Dirigido por Kasi Lemmons, o filme acompanha a carreira de Whitney Houston, a artista mais premiada de todos os tempos segundo o Livro de Recordes (Guinness Book), que se tornou um dos maiores ícones de sua geração.
Descoberta pelo executivo da gravadora Clive Davis, Whitney alcançou a fama na década de 1980, mas teve diversas polêmicas da vida pessoal nos holofotes da mídia, a suspeita do seu romance com a amiga e diretora de criação Robyn Crawnford, seu casamento conturbado com Bobby Brown, além de cobranças de ativistas devido a tensão racial nos Estados Unidos.
Na época da gravação do filme, a família da cantora não queria autorizar a retratação do romance lésbico. Segundo Lemmons, a família se mostrou intolerante à cena de beijo interpretada pelas atrizes Naomi Ackie como Whitney e Nafessa Williams como Robyn, mas insistiu até que eles autorizassem.
Resistir mais de 17 horas andando em uma esteira, não foi levado em consideração por muitas pessoas que atacaram Aline Wirley, 41, ao vencer a prova do líder, na última sexta-feira (31), no BBB 23.
A equipe da ex-Rouge, se pronunciou neste final de semana nas redes sociais, expondo comentários racistas contra ela, por discordarem da forma que ela conduz o jogo. “Mucama” e “parece escravinha” foram alguns dos ataques sofridos pela cantora.
“NÃO IREMOS TOLERAR qualquer tipo de ofensa, preconceito ou condutas desrepeitosas sejam elas quais forem. Nós do time Aline, estamos atentos a essas condutas e se preciso for acionaremos o jurídico para que medidas cabíveis sejam tomadas”, escreveram em um trecho do texto.
O ator e amigo Icaro Silva, também se pronunciou no Twitter, em resposta ao ativista Isuperio, por dizer que a vitória de Aline era para beneficios dos brancos. “Eu to do lado da mulher preta. Sempre. De toda e qualquer mulher preta. Porque a mulher preta será julgada, apontada, diminuída, cobrada, xingada, apagada. Ela andará por 17h em uma competição por dinheiro e sua vitória será desmerecida por alguém precisando de likes. Que merda”, criticou.
Foto: Reprodução/Twitter
Na manhã desta segunda-feira (3), a jornalista Tia Má, ressaltou que é possível discordar do jogo de Aline, sem ofendê-la por ser uma mulher negra. “Se condena o fato da cantora ser chamada de Mammy, que remete a imagem estereotipada das mulheres negras, como se sente confortável em chamá-la de mucama, de serviçal das meninas brancas?”, questiona.
A segunda edição do projeto Mukengi tem como foco o combate à crise alimentar do país
O Instituto Mancala, com apoio do Instituto Serrapilheira, está com inscrições abertas para a segunda edição do projeto Mukengi (lê-se: muquêngui), um programa de aperfeiçoamento para pesquisadores negros e indígenas com o objetivo de capacitá-los a realizar estudos direcionados às suas comunidades e diminuir a falta de diversidade no campo científico. 30 pesquisadores serão selecionados e as inscrições vão até o dia 12 de abril.
A segunda edição do projeto Mukengi tem como tema “fome e segurança alimentar” e durante toda a capacitação os pesquisadores vão desenvolver e apresentar ideias para o combate à crise alimentar que o país enfrenta, principalmente em quilombos, periferias e tribos indígenas.
Segundo os dados de 2022 da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN) 58,7% da população brasileira está em situação de insegurança leve, médio ou grave.
“A insegurança alimentar é um assunto de grande debate público no Brasil. Nós sabemos que as comunidades indígenas e racialmente marginalizadas são as que mais sofrem sem saber se vão comer ou o que comerão na próxima refeição. Diante de todo esse cenário é urgente que cientistas negros, negras e indígenas assumam o protagonismo na criação de soluções tecnológicas para o combate a fome”, ressalta Rosani Matoso, fundadora e diretora-presidente do Instituto Mancala.
O programa acontece em duas etapas, ciclo de capacitação inicial e atividade prática de extensão acadêmica.
