Marketing de Cuidados para a Casa para as Américas da Unilever (Crédito: Divulgação)
Assumir uma posição de liderança corporativa, significa dedicar energia à construção do futuro de uma organização, com responsabilidade para transformar a estrutura e a cultura, visando entre os compromissos, a promoção da diversidade racial. É deste modo que Juliana Carvalho, Diretora do Marketing de Cuidados para a Casa para as Américas da Unilever, tem trabalhado na empresa.
Em novembro, Juliana integrou o squad da Escola de Marketing Antirracista (EMA), criado pela Unilever. Cerca de 350 pessoas funcionárias de Marketing frequentaram cerca de 40 horas de formação. O programa da escola foi desenhado com um currículo robusto, incluindo, módulos teóricos e práticos, mentorias e momentos de imersão presencial.
“Aprendi muito durante essa formação. Não somente como aluna da Escola, mas, principalmente como co-criadora das temáticas que precisaríamos abordar com mais profundidade para o combate ao racismo estrutural. Temos que ser mais do que aliados na causa. Me vejo com a responsabilidade de liderar essa mudança tão necessária ao negócio da empresa, pois estamos falando de conexões mais potentes com 56% da população brasileira”, disse Juliana em entrevista ao Mundo Negro.
Leia a entrevista completa abaixo:
Parte do squad de EMA se reuniu, na última aula, no escritório da Unilever. Da esquerda para direita, em pé, Daniele Mattos (Indique), Juliana Carvalho (Unilever), Cleyvianne Campos (Unilever), Aretha Teodoro (Indique), Bianca Flores (Indique), Paula Weinberg (Oliver Press), Patricia Hidaka (Oliver Press), Lilian Santos (Unilever), Verônica Dudiman (Indique), Marina Sá (Oliver Press) e Tamara Oliveira (Unilever). Da esquerda para direita, sentados: Vinicius Araujo (Unilever), Isabela Gripp (Unilever), Ana Paula Franzoti (Unilever), Luana Pereira (Unilever), Juliana Oliveira (Oliver Press) e Ana Carolina Valentim (Unilever). (Crédito: Arthur Nobre/MM)
1. Como você atribui sua posição de liderança corporativa com a responsabilidade de fomentar mudanças estruturais em prol da equidade racial? Quais têm sido os maiores desafios?
Um líder precisa ter uma parte muito significativa da sua energia dedicada à construção do futuro da organização e, principalmente, no desenvolvimento dos times. Nesse sentido, me vejo numa grande responsabilidade na geração desse senso de urgência para transformação da nossa estrutura e cultura, para que elas sejam cada vez mais diversas e inclusivas. Isso vai nos propiciar oferecer soluções ainda melhores a um mercado de mais de 110 milhões de pessoas negras. Segundo dados do Movimento Black Money, isso é mais do que toda a classe A movimenta em nosso país. A equidade racial se faz necessária como reparação histórica, mas também como grande oportunidade de crescimento para o nosso negócio.
Dentro dessa jornada contínua pela equidade racial, estamos evoluindo na composição de uma liderança mais diversa, mas há ainda muito a ser feito. Atualmente, na Unilever Brasil, um dos nossos maiores desafios está em reconhecer os vieses inconscientes da estrutura e, assim, mobilizá-la para ações e decisões em conjunto, de forma afirmativa, acelerando essa transformação.
2. A partir de sua experiência na Unilever, que estratégias têm sido implantadas para criar um ambiente corporativo mais inclusivo e diverso?
Uma das principais estratégias têm sido intencionalmente dedicar à diversidade racial em todos os programas de recrutamento para posições de entrada na Unilever, que há 4 anos consecutivos tem 60% ou mais das posições ocupadas por pessoas autodeclaradas negras. Isso tem contribuído na formação de times mais diversos, mas ainda temos uma jornada até a transformação que consideramos necessária. Nossa ambição é acelerar essa mudança nas posições de liderança. Acreditamos que o impacto da diversidade será assim, ainda maior no nosso negócio.
Parte do squad durante a realização da Escola de Marketing Antirracista. (Crédito: Divulgação)
3. Como o conceito de interseccionalidade tem guiado suas iniciativas de inclusão e diversidade, especialmente ao considerar a situação de mulheres negras no ambiente corporativo?
