Serginho Groisman recebe neste sábado, dia 5,vários convidados em seu programa. Entre eles, o ator Lázaro Ramos, o intelectual Silvio de Almeida e a cantora Iza, que falam sobre seus projetos a seguir. O programa vai ao ar aos sábados, depois do ‘Vai que Cola’.
Lázaro Ramos aproveitou para falar um pouco sobre seu lado escritor e apresentar os detalhes dos seus novos livros infantis ‘O Pulo do Gato’ e ‘Edith e a velha secreta’. “Eu nunca imaginei isso, mas virou um lugar que é quase terapêutico para mim. Inclusive foi o que me salvou no ano passado, durante a pandemia”, conta ele sobre as publicações.
Lázaro, fala ainda sobre a experiência como diretor do filme ‘Medida Provisória’ e aproveita o bate-papo de sábado para contar um pouco sobre como anda a sua vida familiar durante a pandemia, ao lado de Taís Araujo e os dois filhos do casal.
Continuando com os convidados, o programa traz ainda a cantora Iza, que adianta as suas últimas novidades profissionais: “Eu estou preparando o lançamento do meu segundo álbum e acho que esse processo de tentar me encontrar foi muito decisivo para construir o que eu vou mostrar. Neste momento eu estou mais madura, o meu som está mais maduro”.
Na atração, Iza apresenta a sua nova música, ‘Gueto’. Também no ‘Altas Horas’, a voz de Johnny Hooker invade o estúdio ao cantar ‘Flutua’ e ‘Crise de Carência’.
O filósofo e professor Silvio de Almeida também estará no ‘Altas Horas’ e fala a respeito do livro ‘Racismo Estrutural’, levantando reflexões sobre o assunto. Silvio Almeida ainda revela uma parte de suas lembranças, em especial as que guardou do pai e a influência paterna em sua criação.
O ‘Altas Horas’ ainda recebe a microbiologista Natalia Pasternak, que analisa a vacinação no Brasil.
Com a propriedade de ter se tornado dona de mais de 1.6 bilhão de streamings, indicada a Grammy Latino, apontada Mulher do Ano (GQ Magazine), Iza acaba de lançar, em todas as plataformas digitais, o single de estreia do seu segundo álbum, previsto para o próximo semestre. “Gueto é uma forma de celebrar da onde eu vim. Não é sobre ostentação,mas sobre ocupação. Ser a mina preta da zona norte estando em vários comerciais onde eu nunca tinha visto uma mina preta antes”. Essas são as primeiras falas da cantoracarioca sobre seu mais recente lançamento: o clipe do single ‘Gueto’. A letra inicia com um aviso que se reflete na força da canção e da fala da artista: `Olha quem chegou/ É fogo na babilônia/Trajada de amor/ Só pra te causar insônia”. Iza é uma das poucas cantoras no país que consegue causar frisson antes de um novo lançamento, como uma Rihanna brasileira.
Imagem:Rodolfo Magalhães
O clipe de ‘Gueto’ não economiza nas cores, na celebração da cultura urbana e das lembranças da cantora. “Eu queria muito desenhar esse gueto colorido que existia na minha cabeça e que existe, sabe? Eu sou de Olaria, Zona Norte do Rio de Janeiro e eu lembro de um gueto colorido, bem cuidado, um gueto onde a gente não tinha medo de andar na rua, que é de lei a gente fechar a rua no domingo, a gente nem precisava avisar a prefeitura, era só passar a cordinha que não passava nem caminhão. Era uma vontade grande de mostrar esse lugar, tornar esse lugar lúdico”, explica a cantora que busca com a produção do clipe evocar lembranças de bairros onde as pessoas viveram.
Iza tem alçado vôos altos desde que lançou o álbum “Dona de Mim” (2018), mas sem perder de vista a origem que lhe catapulta para o salto. “Esse sentimento de pertencimento das pessoas significa ter orgulho de onde eu vim, significa que sim, brota ouro da onde eu vim, significa mostrar que o que mais faz sucesso nesse país veio do gueto, sim. A gente pode não se ver na TV, mas o que as pessoas têm consumido veio desses lugares. Então é sobre isso, né? A gente faz parte de tudo e deveríamos ocupar mais”, diz, também lembrando que celebrar as origens é colocá-la em espaços antes negados.