A primeira etapa possui duração de 3 meses e serão aulas teoricas virtuais com pesquisadores negros e indígenas consolidados na área de Ciência e Tecnologia. Já na segunda etapa, com duração de 6 meses, os pesquisadores vão estudar soluções para o combate à fome e a insegurança alimentar nas comunidades, em colaboração uns com os outros, com as comunidades-alvos e com o Instituto Mancala.
“É fundamental aproximar a ciência do combate à fome, pois, aliada a políticas públicas adequadas, ela pode ajudar a trazer soluções a médio e longo prazos”, afirma Hugo Aguilaniu, diretor-presidente do Instituto Serrapilheira. “Só assim conseguimos evitar situações como a grave crise sanitária e humanitária que aflige o povo Yanomami atualmente. O projeto do Instituto Mancala é importante para que tenhamos mais cientistas negros e indígenas trabalhando em prol de suas comunidades.”
Para se inscrever é preciso estar cursando ou ter cursado mestrado e/ou doutorado nas áreas de exatas, ciências da vida ou saúde e apresentar diploma de formação e o Currículo Lattes atualizado. O programa é exclusivamente para negros e indígenas com interesse em estudar o tema do projeto.
As inscrições estão abertas até o dia 12 de abril e podem ser feitas pelo formulário clicando aqui.
A criadora e protagonista da série Abbott Elementary, Quinta Brunson, foi a apresentadora do humorístico Saturday Nitght Live, transmitido pela emissora norte-americana NBC, no último sábado (1). Durante seu monólogo de abertura, ela criticou a série ‘Friends’ pela ausência de pessoas negras.
Em seu discurso Brunson disse que sempre sonhou apresentar o SNL, destacando que o processo “parecia longo”. “Eu queria estar no SNL naquela época, mas o processo de audição parecia longo”, disse. “Então, em vez disso, acabei de criar meu próprio programa de TV, certifiquei-me de que ele se tornasse realmente popular, ganhei vários Emmys e fui convidado para ser o apresentador – muito mais fácil, muito mais fácil.”
“É uma comédia de rede como, digamos, Friends ”, Comparou Quinta Brunson. “Exceto que, em vez de ser sobre um grupo de amigos, é sobre um grupo de professores. Em vez de Nova York, é na Filadélfia e, em vez de não ter negros, tem.”
No final do monólogo, Brunson ainda fez questão de deixar uma mensagem em defesa dos professores. “Por favor, lembrem-se de como os professores são importantes”, disse ela. “Reconheça o trabalho que eles fazem todos os dias e, pelo amor de Deus, pague a eles o dinheiro que eles merecem.”
A segunda temporada da premiada “Abbott Elementary” estreou Star+ no dia 22 de março. A série foi uma das grandes vencedoras do Emmy no ano passado, conquistando o prêmio de “Melhor Série de Comédia”.
Você provavelmente já deve ter escutado a música ‘Calm Down’ em algum lugar. Verdadeiro sucesso nas redes sociais, a canção viral foi lançada em fevereiro de 2022, mas só foi explodir mundialmente no final do ano passado. Escrita pelo rapper nigeriano Rema, a letra da música conta a história de um amor profundo. O registro chegou a ganhar uma nova versão com a cantora norte-americana Selena Gomez.
Agora, com a enorme adesão popular, a faixa que acumula mais de 900 milhões de streams nas plataformas, também começou a ser trabalhada nas rádios dos Estados Unidos, considerado o maior mercado musical do mundo. De acordo com a revista Billboard, a previsão é que o sucesso de Rema continue crescendo nas paradas e se torne o grande sucesso do verão norte-americano.
Rema, intérprete de ‘Calm Down’. Foto: Scrdofme.
