O cantor, compositor e um dos principais nomes da música brasileira chega na rede social de vídeos incitando leitura.
A campanha #LendoComDjavan será exclusiva com o TikTok e terá início no dia 31 de maio, com duração de uma semana. Neste período, haverá um desafio convidando os criadores de conteúdo do aplicativo para que postem, ao som da música “Nem um dia”, um vídeo criativo, positivo e autêntico com sua leitura do momento ou de um livro marcante que tenha lido.
Para cada criação com a hashtag e com a música durante o período da campanha, a plataforma doará R$1 para o Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário (IBEAC) e para a Rede Nacional de Bibliotecas Comunitárias (RNBC) que atuam em periferias de diversas cidades do Brasil. A campanha começa às 9h do dia 31 de maio e termina às 23h59 do dia 06 de junho.
“Fico feliz de entrar no TikTok, mais uma plataforma de conexão com meus fãs. Ao longo da minha carreira, testemunhei as mudanças das tecnologias e dos meios de comunicação. Mas, uma coisa não muda nunca: o poder da música em nos emocionar! Agora teremos djafãs tiktokers!“ (Djavan, Maio 2021)
Djavan participará ativamente da ação, que incluirá vídeos explicando a campanha e estimulando os usuários para participarem, além de conteúdo do artista sobre um livro que marcou sua vida e a obra que está lendo no momento.
O momento da entrada do artista no TikTok não foi escolhido por acaso: no aniversário de 25 anos do álbum “Malásia”, de 1996, Djavan terá seu perfil oficial na plataforma e dará início a uma ação especial, focada na canção “Nem Um Dia” (Um dia frio / Um bom lugar pra ler um livro).
O podcast ‘Infiltrado No Cast’ trará no episódio desta segunda-feira os resultados da apuração feita pelo podcaster Ale Santos em um grupo de neonazistas brasileiros, mais especificamente uma célula da AWD, grupo que se encontra em outros países. “Eu rastreei na deep web uma pessoa que fez o processo para a entrada na AWD Brasil a partir de um grupo do Telegram e contou num fórum chan da deep web toda comunicação e e-mail que recebia”, conta Ale.
Chans são fóruns que espalham ódio pela internet, formado em maioria por homens brancos que culpam mulheres e outras minorias por todas as mazelas de sua vida. Ale conta que os membros dessa célula nunca entram em grupos com mais de cinco pessoas para que possam proteger outros membros em caso de comprometimento de um grupo. “A primeira parte do processo seletivo é você enviar um e-mail que você tem acesso ou do canal do Telegram ou de cartazes espalhados em capitais. Pelo que andei apurando, a atuação deles está principalmente em São Paulo. Eles testam se você é capaz mesmo de espalhar o ódio. Perguntam se você é branco e se está se relacionando com pessoas brancas. Uma das provas é colar os cartazes nazistas na cidade do candidato”, revela.
Imagem: Infiltrados No Cast
No final do processo seletivo a pessoa tem que postar a foto no grupo, provando que colou o cartaz com apologia nazista. Também há uma espécie de mantra com dizeres de publicações nazistas. Após isso é marcado um encontro para saber se a pessoa é branca de verdade. “O que me chocou foi a extrema organização deles. Uma organização que dificulta a identificação deles. Eles se movimentam em forma de colmeia. Um grupo forma um líder e esse líder forma um novo grupo que forma um outro líder”, explica o produtor de conteúdo.
Grupos de Facebook usam palavras cifradas para disfarçar mensagens de ódio. “Essa estrutura pode existir num número muito superior do que as investigações policiais e jornalísticas já revelaram”, conta Ale, que também diz que os membros podem ser encaminhados para um treinamento de guerrilha. “Ele param de postar no fórum e passam a treinar com pessoas que vão treinar campo, vão treinar terrorismo doméstico, vão treinar formas de se mobilizar e atacar outras pessoas e aí você vê que tem inúmeros outros pequenos grupos fazendo o mesmo treinamento, conclui”.
