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Fértil Imagens: Conheça o primeiro banco de imagens brasileiro com foco na diversidade preta

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Foto: Fértil Imagens.

Os sócios Renato Lopes e Rodrigo Portela lançaram, na última sexta-feira dia 10/09, o Fértil Imagens, que surge para resolver um problema a falta de representatividade na publicidade. Os clientes em potencial são grandes agências, pequenas e médias empresas, que valorizam a inclusão de pessoas negras, indígenas e PCDs em suas campanhas publicitárias.

O preço médio de cada foto é R$25,00, e a estimativa dos fundadores é causar impacto nesse mercado. “As empresas precisam se posicionar cada vez mais a favor da diversidade”, diz Renato Lopes, que também é coordenador de produção da produtora Terra Preta Produções.

“Quando falamos sobre campanhas de marketing, por exemplo, encontramos dificuldades em achar boas imagens para peças publicitárias. O Fértil busca facilitar essa jornada usando habilidades próprias na criação de materiais para impactar instituições e pessoas”, completa Lopes.

O projeto nasce como um braço da Terra Preta Produções, produtora de audiovisual, fundada por Rodrigo Portela, que tem como objetivo oferecer conteúdos de qualidade e grande impacto social. “Nosso objetivo é transformar o Fértil em um ponto de referência às empresas mostrando que diversidade e representatividade importam e são urgentes”, ressalta Rodrigo. “Somos médicos, CEOs de empresas, chefs de cozinha, pais e filhos, porém, o que mais a gente vê são corpos negros retratados em subempregos, exotizados, hiperssexualizados ou em situações constrangedoras. Sabemos o nome disso e viemos para lutar contra esse sistema”, enfatiza.

Para o desenvolvimento do negócio, a equipe do Fértil Imagens contou com uma equipe composta por 95% de profissionais pretos, entre modelos, fotógrafos, maquiadores, designers, desenvolvedores e etc. No futuro, os sócios pretendem transformar a plataforma em Marketplace, para ajudar trabalhadores a alavancarem suas vendas.“ As portas estarão abertas exclusivamente para profissionais pretos do audiovisual de todo Brasil, para exibirem os seus trabalhos e criações Será uma ferramenta para impulsionar o trabalho de fotógrafos e videomakers, finaliza Portela.

Raven-Symoné recusou que sua personagem fosse lésbica: “Não havia razão para mudar quem ela era”

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Foto: Chance Yeh/WireImage

Em uma participação recente no podcast ‘Pride’, de Levi Chambers, a atriz Raven-Symoné, de ‘A Casa da Raven’ revelou que foi questionada pela Disney se ela queria que a personagem fosse lésbica – o que ela recusou.

A artista de 35 anos, que se assumiu lésbica em 2013, explicou que “não havia razão para eu mudar a humana que ela era para se encaixar na atriz que a interpretou. Raven Baxter é uma personagem que eu tive orgulho de interpretar, mesmo que ela seja heterossexual ou cisgênero; eu não me importo. Deixe que ela tenha o seu momento”, disse a atriz, reforçando que não é porque a atriz é LGBTQIA+ que sua personagem tem que ser.

“Eu não queria mudar quem ela era. Quando você realmente começa a misturar seu eu pessoal com o seu caráter, é ainda mais difícil. Tipo, eu sou estereotipada para o resto da minha vida. Você sabe o que quero dizer? Se você alguma vez me ver em outro personagem, você vê Raven Baxter, e é exatamente isso que o negócio é”, disse.

Em ‘As Visões da Raven’, Raven Baxter é uma jovem que tem visões do futuro – um dom que a acaba colocando em diversas situações cômicas. Ela mantém esse poder em ‘A Casa da Raven’; mas, no spinoff, ela é uma mãe solo que divide um apartamento em Chicago com sua melhor amiga, Chelsea (Anneliese van der Pol) e os filhos delas.

Raven-Symoné está casada com Miranda Pearman-Maday desde junho de 2020.

“Uma mulher negra feliz é um ato revolucionário”: saiba mais sobre a arte que viralizou no final de semana

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Ser livre é algo recente na história das pessoas não brancas do Brasil, terra que manteve pessoas negras escravizadas por quase 300 anos e as libertou a menos de 150. Nós, mulheres negras, vivemos e resistimos ao machismo dos homens e o racismo das pessoas brancas. Apesar de lutar contra essas opressões, que aumentam dependendo da sua classe social, orientação sexual, origem e número do manequim, nós resistimos e muitas de nós apesar de tudo nos permitimos ser feliz.

