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Por que não falamos de Dolores Duran, precursora da Bossa Nova?

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Foto: Reprodução

Texto: Ivair Augusto Alves dos Santos

Uma das maiores cantoras, compositoras e instrumentistas do gênero samba-canção, e que influenciou uma geração de artistas que vieram depois. Ouso dizer que a Bossa Nova tem raízes nas composições de Dolores Duran.

Viveu pouco e amou muito. Adiléia Silva da Rocha, mais tarde conhecida como a cantora Dolores Duran, nasceu no dia 7 de junho de 1930, na zona central do Rio de Janeiro. Ela morreu muito jovem, aos 29 anos, no dia 24 de outubro de 1959.

Deixou um legado de composições que, passados mais de 60 anos de sua morte, em 1959, faz parte do repertório de todos os grandes cantores da música brasileira. Ela é uma das compositoras com mais regravações da história da música popular brasileira.

A intérprete compôs sua primeira canção, “Se É Por Falta de Adeus”, em parceria com Tom Jobim, sucesso na voz de Dóris Monteiro, que nunca deixou de cantá-la:

Se é por falta de adeus
Vá-se embora desde já
Se é por falta de adeus
Não precisa mais ficar

Com Jobim, ela faria uma das melhores canções do período: “Por Causa de Você”, um clássico da dor de cotovelo pré-bossa nova:

Ah! Você está vendo só
Do jeito que eu fiquei
E que tudo ficou
Uma tristeza tão grande
Nas coisas mais simples que você tocou
A nossa casa, querido
Já estava acostumada aguardando você
As flores na janela
Sorriam, cantavam por causa de você

O ambiente aconchegante, escuro, etílico e esfumaçado das boates onde Dolores Duran fez carreira pedia uma interpretação, forjou o jeito intimista, fez de Dolores uma precursora dos intérpretes da nascente Bossa Nova. Com uma carreira de intérprete já sedimentada no rádio e noite cariocas, Dolores começou, tardiamente, a escrever suas próprias canções.

Uma noite, após o fim do expediente na boate Baccarat’s, durante a conversa informal entre músicos e crooners, o então desconhecido Tom Jobim tocou ao piano uma melodia que havia criado para que Vinícius de Moraes pusesse letra. Dolores, que era crooner ali, ouviu tudo de uma mesa mais afastada e escreveu uma letra rapidamente num guardanapo com um lápis de delinear sobrancelhas, um processo usual quando compunha. Levantou-se, foi em direção a Tom e lhe propôs parceria, cantando a letra recém-escrita com o nobre acompanhamento do maestro.

A letra foi mostrada a Vinícius, que gostou tanto que saiu da parceria deixando espaço aberto para a composição de Dolores. A canção era “Estrada do Sol”. O seu grande diferencial estava justamente no tom, que fugia do pessimismo e da tristeza das composições da época, para a leveza e até esperança.

É de manhã vem o sol mas os pingos da chuva que ontem caíram
Ainda estão a brilhar
Ainda estão da dançar
Ao vento alegre que me traz esta canção
É de manhã vem o sol mas os pingos da chuva que ontem caíram
Ainda estão a brilhar
Ainda estão da dançar
Ao vento alegre que me traz esta canção
Quero que você me dê a mão vamos sair
Por aí sem pensar no que foi que sonhei que chorei, que sofri
Pois a nova manhã
Já me fez esquecer
Me dê a mão vamos sair pra ver o sol
É de manhã vem o sol mas os pingos da chuva que ontem caíram
Ainda estão a brilhar
Ainda estão da dançar
Me dê a mão vamos sair pra ver o sol, Me dê a mão pra ver o sol
O sol

A Estrada do sol foi gravada por Elis Regina, e faz parte das grandes músicas do movimento Bossa Nova. Dolores Duran uma das mulheres negras mais importantes na cultura popular do Brasil do século XX, precisa ter sua história resgatada e levada para os livros didáticos.

O 13 de maio e a reflexão sobre as práticas das empresas com a equidade racial

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Foto: Freepik

Texto: Ivair Augusto Alves dos Santos

O 13 de maio é uma data para reflexão sobre o racismo de nossos dias. Sem dúvida uma data para ser celebrada, discutida, comentada e denunciada. Esta semana a Revista Época Negócios do mês de maio tornou pública uma pesquisa do Instituto Ethos e do Centro de Estudo das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert), da Coalizão Empresarial para Equidade Racial sobre a verificação de práticas de diversidade, equidade e inclusão do país. No qual vamos comentar as estratégias para a promoção da diversidade e inclusão, governança, cultura organizacional para a promoção da equidade racial.