Imagem: Rodolfo Magalhães
Na semana passada, a Revista Time publicou um artigo em que elegia Iza como um dos ícones da nova geração. A publicação rasgou elogios à postura da cantora sobre temas importantes como representatividade e posicionamento frente ao racismo no Brasil. “Sou formada em Comunicação e a cabeça explode quando você ganha uma indicação como essa. Eu me sinto muito feliz. A gente costuma dizer que não trabalha para ganhar prêmio, nem nada, mas é óbvio que quando a gente recebe um tapinha nas costas desse, dizendo que a gente está no caminho certo, tudo muda e é dessa forma que vejo. É muito lindo e me sinto abençoada por receber esse reconhecimento. Principalmente num momento que é tão difícil fazer arte, sabe?”, diz a cantora que continua: “Eu queria muito que as pessoas entendessem que não é legal ser exceção. Eu não quero que as coisas sejam assim. É a primeira vez que fico falando de mim na música, mas não é sobre essa coisa do primeiro lugar, de ser eu. É sobre a questão mesmo de abrir as portas para tanta gente incrível que faz diferença na arte do país, que é vetor, sim, de mudança na arte do país e não tem lugar, não tem visibilidade. Então é muito legal quando a gente recebe uma nomeação como essa porque tudo quanto é dúvida que a gente tenha na cabeça acaba sendo sanada, principalmente quando não temos contato com público que é quem abraça a gente quando a gente está precisando”, termina.
Iza é articulada e firme como nem sempre se vê entre artistas de longo alcance na música brasileira. Fala de forma clara, concisa, mas sem esvaziar discursos e explicações. É de se esperar que o jeito de se expressar na fala esteja também na nova canção e nas poses confiantes da superprodução do novo clipe. Para o novo álbum, que ainda não teve todas as faixas decididas, a cantora promete dancehall, R&B, Rap e trap, formando a caldeira musical que já estava presente no debut de 2018. O próprio single lançado é uma pontinha do que virá e a julgar pela produção, não será menos impactante para a cena musical que o disco anterior.
Imagem: Rodolfo Magalhães
A entrevista ocorreu dias antes de polêmicas sobre a obrigação ou não de haver posicionamento político de pessoas públicas. Como uma profecia, houve resposta a uma questão sobre levantar pautas. “Eu sou a bandeira. Eu estar ali sentada no horário nobre. Eu já estou falando muita coisa só de estar ali ocupando, sabe? Eu acabo falando de racismo e essas coisas porque são coisas que eu vivi e faz parte da vida de todos os brasileiros, então não tem como fugir disso. Seria muita hipocrisia da minha parte. Não é proposital. É o que eu sei falar de verdade. Eu vou trazer as minhas vivências e infelizmente estaremos sofrendo racismo até lá e a gente vai continuar falando sobre isso até isso mudar”, reflete a cantora que entende que sendo suas músicas feitas para um recorte específico da população já está enviando uma mensagem.
Na condição de artista enclausurada por conta da pandemia, a cantora diz ter lidado com questões que havia protelado, tornando esse novo registro algo mais pessoal e biográfico que os trabalhos anteriores. De encontro às suas raízes e ciente de exaltar a ancestralidade negra, Iza reflete: “Não tem muito como eu falar para onde estou indo se eu não souber da onde vim. A gente se perde pelo caminho se não soubermos da onde a gente veio. Por isso é muito importante fincar muito o pé no chão, nas suas raízes e deixar claro para as pessoas que nossa trança tem muita história para contar. Isso é muito mais que um estilo”.
Imagem: Rodolfo Magalhães
Já chamada de Beyoncé brasileira, Iza não esconde a inspiração na cantora norte-americana soltando um “amém” ao citar o nome da diva pop. “Ela me inspirou muito a falar de onde eu vim, me encorajou muito a falar de onde eu vim e eu acho que isso é mágico, sabe? A libertação de você querer falar quem é, de querer falar para o mundo quem você é. Isso é mágico. Espero que meu trabalho tenha o impacto assim na vida de alguma pessoa porque com certeza o trabalho dela me impactou bastante, me inspirou a continuar procurando uma voz minha”, afirma a intérprete de “Pesadão”.
Iza fala com sorriso aberto ao lembrar que nos shows a faixa etária abrange desde crianças até idosos. A cantora também mostra consciência de que sua visibilidade sendo mulher negra de pele escura ainda não significa que os padrões de representatividade sejam os ideais. Iza lembra que faltam mulheres negras gordas com visibilidade. “Muitos que vieram antes da gente estão trabalhando para abrir as portas e agora a gente tem que trabalhar para ‘arregaçar’ as portas e deixar aberta. A gente precisa trazer as pessoas para onde a gente está”, discursa com assertividade. “Uma vez que você é exceção, eu falo isso para os artistas. Uma vez que você conseguiu furar o bloqueio, você tem obrigação de trazer gente com você. A gente precisa ser vetor de mudança”, aponta.
