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Justiça para Kathlen e seu bebê: ato marca última audiência que definirá se PMs vão a júri por morte de jovem grávida

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Foto: Rogério Jorge

Nesta segunda-feira (10), a família de Kathlen Romeu, jovem grávida de quatro meses morta por um tiro de fuzil no Complexo do Lins, zona norte do Rio de Janeiro, em 8 de junho de 2021, realizará um ato em frente ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (Av. Erasmo Braga, 115) às 14h30. O objetivo é pressionar por justiça no caso, que terá sua última audiência no mesmo dia, às 16h45, para definir se os dois policiais militares acusados pelo crime serão levados a júri popular.

O ato, que pede justiça para Kathlen e seu bebê, contará com a presença de parentes, amigos e apoiadores e busca chamar a atenção para a violência policial e cobrar celeridade no processo, que se arrasta há quase três anos. A audiência, aberta ao público, permitirá que mais pessoas acompanhem o desfecho desta etapa judicial ao lado da família de Kathlen.

Kathlen foi atingida por um tiro de fuzil no peito enquanto visitava a avó no Complexo do Lins, comunidade onde morou, mas da qual havia se mudado um mês antes para viver uma gravidez “tranquila e longe da violência”, segundo relatos da família. O laudo pericial confirmou que o disparo foi efetuado por policiais militares que atuavam no local, os cabos Marcos Felipe da Silva Salviano e Rodrigo Correia de Frias, únicos que efetuaram tiros no chamado “Beco do 14”, onde Kathlen foi atingida.

A jovem, que trabalhava como designer de interiores, não resistiu ao ferimento e morreu em decorrência de uma hemorragia interna causada pelo tiro transfixante — que atravessou seu corpo. Seu bebê, que seria chamado de Zyon ou Maya (o sexo ainda não havia sido revelado), também não sobreviveu. A criança teria hoje cerca de dois anos.

Na época, a Polícia Militar negou envolvimento no caso, mas testemunhas e moradores da comunidade relataram que os disparos partiram dos policiais. Desde então, a família de Kathlen luta por justiça, em um processo que tem sido marcado por adiamentos e pela busca por respostas sobre as circunstâncias da morte da jovem.

Kendrick Lamar leva a rivalidade com Drake ao Super Bowl e solidifica vitória na batalha do hip-hop

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A apresentação de Kendrick Lamar no intervalo do Super Bowl deste domingo (9) não foi apenas um show, mas um marco cultural e um capítulo decisivo na intensa rivalidade entre ele e Drake. Ao performar “Not Like Us”, música que acusa o rapper canadense de pedofilia e já havia conquistado cinco Grammys, Lamar transformou o maior palco do mundo em um campo de batalha simbólico, consolidando-se como o vencedor incontestável de uma das disputas mais acirradas da história do hip-hop.

A escolha de “Not Like Us” para o setlist foi um movimento estratégico e ousado de Kendrick Lamar, que leva a rivalidade com Drake ao Super Bowl. A música, que já dominava as paradas e os debates culturais desde seu lançamento, foi executada com maestria por Lamar, que ainda provocou Drake ao mencionar o processo judicial que o canadense moveu contra a Universal Music Group, gravadora responsável pelo lançamento da faixa. “Quero tocar a música favorita deles, mas você sabe que eles adoram processar”, disse Lamar, em uma clara referência à ação legal de Drake, que alega difamação e manipulação de narrativas pela gravadora.

A performance teve a presença icônica de Serena Williams, cuja participação foi interpretada como uma indireta adicional, já que rumores sugerem que ela teria tido um relacionamento com Drake no passado. A multidão foi ao delírio quando Lamar permitiu que o público gritasse “A menor”, uma das frases mais polêmicas da música, enquanto a mensagem “Game Over” iluminava o estádio ao fundo, sugerindo o fim simbólico da disputa.

Kendrick Lamar leva rivalidade com Drake ao Super Bowl

A rivalidade entre Kendrick Lamar e Drake se intensificou em março de 2024 e rapidamente ganhou destaque midiático, com ambos os artistas lançando músicas de diss um contra o outro. Enquanto Drake apostou em ataques pessoais e subliminares, Lamar respondeu com “Not Like Us”, uma faixa que não apenas criticou Drake, mas também questionou sua autenticidade e posição no hip-hop. A música foi descrita como um “golpe devastador” na reputação do rapper canadense, expondo-o como um “impostor autoconsciente” que construiu uma imagem fria e calculista, mas que agora enfrenta o risco de ver sua persona desmoronar.

