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Alexandre Nascimento é o primeiro diretor negro da B3, a Bolsa de Valores do Brasil

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Foto: Arquivo pessoal

Alexandre Moysés Nascimento foi promovido para assumir, na última quarta-feira (26), o cargo de Diretor de Governança da B3, a Bolsa do Brasil. O executivo atinge um marco histórico ao ser o primeiro profissional negro a ocupar uma cadeira na diretoria da Bolsa de Valores.

“Essa conquista é fruto de anos de trabalho árduo e dedicação, com muitas alegrias e desafios ao longo do caminho”, destacou em seu perfil no LinkedIn.

Nascimento possui uma carreira consolidada na Bolsa de Valores, onde trabalha há quase onze anos, antes mesmo da fusão entre BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros) e Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), em 2008. Na BM&F, começou como Gerente de Auditoria Interna e deu segmento à sua trajetória profissional ocupando cargos de liderança como Superintendente de Auditoria e como Superintendente de Melhoria Contínua de Riscos Corporativos, na B3.

Além de ocupar uma cadeira na diretoria da bolsa, Alexandre Moysés Nascimento também é um dos líderes do BL4CK [B]³, Núcleo de Diversidade com Foco em Raça e Etnia. O novo Diretor de Governança destacou que pretende continuar promovendo diversidade e inclusão dentro da instituição financeira: “Estou determinado a continuar contribuindo com dedicação e empenho para o sucesso da B3 além de trabalhar incansavelmente para promover a diversidade e inclusão, valores que são muito importantes para a B3 e para mim e que sempre estiveram presentes em minha história profissional”.

O BL4CK [B]³ foi criado em 2018 com objetivo de promover a equidade racial e gerar impacto direto na estrutura da instituição, trabalhando em frentes como educação interna, empregabilidade e para levar pessoas negras para a B3. Também existem núcleos de diversidade em mais quatro áreas dentro da B3, como Gênero, Pessoas com Deficiência, LGBT+ e Gerações.

Em abril deste ano, a B3 foi reconhecida em dois rankings de diversidade do Great Place to Work (GPTW), recebendo uma certificação na categoria Étnico-racial, pelos esforços em adotar medidas para acelerar a progressão profissional de funcionários negros para que estes pudessem ocupar cargos de liderança. A Bolsa do Brasil também foi reconhecida como uma das Melhores Empresas para Trabalhar para Pessoas com Deficiência.

Rachel Maia é a primeira mulher negra a assumir a presidência do conselho do Pacto Global da ONU no Brasil

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Foto: Divulgação

Na última quinta-feira (27), diversas empresas que compõem o Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) se reuniram em São Paulo para decidir o novo conselho. Rachel Maia, CEO da RM Consulting, foi escolhida como a nova presidente do conselho e a primeira mulher negra a compor o cargo. Ana Fontes, CEO da Rede Mulher Empreendedora, assumiu a vice-presidência.

A votação foi feita de forma aberta por representantes das empresas e escolheu Rachel Maia para presidir o novo conselho do Pacto Global da ONU até 2026. Para a nova presidenta, as empresas precisam ter mais responsabilidade estratégica. “O Pacto Global da ONU no Brasil tem uma mensagem séria de que todo o setor privado tem que se envolver de forma efetiva nas questões ESG. Há anos isto acontece e eu me envolvo ao engajar empresas para serem signatárias. Agora, busco reforçar, como presidente do conselho, a importância de se ter responsabilidade estratégica”, disse Maia à EXAME.

Ana Fontes, a nova vice-presidenta, disse que há uma boa expectativa de que o novo conselho possa aplicar novas ações afirmativas nos próximos três anos e ser mais representativo. “Estou muito animada com o fato de termos duas mulheres negras pela primeira vez na presidência e vice-presidência do conselho. Há uma expectativa de que a gente consiga não só dar sequência ao trabalho do conselho anterior, mas também ampliar o impacto das ações.”