O episódio vai ao ar hoje, ás 22h e você pode conferir clicando aqui.
O Infiltrado No Cast é um podcast informativo, que traz convidados especiais para discutir de forma divertida temas polêmicos através da perspectiva negra-brasileira.
Todo funcionário busca se sentir bem em seu ambiente de trabalho, afinal é onde, na maioria das vezes, ele dedica a maior parte do seu tempo e trajetória. Contudo, esse acolhimento e desejo de permanecer naquele local nem sempre acontece. A falta de um senso de pertencimento na empresa está ligada a diversos fatores, um deles, segundo uma pesquisa do Indeed e do Instituto Guetto é a discriminação racial.
Segundo a mesma pesquisa, 47.8% dos entrevistados não têm um senso de pertencimento nas empresas em que trabalham atualmente ou trabalharam e mais da metade dos entrevistados já sentiu discriminação racial no ambiente de trabalho.
Dado que demonstra que as companhias precisam estar atentas ao que acontece no ambiente de trabalho para que consigam desenvolver iniciativas de valorização ao funcionário, aumentando assim a motivação e o engajamento dos colaboradores em suas atividades diárias.
O levantamento feito com 245 profissionais negros para saber suas percepções sobre práticas de RH e o mercado de trabalho atual revelou ainda que 41% dos entrevistados acreditam que ser reconhecido e ter suas contribuições valorizadas ajudam nesse processo de ter um senso de pertencimento na empresa.
Para Vitor Del Rey, presidente do Instituto Guetto, a discriminação no ambiente de trabalho nem sempre vem com uma ofensa explícita. “A pesquisa mostrou que 60% dos profissionais entrevistados já sentiram discriminação racial no ambiente de trabalho e quase 47% afirmou já ter presenciado cenas de discriminação”, disse ele.
“Criticar as empresas sobre as questões da diversidade é um problema, gera um impasse, porque isso é encarado como uma postura contrária à contratação de negros”, observa Del Rey.
Segundo o mesmo, muitas vezes o preconceito vem disfarçado de piada, surge em rodas de conversa em tom de brincadeira (o chamado racismo recreativo) ou até mesmo em olhares e diferenças de tratamento e por essa motivação- em conjunto com o medo – não é denunciado.
Imagem: Getty fotos
“O RH precisa estar atento porque nem todos vão denunciar uma atitude de discriminação, mas coibir essas práticas e desenvolver ações no sentido de aumentar o senso de pertencimento desses profissionais vai fazer toda a diferença até mesmo na produtividade”, também é preciso criar um ambiente de segurança institucional para que o colaborador possa denunciar práticas racistas nem que seja de forma anônima, Isso fortalece a posição da empresa de não tolerar tais práticas, afirma.
Quando perguntados quais práticas acreditam que mais podem ajudar na educação e disseminação de informação dentro das empresas para criar um ambiente mais aberto à inclusão e pertencimento de pessoas negras, 68% dos entrevistados disseram que uma formação antirracista continuada pode ser um dos caminhos adotados pela companhia. Além disso, 40% dos respondentes acreditam que um programa de letramento racial também é uma ferramenta eficaz.
A pesquisa foi elaborada e conduzida pelo Indeed, em parceria com o Instituto Guetto, com 245 profissionais negros no Brasil. As entrevistas foram realizadas por meio de um painel online em março de 2021.