Um artigo do New York Magazine analisa a trajetória de Drake, desde seus primeiros dias como um rapper introspectivo e vulnerável até sua transformação em uma figura dominante e controversa no hip-hop. O texto sugere que, apesar de sua habilidade em se reinventar e se adaptar, Drake pode estar perdendo o controle da narrativa em torno de sua persona. Sua estratégia de provocação e confronto, que funcionou no passado, parece estar falhando diante da força e da precisão dos ataques de Lamar.

Enquanto Lamar celebra sua vitória simbólica no Super Bowl, Drake enfrenta um momento delicado em sua carreira. O processo contra a Universal Music Group é visto por muitos como um movimento desesperado, que tenta retirar “Not Like Us” do contexto cultural em que existe. No entanto, a música já se estabeleceu como um marco na história do hip-hop, e sua execução no Super Bowl só reforçou seu impacto.

FOTO 3X4: ANDERSON OLIVEIRA, RP

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Foto: Thais Monteiro

Nesta coluna, pessoas que inspiram pela coragem de existir e transformam passos comuns em revoluções

Texto: Rodrigo França

Nascido em Recife, Pernambuco, Anderson Oliveira carrega no nome e na trajetória a força de sua história. Filho de Ana Elizabeth de Oliveira e Edinaldo Batista Marculino, cresceu entre os abraços da família e o olhar atento de sua avó, Maria de Lourdes, que moldou suas primeiras referências de afeto e pertencimento. Foi na infância, grudado nela, que aprendeu sobre ancestralidade sem precisar ouvir essa palavra, entendendo que o amor se traduz em gestos diários: o café passado de manhã, o conselho sussurrado na hora certa, o cheiro de casa que nunca se esquece.

O sentimento de pertencimento é o que ele busca construir ao longo de sua trajetória, tanto na vida pessoal quanto na profissional. Formado em publicidade e propaganda, encontrou na comunicação e nas relações públicas um espaço para ser ponte, para conectar talentos e potencializar histórias. Seu trabalho passa por grandes projetos como Tim Music Rio, Afropunk, Prêmio Potências, Negritudes Globo, Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul, Carandaí 25, Open Air Brasil e Camarote Folia Tropical. Cada um deles reflete sua missão de trazer visibilidade para pessoas negras, garantindo que diversidade não seja apenas um discurso, mas uma prática real e contínua.

Com oito anos de carreira, Anderson compreende que um dos maiores desafios de um RP preto é romper com a lógica do “preto único” nos espaços de poder. Mais do que abrir portas para si, ele luta para que elas permaneçam abertas para muitos. Sucesso de verdade, ele defende, não se constrói na solidão. Seu trabalho é sobre coletividade, sobre fazer com que presenças negras sejam constantes, legítimas e respeitadas. Ele não quer ser exceção, mas parte de uma regra que ainda precisa ser escrita.

Para Anderson, inspiração não se mede apenas por conquistas, mas pelo caminho percorrido. Ele sabe que sua jornada foi construída com trabalho, dedicação e sem precisar derrubar ninguém. Acredita que crescer é sinônimo de abrir caminhos para outros crescerem também. Porque quando um sobe, todos sobem juntos (ou deveriam). Esse é o legado que ele constrói: um presente onde mais pessoas pretas possam existir sem precisar justificar sua presença, e um futuro onde os sonhos sejam tão altos quanto o voo que ele sempre soube que era possível.

As músicas que podemos esperar de Kendrick Lamar no show do intervalo do Super Bowl

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Foto: Divulgação

O aguardado show do intervalo do Super Bowl LIX, que será realizado neste domingo, 9 de fevereiro, no Caesars Superdome, em Nova Orleans, terá como atração principal o renomado rapper Kendrick Lamar, além da apresentação da SZA como participação especial. 

Esta será a segunda vez que Lamar se apresenta no evento, após sua participação em 2022, liderado por Dr. Dre e Snoop Dogg, que também contou com a apresentação da Mary J. Blige, 50 Cent e Eminem.

Com uma carreira marcada por sucessos que conquistaram tanto o público quanto a crítica, a expectativa é de que o rapper tenha preparado uma setlist que destaque os momentos mais marcantes de sua trajetória. 

Confira as músicas que os fãs esperam ouvir:

“HUMBLE”

Um dos maiores sucessos de Kendrick Lamar, lançado em 2017 como o primeiro single do álbum DAMN. ‘HUMBLE’ tem mais de 1 bilhão de visualizações no YouTube, venceu o Grammy de Melhor Videoclipe e diversos outros prêmios. Essa é uma das faixas mais esperadas para sua apresentação no Super Bowl LIX.