Para o CEO do Pacto Global, Carlo Pereira, o novo conselho mostra uma mudança mais positiva e representativa. “Agora, temos um conselho formado por nove mulheres e um homem, um recado importante das empresas. Temos ainda uma mulher negra na presidência, o que demonstra mudanças positivas”, comentou o CEO.

Foto: Divulgação

Criado em 2000, o Pacto Global é uma iniciativa ligada à ONU para que empresas se comprometam em ações e estratégias que ajudem nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, nas áreas de Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e Anticorrupção. No Brasil, nos últimos três anos, o número de empresas signatárias subiu de 600 para quase 2000 mil. 

Margarida Arcebispo lança autobiografia onde compartilha memórias de sua vida e receitas com os leitores

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Foto: Reprodução

Aos 73 anos, dona Margarida Arcebispo está lançando sua autobiografia, “Margarida Maria Arcebispo: Memórias e Receitas”,  onde “relembra as memórias da sua desafiadora história de vida, partilhando as deliciosas receitas que aprendeu pelo caminho”. Em live no Instagram, ela conversou com seus seguidores sobre o novo lançamento e disse que a publicação do livro “é um sonho realizado” e que o material começou a ser produzido “há muito tempo”. 

O livro traz memórias de vida da ex-Masterchef, que contou durante a live que escrevia suas histórias em folhas de papel soltas, depois em um caderno e que agora estão reunidas no livro. Além disso, também narra passagens de sua infância, na cidade de Manhumirim, interior de Minas Gerais, e fala sobre seu processo de adaptação quando veio para São Paulo, ainda criança. “Aí vem as receitas. Coisas simples, comidinhas da roça, mais gostosas, baratas de fazer”, revelou ela sobre o conteúdo. 

Ex-Masterchef Brasil, ela conquistou o público do programa e das redes sociais pelo carisma durante sua participação na sétima temporada do programa, que tinha um vencedor por semana por conta da pandemia do Coronavírus. Margarida serviu um pavê que foi muito apreciado pelos jurados do programa.

Em entrevista para a jornalista e diretora de conteúdo do Mundo Negro, Silvia Nascimento, no programa Falas Diversas, dona Margarida Arcebispo falou sobre o gosto por contar histórias com a família. “Foi uma coisa mais forte com meus filhos”, destacou ela. “Quando reúno meus netos para contar histórias eles prestam muita atenção.”, continuou.

O futebol está combatendo preconceitos, mas e o racismo?

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Foto: Confederação Brasileira de Futebol.

Por Anderson Shon, Poeta e Educador

Na última quarta-feira, o técnico Cuca pediu demissão do Corinthians por não aguentar a pressão que sofreu de torcedoras e torcedores acerca de sua condenação por estupro na década de 70, enquanto era jogador do Grêmio. O Brasil tem colecionado casos de jogadores que cometem violência contra mulher e, pelo visto, começa a ficar insustentável a passada de pano que os dirigentes dão na hora de contar com esses profissionais. Robinho foi barrado no Santos, Pedrinho, do São Paulo, foi afastado do clube e Cuca não segurou o rojão, todos eles estão impedidos de trabalhar no futebol por conta do justiçamento público diante de suas atitudes machistas e nefastas. Essas consequências são ótimas aulas contra o machismo, mas e o racismo, a gente também está combatendo-o no mundo da bola?

Foto: Lucas Mercon / Fluminense Football Club

A série A do futebol brasileiro comporta 20 clubes. De todos eles, você consegue dizer quantos técnicos são negros? Acertou quem respondeu nenhum. E, curiosamente, o único técnico negro que havia era Fernando Lázaro, do Corinthians, demitido por maus resultados e substituído por Cuca. Justamente pelo Cuca. Um outro clube que mudou de técnico foi o Coritiba, dispensando o português Antônio Oliveira e substituindo-o por Antônio Carlos Zago. Caso você não saiba, ou não se lembre, Zago protagonizou um caso de racismo em 2006. Além de desferir uma cotovelada em Jeovânio, jogador do Grêmio, ele apontou para o próprio braço alegando que o problema de seu companheiro de profissão era a cor. Lembra do William Waack? Algo nesse tipo. Antônio Carlos Zago foi punido por 120 dias pela cotovela e quatro jogos pela ofensa racista. QUATRO JOGOS? Quatro jogos no Brasil seria o equivalente a 15 dias. Eu adoraria ver a pressão que fizeram contra o Corinthians contra o Coritiba também.