Um trabalho que nos apresenta estratégias que o poder público deverá prestar uma atenção redobrada para implementar o decreto 11.443 de 2023, que estabeleceu cota para pessoas negras em, no mínimo, 30% dos cargos comissionados e de confiança no governo federal. O texto destaca, depois de avaliar as táticas de 75 empresas, que a boa governança é fundamental para ir além do discurso e ver resultados na prática.

A administração pública deveria se debruçar sobre os resultados da pesquisa e discutir como poderia ser incorporada nas estratégias de implementação do decreto 11443/23. Isto implicaria na criação de metas, envolvimento das altas lideranças do serviço público e o acompanhamento constante dos resultados, cruciais para introjetar valores de diversidade e inclusão na cultura organizacional dos órgãos públicos.

O ideal seria discutir os resultados da pesquisa com as universidades públicas e institutos que adotaram sistema de cotas para negros, os Núcleos de estudos afro-brasileiros das universidades, com as estatais, governos estaduais e municipais, o poder judiciário e os ministérios públicos.

Um dos aspectos fundamentais registrados no resultado das pesquisas para o sucesso na implementação de medidas é a constituição e o reconhecimento de grupos de pessoas negras em cada instituição que se vá promover a equidade racial. Estas pessoas serão importantes no monitoramento constante, na definição de estratégias e avaliação dos resultados. Nas empresas que obtiveram bons resultados esse é o primeiro item destacado.

As práticas discriminatórias deverão ser punidas com medidas disciplinares em todos os níveis hierárquicos. Recentemente tivemos o escândalo do assédio sexual na Caixa Econômica Federal. Os casos de racismo na administração pública existem e são ignorados. Que sejam criados canais com profissionais preparados para atender a denúncias de discriminação e assédio moral e sexual, e política de não discriminação nos processos de mobilidade interna, promoção e participação em treinamentos.

Uma estratégia importante é monitorar, analisar pesquisas internas de clima, dados de canais de denúncia e dados de seus empregados, adotando as providências necessárias para promover a equidade de oportunidades e eliminar possíveis discriminações contra pessoas negras.

Para cada órgão público é fundamental que se defina uma instância e o responsável que garanta a implementação das ações para equidade racial. O decreto 11443/23 precisa ser conhecido por todos da administração pública, mas também é necessário que cada órgão formalize o compromisso com a agenda da promoção da equidade racial e divulguem ao público interno. É necessário capacitar amplamente os funcionários de diferentes níveis hierárquicos sobre vieses inconscientes e estereótipos discriminatórios.

Precisamos garantir que o tema da equidade racial atravesse todas as áreas e processos. E, para isso, entendemos necessária uma estrutura de governança com pessoas engajadas, precisaremos de um processo contínuo de formação de quadros para atuar.

Que um 13 de maio refletindo sobre como as experiências das boas práticas de diversidade e inclusão nas empresas possa refletir no quotidiano do serviço público e levar a mudanças permanentes na situação da população negra do país.

Filme ‘Império da Luz’, que aborda temas como racismo e saúde mental, estreia no Star+

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Foto: Getty Images

Estrelado por Micheal Ward e a ganhadora do Oscar de Melhor Atriz em 2022, Olivia Colman, o longa “Império da Luz” acaba de estrear na plataforma Star + e aborda temas sociais importantes por meio de seus protagonistas, como racismo e saúde mental.

O filme, dirigido por Sam Mendes, se passa em um belo cinema antigo de uma cidade na costa sul da Inglaterra na década de 1980 e conta a trajetória de Hilary (Olivia Colman), uma gerente de cinema que luta contra a depressão, e Stephen (Micheal Ward), um novo funcionário que deseja fugir da cidade provinciana onde diariamente enfrenta adversidades. Tanto Hilary quanto Stephen encontram um sentimento de pertencimento em sua relação improvável e carinhosa e ao experimentar o poder curador da música, do cinema e da comunidade.

Foto: Getty Images

O personagem de Ward é obrigado a viver em um mundo racista – seja por conta de um governo reacionário ou por causa de jovens violentos – mas se mantém fiel a si mesmo ao encontrar uma conexão improvável com Hilary e com o próprio cinema. “Ele foi rejeitado pelas universidades e está em uma encruzilhada tentando se encontrar”, contou o ator. “Quando algo assim é tirado de você, você precisa encontrar outra coisa que o preencha. Ele é um jovem negro, animado com as oportunidades da vida, ama as pessoas, adora se conectar com música e com filmes, e se recusa a permitir que uma sociedade opressiva defina quem ele é.”, continuou.