Para o presidente, esse é um problema não solucionado por uma explicação: “O Brasil não enfrenta seu problema racial porque não gosta de preto. Temos aqui um racismo sem vergonha, com a propagação da mensagem de que existe no País uma harmonia social, sem tensão”, afirma Vitor Del Rey
O rapper mineiro Djonga será o entrevistado da próxima edição do Provoca, da TV Cultura, na próxima terça-feira (01/6), às 22h. O apresentador Marcelo Tas abordará temas como racismo, prêmios e o polêmico show realizado durante a pandemia no Complexo da Maré. Na época, o artista foi criticado por promover aglomeração e se defendeu dizendo que o show “foi para a galera que trabalha e só se fode”. No último disco intitulado “Nu”, Djonga abordou as polêmicas e cobranças. Para Tas o rapper disse “Eu fui inimigo da saúde pública ali naquele momento, né. Eu fui e eu sei que fui. E quando eu fiz, já sabia que ia acontecer as críticas, tinha certeza absoluta. Só eu não posso aceitar que um cara me compare com o Bolsonaro. Não posso e não vou aceitar, sacou?”
Imagem: Divulgação
O rapper, que foi o primeiro brasileiro a ser indicado para o prêmio BET Hip-Hop Awards na categoria de Melhor Artista Internacional, compartilhou um caso recente de racismo no qual foi abordado por estar andando de Porsche em um bairro. Djonga complementa que tal situação desagradável não foi a única e que já foi parado por policiais “milhões de vezes (…) a grande maioria das vezes, para não falar todas”. Tas questiona o que fazer para não “entrar no jogo” e o rapper conta que deve-se saber de seus direitos. “Depende. Quando você é mais novo, fica com medo, né. Quando você é adolescente, fica com medo. Quando você não tem informação, fica com medo. Hoje eu ainda tenho medo, mas eu sei me colocar na situação.”
Seguindo a pauta racial abordada no programa, o compositor é questionado sobre a marca que quer deixar no mundo, respondendo que quer mostrar que quem faz a arte, quem é preto, que passa por uma vida difícil, “também é humano, pode ser humano e deve ser humano”. Djonga complementa, “até o ego é negado para gente a vida inteira (…) você cresce achando que aquele cara que é branquinho bonitinho cabelo loiro pode querer tudo, o tempo todo, e a gente não”, conclui.
Jornalista foi vencedor do Prêmio Melhores do Ano Mundo Negro, em 2020.
Jornalista apresentou o boletim GE em 1 minuto, da TV Globo, no jogo de abertura do campeonato brasileiro.
O jornalista Marcos Luca Valentim estreou na frente das câmeras como apresentador do boletim esportivo GE em 1 minuto, da TV Globo, no intervalo da partida entre Flamengo e Palmeiras no último domingo (30).
“Eu fiquei muito nervoso, era uma estreia enorme, estreia do campeonato brasileiro, Flamengo e Palmeiras, muita gente vendo, é claro que eu fiquei ansioso. E ainda, com a missão de condensar as informações em um minuto”, conta o jornalista.
Marcos já trabalha na TV Globo há cinco anos como produtor e na edição de texto e revela que nunca tinha pensado em aparecer no vídeo. “Eu nunca pensei em estar na frente da câmera, sempre gostei mais de escrever VT, de cortar texto, de editar os textos e estar por trás das câmeras produzindo. Não sei se era porque eu não gostava [do vídeo] e não pensava a respeito, ou se também, não me via neste lugar por falta de representatividade, então passa por isso também”, analisa.
— Marcos Luca Valentim (@marcoslucarrn) May 30, 2021
No twitter, o apresentador postou foto dos bastidores da estreia.
“Eu sou um cara preto, de dread, no maior conglomerado de audiovisual da América Latina, aparecendo no principal horário da semana, no principal produto, que é o futebol. A nossa margem de erro tem que ser zero, e é óbvio que isso afeta a gente desde que a gente nasce.”, analisa Marcos, refletindo sobre a necessidade de “ser duas vezes melhor” imposta pelo racismo na sociedade brasileira.
A repercussão entre seguidores, telespectadores e amigos não poderia ser melhor. “Ver as respostas das pessoas, muita gente preta dizendo que se amarrou, que se sentiu representada de verdade, para mim é o que vale”, diz o agora apresentador.