As poucas pessoas que se manifestaram contra a contratação do técnico ouviram Zago dizer “fiz, paguei, faz parte do passado”. Acho que podemos concordar que afastar alguém por QUATRO JOGOS por ofensas raciais é uma punição completamente desproporcional à atitude. Ao ser perguntado pelo UOL (2012) se xingamentos como “macaco” são parte do futebol ele respondeu: “Tem e muito. Não é pouco. Mas aí às vezes o jogador é influenciado pelo diretor, ou por alguma pessoa que está de fora querendo aparecer.” Sobre essa resposta, ele também acha que já pagou? E que arrogância branca é essa que define qual é o peso da própria atitude e define o próprio julgamento? Entendo que as leis eram menos severas, mas, assim como no caso de Cuca, tem dores que ficam para sempre em suas vítimas, é necessário que os agressores comecem a experimentar um pouco dessa longevidade dolorida.

Em 2009, a torcida do Vasco se revoltou contra a ideia de ter Antonio Carlos Zago como treinador. O mesmo já estava acertado verbalmente com o clube, mas os vascaínos não aceitaram ter um racista no comando do primeiro time brasileiro a abrir as portas para jogadores negros. Diferente disso, o Coritiba, localizado na região do Brasil onde há mais células nazistas, concordou em tê-lo no comando técnico do time.

Um passo foi dado, não vamos mais aceitar machismo e misoginia dentro do futebol, agora é voltar nossas atenções para os outros tipos de preconceito e violência que estão no cotidiano. O futebol deve ser um espaço democrático de entretenimento e não um clube do bolinha onde machos brancos acham que ditam regras e quem não concordar esteja fora. Por menos Cucas, Zagos, Robinhos… no futebol. Sigamos.

Entenda o impacto da Inteligência Artificial na vida da população negra

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Foto: Getty Images

Por Kelly Baptista, Gestora Pública, diretora executiva da Fundação 1Bi, mentora, membro da Rede de Líderes Fundação Lemann e Conselheira do  Instituto Djeanne Firmino e CMOV.

A nova onda de inteligência artificial (IA), vem trazendo várias discussões nos últimos tempos, mas como isso pode auxiliar pessoas negras? 

Pensando nisso, aqui estão algumas áreas em que a IA pode ser útil, para o auxílio a temas tão sensíveis para a população negra:

1. Educação: A IA pode fornecer recursos educacionais personalizados, como tutoriais e cursos online, adaptados às necessidades e interesses específicos, principalmente para que professores consigam mais recursos, para exemplificar melhor a história do povo negro ao redor do mundo.

2. Emprego: A IA pode ajudar na busca de emprego, analisando currículos e vagas de emprego para encontrar as melhores correspondências entre candidatos e empregadores. Além disso, pode ajudar a combater o viés racial no processo de contratação, identificando e corrigindo possíveis discriminações.

3. Saúde: A IA pode auxiliar no diagnóstico e tratamento de doenças, bem como na identificação de padrões de saúde específicos para a população negra, contribuindo para a redução das disparidades de saúde.

5. Ativismo e conscientização: A IA pode ser usada para analisar e identificar padrões de discriminação racial e injustiça social, ajudando a criar estratégias eficazes para combater esses problemas. Além disso, pode ser usada para ampliar vozes e histórias de pessoas negras nas redes sociais e outras plataformas.