Uma postagem sobre mulher negra e felicidade viralizou no final de semana aparecendo no perfil de gente famosa como Taís Araújo e Iza. “Uma mulher negra feliz é uma ato revolucionário” é uma frase da escritora e ativista Juliana Borges e virou uma obra de arte feita em neon chamada Luz Negra. Feita pela Mestranda em Poéticas Visuais, Mônica Ventura, a peça tem 3,3 x1.5m e está disponível no estande da NAMI na ArtRio nº 20.


“A frase é fruto direto de um período da minha vida em que uma mana preta, do outro lado do Atlântico, foi bem importante no conforto às minhas dores. E ela sempre dizia que ser feliz, pra nós, é revolução. Daí, desenvolvi a frase. Ou seja, não a considero apenas minha, mas fruto do fazer em existência e formulação enquanto troca de mulheres negras. Ou seja, uma frase fruto da nossa experiência, enquanto grupo”, explicou Juliana que usou essa frase como um título em um dos seus artigos para a revista Carta Capital.

A artista plástica Monica Ventura – Foto: Reprodução Instagram

Para mais informações sobre Nami e seus artistas clique aqui.

Chloé, Normani, LilNasX : artistas negros tiveram as melhores performances no VMAs 2021

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Foto: Reprodução Instagram

A cultA cultura negra move o mundo e a noite que premia os melhores vídeos do ano prova que nem a pandemia tirou esse impacto dos artistas negros. Com performances épicas e um público que estava com saudade de se divertir em grandes shows, o VMAs 2021 (Video Music Awards), exibido pela MTV nesse domingo, 12, ofereceu entretenimento para geração Tik Tok, já que Doja Cat arrasou demais como hostess e LixNasX ganhou o vídeo do ano e apresentou a performance da noite , mas não ignorou a audiência mais madura com shows de Alicia Keys e Busta Rhymes .

Selecionamos nossos momentos favoritos.

LilNax e a performance de quem sabe que é o dono do pop.

Chloé que fez seu primeiro show sem sua irmã Halley e serviu demais.

Alicia Keys mostra que é como o vinho

Normani deu um chega para na Teylane Taylor e a gente amou e não foi pouco!

Busta Rhymes mostrando por que a black music dos anos 2000 é insuperável

https://twitter.com/RockTheBells/status/1437255482473783302

Não podemos esquecer da presença brasileira na performance da Anitta no intervalo do prêmio.

Confira todos os vencedores do VMAs 2021

Clipe do Ano

Lil Nas X – “Montero (Call Me By Your Name)”

Artista do Ano

Justin Bieber

Música do Ano

Olivia Rodrigo – drivers license

Artista Revelação

Olivia Rodrigo

Performance Push do Ano

Olivia Rodrigo – “drivers license”

Grupo do Ano

BTS

Melhor Feat

Doja Cat ft. SZA – Kiss Me More

Melhor Clipe Pop

Justin Bieber ft. Daniel Caesar, Giveon – Peaches

Melhor Clipe de Hip-Hop

Travis Scott ft. Young Thug & M.I.A. – FRANCHISE

Melhor Clipe de Rock

John Mayer – Last Train Home

Melhor Clipe Alternativo

Machine Gun Kelly ft. blackbear – my exs best friend

Melhor Clipe Latino

Billie Eilish & ROSALÍA – Lo Vas A Olvidar

Melhor Clipe de R&B

Bruno Mars, Anderson .Paak, Silk Sonic – Leave The Door Open

Melhor Clipe de K-Pop

BTS – Butter

Melhor Clipe Por uma Causa Social

Billie Eilish – Your Power

Melhor Direção

Lil Nas X – MONTERO (Call Me By Your Name)

Melhor Fotografia

Beyoncé, Blue Ivy, SAINt JHN, WizKid – BROWN SKIN GIRL

Melhor Direção de Arte

Saweetie ft. Doja Cat – Best Friend

Melhores Efeitos Visuais

Lil Nas X – MONTERO (Call Me By Your Name)

Melhor Coreografia

Harry Styles – Treat People With Kindness

Melhor Edição

Bruno Mars, Anderson .Paak, Silk Sonic – Leave The Door Open

Monica e Luciana co-criam uma linha de esmaltes com uma das maiores marcas do mercado

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Uma unha bem-feita e cuidada é um dos maiores sinais de autocuidado que uma pessoa pode ostentar. Seja com um vermelhão ou um base transparente, uma mão bonita deixa sempre uma boa impressão para quem olha para gente e deixa em nós aquela sensação de carinho e amor-próprio

A pandemia mudou nossa relação com a beleza, sobretudopara quem tinha hábitos de ir ao salão ou receber profissionais em casa. 

