Os irmãos Shawn e Marlon Wayans estão planejando uma sequência do filme “As Branquelas”, clássico de 2004. A notícia foi confirmada pelo próprio Marlon em uma entrevista ao Good Morning America, durante o realizada no NAACP Image Awards 2025, em que ele adiantou que o projeto deve ganhar forma após a conclusão de “Todo Mundo em Pânico 6”, previsto para 2026.
“Estamos finalizando “Todo Mundo em Pânico 6” e, em seguida, vamos trazer ‘As branquelas’ de volta”, disse Marlon, referindo-se à aguardada sequência. O filme original, que completa 20 anos em 2024, acompanha dois agentes do FBI que se disfarçam de irmãs loiras para investigar um caso. A comédia se tornou um fenômeno cultural, com fãs cobrando uma continuação há anos.
Não é a primeira vez que Marlon fala sobre o interesse em reviver a franquia. Em 2021, ele já havia comentado com a Variety sobre o potencial de uma sequência: “Não acho que Hollywood entenda o quão gigante As Branquelas 2 seria”. Em entrevista ao The Hollywood Reporter, ele reforçou que conversas com seus irmãos sobre o projeto estão em andamento. “Se as coisas derem certo, esperamos fazer um As Branquelas 2“, afirmou.
No ano passado, o comediante apareceu em um vídeo ao lado de seu irmão Shawn, onde se reuniu com Terry Crews para recriar a icônica cena em que o personagem de Crews canta Thousand Miles do filme.
Mesmo com um pouco de má vontade, escrevo esta carta. E caso não saiba, o que ocorre é que as pessoas negras estão cansadas de repetir o básico para os brancos; nesse sentido, eu não sou exceção. Nós chegamos à conclusão de que vocês não se esforçam para compreender a complexidade do racismo e nem mudam o comportamento em busca da democratização da sociedade.
Você tem culpado os movimentos negros pela ascensão da extrema-direita. Reclama que não tem espaço para o debate, que os negros são identitários, se comportando como fascistas e afastando os brancos aliados. Cara, eu dou muita risada com tanta asneira. Não faz sentido colocar-se como vítima. Os brancos são os únicos que têm, e sempre tiveram, liberdade neste país. Os negros não têm poder institucional para censurá-los.
Na realidade, vocês não se acostumaram com as vozes insurgentes do povo negro, situação incomum se compararmos ao passado. Hoje estamos em diversos espaços. Os hábitos e os olhares da sociedade acerca da realidade mudaram. Avançamos no campo político, na cultura e tecnologia, na medicina e educação, etc. O conhecimento, antes restrito aos brancos privilegiados, está mais acessível. A população negra, produtora de conhecimento nas comunidades e periferias, também está nos espaços acadêmicos. Debatendo de igual para igual. Se você prestasse atenção nas palavras do escritor Jean-Paul Sartre, não passaria vergonha nessa vitimização descabida: “O que esperáveis que acontecesse, quando tirastes a mordaça que tapava as bocas negras? Que vos entoariam louvores? Estas cabeças que nossos pais haviam dobrado pela força até o chão, pensáveis, quando se erguessem, que leríeis a adoração em seus olhos”. Porém, eu só trouxe o Sartre para a conversa porque é branco, quem sabe te convença. Pois, você é um típico antirracista não leitor de livros escritos por pessoas negras. Recomendar intelectuais negros é perda de tempo.
Particularmente, não sinto remorso algum quando vocês dizem se sentirem tolhidos pelos negros do direito de opinarem sobre o racismo. Se não vai somar com as nossas percepções, o silêncio é uma ótima contribuição. Não aceitamos ser tutelados. Passamos muito tempo ouvindo suas falácias que só tinham como objetivo a manutenção dos privilégios. Basta!
Por fim, esse é o meu recado de forma clara, apesar de saber que no seu círculo de brancos acadêmicos a verborragia é melhor aceita; deixo o título desta carta como sugestão. Releia.