Foto: Freepik

Mas não podemos esquecer que todos os prós tem os contras e a inteligência artificial (IA) pode prejudicar pessoas negras de várias maneiras, principalmente devido a vieses e discriminação presentes nos dados de treinamento e nos algoritmos. 

Algoritmos de recomendação podem perpetuar estereótipos e preconceitos raciais se os dados de treinamento incluírem padrões de consumo discriminatórios. Isso pode levar a recomendações enviesadas e limitar a exposição a conteúdos diversos e inclusivos.

Para combater esses problemas, é importante que os desenvolvedores de IA trabalhem para garantir que os dados de treinamento sejam representativos e livres de vieses,e que os algoritmos sejam projetados para serem justos e transparentes. Além disso, é crucial envolver comunidades diversas no desenvolvimento e na avaliação de sistemas de IA para garantir que as necessidades e preocupações de todos sejam levadas em consideração.

É importante lembrar que, para que a IA seja verdadeiramente benéfica e inclusiva, é fundamental abordar questões de viés e discriminação nos algoritmos e no desenvolvimento de tecnologias. Isso inclui garantir a diversidade nas equipes de desenvolvimento e na coleta de dados, bem como a implementação de práticas éticas e responsáveis no uso da IA.

“Solta aí suas tranças”, dançarina denuncia abordagem da polícia federal em aeroporto de Rondônia

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Foto: Reprodução

Em mais um caso de racismo em aeroporto, dessa vez em um aeroporto de Rondônia, a dançarina e ex-bailarina do Faustão, Marcelly Batista, relatou nas suas redes sociais que foi parada pela Polícia Federal e pediram para ela soltar suas tranças.

Marcelly Batista estava esperando para embarcar em um vôo para São Paulo em um aeroporto de Rondônia quando ela foi abordada pela polícia federal. No momento ela estava esperando sua equipe e já tinha passado pelo raio-x.

Marcelly relatou que a polícia a abordou sozinha e a levou para uma sala, onde revistaram sua bolsa e suas tranças, que estavam presas no momento do ocorrido. “Aí do nada o pessoal aqui da Polícia Federal vieram e me pararam, sozinha. E aí me levaram para sala, revistaram minha bolsa e me mandaram tirar as tranças: ‘solta aí as tranças’. Pediram o número do cartão [de embarque], tiraram foto. Só Marcelly foi abordada”, disse a dançarina por meio de uma live no Instagram.

Ela também relatou que também pegaram seu celular e pediram a senha. Por ser a primeira vez passando por essa situação ela entregou e olharam suas mensagens com seu namorado e grupos procurando algo suspeito. “Na inocência, porque nunca fui abordada, eu dei. Viu a mensagem com meu namorado, viu a mensagem do grupo para ver se eu estava fazendo alguma coisa.”

Até o momento não houve nenhum pronunciamento oficial do aeroporto.

O caso de Marcelly acontece no mesmo final de semana em que um comandante da Gol chama a polícia federal para retirar uma mulher negra à força do avião sem nenhum motivo específico. 

Paulo André volta para as competições após BBB 22, mas se lesiona e termina prova em último

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Foto: Van Campos/AgNews

O atleta e influencer Paulo André voltou neste domingo (30) para as competições no desafio de 100m da CBAt/CPB, no Centro Paralímpico Brasileiro, em São Paulo, após participar do Big Brother Brasil 22. Mesmo fazendo o melhor tempo na semifinal, ele sentiu uma lesão na coxa enquanto competia a final e terminou em último.

PA, como ficou conhecido após o BBB 22, voltou oficialmente para as pistas de corridas após um ano e meio afastado. A última competição do velocista foi em outubro de 2021, no mesmo ano, ele também participou das Olimpíadas de Tóquio. Em 2022, PA participou do BBB, onde foi o vice-campeão, e dedicou o último ano para sua carreira de influencer e modelo.