Luciana Vitalina Conceição dos Santos e Monica de Araújo Castro Souza são manicures negras que lidaram com os desafios da pandemia e elas, juntamente com outras 11 profissionais da área participaram de um projeto junto com a Colorama para co-criar a linha de Manicures de Sucesso, estando envolvidas em todos processo de desenvolvimento das cores.  Tô indecisa”, “Hoje tôbásica” e “Escolhe você”, são alguns dos nomes das tonalidades que representam a relação das manicures com suas clientes.

Monica disse que não sofreu muito com as perdas de clientes durante a pandemia e graças as redes sociais ,elaconseguiu ter uma clientela consistente. “Com o decorrer dos meses, algumas clientes diminuíram a frequênciaporque os esposos perderam emprego ou até elas mesmas,mas através do Instagram e divulgação do meu trabalho, novas clientes apareceram. De verdade, na pandemia, eu cresci muito. Sou grata”, explica. 

Para Maria Belen Torrens, diretora da marca Colorama, é importante homenagear e ouvir as manicures que atuam no salão tanto quanto os outros profissionais da beleza, como os cabelereiros: “Elas são as nossas embaixadoras no salão de beleza e queremos exaltá-las nessa coleção, já que são a peça fundamental no segmento que atuamos. Além disso, elas conhecem muito bem as clientes e participam de forma muito próxima da vida de cada uma delas, como amigas confidentes, e isso faz com que tenhamos um conhecimento mais profundo e real das consumidoras também”, diz.

Para quem ainda está evitando ir ao salão ou receber uma manicure em casa por conta do isolamento, Luciana dá dicas para você mesma deixar sua unha perfeita.

“É importante hidratar a unha todos os dias, com ou sem esmaltação, usando uma pomada ou óleo hidratante para cutículas, usar bases de tratamento, até porque a gente está usando muito álcool em gel , então as cutículas ficam muito ressecada”, ensina. 

O bolo que provoca nossa memória afetiva de infância!

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Ele estava presente em quase todas as festinhas da escola! Representa a infância de muitos.

A receita de hoje é bolo de coco gelado embrulhado no papel-alumínio!

Qual sabor mais representa sua infância. Minha infância tinha bolo gelado de coco nas festas de aniversário.

Bolo de coco molhadinho

Ingredientes Massa:

3 ovos
3 xícaras de farinha de trigo
2 colheres de sopa de margarina
1 xícara de leite
1 xícara de açúcar
1 colher de sopa de fermento químico .

Cobertura:

1 lata de leite condensado
200g de coco ralado
400ml de leite de coco .

Modo de Preparo:

Em uma batedeira bata os ovos, margarina e açúcar até formar um creme. Adicione a farinha de trigo e o leite bata por 3 min, Coloque o fermento e misture bem. . Despeje em uma forma untada e leve para assar no forno a 180º por 30 min, Com o bolo ainda quente conte em pedaços e reserve.

 Cobertura:

Em uma vasilha coloque o leite condensado e leite de coco e misture bem, Jogue essa mistura encima do bolo e coloque o coco ralado por cima. leve para gelar e deguste. Você degusta pq eu me acabo de comer.

Inclua o doce no caderninho de receitas e faça a alegria da criançada!!!

O bolo gelado é uma sobremesa tradicional e refrescante que agrada adultos e crianças. São vários os sabores que podem ser adaptados para a versão de geladeira, mas o carro-chefe é o de coco, que garante cremosidade extra à delícia.

Afro Presença encerra edição de 2021 com oferta de mais de 6 mil vagas de emprego

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Promovido pelo Ministério Público do Trabalho (MPT-SP) e pela Rede Brasil do Pacto Global (ONU), segunda edição do evento reuniu grandes marcas apoiadoras

O Afro Presença 2021, idealizado e coordenado pelo MPT-SP (Ministério Público do Trabalho em São Paulo) e com realização da Rede Brasil do Pacto Global da ONU (Organização das Nações Unidas), concluiu três dias de atividade online e gratuita alcançando a marca de mais de 6 mil vagas de emprego ofertadas às pessoas negras inscritas. O projeto, que conta com o apoio do poder público, da iniciativa privada e da sociedade civil, visa encorajar o diálogo e ações afirmativas para a inclusão de universitários e universitárias negros e negras no mercado de trabalho.