“ Eu canto a minha vida inteira que nem uma louca. Desde criança em casa. Por que eu só tive coragem de me expor com 25? Muito provavelmente porque eu nunca me vi na TV. Porque quem eu via era completamente diferente de mim. Porque eu achava que não dava. Tem uma hora que você acha que não dá mesmo. Se você não se vê nos lugares, você vai achar que não dá! Isso precisa mudar. Quando lancei ‘Pesadão’ as pessoas comentavam que só tinha negro no clipe e eu vou colocar só negro até as pessoas pararem de cometar e acharem normal isso. A gente tem obrigação de trabalhar essa ocupação!”. crava Iza em palavras que soam ainda mais forte olhando para os olhos determinados da cantora.
Imagem: Rodolfo Magalhães
Nas últimas semanas surgiu um boato sobre uma possível parceria com Sam Smith, já que ambos colocaram o mesmo tema da foto ao mesmo tempo em suas redes sociais, mas Iza diz que foi apenas um delírio coletivo, embora tenha gostado da ideia. “O homem vai pensar que eu estou stalkeando ele. Todo mundo marcando o homem porque brasileiro não tem limite. Foi uma grande coincidência, que eu amei, mas foi só uma grande especulação. Ainda sobre possíveis parcerias, Iza diz que está conversando com Ludmilla, que na sua opinião é a maior cantora negra do país.
O clipe foi gravado em São Paulo e no Rio de Janeiro. A rua que aparece no vídeo de ”Gueto” foi construída em uma antiga fábrica de São Paulo para evitar aglomerações possíveis de se usar em uma rua de verdade, enquanto a parte da Igreja da Penha utilizou a locação real. Com a pandemia, Iza estuda soluções audiovisuais para entregar conteúdo aos fãs já que não fará shows em 2021 por conta da pandemia. Na última quinta-feira, Iza realizou a maior live de sua carreira, como exemplo de alternativas para divulgar o trabalho.
Ao se despedir da equipe de jornalistas presentes na coletiva, a cantora agradeceu nome por nome,dizendo que sabe o quanto o trabalho da imprensa é importante nessa ponte com os fãs, ainda mais em tempos de reclusão e expôs o coração deixando cair lágrimas. “Muito obrigada pelo carinho gente. É TPM, meu deus”, brincou.
Se o próximo disco vier com toda a alma que a cantora demonstra, toda a ansiedade se justifica. Confira o clipe:
Na noite desta quinta-feira (3) MC Rebecca lançou o clipe do single principal de seu trabalho, Pussy Gang, em parceria com Hyperanhas. As quatro faixas do EP Outro lado também já foram lançadas. Os clipes de Bala, Só Faço o Que Eu Quero e Beijo e Bye Bye’ serão lançados nas próximas semanas, no canal da artista e também em todas as plataformas digitais.
Ao lado das influenciadoras Rafa Uccman e Yris Araujo, a funkeira aparece como a patroa de uma casa noturna. Ao comandar alguns strippers em show para mulheres, Rebecca promove uma troca de papeis entre os gêneros e mais uma vez traz o prazer feminino como tema de canção, assim como nos hits Cai de Boca, Ao som do 150, Sento com Talento e Tô Preocupada (Calma Amiga). Com a união do funk, trap e rap, a cantora aposta em muita sensualidade, empoderamento, liberdade feminina.
Pussy Gang traz o início de uma história ainda com muitos mistérios a serem desvendados. Isso porque os quatro clipes, gravados em São Paulo, formarão um curta-metragem, ou seja, os próximos acontecimentos retratando o passado e o futuro desta série só serão contados por meio das outras três faixas – ainda sem datas anunciadas.
Rebecca é a diretora criativa do EP ‘Outro Lado’. “Chegou o momento de todos conhecerem o meu outro lado! Estou muito feliz com todo o resultado desse trabalho. Idealizamos uma forma diferente de comunicar as músicas e unir os clipes. O projeto conta uma história surpreendente e de maneira autêntica. Pussy Gang vem com tudo para apresentar a minha gangue e recrutar mais integrantes. Já estou ansiosa para vocês conhecerem os próximos capítulos”, comemora ela.
O crescimento vertiginoso de produções de autoria e/ou protagonismo negro nos últimos anos vem despertando debates calorosos dentro da academia e da crítica cinematográfica. O principal deles é motivado pelo uso recorrente de termos como “cinema negro” e “narrativas negras” para definir filmes (ou séries, clipes, animações etc.) escritos, dirigidos ou estrelados por pessoas negras. Pode parecer intuitivo para o público em geral, mas nem sempre um filme com essas características recebe esse rótulo consensualmente. Ao longo da história, o termo “cinema negro” ganhou contornos estéticos e políticos específicos, como um movimento artístico-cultural que emergiu paralelo às mudanças sociais mais amplas acerca da representação racial. Isso significa dizer que fazer “cinema negro” não é apenas sinônimo de presença negra atrás e/ou na frente das câmeras – embora esses aspectos ainda sejam fundamentais. Fazer “cinema negro” diz respeito à forma com que os filmes são produzidos, como as imagens são capturadas e qual narrativa está sendo contada.
