Home Blog Page 41

“Uma representação das mulheres que constroem esse país “, diz Taís Araújo sobre Raquel, sua personagem no remake de Vale Tudo

0
Foto: Globo/ Fábio Rocha

A expectativa para a estreia do remate de Vale Tudo está alta. A novela, que trouxe para o horário nobre da televisão brasileira discussões relevantes sobre a sociedade brasileira em 1988, volta às telas no dia 31 de março no remake escrito por Manuela Dias, destacando também o protagonismo negro. Com as atrizes Taís Araújo e Bella Campos nos papéis de Raquel e Maria de Fátima.

Durante entrevista coletiva realizada na manhã desta terça-feira (25) com os atores e diretores da produção, a atriz Taís Araújo falou sobre a diferença entre a Raquel, personagem interpretada na trama original por Regina Duarte, e a Raquel da versão vivida por Taís: “É completamente diferente, e não é porque é minha ou pela Regina Duarte, é um a questão de mulher negra, existência no mundo, diferente da mulher branca. É a experiência de uma mulher negra e como o mundo encara essa mulher”, pontuou.

A atriz reforçou como sua personagem representa a realidade de muitas mulheres negras no Brasil. Vivendo na periferia, estando na base da pirâmide social e sendo mãe solo. “Quando eu leio os capítulos, eu falo assim, é Deus do céu, mas parece que é mesmo uma escrita de uma mulher preta que corre, que está na base da pirâmide, que é mãe solo, que dedicou a vida inteira dela para essa menina a ponto de abdicar de sua própria vida. A Raquel que eu faço é uma grande homenagem e uma grande representação das mulheres que estão construindo esse país”. Ao lembrar a história de Raquel, a autora da adaptação, Manuela Dias, pontuou que a personagem, “A Raquel sempre foi preta, ela era branca pela nossa incapacidade social de perceber e de dar esse protagonismo para uma atriz preta”.

Outro ponto

Jarbas (Leandro Firmino), André (Breno Ferreira), Consuêlo (Belize Pombal) e Daniela (Jessica Marques).

Belize Pombal, que interpreta Consuelo, também celebrou viver o papel da secretária, podendo mostrar que pessoas negras vivenciam experiências distintas individualmente. A atriz integra o núcleo familiar formado pelo motorista Jarbas (Leandro Firmino), André (Breno Ferreira), e Daniela (Jessica Marques): “Eu fico muito feliz quando a gente se encontra para gravar, e aí eu olho para cada um de nós e vejo uma família pretinha, retinta numa novela das nove eu acho super importante. Primeiro de tudo pessoas negras, antes de serem negras, são pessoas, então tem suas subjetividades, tem suas peculiaridades, e eu acho que quando a gente tem a oportunidade de trazer artistas negros retintos, contando histórias de pessoas numa condição socioeconômica, legal. Com possibilidade de acesso, com carreiras bem resolvidas, com relações, com afeto, uma família amorosa. Isso também fala muito sobre essa remontagem, não só da novela, mas da nossa sociedade”.

Justiça do Rio manda soltar motociclista e encerra custódia de jornalista baleado por PM da reserva

0
Igor e Thiago (Fotos: Divulgação)

A Justiça do Rio determinou a soltura do motociclista de aplicativo Thiago Marques Gonçalves e o fim da custódia do universitário Igor Melo de Carvalho, baleado e internado em estado grave no Hospital Getúlio Vargas. A decisão foi tomada em audiência de custódia nesta terça-feira (25). Os dois foram falsamente acusados de envolvimento em um assalto na noite desta segunda-feira (24), na Penha, zona norte do Rio de Janeiro.

Igor, 32, jornalista, estudante de publicidade e dono do site “Informe Botafogo”, foi baleado enquanto voltava para casa com o motociclista por aplicativo. O PM da reserva Carlos Alberto de Jesus admitiu ter feito os disparos e alegou que a dupla roubou o celular de sua esposa. O policial presta novo depoimento nesta terça-feira, e o motociclista Thiago, que foi levado ao presídio de Benfica, deve sair ainda hoje.

Segundo as investigações, Igor pediu uma moto por aplicativo para sair do trabalho, na Penha, duas horas depois do horário em que a mulher do PM diz ter sido assaltada no mesmo bairro.

Em depoimento, a mulher do policial afirmou que estava em um ponto de ônibus por volta das 23h de domingo quando dois homens em uma moto azul, um de camisa preta e outro amarela, roubaram seu celular. Ela identificou Igor, de camisa amarela, como um dos envolvidos.