COMENTARISTA — Além de apresentador do boletim, Valentim também estreou na semana passada como comentarista de MMA. “Foi mais tranquilo do que eu imaginava, porque é um esporte que eu domino, tenho conhecimento técnico, não fico nervoso porque estou ali para dar minha opinião a respeito da luta. Foi muito legal porque eu gosto de assistir”.
Valentim também lidera o Coletivo Diáspora, grupo de jornalistas negros dentro do grupo Globo, responsáveis pelo Ubuntu Esporte Clube, podcast que aborda temas diversos a partir de uma visão afrocentrada, no Globoesporte.com. No ano passado, Marcos foi o vencedor na categoria Jornalista, do Prêmio Melhores do Ano, do site Mundo Negro.
A MTV Brasil vai exibir o “BET Awards 2021” ao vivo, no dia 27 de junho,às 21h, e os brasileiros poderão torcer pelo seu artista favorito e ainda acompanhar apresentações musicais dos maiores nomes da música pop negra
O BET AWARDS 2021 tem entre seus indicados o rapper brasileiro Emicida concorrendo na categoria Melhor Artista Internacional. Megan Thee Stallion e DaBaby lideram com sete indicações cada. Os indicados deste ano refletem a grandiosidade da expressão criativa e excelência negra na música, televisão, cinema e esportes. “Estamos animados em trazer a maior celebração da cultura de volta com o BET Awards 2021”, diz Connie Orlando, EVP Specials, Music Programming & Music Strategy. “Estamos seguros, em Los Angeles, para celebrar a incrível lista de indicados deste ano. Fomos pioneiros com um dos primeiros shows de premiação oficial e seguimos como uma alternativa durante a pandemia global. Estamos prontos para dar um passo adiante com o retorno do público para celebrar as melhores e mais brilhantes mentes criativas da indústria do entretenimento“, afirma.
Megan Thee Stallion (Imagem: Instagram)
Além da entrega dos prêmios, o BET Awards 2021 terá apresentações musicais de Alicia Keys, Anderson .Paak, Chloe x Halle, D Smoke, DaBaby, Jahi, Jennifer Hudson, John Legend, Jonathan McReynolds, Kane Brown, Lil Wayne, Lonr., Masego, Megan Thee Stallion, Nas, Rapsody, Roddy Ricch, Sir, Summer Walker, Usher, Wayne Brady e YG.
Após o inovador show de premiação virtual do ano passado, o BET AWARDS retorna este ano com uma audiência presencial. Os indivíduos vacinados podem se registrar nos Estados Unidos para participarem da plateia. A BET trabalhará em estreita colaboração com a Prefeitura de Los Angeles para apoiar os esforços de vacinação da comunidade e garantir a adesão aos protocolos COVID-19.
O BET reconhece artistas e atletas em 21 categorias com as indicações ao BET Awards 2021 (uma delas será anunciada, em breve). As nomeações são selecionadas pela BET’s Voting Academy, que é composta por fãs e um grupo de profissionais do entretenimento nas áreas de televisão, cinema, música, mídia social, marketing digital, jornalismo esportivo, relações públicas e artes criativas.
O Mundo Negro publicou a lista dos indicados aqui.
A atleta já havia avisado durante a semana que não faria entrevistas após as partidas para preservar a saúde mental
A tenista Naomi Osaka foi multada em U$ 15 mil após faltar a uma coletiva de imprensa após sua primeira vitória no Aberto da França, neste domingo (30). A atleta também foi advertida de que poderá enfrentar consequências mais sérias – até mesmo uma expulsão – se continuar sem falar com a imprensa.
Em nota conjunta, o Aberto da França, dos Estados Unidos, de Wimbledon e da Austrália disseram tomaram providências após as declarações de Naomi sobre a decisão de não falar com os jornalistas.