Pensando em formas práticas de contribuir com a mudança da realidade, além de programação de palestras, aulas magnas, debates, painéis e oficinas, o Afro Presença se uniu à 99jobs, Cia de Talentos, EmpregueAfro e CIEE para viabilizar vagas de emprego em diferentes áreas. “Atualmente temos cerca de 34% de jovens negros na faculdade, mas vemos um cenário onde apenas cerca de 5% ocupam posições de liderança dentro das organizações. Além do desemprego e da falta de oportunidades de inclusão para pessoas negras, temos que insistir que essa população seja desenvolvida por parte das organizações e que, de fato, seja acolhida nos ambientes corporativos. Estamos falando de um grupo de pessoas que tem chegado cada vez mais no mercado de trabalho com altos níveis técnicos, com hard skills e soft skills, mas que infelizmente ainda não se sentem parte das organizações, ou não são devidamente valorizadas por elas”, explica Valdirene Silva de Assis, Procuradora do Ministério Público do Trabalho, Coordenadora da Coordigualdade do MPT-SP e do Projeto Nacional de Inclusão de Jovens Negras e Negros Universitários do MPT.

O evento contou ainda com a participação de marcas como B3, BASF, Bayer, Bradesco, BTG Pactual, Coca-Cola, Colgate, Dow Química, Itaú, J.P. Morgan Brasil, Natura, Santander, TIM e Unilever que trarão oportunidades de trabalho e conteúdos para a programação do Afro Presença 2021. “Estamos muito felizes por termos marcas empenhadas em mudar o mercado de trabalho no Brasil conosco neste evento. As mudanças são urgentes e precisamos do empenho do setor público e privado para cocriarmos um mercado mais inclusivo, diverso e igualitário” afirma Carlo Pereira, diretor-executivo da Rede Brasil do Pacto Global.

5 evidências de que Ludmilla nunca gostou do atual presidente

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A cantora e apresentadora Ludmilla - Foto: Rodolfo Magalhães

No Brasil estudos mostram que o ser mais odiado da Internet é a mulher negra.  Casada com uma mulher preta, negra retinta, de origem periférica, rica, independente e agora amiga do Akon, Ludmilla representa tudo aquilo que os racistas se empenham para que a gente não seja.

Para diminuir o prestígio de uma preta em ascensão os haters inventam fakenews e uma das que mais prejudicou a funkeira é de ela seria Bolsonarista.

Na noite de quinta-feira, 9, por meio dos seus stories no Instagram,  Lud declarou quem nunca gostou de Jair Bolsorano. “Olha para mim, olha essa lata, olha se eu tenho cara de bolsominion”, debochou a musa do “Lud Session”.

https://twitter.com/anthunesarth/status/1436055935940796419

É verdade que a artista fez shows durante a pandemia como muitos outros artistas que não foram criticados na mesma proporção.

Conversamos com o pessoal da Ludmilla Central para nos ajudar a refrescar a memória de momentos onde não é preciso se esforçar muito para concluir que a Lud não está satisfeita com a forma com que o Brasil está sendo conduzido.

“O que eu acho do governo atual é que ele é péssimo”

“Isso não é liberdade de expressão, mas sim liberdade de agressão!”

#ForaBolsonaro

“Vem vacina” em forma de dancinha

Ela foi elogiada pelo Caetano Veloso

Beyoncé, Jay-Z e Tiffany & Co. criam programa de bolsas de estudo para estudantes de universidades e faculdades historicamente negras

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Foto: Divulgação.

Programa About Love vai contar com doação 2 milhões de dólares da Tiffany.

Beyoncé e Jay-Z anunciaram parceria com a Tiffany & Co. para criação do programa de bolsas estudantis About Love, que será concedido a cinco pequenas faculdades públicas e privadas selecionadas, que são? Lincoln University na Pensilvânia, Norfolk State University na Virginia, Bennett College na Carolina do Norte, University of Arkansas em Pine Bluff e Central State University em Ohio.

A parceria vai doar US$ 2 milhões em bolsas de estudo para Faculdades e Universidades Historicamente Negras, também conhecidas como HBCUs, para ajudar os alunos que buscam estudos em história, comunicação ou artes.