Imagens do estabelecimento onde Igor trabalha mostram que ele saiu do local apenas à 1h06 de segunda-feira. Registros do aplicativo indicam que ele solicitou transporte às 1h27. Vídeos enviados por familiares mostram o momento em que ele embarca na moto por volta de 1h30.

No caminho, segundo a família, Igor percebeu que um carro seguia a moto. Minutos depois, ouviu disparos e caiu. Ferido, conseguiu ligar para colegas de trabalho, que o levaram ao Hospital Getúlio Vargas.

A polícia analisa imagens de câmeras próximas para verificar o assalto e a rota da moto pilotada por Thiago, que levava Igor para casa quando foram alvos dos tiros. Parentes dizem que Igor foi atingido pelas costas, passou por cirurgia, perdeu um rim e teve estômago e intestino gravemente afetados.

Igor também trabalha no portal Vitrine Esportiva. O Botafogo desejou sua recuperação e cobrou justiça. “Igor participou de inúmeros atendimentos à imprensa realizados pelo clube, sempre com profissionalismo e respeito. Estamos juntos em pensamentos positivos! O clube cobra justiça e elucidação dos fatos!”, publicou o time.

A TV Globo relatou que tentou entrar em contato com Carlos Alberto, mas ele não atendeu.

PM diz que viu arma com Igor

No primeiro depoimento, Carlos Alberto alegou ter visto uma arma na mão de Igor, que estava na garupa da moto. Segundo ele, motoristas que passavam pelo local disseram que a dupla estaria fazendo um arrastão, contradizendo as imagens de segurança. O PM também não encontrou o celular da esposa nem a arma que o jornalista supostamente carregava.

A Polícia Militar informou que agentes foram à avenida Lobo Júnior, na Penha, para verificar uma ocorrência de invasão a domicílio. No local, constataram que dois homens em uma moto haviam sido baleados por ocupantes de um carro desconhecido. Um deles foi socorrido ao Hospital Getúlio Vargas.

O caso foi registrado na 22ª DP (Penha). Carlos Alberto se apresentou como autor dos tiros, e sua esposa reconheceu Thiago como um dos envolvidos no roubo do celular.

Fonte g1

Jornalista Igor de Melo é baleado por policial militar da reserva após mulher apontá-lo como bandido na Penha, Rio de Janeiro

0

Igor Melo, jornalista, estudante de publicidade e dono do site “Informe Botafogo”, foi baleado pelo policial militar da reserva, Carlos Alberto de Jesus, na noite desta segunda-feira (24), na Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro. O caso ocorreu após uma mulher apontar Igor com um suposto bandido.

O jornalista foi atingido por um disparo enquanto voltava para casa com um motociclista por aplicativo. De acordo com informações do jornalista Renan Moura, da Rádio Globo/CBN, Igor foi alvejado durante o trajeto e socorrido para o Hospital Getúlio Vargas, onde passou por uma cirurgia de emergência.

Ele perdeu o rim direito e precisou de transfusão de sangue (três bolsas). Atualmente, o jornalista está sob custódia no hospital, mas seu estado de saúde é considerado estável, segundo sua esposa, Marina Moura. Marina afirmou que Igor, pai de um menino de dois anos, não tem envolvimento com atividades criminosas e que a acusação partiu de uma mulher que estaria embriagada no momento do ocorrido.

“Meu marido não é criminoso, ele foi a vítima. O policial que estava presente lá disse que a mulher que o acusou estava visivelmente bêbada. Ele vai ficar bem porque é forte e Deus é maior. Ele trabalha todo fim de semana por nós”, escreveu Marina em uma publicação nas redes sociais.

Igor, que também trabalha na Universidade Celso Lisboa e na Boate Batuq, na Penha, estava voltando do trabalho quando foi atingido. O mototaxista que o transportava também se feriu após a queda da moto, mas não foi baleado. Na delegacia, a mulher que teve o celular roubado, esposa do policial militar da reserva, afirmou que o mototaxista seria o autor do roubo. Antes de atirar, o policial teria perseguido a moto.

**Nota da Polícia Militar**

Em nota, a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado da Polícia Militar informou que policiais da 16º BPM (Olaria) foram à Av. Lobo Júnior, na Penha, para atender a uma ocorrência de invasão a domicílio. No local, os agentes constataram que dois suspeitos, que trafegavam em uma motocicleta, foram alvos de disparos de arma de fogo provenientes de um veículo desconhecido. Um dos ocupantes foi atingido e socorrido ao Hospital Getúlio Vargas.