Recentemente, ‘Calm Down’ chegou a figurar entre as 10 canções mais executadas dos EUA. “Todos os dias eu acordo com boas notícias. Não apenas boas notícias sobre como minha carreira está indo bem; é sobre o quão bem minha cultura está voando“, celebrou Rema. “Afrobeats está indo para o próximo nível. Essa música está abrindo portas e pontes. Os ouvintes querem saber o que mais está vindo da Nigéria, o que mais está vindo da África. Eu estou tão feliz. Estou feliz por mim, minha equipe, a cultura e por Selena. Ela abraçou o som e fez o que queria. Foi o momento certo [com] a pessoa certa, e o impacto foi tão grande. Ver pessoas que não falam minha língua cantando minha música palavra por palavra realmente mostra que as pessoas são impactadas pelo som, e sou grato por isso“.
Com apenas 22 anos, Rema é um jovem artista que se destacou no cenário da música africana com seu estilo único e inovador. Ele nasceu em 1º de maio de 2000, em Benin City, no estado de Edo, na Nigéria. Desde cedo, ele desenvolveu um grande interesse pela música, e começou a compor e produzir suas próprias canções em um computador antigo que ganhou de seu irmão mais velho. Em 2018, Rema chamou a atenção da indústria musical nigeriana com seu single de estreia, “Iron Man”, que foi rapidamente aclamado pela crítica e pelo público.
“Não é apenas sobre a música – é também sobre mim e o presente que Deus me deu. Eu trabalho no estúdio sem planos. acabei de criar. Independente de qualquer uma das minhas músicas, eu as amo do mesmo jeito. Eu os lanço da mesma maneira“, celebra o cantor. “Eu sinto que as pessoas simplesmente escolhem o que ressoa com elas. Não há um único elemento que eu possa realmente escolher. Se eu me concentrar nisso, isso só vai me prender de alguma forma. Não sei o que é, é só boa música.
Silvio Almeida, 46, e a esposa Edinéia Carvalho, 45, estão ‘grávidos’ pela primeira vez. O casal está esperando uma menina e já revelou o nome: Anesu, que significa “Deus está entre nós”, originário do Zimbábue.
No Instagram, a publicação feita nesta sexta-feira (31), com as fotos do chá de bebê intimista, a modista se declara para o Ministro dos Direitos Humanos, com quem está junto há 17 anos. “Como tem sido maravilhoso compartilhar sonhos com você! E o nosso maior sonho, nossa princesa tão desejada está a caminho”.
“Celebramos este momento com nossos familiares e alguns amigos e foi maravilhoso, meu coração é só gratidão por este dia. Agradeço a Deus e aos orixás por nos permitir viver esse sonho!”, disse. O nascimento da bebê está previsto para julho.
Com 14 anos só de casados, Ednéia havia feito uma grande declaração ao Silvio nas redes sociais, quando eles completaram 10 anos de matrimônio, celebrando a Bodas de Estanho. “Somos tão diferentes né?! Eu gosto de mar e você de piscina, gosto de ouvir música alta e você ler seus livros em silêncio, gosto de rua e você é caseiro, gosto do calor e você do frio…. enfim, em meio a tantas diferenças nos damos tão bem. Não há uma fórmula mágica, apenas o respeito a individualidade do outro”.
“Depois de 10 anos ao seu lado, vivendo feliz e amada, posso dizer que nada será capaz de corroer o nosso amor, porque nós queremos que o nosso casamento, a nossa aliança, essa bela união que existe entre nós, dure para todo o sempre 🙏😍 Te amo Vida e muito obrigada por tudo!”, finalizou.
Trevor Noah (39) será apresentador do programa “LOL: Last One Laughing”, primeira série original sul-africana da Amazon Prime Video. A série de comédia improvisada deve ser lançada em 2024.
De acordo com a Variety, a série deve ser dividida em seis episódios. Em entrevista para a revista, Noah, que é natural de. Joanesburgo, na África do Sul, afirmou estar ansioso para “voltar para casa”: “Estou animado por voltar para casa para apresentar o primeiro original sul-africano do Prime Video, ‘LOL: Last One Laughing’, e ter a chance de me conectar com meu público doméstico”, disse.