O desafio de 100m da CBAt/CPB, organizado junto com a Confederação Brasileira de Atletismo, começou com o que parecia ser o retorno triunfal do atleta. Na semifinal, Paulo André fez 10s18, o melhor tempo da competição. Já na final, ele teve a melhor saída e estava na frente, quando na metade da prova sentiu uma fisgada na posterior da coxa direita e ficou com a última posição da prova. O vencedor foi Gabriel Garcia, que terminou a prova em 10s23.

https://twitter.com/piuesportes/status/1652669094775205889

Mas para PA, mesmo terminando em último, foi uma boa prova. “Muito tempo parado, é normal. Competição é diferente de treino. Sente mesmo, normal. Mas o recado foi dado, estou de volta. Foi mais um leve desconforto, não foi um estiramento. Agora é pensar no Troféu Brasil. Acredito que hoje ainda ia fazer 10s10 ou 10s12, era o que eu estava esperando” disse o atleta para o GE.

Em seu Twitter, ele disse que esse foi seu melhor início de temporada da carreira.

https://twitter.com/iampauloandre/status/1652687940764463106

Mesmo com a vida de fama e os holofotes, Paulo André pretende conciliar a vida de famoso com a vida de atleta e quer conquistar uma vaga na equipe brasileira de revezamento 4x100m e ir ao Mundial de Atletismo de Budapeste, em agosto. Ele também pretende conseguir uma vaga para competir os Jogos Pan-Americanos de Santiago e as Olímpiadas de Paris, em 2024.

Paulo André é considerado o terceiro homem mais rápido da história do Brasil. Sue recorde é de 10s02 em 2018 e fica atrás apenas de Erick Felipe, com a marca de 10s01, e Robson Caetano, com 10s.

“Fria, criativa e cruel”: Tudo o que sabemos sobre o papel de Viola Davis como vilã em ‘Jogos Vorazes’

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Foto: Reprodução / Lionsgate.

Nesta última semana foi anunciado o primeiro trailer de ‘Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes‘. O filme, com previsão de estreia para novembro de 2023, traz Viola Davis como grande vilã da franquia. As primeiras imagens da atriz caracterizada como a Dra. Volumnia Gaul surpreenderam a internet.

Na obra de ficção, Volumnia é retratada como uma mulher fria, calculista e cruel. Ela não tem escrúpulos em manipular os tributos que lutam pela vida na competição, usando táticas psicológicas para fazê-los lutar até a morte. Ela também é conhecida por sua falta de empatia e compaixão pelos tributos, vendo-os apenas como peões em um jogo de xadrez.

A escolha de Davis era um sonho para os produtores do novo filme. “Dra. Volumnia Gaul é tão cruel quanto criativa e tão temível quanto formidável, disse o diretor do longa, Francis Lawrence. “Desde o início, Viola era o nosso sonho por causa da inteligência e da emoção que ela traz para cada papel. Um estrategista brilhante e excêntrica, Gaul é fundamental para moldar um jovem Cornelius Snow no homem que ele se tornará“.

Em ‘A Cantiga dos Pássaros e das Serpente’, teremos detalhes sobre a construção visual da personagem de Viola. Inteligente, Gaul começou a carreira como obstetra, mas com o tempo, se tornou uma cientista com táticas de guerra. Ela criou várias mutações distorcidas em um laboratório subterrâneo, que também foram utilizadas dentro dos chamados ‘Jogos Vorazes’. Espera-se ainda que o papel de Gaul seja expandido em outros filmes da nova franquia.

Espetáculo ‘A Cor Púrpura – O Musical’ volta ao RJ para nova temporada

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Foto: Guilherme Silva

A aclamada versão brasileira “A Cor Púrpura – O Musical“, retorna para mais uma temporada no centro do Rio de Janeiro, no Teatro João Caetano, entre os dias 3 e 27 de maio. O espetáculo iniciou sua temporada em setembro de 2019 e recebeu mais de 100 prêmios. 