O caso foi registrado na 22ª DP, onde o policial militar da reserva se apresentou como o autor dos disparos. A esposa do policial teria reconhecido o condutor da moto como um dos responsáveis pelo roubo de seu celular. Um dos homens foi preso, enquanto o ferido permaneceu sob custódia no hospital.

O caso ainda está sob investigação, e as circunstâncias exatas do ocorrido serão apuradas pelas autoridades competentes.

“Eu sou porque nós somos”: O poder das experiências internacionais na carreira de profissionais pretos

0

Texto: Viviane Elias Moreira

Se tem uma coisa que aprendi, desde do meu primeiro suposto emprego como entregadora de panfleto e só confirmei ao longo da caminhada corporativa é que ninguém cresce sozinho. O mundo profissional, especialmente para nosso povo, é um jogo muito mais complexo do que aquela partida de UNO nas viagens familiares: cheio de desafios e barreiras invisíveis. Mas o que acontece quando a gente sai da nossa bolha, expande horizontes e leva nossa identidade para novos espaços de forma coletiva e proativa?

Acontece o óbvio que tanto falamos, tatuamos, mas pouco praticamos no mundo corporativo: a mágica da filosofia UBUNTU, essa sabedoria africana que nos lembra que “eu sou porque nós somos”. Nossa força não está só no que conquistamos individualmente, mas no que podemos construir coletivamente e, a minha última experiência foi justamente criada a partir de uma pergunta, lá no início de 2024, que se tornou um “chamado” para mim e para mais de 20 mulheres negras em posições de liderança que buscavam para além do desenvolvimento executivo tradicional, aquele que define uma carreira somente com a lupa americana e eurocentrada. A pergunta foi: Bora?

A responsável por esta pergunta foi a Jess Sandin, que assim como tantas mulheres negras que bugaram o sistema, através de uma trajetória executiva de mais de 17 anos construída na área de rh com passagens em multinacionais como Mastercard, Nubank e Netflix Brasil. Após uma carreira marcada por conquistas significativas, como ser diretora de RH aos 30 anos e liderar projetos globais, Jess decidiu canalizar sua expertise e paixão por culturas diversas em um projeto inovador: o A-Experience®.O A-Experience® é uma jornada de 10 meses, cuidadosamente planejada, que inclui preparação, imersão e acompanhamento pós-experiência. É sobre nós, porque ele foi feito por mãos, objetivos, desejos, conexões e empoderamentos de pessoas pretas para pessoas pretas. Obviamente, aliados participaram desta construção, mas não no papel de protagonismo e sim no papel de concessão de privilégios para viabilizar que estas mulheres conseguissem aproveitar 100% a proposta do programa: imersão em inglês britânico como diferencial, mentorias, networking estratégico, autoconhecimento e conexão com a cultura africana, criando uma experiência transformadora. “O objetivo do programa é, de uma forma completamente diferente do comum, equipar as participantes com as ferramentas, networking e autoconhecimento necessários para liderar com excelência em ambientes complexos e dinâmico. Quero que as participantes se sintam confiantes, equipadas, preparadas e apoiadas para assumir desafios ainda maiores em suas carreiras. Por isso, o programa tem uma curadoria de atividades para fortalecer mente, corpo e coração, e eu faço questão de acompanhar o grupo ao longo de todo o processo”, explica Jess.

O convite para conhecer a África do Sul com as suas convergências e divergências, inicialmente desperta o nosso lugar de não pertencimento ou de construção de barreiras mentais clássicas. Quantas vezes você já viu alguém brilhando lá fora e pensou: “nossa, que incrível, mas isso não é para mim”? Mas é. Esse pensamento ainda é fruto de uma estrutura que historicamente tentou nos limitar e quando vemos pessoas pretas ocupando espaços globais, negociando, liderando, empreendendo e inspirando, entendemos que esses lugares também podem – e devem – ser nossos e vou além: para você e para todos os outros profissionais pretos que seu poder de influência consiga alcançar. Inclusive se a sua barreira é financeira, a dica tem nome e sobrenome e chama-se educação financeira.

O programa também comprovou outro ponto, principalmente com as masterclass que contaram com líderes globais, como a presidente do BRICS WBA ZA, Lebogang Zulu, sessões de coaching com o professor Nkembo Kiala, da African Leadership Academy, conexões com redes locais, como HerPower África e Women in Tech África do Sul: fazer parte de uma rede global não significa só se beneficiar dela, mas também nutrir e fortalecer essa conexão para que outros também possam crescer. A Jess acredita que a troca de experiências e o networking intencional são aceleradores de carreira poderosos, e viabilizou a outras 20 mulheres pretas acesso ao networking estratégico dela. Agora, imagine se cada profissional preto que teve uma experiência internacional compartilhasse seus aprendizados, abrisse portas para outros e criasse pontes para mais oportunidades? A mudança seria gigante.