Ward explicou que leu o roteiro pela primeira vez antes mesmo de ser escalado para o papel, quando o diretor Sam Mendes pediu sua opinião sobre o personagem. “Foi bom Sam fazer isso”, diz o ator. “Ele não precisava – sou ator novo, não faço isso há tanto tempo. Mas ele valorizou minha opinião – foi emocionante saber que ele estava disposto a colaborar com o personagem. Sam viveu esse período [em que se passa o filme], mas reconhece que não é um homem negro e, portanto, embora tenha visto a tensão ao seu redor, ele não saberia como era aquela caminhada.”

Olivia Colman, que protagoniza o filme ao lado de Ward, falou sobre o encontro dos personagens e a conexão mantida pela dupla. “Ela se transforma, e passa de não sentir nada a sentir um formigamento. Ela para até de tomar a medicação e passa por fases que chegam a um ponto no qual ela se torna heroica em sua mania. Adorei interpretar Hilary por causa dos diferentes estados emocionais em que a encontramos”, conta Olivia Colman.

Jamie Foxx está bem e já recebeu alta do hospital, informa a filha do ator

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Foto: GTRES.

Após um período em internação no hospital, Jamie Foxx já está se recuperando em casa. A informação foi anunciada nesta sexta-feira (12) por Corinne Foxx, filha do consagrado ator. Ela utilizou as redes sociais para lamentar as notícias falsas que tomaram conta das redes ao longo dos últimos dias e que mencionavam uma piora no quadro de saúde do artista.

Foto: Joe Maher/Getty Images

“Triste ver como a mídia trabalha. Meu pai está fora do hospital há semanas, se recuperando”, revelou Corinne. “Na verdade, ele estava jogando pickleball [ mistura de tênis e pingue-pongue] ontem! Obrigada pelas orações de todos e pelo suporte“. No último mês de março, foi relatado a internação médica de Jamie Foxx, mas o motivo não foi revelado.

Corinne chegou a declarar que seu pai precisou ser hospitalizado por ‘complicações médicas’. “Queríamos compartilhar que meu pai, Jamie Foxx, teve uma complicação médica ontem. Felizmente, devido à ação rápida e grande cuidado, ele já está a caminho da recuperação. Sabemos o quanto ele é amado e agradecemos suas orações. A família pede privacidade durante esse período”, postou Corinne em seu Instagram à época do ocorrido.

Foxx começou sua carreira como comediante em clubes noturnos em Los Angeles, mas rapidamente se destacou como ator, recebendo sua primeira indicação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por sua atuação no filme “Ali”, de 2001. Ele ganhou o prêmio em 2005 por sua impressionante atuação como Ray Charles em “Ray”, um papel que o levou a receber elogios da crítica e do público.

Alicia Keys lança “Inesquecível”, álbum ao vivo em homenagem ao Brasil com participação de IZA

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Foto: Reprodução / Redes Sociais.

A cantora Alicia Keys se surpreendeu com o Brasil. A artista lançou nesta semana o álbum ao vivo “Inesquecível”, que marcou o registro de sua passagem por São Paulo no Allianz Park. O projeto pegou os fãs de surpresa e veio com uma participação de IZA na música “Un-Thinkable”, que também possui um medley do hit “Dona de Mim”.

Capa de “Inesquecível”. Foto: Reprodução.

Alicia realizou dois shows lotados no Brasil, um em São Paulo e outro no Rio de Janeiro. “Inesquecível” chega com 30 músicas, incluindo sucessos como “If I Ain’t Got You”, “No One” e “Girl On Fire”. IZA classificou sua participação no espetáculo como “emocionante”. “Uma noite inesquecível, sonhos realmente se tornam realidade”, comemorou ela através as redes sociais.

Alicia continua em turnê pela América Latina. Reconhecida por seu enorme talento composicional e vocal, a artista se apresenta com o espetáculo “Alicia + Keys World Tour”.

Rapper Dumdum, integrante do Facção Central, morre aos 54 anos

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Foto: Reprodução

O rapper Dumdum, integrante do Facção Central, um dos maiores grupos de rap do Brasil, faleceu nesta sexta-feira (12), aos 54 anos. A página oficial do grupo no Instagram compartilhou uma nota lamentando o falecimento do rapper: “nosso guerreiro não resistiu”. Dumdum estava internado no Hospital do Campo Limpo, Zona Sul de São Paulo, desde o dia 6 de abril depois de sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

“É com muita dor que trazemos essa informação. Infelizmente nosso guerreiro não resistiu, mas lutou como um grande herói que sempre foi, dia após dia, como sempre cantou. Só paro de cantar se a ordem vim lá do alto….”, dizia o comunicado. Segundo o grupo, o rapper “não resistiu às complicações decorrentes do seu quadro clínico”.