O teórico negro do cinema Michael B. Gillespie vem pensando isso de modo interessante, ao defender o uso do termo blackness film [negritude fílmica] para escapar dos clichês que geralmente acompanham o “cinema negro” do senso comum (filmes sobre racismo e a realidade social negra) ou a ideia de “performance negra” (culturas negras performadas exoticamente na tela). Blackness film, nesse sentido, é pensar as produções audiovisuais onde o que prevalece é a liberdade criativa do(a) artista negro(a), implicado(a) tanto pelas produções de autoria branca, quanto (e principalmente) pela própria subjetividade, trajetória de vida e poder de imaginação. É, em síntese, se apropriar e escapar, paradoxalmente, dos enquadramentos teóricos e políticos da crítica e produção cinematográfica branca, para projetar a complexidade da negritude e do “mundo negro” fora das relações raciais com a branquitude – inclusive ironizando-as.
Ao meu ver, são exatamente essas características que estão presentes na terceira temporada da série Master of None, dirigida impecavelmente em cinco episódios pelo seu ex-protagonista Aziz Ansari, que também assina o roteiro com a brilhante roteirista e atriz Lena Waithe. Após o envolvimento pessoal de Ansari em uma polêmica de assédio sexual, o seu personagem Dev deixa o centro da narrativa, transferindo para a melhor amiga Denise (Lena Waithe) e sua companheira Alicia, interpretada por Naomi Ackie. A temporada, então, gira em torno do relacionamento de Denise com Alicia e os conflitos que surgem a partir do desejo das duas de terem uma criança. Mas essa não foi a única mudança radical na série. Antes uma dramédia que flertava fortemente com o gênero sitcom em alguns momentos (afinal, Ansari também é comediante), Master of None se transformou num drama cult, profundamente complexo, sensível, político e muito bem construído pela dupla Ansari e Waithe. Em suma, se transformou numa “série de arte”.
A proposta estética parece combinar perfeitamente com a mudança de tom na narrativa. Agora, a série valoriza a fluidez natural dos diálogos, dando a sensação de que o tempo passa mais devagar para quem assiste. A primeira percepção é que todos os enquadramentos são fotograficamente bem definidos, e são raras as cenas em que a câmera se movimenta. Na verdade, quem se movimenta são os personagens, que por vezes saem do quadro e são reconhecidos apenas pela sua voz. Essa nova dinâmica exigiu que quase todas as cenas fossem gravadas em plano-sequência, já que praticamente não há os cortes comuns do cinema de gênero, como os tradicionais plano e contra-plano em diálogos. Para compensar a ausência de uma dinâmica acelerada, a direção de arte aposta numa paleta de cores impecável, tanto nas roupas e acessórios das personagens, quanto nos objetos e detalhes da casa de campo que Denise e Alicia moram.
A narrativa, apesar de também tematizar problemas sociais a serem enfrentados por um casal negro lésbico, conseguiu passar ao largo dos clichês de uma “produção-denúncia”. A crítica está ali, e é forte, mas ela não é abordada diretamente. É tratada a ideia de amor romântico, o desejo de maternidade para uma mulher negra lésbica e a solidão que pode fazer parte desse processo sem que o telespectador assuma isso como norte da narrativa. Não é uma temporada sobre racismo e lesbofobia, embora também seja. Nesse ponto, o roteiro acerta em apostar em diálogos corriqueiros de um casal, que passa por momentos de carinho, sexo e companheirismo, mas também por crises comuns a todos os outros casais. Ao fim e ao cabo, apenas ficamos apreensivos acerca do desfecho do casal, principalmente após o intenso episódio quatro, protagonizado por Alicia.
Nessa terceira temporada, Ansari e Waithe humanizam Denise e Alicia – e até mesmo Dev, que aparece esporadicamente também tendo uma briga de casal e dando apoio a Denise. “Humanizar”, nesse caso, significou tornar personagens negras complexas, que cometem erros e passam por questões subjetivas nem sempre ligadas às relações de opressão, embora isso seja constitutivo de suas trajetórias de vida. A ausência relevante de personagens brancos na série é um bom indicativo de como a série conseguiu, nesta temporada, quebrar com os clichês em torno do “cinema negro” e da “performance negra” sem necessariamente precisar sair do realismo e da verossimilhança. E acreditem, é muito difícil alcançar esse nível.