“Após este anúncio, as equipes de Roland-Garros pediram a ela que reconsiderasse sua posição e tentaram, sem sucesso, falar com ela para verificar seu bem-estar, entender os detalhes de seu problema e o que poderia ser feito para resolvê-lo no local”, a declaração continuou. “Ela também foi lembrada de suas obrigações, as consequências de não cumpri-las, e que as regras devem ser aplicadas igualmente a todos os jogadores”, diz a nota.
Na quarta-feira da semana passada a atleta anunciou que não participaria de coletivas de imprensa. “Eu não vou me sujeitar a pessoas que duvidam de mim”, disse a atleta em sua conta no twitter. “De qualquer forma, espero que o valor considerável das multas seja direcionado a caridade de saúde mental”, antecipou a atleta antes mesmo de ser multada.
Antoine Fuqua é o diretor responsável por “Dia de Treinamento”, longa responsável por dar o Oscar a Denzel Washington em 2002. Em “O Protetor”, ator e diretor repetem a parceria em um cenário suburbano parecido com o do filme premiado.
Denzel é Robert MacCall, um homem aparentemente pacato que trabalha em uma loja de ferragens e que um dia mostra um talento sem igual para matar, após criminosos que agrediram a prostituta Teri (Chloe Grace Moretz) com quem fez amizade no café onde costuma ir para ler.
Imagem: Reprodução
O filme segue uma linha menos caótica do que outros filmes de ação, sendo um retrato de seu protagonista extremamente metódico. Não há pressa para estabelecer conflito, mas a presença enigmática de MacCall deixam no ar que aquele homem sabe muito mais do que simula na sua repetitiva rotina diária. O diretor conhece o ator que tem em mãos e deixa o olhar de Washington falar muito mais do que exposições desnecessárias no roteiro. Em uma das melhores cenas do filme, há uma tentativa de negociação com mafiosos russos que entrega muito da forma de operar de MacCall. Ele entra na sala onde se encontra o núcleo da gangue russa e observa cada objeto, cada posição dos indivíduos no local e ao fim da conversa esse olhar atento faz todo sentido, com o personagem usando tudo aquilo que observou como arma para dizimar os adversários. O evento é como um gatilho e Robert passa a agir como justiceiro da região o que vai levá-lo a confrontar algo maior que cafetões de bairro.
Todos os golpes de MacCall são certeiros, as lutas são rápidas, mas o que torna o filme ainda mais interessante é que para a implacabilidade do herói há um vilão interessante e ameaçador vivido pelo neozelandês Mark Csokas. Seu personagem é tão metódico quanto o protagonista, mas com uma verve cruel. A presença dele faz com que a gente possa temer pela integridade física dos outros em cena.
Esteticamente o filme é bonito e para quem gosta da figura de Denzel Washington, há filmagens de sobra com o ator em câmera lenta, debaixo da chuva e fazendo a pose de durão, mas nenhum exagero que faça o longa resvalar na cafonice.
“O Protetor” é um filme de ação estiloso, com enredo simples, mas que ancorado no carisma de Denzel Washington e na competência de Antoine Fuqua evita cair na lista de filmes genéricos de ação.
A cantora e apresentadora paraense, Gaby Amarantos, é a mais nova integrante do time de técnicos do The Voice Kids. Ao lado de Carlinhos Brown e de Michel Teló, que passa a integrar a edição voltada para jovens talentos e do mais novo apresentador do programa, Márcio Garcia.
A temporada inédita da atração musical vai ao ar no canal infantil nas sextas seguintes à exibição na TV Globo, sempre às 22h e nos domingos após a “temperatura máxima” a partir do dia 6 de junho.
Por isso, Gaby – que já participou do ‘The Voice Brasil’ em 2013, como técnica assistente de Lulu Santos na fase das batalhas – falou um pouco mais sobre a sua mais nova participação no programa:
O que você tem ou já teve em comum com os candidatos do ‘The Voice Kids’?