Na série, 10 comediantes e artistas sul-africanos famosos são colocados uns na frente dos outros e devem se manter sérios, enquanto tentam fazer seus oponentes rirem. O vencedor leva o prêmio de 1 milhão de rands, mais de US$ 50 mil, que devem ser doados a uma instituição de caridade a ser definida pelo ganhador da prova.
“Estou igualmente encantado com a oportunidade de trabalhar ao lado de meus colegas comediantes locais em um programa que não apenas entretém, mas também retribui à produção sul-africana e às instituições de caridade.”, comentou o comediante.
Em setembro do ano passado, Trevor Noah deixou o The Daily Show após sete anos à frente do programa. No mês de outubro, ele anunciou o lançamento de seu show de comédia na Netflix intitulado “I Wish You Would”.
Com o sonho de fazer uma graduação no exterior desde a infância, Victor Balbino, 23, descobriu por meio de um programa, a possibilidade de tornar esse desejo uma realidade. Com uma bolsas de estudos, hoje ele cursa Economia na Dartmouth College, uma das universidades mais prestigiadas dos Estados Unidos.
O jovem que morou grande parte da vida em Lavras, Minas Gerais, explicou em entrevista ao Site Mundo Negro, que as universidades dos Estados Unidos levam em consideração diversos fatores para a matrícula do estudante, não apenas uma prova, similar ao Enem. “Eu tive a oportunidade de me envolver com atividades extracurriculares desde os meus 10 anos porque meus pais me incentivaram e depois eu percebi que eu não somente gostava de participar delas, mas que elas também eram valorizadas no processo de candidatura”, disse.
Junto com o amigo Artur Barbosa, o estudante de Economia decidiu então criar o SuperMentor (https://supermentor.com.br/), uma iniciativa para apoiar gratuitamente, outras pessoas que desejam fazer a graduação nos Estados Unidos. “O caminho para estudar fora não é fácil, mas é a partir do momento que a pessoa tem informação que as chances dela chances se tornam maiores e é um prazer ajudar com isso”.
Foto: Divulgação
Leia a entrevista completa no nosso site e saiba mais sobre o SuperMentor:Victor, ter acesso a informação de bolsas de estudos, especialmente no exterior, é muito difícil para jovens negros e de baixa renda. Como você descobriu que havia essa possibilidade de estudar em outro país?
Eu tinha o sonho de estudar fora desde criança. No entanto, eu apenas descobri que esse sonho poderia se tornar uma realidade no meu segundo ano do Ensino Médio, que foi quando eu participei do English Immersion Program, um dos programas da Embaixada dos EUA no Brasil. Essa foi uma das melhores experiências que tive na minha vida até hoje, pois ela, literalmente, me ajudou a me conhecer mais e abriu portas para o mundo das oportunidades.
Coincidentemente, uma delas foi o Oportunidades Acadêmicas, programa oferecido pelo Departamento de Estado dos EUA por meio do EducationUSA no Brasil. Com o suporte que recebi deles, eu cheguei a me inscrever em algumas universidades e fiquei na lista de espera de uma delas. No entanto, ao perceber que eu não tinha conseguido compartilhar a minha história do jeito que eu gostaria, eu decidi tirar mais um ano sabático para entender melhor essa parte da minha vida.
2. Como foi o processo de estudos e preparativos para o vestibular? Você precisou se abdicar de algo para realizar este sonho?
Ao contrário do Brasil, que considera apenas a nota que você consegue no ENEM e/ou outros vestibulares, o processo para fazer graduação nos EUA engloba diversos pré-requisitos: o envolvimento do estudante em atividades extracurriculares, notas em testes padronizados (o SAT e/ou ACT, também conhecidos como os “ENEMs americanos”) e de proficiência no inglês, notas do seu histórico escolar, cartas de recomendação, dentre outros.
Nesse sentido, um aspecto interessante que costuma acontecer com jovens que acabam estudando fora é que eles já estavam se preparando indiretamente para o processo antes de conhecê-lo. No meu caso, por exemplo, eu tive a oportunidade de me envolver com atividades extracurriculares desde os meus 10 anos porque meus pais me incentivaram e depois eu percebi que eu não somente gostava de participar delas, mas que elas também eram valorizadas no processo de candidatura.