Cada conquista internacional de um profissional preto é uma vitória individual, mas também um movimento coletivo. Quando compartilhamos em nosso dia a dia informações sobre bolsas, mentorias, oportunidades de trabalho ou simplesmente dicas sobre como navegar num ambiente corporativo, estamos rompendo ciclos e criando novos caminhos e esta foi a maior reflexão que consegui obter desta experiência: não desistir de mudar o mundo, mesmo que o escopo tenha que ser revisto. O A-Experience não é somente um programa, é um movimento de escopo revisitado adaptado a um presente que não está tão favorável à diversidade corporativa. Este movimento busca construir uma rede internacional de mulheres negras em posições de liderança, capazes de inspirar mudanças e promover equidade no mundo corporativo.

O recado aqui é simples: não guarde só para você o que pode mudar a vida de outra pessoa. Jess Sandin fez este movimento, provando que é possível transformar experiências pessoais em legados coletivos. A troca fortalece, o compartilhamento potencializa, e o sucesso de um é a inspiração de muitos. Ubuntu: eu sou porque nós somos. E nós podemos estar em qualquer lugar.

Afoxé Filhos de Gandhy recolhe comunicado com exclusão de homens trans do bloco e irão reavaliar estatuto

0
Foto: Divulgação

Após repercussão negativa sobre a decisão do Afoxé Filhos de Gandhy de impedir o ingresso de homens trans da associação, a diretoria se pronunciou com uma nota oficial, na noite desta segunda-feira (24), anunciando o recolhimento do Termo de Aceite e uma assembleia geral para discutir a possível alteração do estatuto social.

“Reconhecemos que a sociedade está em constante transformação e que debates sobre inclusão são fundamentais. Estamos sempre dispostos ao diálogo respeitoso e à reflexão sobre como manter nossas tradições vivas, ao mesmo tempo em que acolhemos as discussões da sociedade”, informa o texto publicado nas redes sociais. “Nesse sentido, recolhemos o termo de aceite onde consta a palavra masculino cisgênero, passando constar apenas do sexo masculino, quanto a alteração no estatuto posteriormente convocaremos uma assembleia geral para discutir o assunto”, completa.

Considerado o maior afoxé do mundo e um dos mais tradicionais da Bahia, a diretoria diz que “ao longo de seus 76 anos de história, sempre teve como princípio a valorização da paz, do respeito e da tradição. Nosso estatuto social reflete a trajetória e os fundamentos da nossa irmandade, que, por décadas, tem preservado sua identidade cultural e religiosa”, afirma. 

Seguindo as tradições da associação, a diretoria também informa que a Afoxé Filhos de Gandhy seguem os preceitos religiosos que o regem desde o início da fundação, em 1949, e que o o bloco é “formado exclusivamente por pessoas do sexo masculino, de toda raça, credo, cor, religião, orientação sexual, partido politico ou classe social”.

Entenda o caso

Em um comunicado no Termo de Aceite do Afoxé Filhos de Gandhy, entregue junto com os itens de fantasia para o desfile de 2025, informa que “de acordo com o artigo 5º do Estatuto Social, só poderão ingressar na associação pessoas do sexo masculino cisgênero. Por isso a venda do passaporte será apenas para esse público”.

Segundo o Dois Terços, site de notícias LGBTQIA+ da Bahia, eles entraram em contato com o presidente do grupo carnavalesco Gilsoney de Oliveira. “Em resposta, [ele] afirmou que ‘não tinha nada a declarar’ e que a matéria poderia ser publicada, já que não haveria nenhuma alteração no comunicado”, informou o veículo. 

Filhos de Gandhy, tradicional Afoxé da Bahia, exclui homens trans da associação e gera críticas de transfobia

0
Foto: Diogenes Neghet

Em um comunicado que tem sido divulgado pelos noticiários da Bahia, o Afoxé Filhos de Gandhy decidiu excluir homens trans, restringindo o ingresso na associação apenas a pessoas do sexo masculino cisgênero. A medida foi anunciada oficialmente pela organização e levantou críticas da comunidade LGBTQIA+, que denunciou a transfobia. 