A estrela multicampeã de tênis Venus Williams disse que nunca sofreu em coletivas de imprensa porque desenvolveu um mecanismo de defesa. “Sei que cada pessoa que me faz uma pergunta não pode jogar tão bem quanto eu”, disse em entrevista aos repórteres do Aberto da França (Roland Garros).
Venus continua: “Portanto, não importa o que você diga ou escreva, você nunca acenderá uma vela para mim”, disse a tenista de 40 anos que entende que atletas se diferem na forma de lidar com a imprensa. Serena disse que “sente por Naomi Osaka” e também passou por entrevistas coletivas “muito difíceis” em sua carreira. “É assim que eu lido com isso. Mas cada pessoa lida com isso de forma diferente”, concluiu.
Venus Williams e Naomi Osaka (Imagem: AFP)
Williams respondia sobre os atritos da tenista Naomi Osaka com a organização do evento após dizer que entrevistas coletivas faziam mal à sua saúde mental. “É chutar uma pessoa quando ela está no chão”, chegou a comparar, Osaka.
Osaka retirou-se de Roland Garros na última terça-feira, após ter dito que não daria entrevistas coletivas após os jogos. A atleta chegou a ser advertida quanto a uma possível multa e respondeu dizendo que esperava que a punição fosse direcionada para instituições de caridade, mas acabou por desistir da queda de braço com a organização. A tenista japonesa ganhou apoio de outros tenistas e também de esportistas de outras modalidades, como o piloto de Fórmula 1Lewis Hamilton.
Osaka disse que seus problemas de saúde mental começaram em 2018, quando ela ganhou o primeiro de seus quatro campeonatos no Aberto dos Estados Unidos em uma polêmica final contra Serena Williams (irmã de Venus). Ela tinha apenas 20 anos na época.
Baseado em fato reais, a traição que levou a morte de um dos líderes do Partido dos Panteras Negras rendeu duas estatuetas no Oscar 2021
São Paulo, 01 de junho de 2021 – Judas e o Messias Negro é um longa baseado em fatos reais, que tem como protagonista William O’Neal, um agente duplo contratado pelo FBI para se infiltrar no Partido dos Panteras Negras em Chicago no final dos anos 60. Porém, nem tudo sai como esperado e o “Judas”, interpretado por Lakeith Stanfield, acaba virando amigo íntimo de Fred Hampton, “Messias”, presidente do partido e principal alvo dos federais. Um dos grandes ganhadores do Oscar de 2021, com indicações a Melhor Filme, Melhor Roteiro Original, Melhor Fotografia, Melhor Ator Coadjuvante e Canção Original, o longa faturou duas estatuetas na premiação, Melhor Ator Coadjuvante, com Daniel Kaluuya no papel de Fred Hamptom, e Canção Original, por “Fight For You”, da cantora H.E.R. Durante o filme, dirigido por Shaka King, podemos ver como era o trabalho de Fred e dos Panteras Negras na cidade, oferecendo café da manhã para crianças e assistência médica gratuita para a população preta. Abaixo, destacamos vários outros eventos que aconteceram de verdade e que também são retratados na obra de ficção:
Imagem: divulgação
• O nome Messias O apelido Messias, que Fred recebeu e dá nome ao filme, foi realmente usado pelo FBI durante as investigações. • Oratória potente Os discursos inflados e emocionantes de Fred não são apenas um dom, mas fruto de muito estudo. Na vida real, o revolucionário estudava os textos de Martin Luther King e Malcolm X para conseguir passar mensagens tão impactantes quanto a deles. No filme, é possível vê-lo repetir cada palavra de um discurso gravado. • “Eu sou um revolucionário” A cena de Fred bradando “eu sou um revolucionário” durante uma de suas palestras, com participação da plateia devolvendo o grito, impactou os espectadores desde o trailer do filme. E na vida real, esse momento realmente aconteceu, sendo um dos marcos mais lembrados pela comunidade.
Trailer Oficial
• Coalizão Arco-íris A Coalizão Arco-Íris foi a união do Partido dos Panteras Negras com os Jovens Patriotas, um grupo de pessoas brancas e pobres. Juntos, eles lutavam contra pobreza, corrupção e brutalidade policial nas ruas. • Roubo de sorvete Tanto na vida real quanto no filme, Fred Hampton foi acusado e preso por roubar US﹩70 em sorvete – o que nunca aconteceu. Essa foi a única forma encontrada pelos federais para tirar Fred do comando dos Panteras. • Ataque à sede Enquanto Fred estava detido, a sede do Partido dos Panteras Negras foi atacada pela polícia. Depois de um intenso tiroteio, os Panteras se renderam e o prédio foi incendiado, cena que também condiz com a realidade. • Judas remunerado William O’Neal recebia dinheiro do FBI por intermédio do agente Roy Mitchell, interpretado por Jesse Plemons, pelo trabalho infiltrado no Partido dos Panteras Negras. Porém, as regalias mostradas no filme, como as idas a restaurantes caros e à casa do agente, nunca foram confirmadas. O filme já está disponível para compra nas plataformas digitais Apple TV, Google Play, Microsoft e Playstation, garantindo o filme para assistir quando quiser, onde quiser e como quiser. A partir do dia 3 de junho ele estará disponível para aluguel nas plataformas Apple TV, Google Play, Microsoft, Playstation, Sky, Uol Play, Vivo, WatchBr e Claro, com a possibilidade de assistir o filme sem limite de plays, por 48 horas.