O rapper Eduardo Taddeo, que também integrava o grupo de rap, prestou homenagem a Dumdum, lamentando a perda e destacando a importância do rapper para o hip-hop brasileiro: “Infelizmente, na manhã de hoje, o rap nacional ficou mais pobre. Uma das maiores vozes do hip-hop nos deixou. Seu legado será eterno. Descanse em paz meu mano, todas as quebradas do Brasil agradecem pelo que você fez e representou”.

De acordo com o grupo, mais informações sobre o velório e o enterro serão divulgadas em suas redes sociais.

Dumdum sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) no dia 6 de abril e, desde então, seu estado de saúde se agravou. Há uma semana, a página oficial do grupo havia publicado uma nota informando que o rapper estava sedado e sendo monitorado por uma equipe médica.

A Fundação Cultural Palmares renasce

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Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Texto: Ivair Augusto Alves dos Santos

No dia da posse do novo presidente da Fundação Cultural Palmares, João Jorge Rodrigues, o auditório principal do Palácio do Itamaraty, em Brasília, estava repleto de lideranças negras do país, representantes do movimento negro, dos povos de terreiro, do corpo diplomático internacional e de autoridades brasileiras.

Além do hino nacional brasileiro, foi executado o hino da África do Sul, em homenagem ao Dia Nacional do país, o Dia da Liberdade. Celebrada no mesmo dia que a posse, a data relembra as primeiras eleições democráticas sul-africanas: realizado em 27 de abril de 1994, o pleito resultou na eleição de Nelson Mandela, o primeiro presidente negro do país.

O respeito à ancestralidade e aos povos de terreiro também marcou a abertura da solenidade. O Grupo Obará executou o Canto de Saudação para Exu, abrindo os caminhos da nova gestão da Palmares.

Após assinar o termo de posse, João Jorge relembrou o histórico de resistência do corpo de servidores da fundação. “A Palmares não é minha, não é nossa, é do povo brasileiro, da sociedade brasileira. Por isso essa instituição republicana, federativa, tem sido tão perseguida e tão caçada, a ponto de se pensar em trocar o nome da fundação”, relembrou.

Na ocasião, o presidente também anunciou a retomada da logomarca tradicional da instituição – o machado de Xangô –. “O símbolo da fundação é um machado, é o símbolo da justiça, imaginado por vários povos africanos. Mas também é o símbolo de um poderoso orixá, Xangô. Ontem, para a honra e glória nossa, este símbolo voltou à Fundação Palmares. Temos um símbolo poderoso para lutar por justiça e por igualdade. Nós venceremos essa luta!”, celebrou.

João Jorge pretende realizar um 20 de novembro com atividades em todos os estados do país. Elaborou uma correspondência para todos os governos estaduais e somente dois governos não mostraram interesse: Paraná e Santa Catarina.

Uma articulação nacional para retomar as celebrações de Zumbi dos Palmares será uma das metas da nova administração. A Fundação historicamente sempre lutou por recursos humanos e materiais, mas o legado da ex-diretoria deixou uma situação muito difícil, com problemas de falta de pessoal e um orçamento muito pequeno.

O novo momento da Fundação Palmares conta com muito apoio da comunidade negra e um espírito de colaboração da maioria das lideranças do movimento negro.

A posse impressionou pelo simbolismo ao ser realizada no Itamaraty, o que mostrou o interesse em internacionalizar as atividades da Fundação. Os países africanos deverão merecer uma atenção especial.

A presença de Exu, para abrir os trabalhos foi muito impactante, pois trouxe a coragem de valorizar uma dimensão espiritual impensável de se pensar a sua realização em muitas localidades do país. Um grito contra a intolerância religiosa e o respeito a nossa ancestralidade. Salve Fundação Cultural Palmares.

Perito e médico veterinário lança livro “PERITO CRIMINAL – Área Medicina Veterinária – Preparatório para Concursos” para quem pretende entrar na área

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Foto: Divulgação

O perito criminal e médico veterinário Dr Clifton Davis, lançou seu 8º livro “PERITO CRIMINAL – Área Medicina Veterinária – Preparatório para Concursos”. A obra é voltada para aqueles que se interessam pela área e estão pensando em concorrer ao concurso público.

https://www.instagram.com/p/CrdItbQLgg3/ 

Seu oitavo livro é uma colaboração com o Dr. Rômulo Elias dos Santos Ferreira, também perito e médico veterinário no Pará, e da Vanessa Alves, estudante de medicina veterinária. A obra é um conjunto de diversas provas e testes anteriores para pesquisa e estudo de quem está em busca de fazer concurso público para trabalhar como perito criminal na área veterinária.