“Alright”

Considerada um hino de resistência, a música foi frequentemente tocada nos movimentos do Black Lives Matter. “Alright” também recebeu diversos prêmios, incluindo Melhor Performance de Rap e Melhor Música de Rap no Grammy de 2016. A música continua sendo uma das canções mais importantes do rap contemporâneo.

“DNA”

“DNA” se tornou uma das músicas mais populares e impactantes da carreira de Kendrick Lamar, sendo frequentemente usada em eventos esportivos e performances ao vivo devido à sua energia explosiva. Além disso, a faixa ajudou a consolidar “DAMN” como um dos álbuns mais importantes do hip-hop moderno, levando Kendrick a se tornar o primeiro rapper a ganhar o Prêmio Pulitzer de Música.

“Swimming Pools (Drank)”

Lançado em 2012, “Swimming Pools” é um dos primeiros grandes sucessos de Kendrick Lamar, a música alcançou o Top 20 da Billboard Hot 100 e foi uma peça fundamental no sucesso de “good kid, m.A.A.d city”. A canção é como uma crítica aos excessos e à pressão social para o consumo de substâncias.

“LOYALTY”

Já imaginou se Rihanna aparecesse de surpresa para cantar essa música no Super Bowl? Custa nada sonhar! “LOYALTY” venceu o Grammy de Melhor Performance de Rap/Cantada em 2018. A colaboração entre Lamar e Riri gerou grande expectativa, e a química entre os dois artistas no videoclipe tornou a faixa ainda mais memorável.

“N95”

“N95” se destacou como uma das faixas mais populares de “Mr. Morale & The Big Steppers”, tornando-se presença frequente nos shows de Kendrick Lamar. A música rapidamente viralizou, sendo usada em vídeos e discussões sobre a era pós-pandemia e o impacto da tecnologia na identidade humana.

“Money Trees”

Clássico que mantém uma conexão nostálgica com os fãs, “Money Trees” é mencionada como uma das melhores do álbum “good kid, m.A.A.d city”. A participação de Jay Rock também foi muito elogiada.

“All the Stars”

Uma colaboração entre Kendrick Lamar e SZA, lançada em 2018 como o single principal da trilha sonora do filme Pantera Negra. A música se tornou um grande sucesso comercial e crítico, sendo indicada ao Oscar de Melhor Canção Original e ao Grammy de Melhor Performance de Rap/Cantada.

“Not Like Us”

O hit do momento, a diss contra o Drake, deu fim a uma batalha musical entre os rappers em 2024, que já durava há alguns anos, e agitou os fãs em todo o mundo. Recentemente, ele levou o Grammy de “Canção e Gravação do Ano”.

“Luther”

A nova colaboração entre Kendrick Lamar e SZA atrai o público pelo talento de ambos os artistas. Essa parceria, esperada por muitos, é uma fusão perfeita de gêneros, oferecendo uma reflexão sobre o legado de Luther Vandross enquanto traz a marca inconfundível dos dois artistas.

Administradores do espólio de Prince barram lançamento de documentário de nove horas na Netflix

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Foto: Reprodução

O espólio de Prince conseguiu impedir o lançamento de um documentário de nove horas produzido pela Netflix, dirigido por Ezra Edelman, vencedor do Oscar por OJ: Made in America. O filme, já finalizado, mas sem título, foi cancelado após um acordo entre a plataforma de streaming e o espólio do artista. A Netflix confirmou a decisão em comunicado ao Minnesota Star Tribune: “O Prince Estate e a Netflix chegaram a um acordo mútuo que permitirá que o espólio desenvolva e produza um novo documentário apresentando conteúdo exclusivo do arquivo do Prince. Como resultado, o documentário da Netflix não será lançado.”

Edelman, que dedicou cinco anos ao projeto, havia recebido acesso sem precedentes ao arquivo pessoal de Prince, conhecido como The Vault, após um acordo financeiro não divulgado com o espólio, então administrado por um banco. Na época, foi garantido ao cineasta que não haveria interferência editorial no filme, conforme relatado pelo New York Times em setembro de 2024. O documentário contava com depoimentos de pessoas próximas ao músico, como ex-companheiros de banda, empresários, namoradas e uma de suas irmãs.