Às vésperas de prestar depoimento na sede da Polícia Federal na terça-feira (25) sobre as acusações de assédio feitas pela ONG Me Too Brasil e que foram divulgadas pelo colunista do Metrópoles, Guilherme Amado, no início de setembro de 2024, o ex-ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, concedeu uma entrevista o TAB Uol, onde falou pela primeira vez, de maneira mais detalhada sobre o caso, que tem entre as denunciantes a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. O jurista nega as acusações e atribui a crise a uma série de “intrigas” dentro do governo.
As acusações mais graves feitas ao ex-ministro partiram de Anielle Franco, que relatou à revista Veja ter sido vítima de importunação sexual por parte de Almeida durante a transição de governo. Além dela, outra mulher, ex-aluna de Almeida fez denúncias. Ele, no entanto, nega as alegações e afirma que a convivência entre os dois foi mínima: “Não convivemos durante a transição. Tenho lembrança de tê-la encontrado em duas ocasiões: num jantar, em que minha esposa, grávida, conversou com ela, e no dia em que anunciamos os ministros”.
Ao ser questionado se a ministra Anielle Franco não teria muito a perder inventando a acusação de importunação sexual, Silvio Almeida diz que ministra da Igualdade Racial “caiu numa armadilha”. “Acho que ela caiu numa armadilha, a falta de compreensão de como funciona a política — a armadilha em que eu caí também. Não prestei atenção em coisas que deveriam ter prestado mais atenção. Ela, da mesma forma. Ela se perdeu num personagem. Para tentar me destruir, ela fez esse espalhamento de fofocas e intrigas sobre mim”, disse.
Almeida alega ainda que a ministra “perdeu o controle da narrativa”, ao lembrar que a denúncia feita ao Me Too se tornou interesse da imprensa, das autoridades policiais e gerou uma crise no governo. “Diante do tamanho da crise, sobraram para ela duas opções”, afirmou. “Ou ela disse que não aconteceu; ou dobrava a aposta na história inverídica, destruindo políticas importantes, a minha vida pessoal e da minha família. Ela escolheu o caminho da destruição”.
O jurista destacou ainda que “Tem pessoas que foram demitidas do ministério e apareceram em profunda ligação com pessoas de organizações. Vamos falar disso no momento certo”. E afirmou que o Me Too, ONG acusada de denunciá-lo, tentou interferir em uma licitação do ministério: “No dia em que os fatos estouraram, me disseram que havia alguma relação do Me Too com o ministério. Procurei saber qual era o envolvimento. Documentos demonstraram que havia uma tentativa de relacionamento. Mandamos investigar. Mas quem vai decidir sobre isso é a Justiça.”
Ele destacou ainda o fato de as denúncias terem vindo a público na imprensa: “Sobre o Me Too: supostas denúncias contra mim foram levadas diretamente para um jornalista . Isso viola o dever de proteção de dados e sigilo. Coloca em risco a vida das mulheres que tiveram a coragem de procurar essas entidades e as pessoas que podem ser inocentes”.
“Nossa confeitaria é mais do que apenas um doce, é uma conexão com nossos ancestrais e com a riqueza da cultura africana”, declara Domênica Sousa, a Dona DÔ’s Doces, no Instagram, sobre o seu trabalho dedicado a uma confeitaria afrocentrada, com doces inspirados no sabores africanos, com um toque de brasilidade.
“Eu tenho uma conexão muito boa com os meus ancestrais, a começar pela minha mãe, meu pai, minhas avós. Mas eu acho que mais significativo do que a palavra é a vivência, né? Então sempre teve essa necessidade de resgatar mais”, disse a vencedora do reality show ‘Que Seja Doce’, da GNT, na edição de 2021. três anos após iniciar a carreira na gastronomia.
As delícias da chef confeiteira garantiram que ela fosse eleita como um dos 10 melhores empreendimentos periféricos do estado de São Paulo pela Expo Favela Innovation em 2024.
“A gente trouxe todos esses doces inspirados em doces africanos, para a gente poder resgatar essa ancestralidade, para as pessoas poderem sentir e viver a ancestralidade que a gente está oferecendo” completa.
A Linha Origens, por exemplo, vende ‘Joás da África’, uma caixa de trufas com sabores deliciosos como Qumbe, Malva pudding, Licor Africano, Adis Abeba e Melktert, e ‘Realeza Africana’, uma caixa de presente com trufas acompanhado por um colar Ubuntu Saúda Afro.