“De acordo com o artigo 5º do Estatuto Social, só poderão ingressar na associação pessoas do sexo masculino cisgênero. Por isso a venda do passaporte será apenas para esse público”, diz o último critério do Termo de Aceite do afoxé, junto com os itens de fantasia para o desfile de 2025. 

Segundo o Dois Terços, site de notícias LGBTQIA+ da Bahia, eles entraram em contato com o presidente do grupo carnavalesco Gilsoney de Oliveira. “Em resposta, [ele] afirmou que ‘não tinha nada a declarar’ e que a matéria poderia ser publicada, já que não haveria nenhuma alteração no comunicado”, informou o veículo. 

Foto: Reprodução

No perfil do Instagram do Afoxé Filhos de Gandhy, comentários de repúdio estão ganhando força. É inadmissível que, em pleno 2025, um bloco com tanta história e representatividade como os Filhos de Gandhy pratique transfobia ao excluir homens trans. A justificativa de ‘tradição’ não pode ser usada para violar direitos e desrespeitar identidades. Ogum, o Orixá homenageado esse ano, é um guerreiro da justiça – e a justiça não compactua com discriminação. A cultura afro-brasileira sempre foi resistência, e resistência inclui TODAS as identidades. Excluir homens trans é desonrar os princípios de igualdade e respeito. E TRANSFOBIA É CRIME!”, escreveu um internauta. 

O Mundo Negro também entrou em contato com o Afoxé Filhos de Gandhy, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.

Considerado o maior afoxé do mundo, o Afoxé Filhos de Gandhy é um grupo carnavalesco e cultural brasileiro que foi fundado em 1949 por estivadores portuários de Salvador. Um dos mais tradicionais da Bahia, é conhecido pela valorização da cultura e da identidade negra do estado.

Idealizado pela chef Solange Borges, 4ª edição do Festival do Dendê reúne chefs renomados e visita a quilombos

0
Foto: Fernanda Maia

Entre os dias 12 e 16 de março, será realizado a 4ª edição do Festival do Dendê em Camaçari (BA). Idealizado e comandado pela chef Solange Borges, através do projeto Culinária de Terreiro, o evento promete cinco dias intensos de sabores autênticos, valorizando e reconhecendo a importância da culinária e cultura afro-brasileira na gastronomia.

Este ano, o festival contará com a presença de grandes nomes da gastronomia brasileira, como Alex Atala, Fabrício Lemos e Lisiane Arouca. Além de encontros com produtores locais, visitas a quilombos e jantares exclusivos, a programação está recheada de atividades que aproximam o público da rica tradição gastronômica baiana.

O Festival do Dendê vem fortalecendo comunidades locais, que tem colhido frutos significativos em desenvolvimento sustentável. “Este não é um projeto fácil, são muitos desafios que estamos superando, mas só enfrentando eles conseguimos viabilizar nossos saberes, visibilizar nossa cultura. Então, nós estamos chegando à quarta edição com uma temática voltada para a ancestralidade e inovação, fortalecendo a gastronomia e cultura afro-brasileira, de raízes locais, valorizando também a produção do dendê, trazendo à tona sua importância cultural, econômica e histórica. Além disso, por meio do evento conseguimos estimular o empreendedorismo local, em especial o feminino e negro. Vai ser um evento muito bonito, com cinco dias de programação intensa”, destaca a chef Solange Borges.

O Festival do Dendê recebe um time de peso para enriquecer ainda mais a experiência. Alex Atala, o primeiro chef brasileiro a conquistar duas estrelas Michelin, se junta à programação trazendo sua experiência à frente do D.O.M., um dos restaurantes autorais mais premiados do país, que acaba de completar 25 anos, e do Dalva e Dito, que apresenta e interpreta a gastronomia nacional tradicional com todos seus brasileirismos há 15 anos.

A dupla Fabrício Lemos e Lisiane Arouca, do premiado Grupo Origem, também marca presença. Lemos, reconhecido como Chef do Ano pela Veja Comer & Beber Salvador e Chef Revelação do Brasil pela Revista Prazeres da Mesa, estará ao lado de Lisiane, eleita melhor chef-pâtissière do Brasil e destaque nos principais prêmios de gastronomia do país.

Outros grandes nomes confirmados incluem os chefs Léo Modesto (Projeto MANIUA Cozinha), Katrin e Dante Bassi (Restaurante Manga), Tcris (Trivial Gourmet), Eliane Dias (Origem), Peu Mesquita (Lafayette e Vona SSA), entre muitos outros que enriquecem essa troca gastronômica e cultural.