Netto Santos, coordenador do concurso Miss Teen Earth nega que tenha havido racismo nos critérios de pontuação que penalizaram a modelo Thasilla Brandão em uma das etapas do concurso Miss Teen Earth. A modelo, de 18 anos, Miss Teen Bahia, Thasilla Brandão, de 18 anos, foi penalizada em uma etapa do concurso Miss Teen Earth, realizado em São Paulo após discursar com fala sobre representatividade negra (noticiamos aqui), o que foi uma decisão inesperada para a baiana. “Não passou pela minha cabeça que eu perdi o título por conta do meu discurso. Meninas de outros Estados também estavam torcendo por mim, que eu falei inglês. Isso já me deixou um pouco mais confiante”. Thasilla era favorita para levar o prêmio nacional. O coordenador do evento, Netto Santos reafirma o favoritismo da modelo baiana. “Ela era uma das candidatas mais cotadas em todo confinamento pela sua trajetória, empenho, inteligência e por todo seu preparo. Até outras candidatas a viam assim, o que realmente era. Em seu discurso final, por sinal foi lindo ela defender a causa negra (que também é minha causa por ser negro), ela fala que está lá para representar todas as mulheres negras da Bahia e do Brasil, e isso é fantástico! Em análise dos jurados, que também concordaram com a sua posição, porém tecnicamente falando (concurso de miss), uma miss deve defender todas as causas, nesse caso, todas as raças. Esse ponto de vista não é meu e sim dos jurados que viram dessa forma”, disse ao Mundo Negro.
Netto Santos junto com apresentadora Bruna Finda do concurso Miss Teen Earth (Imagem: Miss Teen Earth)
A fala de Netto vai de encontro ao que a própria Thasilla já tinha dito. O administrador também nega que tenha havido racismo permeando os critérios de pontuação. “Temos em nosso concurso outra negra representando o RJ, um apresentador e coreógrafo, temos outra apresentadora e a nossa advogada também da cor negra. Então queria deixar bem claro que racismo não tem, nunca houve e nunca terá no nosso concurso que é um concurso internacional”, defende.
Thasilla disse ao Mundo Negro que foi chamada para o Miss Teen Earth pelo próprio Netto Santos, após ele ter visto a modelo em outro concurso, no qual ela já tinha citado que tinha como prioridade falar da causa negra, então ela não imaginou que essa seria uma razão de penalidade, ainda mais que o próprio Santos é negro, assim como parte do corpo de jurados. A miss também disse que ao enviar um vídeo para coordenação recebeu o feedback com o comentário “foco: representatividade”. Parabéns”. Segundo Thasilla, a justificativa para a pontuação só foi revelada após sua mãe, Joseane Carla, ir perguntar sobre as premiações e por curiosidade ter perguntado as razões. Joseane esperava que a eliminação da filha fosse ser por razões ligadas ao traje ou ao desfile. “No meu discurso só a primeira frase foi para causa negra. O restante foi para todos. A Miss Universo ganhou o tpitulo falando só sobre a causa negra ganhou o título”, diz Thasilla.
Thasilla Brandão (Imagem: Instagram)
Após repercussão do caso, a organização diz ter oferecido o título principal que seria para ela representar o Brasil em competição estrangeira, devido a desistência da vencedora que por motivos particulares abdicou o título. E por regra, a terceira colocada ocuparia o cargo, mas não foi aceito. A modelo diz que a organização só se posicionou sobre sua participação no lugar da vencedora após repercussão da polêmica, uma vez que ela alega que já era sabido que a candidata que venceu tinha deixado explícito que não seguiria competindo após o concurso. “Para mim foi como se eles querendo me comprar por causa de tudo que aconteceu, para acalmar a mídia, porque até então eles não tinham postado nenhuma nota”, aponta.