Escrito há mais de 35 anos pela Alice Walker e vencedor dos Prêmios Pulitzer, Grammy e Tony, “A Cor Púrpura” é um musical baseado em uma história passada na primeira metade do século XX, na zona rural do Sul dos Estados Unidos, com personagens típicos dessa região.

O musical apresenta a trajetória e luta de Celie (Amanda Vicente) contra as adversidades impostas pela vida a uma mulher negra, na Geórgia. Na adolescência, a personagem tem dois filhos de seu suposto pai (Jorge Maya), que a oferece a um fazendeiro local para criar seus herdeiros (entre eles, Harpho – Caio Giovani), lavar, passar e trabalhar sem remuneração. Ela é tirada à força do convívio de sua irmã caçula Nettie (Lola Borges) e passa a morar com o marido Mister (Wladimir Pinheiro). Enquanto Celie resigna-se ao sofrimento, Sofia (Érika Afonso) e Shug (Flávia Santana) entram em cena, mostrando que há possibilidade de mudanças, novas perspectivas, esperança e até prazer. A saga de Celie é permeada por questões sociais de extrema relevância até os dias atuais como a desigualdade, abuso de poder, racismo, machismo, sexismo e a violência contra a mulher.

Foto: Guilherme Silva

Após temporadas de sucesso no Rio de Janeiro, em São Paulo, Salvador e por diversas cidades do país, o musical iniciou sua turnê 2023 em março pelo Nordeste, para, em seguida, voltar ao Rio de Janeiro, trazendo à cena a produção que consagrou o espetáculo: 17 atores, 90 figurinos, um palco giratório de 6 metros de diâmetro e uma escada curva com sistema de traveling em volta do cenário.

“Para mim, como cidadão, o espetáculo é uma grande oportunidade, acho importante falar sobre uma mulher que vence; sobre amor; representatividade negra e feminina. A peça tem muito humor e é emotiva. É um texto de emoção”, diz o diretor Tadeu Aguiar.

Serviço:

A Cor Púpura – O Musical

Local: Teatro João Caetano, Rio de Janeiro – Prç. Tiradentes, s/n – Centro

Quando: Entre os dias 3 e 27 de maio de 2023

Quartas, Quintas e Sextas às 19h; Sábado às 16h

Ingresso: R$ 75

Classificação etária: 12 anos

Racismo institucional nas companhias aéreas

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Foto: Freepik

Texto: Shenia Karlsson

Onde está Samantha Barbosa? Essa é a pergunta que o Brasil fez à Polícia Federal e ainda não obteve resposta. Quem sabe nas próximas horas a informação chega, entretanto este artigo está sendo escrito antes dessa resposta e com uma profunda indignação e revolta.

Foram três, três agentes da Polícia Federal ao qual os salários são pagos com nossos impostos que por pouco não agrediram Samantha fisicamente, e isso não aconteceu porque houve uma mobilização e gravação, sabemos qual é o comportamento desses senhores em ambientes controlados por eles. Sim, eles expulsaram uma mulher negra sem qualquer questionamento e nem se deram ao trabalho de verificar se a ordem do excelentíssimo senhor comandante branco Sergio Pereira Gomes tinha qualquer fundamento.

O histórico do racismo institucional nas companhias aéreas no Brasil é antigo, e não é um problema só aqui, é no mundo. Quem não se lembra daquele fatídico vôo da Ryanair que saiu de Barcelona rumo a Londres (uma companhia de baixo custo) em que um homem branco idoso asqueroso (digo isso porque era realmente uma criatura asquerosa) cometeu violência verbal e física contra uma senhora negra sentada ao lado dele? Vários insultos racistas foram registrados, e o que os comissários fizeram? Nada. Expulsou o senhor branco do voo por questões de segurança? Não. Provavelmente a Gol agiria da mesma forma caso Samantha fosse uma mulher branca. Sabemos.