“Nós gostaríamos de agradecer a Fundação Shawn Carter, BeyGOOD, aos Carters e a família Tiffany & Co. por incluir a Lincoln University neste maravilhoso presente” disse Dr. Brenda A. Allen, presidente da Lincoln University. “Ao longo dos anos, nós desenvolvemos uma parceria maravilhosa sendo parte da Fundação Shawn Carter HBCU Bus Tour. A Lincoln University deu alta prioridade ao apoio às artes e humanidades em nosso campus. Fornecer apoio financeiro para os alunos que buscam essas especialidades aumenta sua capacidade de se envolver mais plenamente nos estudos”.

Os alunos devem se qualificar para auxílio financeiro conforme determinado pela HBCU que frequentam, e as bolsas serão concedidas aos alunos que atendam a todos os requisitos de elegibilidade. Estas bolsas de estudo apoiam os novos e atuais alunos interessados em buscar diplomas em campos criativos (artes visuais, mídia, performance, design, etc.), história e comunicação.

Será dada prioridade aos alunos que enfrentam dificuldades financeiras e precisam de assistência financeira emergencial. Os tamanhos dos prêmios variam por aluno, de acordo com a necessidade. As inscrições online serão abertas em cada escola participante na sexta-feira, 10 de setembro, e encerradas no domingo, 26 de setembro.

“Agradecemos o apoio da BeyGood, Fundação Shawn Carter, The Carters e Tiffany & Co.” disse o Dr. Jack Thomas, presidente da Central State University. “Esta oportunidade é oportuna, pois nossos alunos vêm de diferentes origens socioeconômicas. Esses fundos terão um enorme efeito sobre quem recrutamos e sobre o sucesso de nossos alunos à medida que avançam para as escolas profissionais e de pós-graduação e seguem suas carreiras “.

“Com 10 anos eu dizia que seria a presidente do Brasil”, diz Gabriela Chaves, criadora da NoFront

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Por Rodolfo Gomes e Victória Gianlourenço

Antes de se formar em economia, Gabriela Mendes Chaves se formou no RAP.  Desde pequena já sabia o que era racismo ao frequentar os shows do Racionais MC’s na pracinha do Campo Limpo. Nascida no Embu das artes, com 4 anos ela foi morar no Taboão da Serra, pertinho do Capão Redondo, onde passou toda a sua infância.

Filha do Sr. Elias, metalúrgico, e de dona Rozimeire, uma mulher com muitas profissões: costureira, segurança, cabeleireira, comerciante e assistente social, Gabriela tem três irmãos: Beatriz, de 23 anos, gestora de políticas públicas e mestranda em desigualdade racial no âmbito eleitoral pelo Departamento de Ciência Política (USP), e 2 irmãos mais novos, de 9 e 12 anos.

Ao longo de toda a sua infância e juventude foi o esforço de sua mãe que permitiu que Gabriela tivesse acesso a bons estudos. Estudou até a terceira série em escola pública, quando sua mãe virou agente de segurança e conseguiu o trabalho numa escola de elite em São Paulo. A regra permitia que filhos de funcionários fizessem uma prova, para concorrer a bolsas de estudos integrais. E nessa oportunidade, Gabriela aplicou e se qualificou para receber a bolsa.

Foi um choque gigantesco em muitas dimensões. As proporções eram muito diferentes. Essa escola tinha um sistema de ensino bastante complexo, e logo a primeira aula foi sobre soma de frações, assunto ao qual Gabriela não dominava. “Imaginava que não fosse conseguir acompanhar. Chorei quando cheguei em casa e pedi pra minha mãe pra desistir”, conta.

Com o apoio da sua mãe, insistiu, e a matemática, que era uma fraqueza, virou sua maior força. Inclusive, ganhou menção honrosa ao final do ensino médio por ter as maiores médias. “Com 10 anos eu dizia que seria a presidente do Brasil. Eu sempre fui uma criança ousada. Queria ser juíza, fazer direito e ter poderes para modificar as estruturas”, relembra.

Aos 17 anos, obcecada em cursar Direito em uma faculdade pública, se dedicou ainda mais aos estudos, mas não obteve nota suficiente para ser aprovada. Através do ProUni, conseguiu entrar em economia, na PUCSP. Indecisa quanto a cursar economia, consultou um professor, certa de que não queria trabalhar em banco. Desse professor recebeu muitos incentivos e conselhos, e resolveu tentar. Apesar do primeiro dia ter sido difícil, se apaixonou pela ideia de ser uma cientista econômica.