Foto: Fernanda Maia

Uma Imersão nos Sabores e Saberes da Bahia

A 4ª edição do Festival do Dendê traz um leque de experiências para envolver os visitantes. A Feira de Saberes e Sabores apresentará artesanato local, biojóias e produtos regionais como dendê, mel, licuri e cacau. As aulas-show e oficinas permitirão um mergulho na culinária ancestral, enquanto workshops abordarão sustentabilidade, fitoterapia e empreendedorismo feminino.

Jantares temáticos assinados por chefs renomados, painéis sobre o impacto econômico da cadeia produtiva do dendê e apresentações culturais também fazem parte do cronograma, destacando a diversidade dos biomas baianos e suas influências na gastronomia local.

Com uma atmosfera vibrante e cheia de trocas, o Festival do Dendê não é apenas um evento gastronômico, mas um convite para vivenciar a riqueza da cultura afro-brasileira, celebrar a ancestralidade e fortalecer o futuro da nossa gastronomia.

O Festival do Dendê é uma iniciativa do Projeto Culinária de Terreiro e conta com o apoio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), ampliando seu impacto social e econômico para a região.

Veja a programação

  • Dias 12 e 13 de março (quarta-feira e quinta-feira), das 9h às 16h – abertura do Festival do Dendê (dia 12), realizada na comunidade Agrovila Pinhão Manso, com recepção para os chefs de cozinha participantes e experiências gastronômicas. A atividade tem 20 vagas para o público, com venda de ingressos realizada no site oficial do evento. Dia 13, o Festival segue na Agrovila Pinhão Manso.
  • Dia 14 de março (sexta-feira), das 9h às 16h – vivência ao quilombo de Cordoaria, localizado em Abrantes, com almoço para convidados. No local, o público poderá conhecer e acompanhar a produção de beiju, além de participar de rodas de conversa com guardiões da cultura e produção de beiju. 
  • Dias 15 e 16 de março (sábado e domingo), das 9h às 20h no sábado e das 9h às 16h no domingo – Festival do Dendê segue para o Horto Florestal R. Bela Vista – Gleba B, Camaçari-BA. No espaço, serão realizadas atividades gratuitas como cozinha-show e oficinas, painéis, palestras, a Feira de Sabores e Saberes, apresentações culturais, além da vila gastronômica. No local, também será destinado um espaço para crianças.
  • Dia 16 de março, encerramento a partir das 18:30 – O Festival do Dendê tem encerramento no Recanto das Orquídeas, Jardim Limoeiro, Camaçari, com jantar coletivo preparado pelos chef’s participantes do evento. A atividade contará com venda de ingressos para os interessados e a renda será revertida para a implantação do Sisteminha EMBRAPA na comunidade Agrovila Pinhão Manso, um sistema que auxilia pequenas famílias do campo na produção de alimentos e subsistência.

SERVIÇO

4ª edição do Festival do Dendê

Data – entre os dias 12 e 16 de março de 2025

Locais – Comunidade Agrovila do Pinhão (dia 12 e 13), quilombo de Cordoaria, Abrantes (dia 14), Horto Florestal, R. Bela Vista – Gleba B (dias 15 e 16), Recanto das Orquídeas, Jardim Limoeiro, Camaçari (dia 16).

Programação – encontro com chefs, experiências gastronômicas, cozinha-show e oficinas, painéis e palestras, vivências na Agrovila Pinhão Manso e Quilombo da Cordoaria, com produção de beiju e encontro com produtoras.

Chefs participantes – Chef’s Solange Borges, Alex Atala, Léo Modesto, Katrin e Dante Bassi, Fabrício Lemos e Lisiane Arouca, Eliane Dias, Peu Mesquita e João Victor aqui a gente acrescenta os demais chefs

Ingressos – Vivências na Agrovila e Quilombo com investimento de R$ 249,00; jantar de encerramento com chefs com investimento de R$ 320,00. Para mais informações, acesse o Instagram do festival (@festivaldodende) ou do Culinária de Terreiro (@culinariadeterreiro).

FOTO 3X4: IVI MESQUITA, ARTISTA E EMPRESÁRIA 

0
Foto: Divugação

O FURACÃO QUE MOVE O CARNAVAL BRASILEIRO!

Se o samba tivesse um corpo, ele dançaria com a leveza e a potência de Ivi Mesquita. Se o Carnaval tivesse uma alma, ela brilharia em cada passo dessa mulher que não apenas desfila—ela atravessa o tempo, as cidades, as fronteiras, transformando a avenida em seu altar e o batuque da bateria em sua respiração.