Logo, foi mais uma questão de continuar fazendo o que eu já gostava do que ter que me abdicar de algo na minha vida. Este, inclusive, é um dos motivos pelos quais nós criamos o SuperMentor: queremos que os jovens conheçam essa oportunidade com antecedência, para que eles possam aprender sobre o processo e, assim, se preparem melhor para passar por ele antes de iniciá-lo.
3. Como tem sido a transição na vida de iniciar uma faculdade nos Estados Unidos?
Como é esperado de uma nova experiência, demorou um certo tempo para eu me acostumar com o nível das aulas (eu sou de escola estadual) e a vida em um novo país no geral. No entanto, eu me senti bastante acolhido por todos principalmente porque Dartmouth tem um programa muito interessante para estudantes de primeira geração chamado First Year Student Enrichment Program (FYSEP). Tal iniciativa simula a rotina acadêmica de um trimestre de 10 semanas na faculdade (nós temos este calendário acadêmico ao invés de um semestre) e, então, nós tivemos aulas por um período de 4 semanas e elas foram bem benéficas para auxiliar na transição.
Victor e Artur, cofundadores do SuperMentor (Foto: Divulgação)
O projeto da SuperMentor tem um recorte para apoiar exclusivamente pessoas negras e/ou de baixa renda, ou vocês acolhem todas as pessoas interessadas em estudar no exterior?
Embora as nossas iniciativas estejam abertas para todas as pessoas, sabemos que os jovens de baixa renda são os que mais precisam de suporte no processo justamente porque as informações geralmente não são acessíveis para eles. Nesse sentido, é por isso que trabalhamos com o objetivo de democratizar o acesso à informação, pois desejamos que mais pessoas possam conhecer tal oportunidade e tenham todos os mecanismos para seguir os sonhos delas, se desejarem.
Desde que iniciaram o projeto, como as pessoas tiveram suas vidas transformadas com o projeto?
O SuperMentor nasceu da nossa vontade de facilitar a jornada dos estudantes para fazer graduação aqui nos EUA. Nesse sentido, uma das formas principais que auxiliamos o nosso público é por meio do nosso Guia do Application, o qual cobre todos os passos do processo de candidatura gratuitamente.
Uma curiosidade interessante sobre os artigos do nosso guia é que eles foram escritos por pessoas (ou baseado nas histórias de pessoas) que estudam em mais de 25 universidades de ponta dos EUA (Stanford University, Harvard University, Columbia University, Dartmouth College, dentre outras) e já obtiveram mais de 500.000 acessos.
Além disso, é válido comentar também que o suporte que oferecemos é bem dinâmico, pois auxiliamos os estudantes com todo o processo ou em partes específicas da candidatura deles, como a do preenchimento de documentos financeiros. Independente da forma, é gratificante receber o feedback positivo das pessoas após os resultados, pois elas comentam como o nosso conteúdo foi benéfico para elas.
Logo, agora que nos formalizamos formalmente como Organização sem fins lucrativos, estamos super animados para continuar auxiliando os estudantes–sempre voluntariamente. O caminho para estudar fora não é fácil, mas é a partir do momento que a pessoa tem informação que as chances dela chances se tornam maiores e é um prazer ajudar com isso.
Comunidade brasileira na universidade (Foto: Divulgação)
Para você, como é a experiência de ser um jovem negro e de baixa renda em uma prestigiada universidade?
Como brasileiro, eu tenho ciência que sou um dos primeiros jovens negros a estudar em Dartmouth College. E essa conquista foi somente possível por conta do apoio de todas as pessoas que passaram pela minha vida até hoje e que tiveram um impacto em mim: a minha família, meus professores, amigos, orientadores… a lista continua!
Dito isso, eu e todos nós do SuperMentor lutamos para que mais jovens de realidades semelhantes também possam ocupar espaços como este. Logo, eu (bem como outros estudantes) posso ter sido um dos primeiros a estar aqui, mas com certeza não serei o último.