Após o sucesso de obras como Educação não violenta e o romance Mesmo rio, a psicanalista e escritora Elisama Santos retorna às livrarias com Ensaios de despedida, um livro que mergulha na história de Cristina, uma mulher que enfrenta as amarguras da carga mental em silêncio. A obra, que chega ao mercado editorial no fim de fevereiro, é composta por uma série de cartas escritas por uma mãe de família que nutre o desejo secreto de abandonar o lar.
Cristina, personagem central do livro, é uma advogada que, após 20 anos de um casamento falido, decide escrever uma carta de despedida. No entanto, o medo de deixar a família a faz retornar à caneta e ao papel, transformando-os em instrumentos de expressão. Nas correspondências destinadas à filha Maria Izabel, ela despeja sentimentos viscerais, revelando segredos íntimos e ressentimentos sobre o destino que lhe foi imposto como mulher.
Elisama Santos, conhecida por sua didática em ajudar leitores a nomear e expressar sentimentos, constrói personagens que poderiam facilmente ser encontrados na vida real. Em Ensaios de despedida, a autora não ignora tabus e explora pensamentos que cercam a mente de Cristina, uma mulher que precisou se reduzir para caber nos papéis sociais que lhe foram atribuídos.
“A quem quero enganar, Maria Izabel? Você vai me odiar, e isso é mais que expectativa, é fato. Uma mãe que vai embora é odiável, não há nada que mude isso”, escreve Cristina em uma das cartas. A personagem não apenas relata as décadas que passou anulando a si mesma em prol de uma fantasia de família, mas também reescreve a história de linhagens de mulheres, explorando o impacto do dito e do não dito entre gerações.
Elisama Santos, nascida em 1985 na Bahia, é autora de best-sellers como Por que gritamos e Conversas corajosas, além de apresentadora de TV. Mãe de Miguel e Helena, ela compartilha nas redes sociais reflexões sobre maternidade, relacionamentos amorosos e equidade de gênero. Em suas publicações, a autora descreveu o processo de criação de Ensaios de despedida como uma experiência intensa e emocional.
“Acordei com a Cristina falando em minha cabeça. Uma história forte, uma mãe que, depois de 18 anos de dedicação ininterrupta, quer ir embora. Uma esposa cansada de cuidar e não receber cuidado”, escreveu Elisama em suas redes sociais. “Acompanhei a Cristina em seu envelhecimento, dei as mãos às suas histórias, a vi desabrochar. A vida só acaba quando acaba, ela me ensinou.”
Com mais de 200 mil livros vendidos, Elisama Santos consolida-se como uma das vozes mais importantes na discussão sobre desenvolvimento humano e mediação de conflitos. Em Ensaios de despedida, a autora oferece uma narrativa crua e sincera, que promete gerar reflexões sobre os papéis sociais atribuídos às mulheres e o peso da carga mental silenciosa.
O Canal Futura lançou, no dia 20 de fevereiro, a série Mutirão Saúde, que traz histórias reais de pessoas em busca de uma vida mais saudável. Com 13 episódios, a produção é apresentada por Luana Xavier e conta com uma equipe multidisciplinar formada pela médica Simone Nascimento, a preparadora física Ari Carmona e o psicólogo Lucas Veiga. A série estará disponível também no Globoplay, de forma gratuita.
Foto: Reprodução
Luana Xavier, que além de apresentadora é formada em Serviço Social, assume um papel central na série, atuando como mediadora entre a equipe de saúde e os participantes. “Embora não exerça a profissão, minha formação me fez olhar profundamente cada participante, enxergar seus potenciais e trocar afeto. Eu entrava na casa das pessoas e no primeiro minuto já parecia ser da família”, conta Luana, que também foi mestre de cerimônia no evento de lançamento da série, realizado no último dia 18 de fevereiro, em São Paulo.
A médica Simone Nascimento, especialista em medicina do estilo de vida, reforça a importância de uma abordagem humanizada e acessível no cuidado com a saúde. “Meu papel é reforçar a noção de uma saúde possível, sem restrições radicais, mas conectada com uma vida de prazer e propósito, sempre dentro da realidade de cada pessoa. Nas minhas consultas, sempre faço questão de me divertir com os pacientes, com os quais crio uma conexão real, porque cuidar do corpo e da mente pode e deve ser leve e humano”, destaca Simone.