No entanto, em 2022, a gestão do espólio foi transferida para alguns herdeiros de Prince, associados e a empresa Primary Wave. Os novos administradores bloquearam o acesso de Edelman a The Vault e exigiram cortes e refilmagens após assistirem ao material. Fontes próximas ao processo afirmaram à Variety que o espólio considerou o documentário “sensacionalista” e com imprecisões factuais. Charles Spicer, produtor musical e membro do espólio, escreveu no X em 2024: “Temos o dever de honrar e proteger seu legado com uma história que mostre de forma justa suas complexidades, bem como sua grandeza. #no9hourhitjob”.

Com o cancelamento do filme, o espólio adotou um tom triunfante nas redes sociais, compartilhando a declaração da Netflix e um vídeo com a legenda “O cofre foi liberado”, que exibe imagens de Prince acompanhadas de duas de suas frases: “Apesar de tudo, ninguém pode ditar quem você é para outras pessoas” e “A verdade é que você está aqui para esclarecer ou desencorajar”.

Londell McMillan, advogado e membro do espólio que negociou o acordo, classificou a decisão como “uma grande, grande vitória para o legado de Prince”. Ele afirmou que o novo documentário, produzido pelo espólio, será “uma peça aprofundada que explora as complexidades do brilhante gênio musical”.

Apesar da controvérsia, o filme de Edelman foi elogiado por quem o assistiu. Sasha Weiss, autora do artigo do New York Times, descreveu a obra como uma “obra-prima amaldiçoada” e destacou cenas impactantes, como o relato da ex-namorada de Prince, Jill Jones, sobre uma suposta agressão física. O documentário também aborda a dependência do músico em analgésicos e críticas a letras consideradas antissemitas.

Questlove, músico e cineasta vencedor do Oscar que participa do filme, comentou após assistir: “Foi uma pílula pesada de engolir quando alguém que você coloca em um pedestal é normal. Tudo está aqui: ele é um gênio, ele é majestoso, ele é sexual, ele é falho, ele é lixo, ele é divino, ele é todas essas coisas… Eu vi isso como uma chance rara, rara, rara para [homens negros] parecerem humanos para o mundo.”

Com informações do The Guardian

Trump congela ajuda à África do Sul e menciona “discriminação contra minoria branca”

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Foto: Reprodução/White House

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, determinou a suspensão da assistência financeira à África do Sul, alegando que o país africano discrimina a população branca em suas políticas de reforma agrária. A decisão foi formalizada por ordem executiva na sexta-feira (7) e inclui a criação de um programa para reassentar fazendeiros brancos sul-africanos nos Estados Unidos.

A medida é uma reação à Lei de Expropriação, sancionada no mês passado pelo presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, que permite ao governo tomar posse de terras não utilizadas ou redistribuí-las quando for considerado de interesse público. A legislação faz parte de um processo de reparação histórica, diante do impacto do apartheid, período em que milhões de sul-africanos negros foram retirados de suas terras.

A Casa Branca argumenta que a lei penaliza os africânderes, grupo étnico branco descendente de colonizadores europeus. “Enquanto a África do Sul continuar a apoiar atores malignos no cenário mundial e permitir ataques violentos contra fazendeiros inocentes de uma minoria desfavorecida, os Estados Unidos suspenderão a ajuda e a assistência ao país”, diz o comunicado oficial do governo norte-americano.

O empresário Elon Musk, natural da África do Sul e aliado próximo de Trump, tem reforçado a crítica à lei em suas redes sociais, classificando a política de reforma agrária como uma ameaça aos brancos sul-africanos. Ele também tem acusado o governo Ramaphosa de promover “racismo antibranco”.

A suspensão dos repasses ocorre em meio a um movimento mais amplo de redução da assistência internacional por parte dos EUA. A ordem executiva também menciona o papel da África do Sul no processo que acusa Israel de genocídio na Corte Internacional de Justiça, o que ampliou as tensões diplomáticas entre os países.

O governo sul-africano defende que a redistribuição de terras é um “imperativo moral, social e econômico” para corrigir as desigualdades deixadas pelo apartheid. Uma auditoria de 2017 mostrou que 72% das terras agrícolas individuais pertenciam à população branca, que representa cerca de 9% dos habitantes do país.