“Saber estudar, ter organização, disciplina e foco, são alguns atributos de um concurseiro. E adquirir o material ideal para os estudos é a cereja do bolo “, afirma Clifton.

Para adquirir o livro é só clicar aqui.

Pesquisa aponta que 90% das mulheres que se tornaram mães solo no Brasil, nos últimos dez anos, são negras

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Foto: Freepik

Segundo a pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (FGV), o número de mães solo no Brasil aumentou na última década. Entre 2012 e 2022, esse número cresceu 1,7 milhão, sendo 90% de mães negras.

No Brasil, 11 milhões de mulheres criam seus filhos e filhas sozinhas, sem um pai e, muitas vezes, sem ninguém para ajudá-las, aponta a pesquisa da FGV. Entre elas, 72,4% não têm rede de apoio próximo. Ao todo, as mães solo representam 15% dos lares brasileiros, a maioria na região Norte e Nordeste. O levantamento foi realizado pela pesquisadora Janaína Feijó.

“Mais de 50% dessas mães não possuem ensino superior ou ensino médio. Geralmente elas tiveram o primeiro filho numa idade muito jovem no momento em que elas tiveram que interromper os estudos. Então isso tende a afetar a carreira profissional dela para sempre porque ela interrompe os estudos numa fase crucial de acumulação de capital humano”, explicou a pesquisadora.

As mães que criam seus filhos sozinhas também estão em desvantagem na renda e no mercado de trabalho. O levantamento mostrou que no quarto trimestre de 2022, o rendimento mensal de uma mãe solo foi de R$ 2.105,00, enquanto o de um homem casado com filhos foi de R$ 3.438,00, 39% a mais. Em comparação com uma mulher casada com filhos, o rendimento foi de R$ 2.626,00 mensal no quarto trimestre, 20% a mais que uma mãe solo.

“Ao contrário das mães solo, a trajetória dos homens no mercado de trabalho não é afetada após o nascimento dos filhos”, diz Feijó.

Mas para uma mãe solo negra o cenário é mais complicado. Diferente de uma mãe solo branca ou amarela, o rendimento mensal das mães que se autodeclaram pretas ou pardas foi de R$ 1.685,00, 39,2% a menos que outras mães solos.

Para Feijó, o que explica essa diferença na renda das mães é o nível de escolaridade e a idade que tiveram filhos – apenas 3% das mulheres que tiveram filhos aos 15 anos ou menos possuem ensino superior. Entre as negras, 9% das que criam suas crianças sozinhas possuem ensino superior.

A pesquisa ainda revela que 31% das mães solos negras com filhos de diferentes idades estão fora do mercado de trabalho, enquanto as que têm filhos de até cinco anos o número sobe para 34,6%. Em comparativo, mães solos brancas e amarelas o número é de 26,6% e 27,5%, respectivamente.

“As mães negras tendem a ter filhos mais cedo, e isso retroalimenta a situação desfavorável no mercado de trabalho. Consequentemente, vai repercutir no nível salarial”, comenta a pesquisadora.

Mulheres da Parada, coletivo liderado por mulheres negras, cria reality show gastronômico ‘Desafio da Parada’

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A Organização da Sociedade Civil (OSC), Mulheres da Parada, fundada com o objetivo de capacitar mulheres em situação de vulnerabilidade social, acaba de criar seu próprio reality show, o “Desafio da Parada”. As gravações acontecerão nos dias 24 de maio e 2 de junho, às 14h, e terão transmissão ao vivo pelo Instagram @mulheresdaparada.

Destinado às alunas do projeto “Donas da Parada”, o desafio consiste em uma competição culinária no estilo MasterChef, em que as participantes terão que preparar um bolo seguindo as orientações dos jurados, que avaliarão sabor, beleza e tempo de preparo. A dupla vencedora receberá um certificado do curso e um prêmio doce como recompensa.

Além de incentivar a capacitação profissional de mulheres em situação de vulnerabilidade social, o “Desafio da Parada” também tem como objetivo promover a igualdade de gênero e a inclusão social.

As alunas do projeto “Donas da Parada” terão a oportunidade de mostrar suas habilidades culinárias e criativas para uma banca de jurados composta por confeiteiras renomadas, personalidades influentes da cidade e instituições parceiras da MP. Também haverá uma votação popular no Instagram da OSC.

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