A preparadora física Ari Carmona completa a equipe, trazendo sua expertise para ajudar os participantes a incorporarem atividades físicas em suas rotinas. Juntos, os profissionais buscam identificar os desafios enfrentados por cada indivíduo e propor soluções práticas, sempre com foco na prevenção e no bem-estar.
Falta uma semana para iniciar os desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do Carnaval. Nos dias 28 de fevereiro e 1º de março, as agremiações de São Paulo desfilam no sambódromo do Anhembi, e entre os dias 3 e 5 de março, será a vez das escolas do Rio de Janeiro na Marquês de Sapucaí.
No Rio de Janeiro, as mulheres negras são maioria nos cargos de rainha de bateria, levando muito samba no pé para a avenida. Entre elas, se destacam a veterana Erika Januza, rainha de bateria da Unidos do Viradouro desde 2021, e Mayara Lima, rainha de bateria da Tuiuti desde 2022, após ganhar destaque no Carnaval ao viralizar nas redes sociais com um vídeo em que sambava de forma sincronizada com os ritmistas da escola, quando assumia o posto de princesa da bateria.
Enquanto no Rio a negritude tem uma presença marcante entre as rainhas, em São Paulo, apenas duas mulheres negras ocupam o cargo de 14 escolas de samba. São elas: Theba Pitylla, do Império de Casa Verde, coroada em 2023, e Madu Fraga, que estreou como rainha de bateria da Vai-Vai no ano passado.
Veja quem são as rainhas de bateria negras do Grupo Especial de SP e RJ:
Mayara Lima, rainha de bateria da Tuiuti (RJ) | Instagram: @sou_mayaralima
Foto: Emerson Castro
Erika Januza, rainha de bateria da Unidos do Viradouro (RJ)| Instagram: @erikajanuza
Foto: Guilherme Lima
Theba Pitylla, rainha de bateria do Império de Casa Verde (SP) | Instagram: @thebapitylla
Foto: Bruno Giannelli
Evelyn Bastos, rainha de bateria da Mangueira (RJ)| Instagram: @evelynbastosoficial
Foto: Pedro Bastos
Maria Mariá, rainha da Imperatriz Leopoldinense (RJ)| Instagram: @maria_fxc
Foto: Deivid Maldonado
Madu Fraga, rainha de bateria do Vai-Vai (SP)| Instagram: @madufraga
Foto: Reprodução/Instagram
Lorena Raissa, rainha de bateria da Beija-Flor de Nilópolis (RJ)| Instagram: @eulorenaraissa
Foto: Reprodução/Instagram
Andressa Marinho, rainha de bateria da Unidos de Padre Miguel (RJ)| Instagram: @rainha.andressamarinho
A primeira vez que ouvi a música “Deus cuida de mim” na voz de Caetano Veloso e do pastor Kleber Lucas eu fui tomado por um misto de críticas, estranhamentos. Todavia, como alguém que tem um estranho e profundo amor por Caetano Veloso, eu fui tentar entender o que ele queria dizer por trás daquelas letras cantadas, mas não só pelos versos, mas por sua decisão política de cantar aqueles versos. Fui tentar conhecer melhor Kleber Lucas, que por ignorância, eu desconhecia. Ali, eu descubro um homem preto, líder religioso evangélico que prega um Jesus para todos. Sobretudo, como ele mesmo diz, para os imperfeitos. Ali, eu fui começando a entender a mensagem de Caetano.
Em seguida, eu quis entender mais sobre o percentual de evangélicos no Brasil. Segundo o Jornal da USP, em 2023, a cada 03 brasileiros, 01 se identifica como evangélico. Segundo a Revista Veja, por meio de pesquisa realizada pelo DataFolha 59% dos evangélicos são negros. Quando vejo esses dados, eles me ajudam a entender, ainda mais a mensagem de Caetano. As canções do filho de Dona Canô, sejam as compostas por ele, quanto as interpretadas, sempre buscaram fazer o Brasil se conectar com o Brasil mais profundo.