Os homens resgatados estavam dormindo entre fardos de bebidas, sobre pallets e colchonetes, em tendas montadas dentro do complexo do evento no Autódromo de Interlagos. A vigilância seria necessária para garantir a segurança da mercadoria, depois de trabalharem 12 horas por dia como carregadores de bebidas. Eles receberiam R$ 130 por dia de trabalho e continuariam trabalhando até o dia 29, durante a desmontagem do evento.
Em comunicado, a Time For Fun, que realiza o Lolla no Brasil desde 2014, revelou que o fim do relacionamento com o festival se deu devido ao término da vigência do contrato que possuía 10 anos de duração. “Mesmo com resultados excepcionais ao longo de todos esses anos, em uma decisão de estratégia de negócios global, a Live Nation, optou por centralizar a operação de todos os seus festivais no Brasil com a Rock World”, informou a nota.
Agora, o Lollapalooza Brasil será assumido pela Live Nation, empresa ligada ao comando do Rock in Rio. A empresa Time For Fun anunciou ainda que continuará atuando no setor de festivais no país.
No livro ‘Mulheres Negras Não Deveriam Morrer Exaustas’, de Tabitha Walker, ela cita que a mãe dela havia aprendido sobre contos de fada com a sua avó e Walt Disney, mas ela aprendeu sobre contos de fada com a Oprah. Esta frase me pegou em cheio, porque eu aprendi sobre contos de fada, como mulher brasileira, preta e periférica, com a invisibilidade.
Na invisibilidade de ser uma menina preta que sempre foi colocada como última na fila da dança na festa junina da escola, com a justificativa da professora que ficaria esteticamente melhor. Na invisibilidade de uma adolescente preta que sempre era a “amiga” que conhecia a mais bonita do colégio e topava este papel para ser aceita. Na invisibilidade da mulher preta que teve que tirar sua foto nas redes sociais em busca de emprego, só para conseguir uma oportunidade de entrevista.
E quando encontrava outras mulheres na minha jornada, acreditava que o meu conto de fadas poderia ser mais acolhedor. O meu conto de fadas não foi completo, porque o que não esperava era a invisibilidade dentro do feminismo. Novamente a invisibilidade bateu de frente comigo, mas através de um novo termo: a sororidade seletiva.
Por muito tempo, a ideia de que todas as mulheres nascem iguais e, portanto, nossas lutas e vivências são construídas pela mesma perspectiva, culminou no termo sororidade, quase como uma prática única, comum e tradicional do feminismo. E, talvez, de fato seja, mas a aplicabilidade é válida quando se é uma mulher não negra.
Parto, sim, do princípio que o termo sororidade busca tangibilizar que a união faz a força e realmente, há algo potente nisso: é sobre irmandade, companheirismo, respeito e admiração. Mas também é sobre empatia seletiva. Diferente das mulheres não negras, sejam elas ricas ou não, politizadas ou não, mulheres pretas, como eu, minha mãe, minhas sobrinhas, minha irmã e os mais de 28% de mulheres negras no Brasil, sofremos com uma empatia seletiva em todas as camadas da sociedade.
A união de mulheres negras acontece não dentro da sororidade, mas, sim, na dororidade. Enquanto mulheres não negras iam à luta por seus ideais, como o direito ao voto e igualdade salarial, pautas de extrema importância e que ainda ecoam na contemporaneidade, mulheres negras iam para a linha de frente para garantir que os seus corpos continuassem em existência, para garantir o direito de estudar e muitas vezes para garantir o direito de ser tratada como uma pessoa e não objeto ou propriedade.
Muitas delas, inclusive, morreram no meio do caminho, tendo que escolher entre o arroz e o feijão, pautas que também ecoam na contemporaneidade e por muitas vezes, se não a maioria, são silenciadas. A escritora Vilma Piedade trouxe o conceito de dororidade para destacar e tratar das dores que mulheres negras vivenciam para além da lógica machista. A questão de gênero não é o único marcador social que nos faz acordar, diariamente, em busca de revolução, mudanças e a construção de estratégias para subverter uma lógica propagada para invisibilizar esse corpo e suas especificidades.