Ivi não é apenas um nome no Carnaval, ela é a tempestade que levanta o pó da passarela, é o vento quente que leva o ritmo do Brasil para além dos desfiles oficiais. São 25 anos de história, suor e entrega, começando ainda menina, na Leandro de Itaquera, onde aprendeu que o samba é mais que uma dança—é um chamado, uma missão. De lá para cá, foi Princesa, Rainha, Musa, Destaque. Mas nenhum título a define completamente. Porque Ivi não se acomoda em tronos, ela gira, salta, rodopia, mantendo-se sempre em movimento, sempre reinventando sua história.

De São Paulo ao Rio de Janeiro, do Anhembi à Sapucaí, seu reinado é vasto e vibrante. No Vai-Vai, seu coração bate mais forte. Na Vila Isabel, sua alma se expande. Mas seria injusto limitar sua presença a uma só avenida. O Carnaval é grande demais para conter Ivi Mesquita, e ela, por sua vez, é grande demais para pertencer a um só território. Seu destino é cruzar sambódromos, arrastar multidões, transformar cada canto do Brasil em uma extensão do seu palco.

Foto: DR_Pics@hotmail.com

E que palco! Entre cambalhotas e piruetas, ela desafia a gravidade como se o mundo fosse feito de plumas e sonhos. Seu corpo se dobra, desliza, e quando seus pés tocam o chão, é como se a terra tremesse em resposta. Há quem diga que o samba nasceu nos terreiros, mas quem vê Ivi na avenida tem certeza de que ele também nasceu dentro dela.

Mas a grandeza de Ivi não está apenas na dança. Ela é empresária, gestora, comunicadora. Seu amor pelo Carnaval transcende o brilho das noites de fevereiro—ele se espalha pelos palcos, pelos eventos que produz, pelas marcas que representa, pelas mulheres que inspira. Como uma força da natureza, ela não se contenta em apenas passar. Ela deixa rastros, abre caminhos, constrói legados.

O que a move? O amor. Amor pelo samba, pela família, pelo ofício. O amor que aprendeu com sua mãe, Dona Rita, referência de força e vitalidade. O amor que compartilha com seu marido, parceiro de vida e sonhos. O amor pelo espetáculo, pelo movimento, pelo desafio de se reinventar a cada ciclo, a cada Carnaval.

Foto: Divulgação

E se perguntarem a ela qual legado deseja deixar, sua resposta será simples e arrebatadora: mantenha-se em movimento, sorria, seja verdade.

Porque Ivi Mesquita não é apenas uma musa. Ela é o próprio Carnaval em estado puro: frenético, livre, arrebatador. E que venham mais 25, 50, 100 anos de samba. Porque enquanto houver Carnaval, haverá Ivi, dançando, brilhando, ensinando que a alegria também pode ser um ato de resistência.

Texto: Rodrigo França

“Importunação sexual não é questão política, é crime”, diz ministra da igualdade racial sobre entrevista de ex-Ministro

0
Foto: Reprodução

“O direito à defesa é assegurado, mas não pode ser usado como instrumento de desinformação e revitimização”. A Ministra da Igualdade Racial Anielle Franco veio a público, por meio de suas redes sociais, contestar as afirmações do ex- ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, feitas em uma entrevista para o TAB UOL publicada nesta segunda-feira (24) . Nela, Almeida afirma que as acusações de assédio feitas contra ele são “intrigas” dentro do governo, o que a ministra Anielle Franco, uma das acusadoras, classificou como uma justificativa “inaceitável”. Até agora, de acordo com notícias da imprensa, existem duas denúncias feitas contra Almeida. Além de Anielle, uma ex-aluna do advogado também veio a público fazer acusações. 

Vale ressaltar que, diferentemente do que foi divulgado na imprensa, o site Metrópoles não informou que existem 14 vítimas de assédio sexual por parte do ex-ministro. O site apontou que conversou com 14 pessoas sobre como teriam ocorrido os episódios. As acusações mais graves feitas ao ex-ministro partiram de Anielle Franco, que relatou à revista Veja ter sido vítima de importunação sexual por parte de Almeida durante a transição de governo. Além dela, outra mulher, ex-aluna de Almeida fez denúncias. Ele, no entanto, nega as alegações e afirma que a convivência entre ele e a ministra foi mínima.