Na atual turnê de Caetano Veloso e de Maria Bethânia, ele, mais uma vez, surpreende. Caetano coloca a canção religiosa de Kleber Lucas. Provavelmente, a música menos cantada do show e que recebeu muitas críticas. Mais uma vez eu fiquei tentando entender os sinais “caetaneanos” em volta disso. E eles vieram quando no show de Salvador, eu me deparo com a imagem que rodou o Brasil de um trabalhador do show, um homem preto, cantando atento e com muita fé a canção. Ali, para mim estava a mensagem que confirmava todas as outras mensagens.
Para um homem de Xangô e Oxum, como eu sou, olhar para tudo isso a partir de outra fé, que não é a minha, foi importante e desafiador. Também, não é a fé de Caetano. Porém, ele que sempre foi alguém antenado com seu tempo e o seu Brasil, mais uma vez nos convida a fazer o mesmo. Aqui não desprezamos, ao contrário, repudiamos o quanto o fanatismo religioso de parte dos cristãos, sejam evangélicos ou católicos, chega a matar os que professam fé diferente das que eles expressam. Todavia, olhar para esse Brasil real é tentarmos não perder os nossos. Ainda que eles professem uma fé diferente da nossa, eles são os nossos irmãos. Aproximarmo-nos, seja por meio da música, que é um passo pequeno, mas necessário ou das pautas que apontam para as convivências religiosas (aqui não vou usar o termo “tolerância religiosa”, pois ele não me agrada.), se mostra um movimento preciso, uma vez que os dados apontam quem são as pessoas que estão ali: homens e mulheres negros e negras.
A banda BaianaSystem não será mais a última atração do Furdunço, tradicional evento de pré-carnaval que acontece neste domingo (23) em Salvador. A mudança foi confirmada pela Secretaria de Turismo de Salvador (Saltur) após um pedido da própria banda e de fãs, que manifestaram preocupação com o horário tardio do desfile. A expectativa é que o grupo ocupe agora a 51ª posição no circuito Orlando Tapajós, que vai do Clube Espanhol, em Ondina, até o Farol da Barra, com previsão de início por volta das 22h.
Ao Mundo Negro, a assessoria da Saltur explicou que o BaianaSystem tradicionalmente encerrava o Furdunço como última atração, levando uma multidão na última volta do pré-carnaval. No entanto, com o crescimento do evento, que este ano contará com 60 bandas, a posição final acabou sendo deslocada para um horário mais tarde, o que gerou insatisfação entre os fãs e a própria banda. A mudança foi recebida com alívio pelos foliões, que reclamaram nas redes sociais sobre o impacto do horário noturno para quem precisa trabalhar na segunda-feira (24). Em edições anteriores, o grupo costumava se apresentar entre 21h30 e 22h, mas, com a expansão do evento, a previsão inicial era de que o grupo desfilasse por volta das 23h50.
Russo Passapusso, vocalista da banda, havia se pronunciado publicamente sobre o assunto, destacando que o horário de saída do trio-elétrico não depende apenas da banda, mas também dos organizadores. “A gente quer muito sair no horário ao menos parecido com os outros anos, que dá para as pessoas que vão trabalhar no outro dia, que vêm pra cidade, que fazem suas viagens, [para que elas] consigam ter uma saúde na volta, uma organização melhor”, disse o artista em vídeo publicado nas redes sociais. Apesar da mudança, a situação reacendeu críticas sobre como o Carnaval de Salvador tem priorizado interesses empresariais em detrimento dos blocos afro e tradicionais, que são a base cultural e histórica da festa.
Neste ano, o Carnaval de Salvador celebra os 40 anos do Axé Music e a dissociação feita pela imprensa entre o ritmo e a cultura negra e seus representantes negros tem gerado críticas. Uma das mais recentes foi a escolha da dançarina Lore Improta, uma mulher branca e loira, para estampar uma matéria comemorativa dos 40 anos do Axé Music no perfil @elaoglobo, do jornal O Globo. A crítica ganhou força nas redes sociais, onde fãs e seguidores do Axé Music manifestaram insatisfação com a escolha editorial. Muitos destacaram que o gênero, que surgiu na Bahia e se consolidou como um dos maiores movimentos culturais do país, é fruto da criatividade e da resistência do povo preto. A ausência de representantes negros na matéria foi vista como um retrocesso no debate sobre letramento racial na mídia.