Exposição resgata memória e protagonismo negro no samba da Barra Funda

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Foto: Divulgação

No próximo dia 26 de fevereiro, a Iniciativa Negra — organização dedicada a reformas nas políticas públicas relacionadas a drogas, segurança, justiça e saúde — lança a exposição gratuita Bambas na Barra Funda, que resgata a memória e o protagonismo negro na formação cultural do bairro da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. A abertura contará com uma apresentação da Velha Guarda do Camisa Verde e Branco, às 20h, no Espaço de Arte e Cultura Bananal, onde a mostra ficará em cartaz até 29 de março.

A exposição é parte do projeto Cartografias de Bambas, que documenta o legado deixado pela população negra para o samba paulistano e para a cidade. A curadoria é da pesquisadora Lorraine Mendes, que reuniu registros fotográficos e depoimentos de personalidades históricas do samba e articuladores culturais do território. Entre os entrevistados estão Ailton Mesquita, da Velha Guarda do Camisa Verde e Branco, a compositora Simone Tobias, além de Zelão, Seu Ideval e Tia Neide, figuras centrais na construção do cenário do samba na região.

A Barra Funda é historicamente reconhecida como um reduto da comunidade negra e do samba em São Paulo. A exposição busca não apenas celebrar essa herança, mas também refletir sobre os desafios atuais enfrentados pelo bairro, como o processo de verticalização que impacta suas dinâmicas sociais e culturais.

“É essencial lembrar o que a Barra Funda ofereceu e continua oferecendo a São Paulo: a criatividade negra expressa na música, dança, poesia, ritmo, festas carnavalescas e rodas de samba”, afirma a pesquisadora Lorraine Mendes.

O projeto Cartografias de Bambas surgiu como uma resposta à necessidade de reconhecer e preservar o legado cultural negro na região. “A população negra sempre sofre mais quando o modelo de desenvolvimento urbano não é pensado para promover igualdade. No entanto, a Barra Funda segue sendo um bairro com forte pertencimento negro, ancorado no potencial criativo e produtivo da cultura negra”, destaca Paulo César Ramos, coordenador do projeto.=

Serviço
Exposição Bambas na Barra Funda
Abertura: 26 de fevereiro, às 20h, com apresentação da Velha Guarda do Camisa Verde e Branco
Local: Espaço de Arte e Cultura Bananal (Rua Lavradio, 237, Barra Funda)
Período: Até 29 de março
Entrada gratuita

Oxê de Xangô no STF: igualdade em debate

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Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF e Brunno Dantas/TJRJ

Afonjá, chefe de Kossô já fortalece
Aquele que dança entre as crianças
Faz o fogo vingar sem que se veja
E só notamos o talo das folhas estalando

Oriki de Xangô

Recentemente, através do Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-brasileiras (IDAFRO), juntamente com doze lideranças religiosas afro-brasileiras, protocolamos no Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para a inclusão do Oxê – símbolo da Justiça na cultura Yorubá – no plenário da Corte. Esse movimento foi impulsionado pela decisão no Recurso Extraordinário com Agravo nº 1249095, em que o STF reconheceu que a presença de símbolos religiosos em espaços públicos é compatível com a Constituição, desde que representem a tradição cultural brasileira.

A presença de símbolos religiosos em prédios públicos, pertencentes a qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, desde que tenha o objetivo de manifestar a tradição cultural da sociedade brasileira, não viola os princípios da não discriminação, da laicidade estatal e da impessoalidade. (DJE divulgado em 02/12/2024, publicado em 03/12/2024)

O Oxê, também chamado de “machado de Xangô”, tem profundo valor simbólico e espiritual em nossa tradição religiosa. Nossa solicitação não busca privilégios, mas sim igualdade de tratamento, considerando que símbolos cristãos, como o crucifixo, já estão presentes em instituições públicas. Por isso, entendemos que é essencial que o Poder Judiciário reforce seu compromisso com o pluralismo e a diversidade religiosa.

Historicamente, o direito brasileiro tem caminhado na direção de reconhecer o multiculturalismo e proteger as manifestações religiosas tidas como “minoritárias”. A Constituição Federal de 1988 estabeleceu o Estado laico, garantindo a liberdade de crença e a igualdade de tratamento entre diferentes grupos religiosos. No entanto, como reconhecido pelo próprio STF em decisões anteriores, como no Recurso Extraordinário nº 494601, as religiões afro-brasileiras enfrentam preconceitos que demandam proteção especial. Essa proteção é necessária para assegurar o cumprimento dos princípios constitucionais de igualdade e dignidade humana, fundamentais para o Estado Democrático de Direito.