Com certeza a capacidade de sonhar, de acreditar que, apesar de tudo, o mundo pode ser um lugar melhor – aquele lugar da criança continuar viva dentro da gente. Eu sempre fui fã do ‘Kids’ e já borrei vários lencinhos de maquiagem assistindo os talentos. Você vê que ali, além da voz, tem o início de um sonho, tem os olhos cheios de esperança em acreditar que o mundo pode ser bonito. Eu tento manter a minha criança viva e essa “infantilidade” de quem acredita no futuro.
Quais eram seus sonhos na infância?
Eu tinha diversos sonhos: sonhava gravar meu primeiro CD, cantar as minhas próprias músicas e ver as pessoas no show cantando as músicas junto comigo. E também estar na televisão. Lembro que eu tinha um desejo muito grande de cantar no ‘Domingão do Faustão’, era um programa que me inspirava muito a cantar na TV. Hoje a gente tem as plataformas digitais, mas quando eu era criança a gente tinha também o rádio, que era bem forte.
Eu queria que as pessoas tivessem acesso à minha música em todos esses lugares, esse era o meu maior sonho de criança. Sonhava muito, também, com o ambiente dos shows, imaginava como seria a luz, que eu entraria voando no palco e teria glitter para todo lado… E sempre tive uma figura muito lúdica associada aos figurinos, eles sempre foram muito importantes para mim, tanto quanto a música. Por isso hoje os meus figurinos são quase uma brincadeira de criança para manter a chama da música acesa dentro do meu coração.
É a sua estreia no ‘The Voice Kids’. Como você imagina que será enquanto técnica?
Eu quero ser uma tia Gaby, bem parceira, que troca, que dá dicas importantes. E também que é amorosa, um colo quando eles precisarem, mas que está ali sempre querendo tirar deles o melhor. Quero mostrar para eles que a coisa mais importante na música é ser livre. A música é o meu instrumento de liberdade e quero que eles também sintam isso. Que tenham coragem de se expressar, de serem diferentes e de alcançarem tudo que eles sempre sonharam alcançar através da música, porque é possível. A música é uma das coisas mais divinas que existem no planeta.
O que a técnica Gaby vai priorizar para virar a cadeira?
A minha prioridade vai ser a voz que me emocione, que me arrepie, que me ensine, que me constranja, me confunda, me acalante… que me encha de esperança! Vou virar a cadeira para vozes que me conectem com meu lado mais humano, meu lado mais cheio de emoção, que tem coragem de ser do jeito que é. Eu fico emocionada só de imaginar como vai ser!
Assistiu às edições anteriores? Acha que vai se emocionar muito nesta?
Sim, sempre. E eu sempre assisti muito a todas as edições. Estou assistindo ao ‘The Voice +’ agora, e é outro rolê. O ‘Kids’ tem essa coisa preciosa de ter artistas no início do seu sonho. São crianças, são adolescentes, mas são artistas. Artistas que têm potencial, talento, que estão no início da caminhada e cheios de vontades de fazer, de realizar, mas que também têm seus medos, suas inseguranças e que enchem nosso coração de humanidade. Assistindo, eu sempre pensei como seria divertido estar nesse lugar. Ser assistente, no ano passado, foi uma experiência linda. Eu me emocionei e me arrepiei diversas vezes e sempre pensei que seria incrível poder voltar.
Em um primeiro momento fica quase impossível associar o discurso da influenciadora digital Virginia Fonseca com a fala da Senadora Simone Tebet em sua última participação na CPI da Covid, que tem chamado atenção no cenário político atual. Influenciadora/or, por descrição, consiste em: aquele/a que exerce influência sobre; influenciar significa induzir alguém a fazer alguma coisa, a se comportar de determinada maneira ou pensar de um modo específico. Influenciadoras/es digitais são pessoas que se expressam através das redes sociais, geram conteúdo e, por meio dele, impactam indivíduos e comunidades.