“Na véspera de prestar depoimento à Polícia Federal como investigado, o acusado escolheu utilizar um espaço público para atacar e desqualificar as denúncias, adotando uma postura que perpetua o ciclo de violência e intimida outras vítimas”. Cinco meses após o caso ser revelado, Silvio Almeida se prepara para prestar depoimento na Polícia Federal, em São Paulo, na próxima terça-feira (25), onde será ouvido por videoconferência e uma delegada de Brasília deve colher as informações.  O advogado irá depor sem ter tido acesso aos documentos que comprovariam o assédio, material que juristas consideram fundamental para pessoas acusadas de crime. 

Na nota, a ministra declarou ainda que “Insinuar retaliações descabidas contra quem denuncia é uma estratégia repulsiva que reforça estruturas de silenciamento e impunidade”.

Confira a nota da ministra na íntegra:

A tentativa de descredibilizar vítimas de assédio sexual, minimizar suas dores e transformar relatos graves em “fofocas” e “brigas políticas” é inaceitável.

Na véspera de prestar depoimento à Polícia Federal como investigado, o acusado escolheu utilizar um espaço público para atacar e desqualificar as denúncias, adotando uma postura que perpetua o ciclo de violência e intimida outras vítimas.

O direito à defesa é assegurado, mas não pode ser usado como instrumento de desinformação e revitimização. Insinuar retaliações descabidas contra quem denuncia é uma estratégia repulsiva que reforça estruturas de silenciamento e impunidade.

Importunação sexual não é questão política, é crime. Sendo assim, reitero minha confiança na seriedade das investigações conduzidas pela Polícia Federal e reforço meu compromisso com a defesa das vítimas e o combate à violência de gênero e raça.

Morre Roberta Flack, grande voz do soul, aos 88 anos

0
Foto: Jack Robinson / Hulton Archive via Getty Images

A cantora de soul Roberta Flack morreu aos 88 anos, em casa e cercada pela família, informou Elaine Schock, assessora da artista para a CNN, nesta segunda-feira (24). Dona de grandes sucessos como “Killing Me Softly With His Song”, a longo da carreira, ela conquistou cinco estatuetas do Grammy.

Nos últimos anos, Flack enfrentou problemas de saúde, incluindo um diagnóstico de esclerose lateral amiotrófica (ELA), revelado publicamente no fim de 2022. A doença progressiva, também conhecida como mal de Lou Gehrig, a impediu de continuar cantando, conforme seus representantes divulgaram na época.

Com uma formação clássica e raízes na música gospel, Flack se destacou como uma das grandes vozes de sua geração. Além de intérprete, também escrevia suas próprias músicas. Ao todo, foi indicada ao Grammy 14 vezes, ganhando cinco, incluindo um prêmio pelo conjunto da obra em 2020 e vitórias consecutivas na categoria Gravação do Ano.

Em 1973, Flack lançou o álbum “Killing Me Softly”, com a faixa-título que virou um fenômeno e dominou o topo da Billboard por cinco semanas. No ano seguinte, faturou mais dois Grammys: Gravação do Ano e Melhor Performance Vocal Pop Feminina. Em seu quinto álbum solo, “Feel Like Makin’ Love”, assumiu a produção do disco — uma função raramente ocupada por mulheres na indústria fonográfica — assinando como Rubina Flake, seu alter ego.

Embora suas músicas mais conhecidas falem de amor, Flack nunca fugiu de temas sociais e políticos. Denunciou injustiças raciais em “Tryin’ Times”, abordou desigualdade social em “Compared to What” e fez referência aos desafios da comunidade LGBTQ+ em sua versão de “Ballad of the Sad Young Men”. O reverendo Jesse Jackson chegou a descrevê-la como “socialmente relevante e politicamente destemida”, segundo o site oficial da cantora.

Com o passar dos anos, Flack lamentava que questões abordadas em suas músicas ainda seguissem atuais. “Estou profundamente triste que muitas das músicas que gravei há 50 anos sobre direitos civis, igualdade de direitos, pobreza, fome e sofrimento em nossa sociedade ainda sejam relevantes em 2020”, disse ela à AARP naquele ano. Na ocasião, mencionou conexões entre seu trabalho e movimentos como o Black Lives Matter, além de debates sobre brutalidade policial e desigualdade econômica.

Sua influência atravessou gerações, inspirando artistas como Lauryn Hill e os Fugees, que lançaram uma versão de “Killing Me Softly” em 1996, além de nomes como Lizzo, Lady Gaga e Ariana Grande.

Seja em canções de protesto ou românticas, Flack sempre deixou sua marca. “Cada música que gravei expressou algo profundo e pessoal para mim”, disse ela à NPR em 2020. “Cada uma era meu foco singular, seja no estúdio ou no palco.”

error: Content is protected !!