“Economia é sobre como a gente produz e distribui coisas numa sociedade. Ninguém é uma ilha, e a gente precisa trocar o tempo todo. Muito além do dinheiro, a economia é o estudo desta produção e distribuição de valores na sociedade. Tangíveis e intangíveis”, diz.

Apesar de bolsista, cursar uma faculdade de ponta exigia dinheiro para arcar com os custos de alimentação, transporte, gastos com cópias, entre outros, e Gabriela começou a procurar emprego, para ajudar a custear suas despesas. Encontrou uma posição no mercado financeiro, onde passou quase três anos.

Incentivada a buscar seu lugar ao sol, e explorar toda a sua base de conhecimento, conquistada com muito esforço, Gabriela foi atrás da sua missão, que sempre foi democratizar o acesso ao mundo dos investimentos. E assim, em 2018, surgiu a NoFront.

“É possível conquistar as coisas através do investimento, e não somente do endividamento. A gente naturaliza a dívida”, diz. Assim que fundou a NoFront, Gabriela entrou no mestrado em Economia Política Mundial na UFABC, que ampliou ainda mais o seu universo de possibilidades. Entre 2019 e 2020, foi convidada a fazer algumas formações no Zimbábue e na Nigéria, na África.

“Meu trabalho se estrutura entre o empreendedorismo e a academia: estudos de gêneros e discussões sobre economia política.” O começo da NoFront foi um momento de muita luta. Tiveram o apoio de algumas organizações, que cederam sua infra e espaço físico, para que o projeto ganhasse vida. E assim começou a jornada de democratização do acesso à economia, para os periféricos.

“Todo mundo é impactado pela economia, não importa qual o papel. E ao longo dos últimos anos já foram mais de 5.000 pessoas formadas por nós. Três anos depois, a gente vê as pessoas se organizando em relação a reservas de emergência, alunos conseguindo quitar suas dívidas, fazer intercâmbios, reformar suas casas, eliminar endividamentos crônicos.” 

Além das formações, Gabriela se dedica a palestras, lives, que ganharam ainda mais força na pandemia, sempre com foco em orientar as pessoas a como trabalhar com a nova realidade de salários cortados pela metade, auxílio emergencial, desemprego, e garantir sua sobrevivência, dignidade e saúde.

Gabriela conta que a dívida adoece as pessoas. Estresse, pressão alta e diabetes também podem ser causados por essas preocupações e pela falta de paz, em razão do telefone que não para de tocar.

A NoFront atua em três eixos. O eixo digital, que usa a tecnologia para transformar a vida das pessoas com educação financeira, através de conteúdos e produtos digitais, cursos, mentorias e palestras. O eixo social, que busca articulação com Organizações da Sociedade Civil, com a missão de chegar em quem não tem condições de bancar os cursos e formações. E o eixo empresarial: que atua na formação de colaboradores das empresas, através de palestras, workshops, e produtos para empresas que querem treinar seus colaboradores.

“Atuamos para que as empresas percebam que é necessário investir nas pessoas de forma sustentável. Muito além de empréstimos consignados, contas bancárias, que em muitos casos só geram mais dívidas, enquanto deveria ser o contrário.” Gabriela conta que as empresas que se adequaram ao século XXI deixam de ter o lucro como único fator de sucesso. O lucro a qualquer custo já não cabe mais em nossa sociedade. A humanidade não está mais disposta a pagar esse alto preço.

Ousada, Gabriela sempre conversou com as músicas dos Racionais MC’S procurando aprendizado sobre autoestima e racismo. “Várias músicas foram um suporte muito importante, no sentido de saber que ser quem eu sou pode não ser facilmente compreensível, mas eu tenho um lugar no mundo”, contou.

Gabriela acredita que a arte tem o poder de transformar quem produz e quem nela imerge. Por anos, o rap foi estigmatizado, por suas letras duras, que retratam a realidade.

“No contexto que vivemos, não dá pra ser suave. O rap pode assumir muitas formas. Luta para ser reconhecido enquanto gênero artístico musical. Rap não é sobre dureza. É sobre nomear em primeira pessoa as coisas que estão no âmbito do intraduzível.”

Hoje, aos 26 anos, analisa que o maior desafio que enfrentou e está enfrentando está relacionado à valorização financeira.

“Chegar lá é um conceito que muda a todo momento na vida. É muito importante apreender os problemas no curto, médio e longo prazo. E no longo prazo tudo é possível, de acordo com as ações que estamos tomando no curto prazo. Não é fácil, mas é muito importante investir na sua dignidade e na sua verdade”, conclui.

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