Junto a isso, lidamos com o racismo, com o genocídio em massa da população negra, muitas vezes sendo os nossos pares e filhos o principal alvo. Há um número relevante de mulheres negras que não querem ser mães para mitigar os possíveis riscos que o racismo institucionalizado neste país pode acarretar a suas estruturas familiares. Irmãs: eu respeito a sua decisão, afinal vivemos em um país que a cada 23 minutos, um jovem negro é assassinado. Aqui, neste momento, o silêncio da sororidade é ensurdecedor.
É justo afirmar que o cenário da sororidade seletiva vem mudando durante os últimos anos. Eu mesmo, tenho a honra de conviver e viver ao lado de mulheres não negras aliadas ao combate contra o racismo, que proporcionam acessibilidade a oportunidades para mim e tantas outras mulheres negras. O que mais gosto destas mulheres que se conscientizaram sobre este tema, é que elas entendem que não estão fazendo um favor, uma boa ação e muito menos uma ação social (o s do ESG) para mulheres pretas. Elas estão agindo para corrigir um padrão que as suas mães, avós e bisavós ajudaram a perpetuar durante tantos e tantos anos em uma sociedade racista. Mas ainda é pouco. Muito pouco.
Provas que ainda é muito pouco são divulgadas diariamente através da mídia e redes sociais e se tornaram cada dia mais sofisticadas, encontros femininos onde mulheres pretas são convidadas para palestras pontuais sobre o racismo no mês de Novembro e são remuneradas com ecobags ou visibilidade; ações ligadas às influencers pretas que o pagamento é realizado em produtos como roupas e cosméticos e não em valores compatíveis com influencers não pretas; destaque em capas de revistas com mulheres pretas, com a premissa que sejam mulheres pretas de pele clara, porque mulheres pretas de pele retinta devem se contentar em ser citadas em matérias menores e ausência completa de mulheres pretas trans, 50+ ou com deficiência de pautas que são relevantes e legítimas para a pluralidade delas. Aqui, novamente, o silêncio da sororidade é ensurdecedor.
A dororidade é o lugar onde mulheres pretas se reconhecem, se conectam e estruturam estratégias para continuar a lutar e a sua ressignificação em uma sociedade que o tempo todo tenta nos definir em rótulos. Aqui faço um convite: leiam a coluna da Shenia Karlsson, no Site mundo negro. sobre A ‘Síndrome da Sinhá’ e o impacto na saúde mental de mulheres negras que poderá contribuir com a continuidade sobre a reflexão deste texto.
Nós mulheres pretas não queremos sobreviver, queremos ter o direito a ser reconhecidas dentro das discussões de pautas que nos atravessam na interseccionalidade de gênero e raça. O debate da pauta feminista deveria começar por aqui, pois nossas histórias se cruzam até a página dois, após isso, o enredo é a sororidade seletiva e direitos negados. Mas, será mesmo que ainda há espaço para mulheres pretas continuarem esperando uma jornada que não seja exaustiva?
Eu, no auge dos meus 40 e poucos anos, estou exausta, minhas semelhantes estão exaustas e meus ancestrais, ainda em vida, também estão. Vejam só, gerações diferentes, mas situações que ainda se repetem. Os contos de fada de mulheres pretas precisam passar por um processo de inclusão na sororidade e diminuição da dororidade, para que a nova geração de meninas pretas tenha a construção dos seus contos de fadas com a Disney. Mas a versão inclusiva que a Disney vem criando com a visibilidade do poder de mulheres diversas na construção do empoderamento feminino inclusivo e sem qualquer tipo de silêncio ensurdecedor.
Finalizando o março, considerado mês da Mulher, questiono: será que essa data, mês é sobre nós, ou para vocês? Aqui fica o meu silêncio ensurdecedor.
*Viviane Elias Moreira é C-level em uma edtech, conselheira, palestrante, professora de MBA e uma realista esperançosa pela igualdade racial e de gênero.