Nosso pedido também reflete uma reação ao contexto atual de intensificação da intolerância religiosa. Templos religiosos têm sido vandalizados, líderes ameaçados e nossas práticas e preceitos religiosos têm enfrentado exclusão em ambientes públicos, como as escolas. Tais atos não apenas violam direitos fundamentais, mas também enfraquecem a democracia ao corroer o princípio da liberdade religiosa. Assim, acreditamos que o reconhecimento simbólico do Oxê pelo STF terá um impacto relevante na promoção do respeito às diferenças culturais e religiosas, fortalecendo a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.

A mobilização social é fundamental para que o símbolo Oxê seja reconhecido oficialmente pelo STF. Por isso, convidamos todas as pessoas a se unirem a essa mobilização, assinando a petição on-line para apoiar nosso pedido. Contamos com você!


Hédio Silva Jr.  Advogado, Mestre em Direito Processual Penal e Doutor em Direito Constitucional (PUC-SP). Coordenador-executivo do IDAFRO e fundador do JusRacial.

Ana Luíza Teixeira Nazário. Advogada, Mestre em Direitos Fundamentais e Justiça (UFBA) e Especialista em Ciências Penais (PUCRS). 

Kanye West gera nova polêmica ao lançar colaboração com marca do P. Diddy

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Foto: Abaca

Em meio às novas declarações polêmicas de Kanye West nas últimas horas, em apoio a Adolf Hitler, Ye também pediu a liberdade para o P. Diddy e anunciou na noite de quinta-feira (6), a nova colaboração entre a sua marca Yeezy e a marca Sean John, do Combs.

“EU E PUFF DIVIDINDO ISSO 50/50 COMO DISCUTÍAMOS ANTES DE ELES O PRENDEREM”, escreveu. A publicação logo viralizou e acumulou uma série de críticas. “Não existe mais a possibilidade de defender”, escreveu um seguidor.

West também postou um vídeo de um dos filhos de Combs e escreveu: “TODO FILHO CUJO PAI ESTÁ PRESO, ESCREVA OU ERRE. QUERO QUE VOCÊS OUÇAM AS PIADAS DE DAVE CHAPPELLE BEM PERTO DESTA VEZ. VAMOS VER O QUÃO ENGRAÇADO FICA QUANDO AS FAMÍLIAS SÃO SEPARADAS, ESPECIALMENTE AS FAMÍLIAS NEGRAS”.

Preso em setembro do ano passado e indiciado por promotores federais de Nova York sob acusação de crimes sexuais, Diddy, fundador da marca Sean John, está sendo investigado por suspeitas de estupro, agressão sexual e submeter vítimas a drogas. Ele nega as acusações.

A nova polêmica envolvendo West ocorreu poucos dias após sua aparição no tapete vermelho do Grammy, ao lado da esposa, Bianca Censori, que chocou o público ao remover um casaco de pele e posar quase sem roupas.

Criada em 1998, a marca Sean John fez sucesso no início dos anos 2000. Combs foi indicado ao prêmio de Designer de Moda Masculina do Ano do Conselho de Designers de Moda da América em 2000 e venceu em 2004. O negócio de varejo do artista foi avaliado em US$ 525 milhões em 2016, quando a Global Brands Holdings adquiriu uma participação majoritária na marca por US$ 70 milhões.

Em 2021, Combs processou a empresa por US$ 25 milhões, alegando uso indevido de sua imagem e lançamento de uma coleção feminina sem sua autorização. No mesmo ano, após a Global Brands entrar com pedido de falência, o artista recomprou a marca por US$ 7,6 milhões.

Oscar 2025: Cynthia Erivo e Ariana Grande vão levar a magia de ‘Wicked’ para a abertura da premiação

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Foto: Gilberto Flores

O Oscar 2025 já tem um dos momentos mais aguardados da noite: Cynthia Erivo e Ariana Grande vão levar a magia de ‘Wicked’ para o palco da premiação. As estrelas do musical vão apresentar um medley especial, misturando algumas das faixas mais marcantes do filme dirigido por Jon M. Chu.

A performance promete ser grandiosa, com um elenco de apoio reforçado e possíveis surpresas ao longo do número – mas, por enquanto, os detalhes estão sob sigilo.

O primeiro longa de ‘Wicked’ se tornou um sucesso de críticas e bilheterias, e a sequência, ‘Wicked: Parte 2‘, chega aos cinemas em 20 de novembro de 2025.

Além do retorno de Grande, Erivo e Chu, o novo filme traz no elenco Jonathan Bailey, Ethan Slater, Marissa Bode, Jeff Goldblum, Keala Settle e Peter Dinklage.

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