A agenda de diversidade e inclusão é uma jornada constante na Unilever. Há mais de quinze anos, a companhia deu início à jornada de imersão nos desafios e oportunidades para alavancar essa agenda, construindo repertório de conhecimento e reconhecimento sobre onde estavam as lacunas e como podemos superá-las. Desde então, temos alcançado resultados significativos. Exemplo disso é o nosso percentual de mulheres em cargos de liderança: em 2018, a Unilever Brasil superou a meta global da companhia de ter 50% de mulheres em cargos de liderança, alcançando 53% naquele ano. Hoje, esse índice corresponde a 54%.
Vale ressaltar ainda que seguimos em um caminho progressivo, trabalhando não só a dimensão de gênero, mas também a interseccionalidade, pois este fator nos ajuda a avançar em todas as dimensões da diversidade, equidade e inclusão simultaneamente.
4. Quais recursos ou ferramentas você indicaria para líderes corporativos interessados em se educar sobre questões raciais e, ao mesmo tempo, atuar como aliados eficazes na luta antirracista?
Desde o início da sua jornada na luta antirracista em 2017, a Unilever aliou-se a parceiros como a Faculdade Zumbi dos Palmares, a Afrobras, a Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial e ao Instituto Identidades do Brasil (ID_BR), entre outros. Portanto, acredito que este é um passo fundamental: contar com aliados certos e que tenham essa maior profundidade para nos guiar, quebrando nossos vieses inconscientes. Posso dizer que fui, por muitas vezes, aluna em encontros com essas organizações, promovidos para a Unilever. Tentei aproveitar, ao máximo, as sensibilizações, letramentos ou capacitações conduzidas pelas entidades que citei.
Nesse compromisso contínuo com a agenda racial, a Unilever mais uma vez contou com parceiros externos, a Indique uma Preta e a Oliver Press, para criar um grande programa afirmativo na formação de todos os times de Marketing da Unilever Brasil. Lançamos a EMA: Escola de Marketing Antirracista. Durante oito meses, entre março e novembro deste ano, 350 pessoas funcionárias de Marketing – dos níveis de estágio à coordenação – frequentaram a EMA. Foram ministradas cerca de 40 horas de formação na modalidade híbrida.
Mais de 30 profissionais atuaram como professores da escola com uma abordagem inédita, em que seu programa revisa toda a cadeia do marketing sob a ótica antirracista, abrangendo desde a valorização das negritudes, antropologia do consumo, semiótica, pesquisa e desenvolvimento de produtos, relacionamento com comunidades até a comunicação nos pontos de venda. Ao longo da jornada, 15 projetos das nossas marcas foram acelerados a partir das mentorias com Felipe Silva, Founder e CCO da agência GANA. Tudo isso com uma curadoria feita por nossos parceiros de professores e profissionais do mercado que estão atuando como agentes dessa transformação. Por meio da EMA, a Unilever tem o propósito de promover uma transformação significativa nas práticas internas da empresa, com ações cada vez mais afirmativas, ao mesmo tempo em que busca impactar de forma positiva o mercado e a sociedade.
5. Enquanto uma mulher branca, como você avalia a sua experiência na squad da Escola de Marketing Antirracista?
Aprendi muito durante essa formação. Não somente como aluna da Escola, mas, principalmente como co-criadora das temáticas que precisaríamos abordar com mais profundidade para o combate ao racismo estrutural. Temos que ser mais do que aliados na causa. Me vejo com a responsabilidade de liderar essa mudança tão necessária ao negócio da empresa, pois estamos falando de conexões mais potentes com 56% da população brasileira. Acredito que tudo nasce da consciência das pessoas sobre essa oportunidade e responsabilidade. A Escola de Marketing Antirracista é sobre isso. Como conscientizar, capacitar e mobilizar para ação toda a nossa comunidade de Marketing que tanto impacto pode promover em nossa sociedade através de inovações e engajamento com as várias comunidades do nosso Brasil tão diverso.
Esse é um conteúdo pago por meio de uma parceria entre a Unilever e o site Mundo Negro.