Perguntado sobre quais seriam os critérios técnicos usados pelos jurados para penalizar, Netto Santos respondeu: “Eu não diria penalizar, até mesmo porque ela ficou em terceiro lugar entre tantas candidatas, e a repercussão se deu por ela não aceitar a sua colocação e expor da forma que foi. Qualquer “tribo”, (me desculpe se uso o termo errado), a defenderia da forma que foi. Todos os jurados eram jurados técnicos, pessoas capacitadas e que entendem do mercado. Tínhamos o preparador da miss do maior concurso do mundo, o Miss Universo, o qual sua miss que ficou em segundo lugar no último dia 16 de maio, nos Estados Unidos. Tínhamos outros preparadores brasileiros e internacionais, estilistas e consultores de moda. Os critérios se baseiam na vivência e experiência desses jurados no mundo miss”, explicou.
Sobre as premiações não entregues, Santos explicou que houve um problema devido ao fechamento da fábrica que produz a faixa para as candidatas, mas que serão entregues ainda este mês. Thasilla diz que houve consternação entre várias candidatas e que o resultado foi questionado pelas outras modelos. “Juntamente com meu advogado e equipe estamos em busca da justiça, que entreguem as premiações que foram prometidas e que eles cumpram o contrato. Foi um desrespeito comigo e com as outras candidatas pelo fato de não cumprir aquilo que tinha escrito e assinado. Não posso aceitar um título para esse ano depois de tudo o que aconteceu, passei 1 mês para assimilar tudo e decidir o que iria fazer porque eu realmente não estava bem”, desabafa.
Além de modelo, Thasilla é professora de balé e de inglês e a carreira de miss foi uma forma de chegar a mais pessoas, ajudando-as de várias formas, com ações sociais.”Por isso faço faculdade de biomedicina, quero entrar no mundo da estética avançada e fazer com outras pessoas se sintam bem com a sua estética. Além de fazer parte de alguns projetos que ajudam pessoas do sertão e crianças com necessidades especiais”, revela.
Imagem: Instagram
Netto enfatiza que o concurso tenta mudar e acertar conforme a mudança de tempos, e que os critérios nunca foram raciais. “Gostaria também se possível que falasse do nosso apreço e carinho pela Miss Bahia, que ela faz parte da família do concurso e que em momento algum deixaríamos ela desamparada, tanto é que a oferecemos o título maior do concurso com despesas de hospedagem de 5 dias, alimentação, transfer na cidade onde irá acontecer o concurso, passeios em pontos turísticos entre outras itens que fazem parte da etapa internacional do concurso”, conclui.
A cantora Karol Conká e a Fabiana Bruno, fundadora e CEO da agência Suba, responsável pela construção de imagem e carreira da cantora deram uma entrevista para o programa “Reclame”, elas falaram sobre o futuro da carreira da cantora e sobre os desafios de recomeçar do zero após o BBB.
As duas pensaram e ressaltaram, as dificuldades que Karol encontrou após o cancelamento sofrido em decorrência as suas ações dentro do reality mais visto do Brasil. Na conversa, a cantora fala sobre como estão as estratégias de reconstrução da vida da artista e sobre a importância de estarmos atentos a nossa saúde mental e sobre o perdão.
A entrevista vai ao ar no programa Reclame, do Multishow, na próxima quinta-feira (03/06) às 17 horas e conta com apresentação de Bruna Calmon.
‘Falas de Orgulho’ mostrará as jornadas de oito personagens de diferentes idades, regiões, trajetórias de vida e religiões – e por trás delas, histórias de superação, preconceito e auto aceitação.
No dia 28 de junho, data em que se celebra o Dia Internacional do Orgulho LGBT, a TVGlobo apresentará a trajetória de uma comunidade plural, pessoas completamente diferentes entre si mas que se reconhecem em um ponto em comum: o orgulho; de ser livre, de se relacionar sem preconceitos, de existir e de ter voz. O especial será exibido ainda no GNT, dia 30 de junho, e no Canal Brasil, dia 2 de julho.
Para contar histórias das pessoas, a equipe do ‘Falas de Orgulho’ percorreu diversos estados do país e acompanhou pessoas reais em seu cotidiano: na intimidade de suas casas, trabalho e no dia a dia com os amigos. Além de dar voz a essa luta na frente das câmeras, o especial também reflete a diversidade nos bastidores, em uma equipe majoritariamente LGBT em diversos setores: desde a direção, passando pelos assistentes, fotografia e roteiristas.