Mas a confluência entre as falas, que têm em comum relações de trabalho no âmbito doméstico existe e, o repúdio aos atos que demonstram tal convergência, não merece um destino de silenciamento. Conforme divulgado em vários sites de notícias, no último 14 de maio, a influenciadora digital Virginia Fonseca, que está grávida de sua primeira filha, teria declarado que contratou uma babá em regime integral de trabalho – sempre disponível para a família, 7 dias por semana.
Nas redes sociais, ela se defendeu: “Ela (a nova babá) trabalha dessa forma, para ela é mais conveniente estar na casa da família do que ter que ir e voltar todo dia. Ela poderia ter oferecido 12 horas de trabalho, eu contrataria ela e mais uma. Mas ela prefere assim, eu não a amarrei e nem a obriguei a nada”…
Uma semana depois, a Senadora Simone Tebet, quando se dirigiu ao ex Ministro Pazzuelo, tecendo de maneira enfática e muito contundente comentários à atuação do general no enfrentamento do combate à Pandemia frente ao Ministério da Saúde, frisou que tinha uma funcionária internada em decorrência do coronavírus, e complementou:
“Hoje, neste momento, estou com uma funcionária que está comigo há 23 anos, que mora na minha casa, que morou na minha casa por muito tempo, que me ajudou a criar as minhas filhas, num leito de hospital”.
O que estes dois episódios/falas nos revelam é que existe, ainda enraizada na cultura brasileira, a normalização daquilo que a Constituição Federal, força normativa maior deste País, tentou regulamentar. Digo que tentou pois, durante muito tempo, praticamente não existiu um horizonte normativo garantidor de direitos trabalhistas para as empregadas domésticas, ainda que tenha ocorrido o “nascimento jurídico” da classe, em 1972, este ainda não se mostrou suficiente para inibir alguns comportamentos.
Acreditava-se que esta marginalização poderia ter sido sanada com o advento da EC 72/2013, entretanto, a promulgação da Emenda Constitucional n° 72, que amplia os direitos as(os) empregadas(os) domésticas(os), e a Lei n° 12.964/14, que multa as/as empregadoras/es que não assinarem a carteira das/os trabalhadoras/es, não são suficientes para erradicar as desigualdades e a desvalorização do trabalho doméstico na atual sociedade.
Temos, portanto, um triste cenário de desproteção jurídico-trabalhista – marcado tanto pelo reconhecimento deficitário de alguns direitos, quanto pela baixa aplicabilidade das normas já positivadas -, pouca atenção tem sido concedida a essa realidade, e isso acontece por serem as mulheres negras e pobres as principais responsáveis pela realização diuturna desse trabalho. Dos exemplos acima citados, há quem defenda que: foram as empregadas que assim decidiram-permanecer diuturnamente na casa dos patrões, ou então, elas são como se fossem da família.
Meras retóricas que buscam a legitimação para a perpetuação do que é ilegal, pois pela Lei, a duração do trabalho doméstico não pode exceder 8 horas diárias e 44 semanais, sendo permitido que a funcionária faça 2 horas extras por dia, “contratar” uma pessoa para um trabalho ininterrupto é colocá-la em uma situação análoga à escravidão, é necessário o respeito ao tempo máximo de 10 horas diárias com o intervalo de no mínimo 2h durante a jornada e de 11h entre uma jornada e outra. Vale ressaltar, também, que a Lei Complementar 150/2015 não permite o contrato 24 horas.
Outro aspecto que também deve ser considerado é que estas empregadas acabam sendo alijadas do convívio com sua própria família, ou seja, são expropriadas do sentimento de viverem com os seus, sob o discurso de proximidade afetiva com seus empregadores.
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho, no ano de 2017, se organizassem um encontro de todos os seus trabalhadores domésticos, o Brasil reuniria uma população maior que a da Dinamarca. O país emprega cerca de 7 milhões de pessoas no setor – o maior grupo no mundo – composto majoritariamente por mulheres negras. Em comum entre as falas, os dados e a realidade, os traços escravocratas.