Desde a época do crescimento econômico promovido pelos governos do PT e o acesso aos bens e serviços que a classe trabalhadora pode usufruir, a presença deste grupo social nos aeroportos tornou-se mais frequente, porém isso nunca foi tolerado com bons olhos. De fato podemos enumerar milhares de casos de abusos, negligência, violência, racismo cometido pelas companhias aéreas, principalmente pelos seus colaboradores que colocam em prática comportamentos que expressam a síndrome do pequeno poder. São colaboradores em sua maioria brancos, acostumados a “servir” um público diferenciado, e incomodam-se profundamente com a presença da classe trabalhadora em seus turnos de trabalho, principalmente negros. 

Comissários antipáticos, grosseiros e péssimos profissionais, quando contrariados utilizam-se de condutas abusivas submetendo passageiros a situações vexatórias e humilhações públicas. Foi o que aconteceu com a Samantha, afinal, quando não achamos um lugar para guardar nossa bagagem de mão, direito previsto quando adquirimos o bilhete aéreo, é de responsabilidade do comissário(a) de bordo fazer essa gestão. Para isso estão lá. 

Segundo a ANAC em seu relatório do terceiro trimestre de 2021, a Gol Companhias aéreas foi a que mais recebeu reclamações, quase o dobro que a LATAM segunda no ranking, e também foi a Gol  que menos  solucionou os problemas encaminhados pelos clientes. São cancelamentos, atrasos, problemas com o sistema operacional, ou seja, uma infinidade de absurdos.  E os preços só aumentam.

Voltando ao assunto que nos interessa, a Samantha. Novamente cenas como essas nos traumatizam coletivamente, pois sabemos que poderia ser qualquer um de nós, não é?! Sem contar com o estresse, o medo, a vergonha, a humilhação e a violência contra os nossos corpos que as consequências do racismo causa em nossa saúde mental. Isso mesmo, foi racismo, não tem outra palavra. NUNCA, em momento algum, uma mulher branca teria recebido esse tratamento degradante por conta de uma bagagem de mão. Essa é a verdade.

O racismo institucional promovido pelas empresas – e digo promovido porque esse antirracismo de Selo de Diversidade e Inclusão para discurso bonito se revela nesses momentos, é uma política institucional em que brancos perpetuam práticas de silenciamento com o único objetivo: subtrair nossos direitos e afirmar quem manda. O que a Samantha sofreu foi uma prática de silenciamento, na medida que funcionários não a reconheceram como consumidora ou cliente e sim, uma mulher negra. Foi só o que viram… Essa redução está profundamente arraigada no inconsciente coletivo branco e sempre que há oportunidade, eles lançam mão de tais violências para afirmarem lugares hierárquicos sociais. Como todas as instituições, seja de segurança ou da justiça não só corroboram mas garantem a eles que essas práticas continuem, punindo assim as vítimas e protegendo os algozes com os quais eles mesmos identificam-se, somos todos obrigados a engolir injustiças como se fosse a ordem normal. Samantha ousou levantar a voz e reclamar seus direitos, e foi punida.

Isso tem que acabar. Os brancos não só no Brasil, mas no mundo afora, têm que perceber urgentemente o quão violentos eles são, e também mentirosos e manipuladores. Distorcem realidades ao seu favor e deixam um rastro de sofrimento, desrespeito e desumanidade até quando estão em suas atividades laborais. Essas práticas são desprezíveis e merecem punições severas. 

E quanto a Samantha Barbosa, mais um dia em que sua humanidade foi extirpada e sua saúde mental foi posta em perigo. Situações como essas causam angústia, sentimento de impunidade, dor, tristeza, raiva, pensamentos recorrentes sobre o que deveria ou não ter feito, às vezes culpa porque o algoz tenta a todo momento provar que nós estamos erradas, achar uma justificativa para o injustificável. Samantha está em sofrimento, como muitos e muitas de nós já estivemos em frente ao racismo. E assim vamos sofrendo junto e lutando por uma sociedade menos perversa. Gratidão a todas mulheres negras que lançam do enfrentamento e colocam suas vidas em risco em prol de uma sociedade decente e justa.

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