O especial falará sobre vida de pessoais como Richard Alcântara, 24, jovem transgênero do interior de São Paulo, que sonha ser bombeiro civil;
Ariadne Ribeiro, 40, mulher transgênero que é assessora de apoio comunitário da Unaids/ONU;
Geisa Garibaldi, 37, lésbica e carioca, criadora do ‘Concreto Rosa’, empresa de serviços de mão de obra feminina;
Ângela Fontes, 69, enfermeira aposentada que só falou abertamente sobre ser lésbica na terceira idade;
Fábio, 30, jovem gay de São Paulo que dá vida à drag queen Sasha Zimmer;
Mário Leony, 46, homem gay de Aracajú, que é delegado da Polícia Civil há 20 anos;
Maycon Douglas, 27, jovem bissexual que trabalha como barraqueiro na praia de São Conrado e mora na Rocinha, comunidade da Zona Sul do Rio de Janeiro;
Mariana Ferreira, 35, médica bissexual, que tem um consultório particular e trabalha como ginecologista do SUS.
A cada edição do ‘Falas’, que faz parte do ‘Projeto Identidade’, propõe-se um diálogo social, a partir de temas que estão vinculados às datas de nosso calendário. Para o ‘Falas de Orgulho’, além dos bastidores do dia a dia desses oito personagens, o público também terá a oportunidade de ouvir seus depoimentos: as histórias marcantes de suas vidas contadas em primeira pessoa em estúdio. Um momento que promete muitas emoções – tanto para eles, quanto para os espectadores. Ao final, a diversidade será celebrada em um clipe musical exclusivo.
A escritora Chimamanda Ngozi Adichie usou sua conta no Instagram para homenagear a própria mãe, Grace Adichie, e fazer uma reflexão sobre a falta de protagonismo da mãe da noiva nos casamentos ocidentais. “O pai leva a noiva até o altar, o pai faz a primeira dança com a noiva, muitas vezes o pai faz um discurso enquanto a mãe não”, disse. Grace Adichie faleceu em fevereiro deste ano, poucos meses após a morte do pai de Chimamanda, James Adichie. O falecimento do pai motivou a autora a escrever o livro Notas Sobre o Luto, lançado em abril deste ano.
“Antes do casamento, decidi que meus pais me acompanhariam até o altar. E decidi que minha primeira dança seria com minha mãe. Meu pai, que muitas vezes chamei de “Defensor do Cônjuge”, me deu muito apoio. Ele não era muito dançarino – eu herdei seus genes não ritmados – mas minha mãe era. E a alegria da minha mãe naquele dia foi uma coisa linda e brilhante”, contou aos seguidores na manhã desta quarta-feira.
Chimamanda ilustrou a postagem com uma foto de seu próprio casamento – que ela havia mantido privada até este momento. “Minha necessidade de privacidade agora é superada por meu desejo de homenagear publicamente a mulher rara e maravilhosa que chamei de minha mãe”, disse a escritora na postagem.
A autora de Sejamos Todos Feministas e Americanah, falou ainda sobre a importância de modificar convenções de acordo com o que cada um sente. “Se as convenções parecerem erradas para você, se sua pele se eriçar e seu espírito paralisar com a ideia de fazer algo ‘do jeito que é feito’, pare e aja . Podemos fazer mudanças. Podemos tentar criar pequenas fatias da vida que desejamos”, incentivou.
Confira a íntegra do texto: “Sempre achei que as tradições de casamento ocidentais deixam de lado a mãe da noiva – o pai leva a noiva até o altar, o pai faz a primeira dança com a noiva, muitas vezes o pai faz um discurso enquanto a mãe não. Nosso casamento, há muitos anos, foi pequeno e lindo, como queríamos. Pedi a família e amigos para não postar nenhuma foto publicamente. Eu queria privacidade. Mas minha necessidade de privacidade agora é superada por meu desejo de homenagear publicamente a mulher rara e maravilhosa que chamei de minha mãe. E espero que isso inspire qualquer moça (e homem) que esteja questionando qualquer tipo de convenção. Antes do casamento, decidi que meus pais me acompanhariam até o altar. E decidi que minha primeira dança seria com minha mãe. Meu pai, que muitas vezes chamei de “Defensor do Cônjuge”, me deu muito apoio. Ele não era muito dançarino – eu herdei seus genes não ritmados – mas minha mãe era. E a alegria da minha mãe naquele dia foi uma coisa linda e brilhante. Convenção é algo feito por alguém e depois repetido por outros. Se as convenções parecerem erradas para você, se sua pele se eriçar e seu espírito paralisar com a ideia de fazer algo “do jeito que é feito”, pare e aja . Podemos fazer mudanças. Podemos tentar criar pequenas fatias da vida que desejamos. Podemos desfazer convenções para tornar as coisas mais justas, mais completas, mais bonitas. Nem todos ficarão felizes com você, porque é da natureza humana tentar conservar as coisas como elas são, mas seu espírito se sentirá pleno e não há nada mais significativo do que saber que você tem sido verdadeiro consigo mesmo”.