De acordo com o g1, a Saltur ressaltou que, apesar da mudança de posição do BaianaSystem, não é possível garantir o horário exato do desfile, apenas a ordem das atrações. A proposta inicial é manter um intervalo de sete minutos entre cada trio, mas o tempo pode variar de acordo com o número de pessoas e o ritmo de cada desfile.
O Furdunço 2024 terá início às 14h, com a Banda Big Show abrindo o evento. A mudança na programação do BaianaSystem foi vista como uma resposta positiva aos anseios dos fãs e da banda, mas a crítica sobre a marginalização dos blocos afro e tradicionais persiste. Para muitos, o Carnaval de Salvador precisa resgatar sua essência e garantir que as manifestações culturais negras, que deram origem à festa, não sejam eclipsadas por interesses comerciais. Enquanto isso, o BaianaSystem segue como uma das principais atrações, mas a discussão sobre representatividade e valorização das raízes do Axé Music e do Carnaval baiano continua em pauta.
Soft skills, e-learning, revolução 4.0: como isso afeta diretamente a educação de alunos vulneráveis e periféricos da rede pública de ensino
O ano de 2025 tem se firmado com novas tendências para a educação: ensino híbrido, educação socioemocional, e-learning e microlearning, personalização do ensino, AI, entre outras, mas será que isso se aplica a toda população estudantil brasileira? As escolas de zonas periféricas e rurais, estão prontas para este novo contexto?
Batizada também de 4ª Revolução Industrial, esse fenômeno está mudando, em grande escala, a automação e troca de dados, bem como as etapas de produção e os modelos de negócios, por meio do uso de máquinas e computadores. Inovação, eficiência e customização são as palavras-chave para definir o conceito de Indústria 4.0, essa revolução também afeta as maneiras de aprender e ensinar.
Observando o cenário de fechamento das escolas durante a pandemia, os anos finais do ensino fundamental e ensino médio foram os mais impactados, com destaque para os estudantes do sexo masculino, pardos, negros e indígenas, com mães que não finalizaram o ensino fundamental. Esses foram os mais afetados pela pandemia, conforme apontou um levantamento encomendado pela Fundação Lemann ao Centro de Aprendizagem em Avaliação e Resultados para o Brasil e a África Lusófona (Clear), vinculado à Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV EESP), no ano de 2023.
E a saúde mental dos brasileiros e acessibilidade digital?
O Brasil é considerado o país mais ansioso do mundo segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), com 11,5 milhões de pessoas diagnosticadas com depressão. Uma pesquisa da Unicef revelou ainda que 35% dos jovens se consideram ansiosos e dentre os entrevistados, a metade sentiu necessidade de pedir ajuda em relação à saúde mental, mas 40% deles não recorreram a ninguém.
O Fórum Econômico Mundial estabeleceu as características essenciais aos profissionais da nova década – as habilidades do futuro. Essas soft skills abarcam as novas demandas sociais, o modo de vida da sociedade contemporânea e as novas perspectivas de trabalho, dentre elas destaco habilidades como: pensamento crítico, resolução de problemas, gestão de pessoas e criatividade têm sido muito mais valorizadas, companhias querem colaboradores com “senso de dono” que entendam como tomar decisões difíceis e mostrar suas habilidades de liderança, sendo assim é possível mapear três de algumas das principais tendências para este ano.
Mas o que fazer para que essas habilidades, somadas com com novas tecnologias, abracem alunos em situação de vulnerabilidade? Sabemos que os jovens excluídos no mundo do trabalho e ameaçados pela destruição de empregos, que se vislumbra cada vez mais com o avanço acelerado das tecnologias digitais, têm cor e classe social bem definidas: são pobres e negros.
Sendo assim, ter políticas públicas que ofereçam oportunidades para esta juventude é pauta prioritária e uma das formas mais potentes de resolução é incluir digitalmente esses jovens. A precariedade, a falta de espaço para estudos e a falta de renda diminuem a capacidade de aprendizagem e isso impactará diretamente no futuro e na diversidade do mercado de trabalho, em especial para cargos mais altos.