Na última sexta-feira (02) o humorista Yuri Marçal, 29, gravou seu segundo especial de comédia chamado “Nem se minha vida dependesse disso” no Teatro Bradesco, em São Paulo. A apresentação aconteceu exatamente um ano após seu primeiro especial, na netflix, e reuniu diversos fãs e artistas.
A gravação do seu especial de comédia contou com duas sessões, uma às 20h e outra às 22h30 e contaram com a abertura de Rincon Sapiência e Mannda Lym, na primeira, e Zete Brito e Marcos Machado, na segunda.
A apresentação de Yuri contou com a presença da sua noiva, Jeniffer Dias, e de diversos artistas que foram assistir o especial. Os convidados foram Roger Cipó, Lumena Aleluia, Mc Soffia, Coruja BC1, Lucas Morato, Fred Nicácio, Duda pimenta, Spartakus Santiago, Karol Conka, João Pimenta, Marcia Marçal, Bianca Santos, Fátima Pisarra, Salgadinho, Jeniffer Nascimento, Rico Dalasam, Drayson Menezes, Mariana Spinelli, Erica Malunguinho, Jhonatan Marques, João Vitor Castro.
Yuri Marçal é atualmente um dos principais humoristas do Brasil e a cada dia mais vai quebrando barreiras na comédia. Ele é o primeiro humorista negro da América Latina a ter um especial em uma plataforma de streaming e também é o primeiro humorista a fazer um show solo no Teatro Municipal de São Paulo.
O dia 2 de junho já se tornou uma data simbólica para Marçal, já que seus dois especiais têm a data em comum. “Meu primeiro especial de comédia teve a honra de ser um produto original Netflix. Foi lançado no dia 2 junho de 2022, agora no dia 2 de junho de 2023 eu gravei meu novo especial de comédia, que está incrível!”, comentou Marçal, que também relembrou seu primeiro show solo em 2017, também foi no dia 2 de junho.
A Suprema Corte dos EUA vai julgar, neste mês, duas ações que pedem o fim do critério de raça na admissão de estudantes em universidades. Segundo informações publicadas pelo jornal Folha de S. Paulo, analistas afirmam que a medida pode mudar substancialmente o panorama nas universidades norte-americanas.
O pedido na justiça americana foi feito pela SFFA (Estudantes Pela Admissão Justa, em tradução livre) contra as universidades de Harvard e da Carolina do Norte. A entidade que entrou com o pedido de proibição das ações afirmativas, diz representar 20 mil pais e estudantes e foi fundada por Edward Blum, um estrategista conservador conhecido por sua oposição declarada a esse tipo de medida desde os anos 90.
As universidades estão sendo acusadas de discriminar alunos que têm ascendência asiáticos e os alunos brancos, favorecendo negros, hispânicos e indígenas. As instituições negam.
Ainda de acordo com a Folha, analistas acreditam que a Suprema Côrte deve decidir pela proibição das ações afirmativas dada a formação conservadora de seus integrantes atuais.
Apesar de cotas raciais serem proibidas nos EUA, as universidades podem desenvolver métodos para o ingresso de estudantes negros e hispânicos. Donald P. Harris, professor da Universidade Temple, na Pensilvânia, e reitor associado para assuntos de equidade, diversidade e inclusão na faculdade de direito da instituição afirmou que ” A Suprema Corte deve considerar as ações afirmativas inconstitucionais”. Ele também explicou que as universidades terão que escolher outros critérios de seleção para aumentar a diversidade dos alunos. “Vão considerar fatores como contexto geográfico, status socioeconômico e outros indicadores para substituir critérios de raça, mas não vai ser fácil.”, pontuou.
A reportagem da Folha mostrou que ações afirmativas são ilegais em 9 Estados dos EUA, incluindo Michigan, Califórnia, Idaho, Oklahoma, Arizona, Flórida, Nebrasca, Washington e New Hampshare.
No Michigan, onde 58% da população votou a favor da proibição de ações afirmativas por meio de um referendo que proibiu vagas com recorte de raça, gênero e religião até mesmo em oportunidades de emprego, em 2006, o impacto nas universidades foi imediato. Na Universidade de Michigan, o número de alunos negros caiu de 8% para 2,5% atualmente. Já o número de alunos hispânicos se manteve similar. A universidade então adotou classe social como critério para trabalhar políticas de diversidade.
“Realizamos campanhas de recrutamento em locais com populações historicamente sub-representadas, focando alunos de baixa renda e cujos pais não têm graduação, mesmo sabendo que isso não necessariamente se sobrepõe a critérios de raça. Organizamos visitas ao campus para apresentá-los à comunidade universitária e mostrar os serviços que oferecemos”, contou Erica Sanders, vice-reitora assistente e diretora-executiva de admissão de graduandos.
À exemplo do Michigan, a Universidade da Califórnia também passou por um processo de embranquecimento após o fim das ações afirmativas. Para Sara Kaplan, diretora do Centro de Pesquisa e Política Antirracista da American University, “substituir a questão da raça pela classe econômica não resolve o problema chave dos sistemas de racismo estrutural históricos e ainda existentes nos EUA”, destacou. Ela acredita que proibir ações afirmativas pode impactar outros aspectos como na disparidade de renda e na produção acadêmica, que teria pesquisas científicas menos diversas.
As pessoas contrárias às ações afirmativas nos EUA argumentam que, além da suporta discriminação contra alunos abraços, também falta uma perspectiva para o fim dessas ações, que acontecem no país desde 1960. A oposição na justiça contra as ações afirmativas lembra o período em que a Suprema Corte proibiu as cotas para minorias raciais no curso de medicina da Universidade da Califórnia, onde 16 de 100 vagas eram voltadas para minorias, em 1978.
Em 2003, outro caso na Universidade de Michigan também pedia a proibição das ações afirmativas, mas os membros da Suprema Corte da época mantiveram a decisão de continuar com as “cotas”.
Agora, com apenas três progressistas dentre os nove magistrados, a mais alta instância da justiça americana pode decidir pelo fim das ações afirmativas, mesmo com 63% da população sendo a favor delas, segundo pesquisa da Associated Press e da Universo de Chicago. Mesmo assim,uitos americanos acreditam que outros critérios são mais relevantes que raça, entre eles histórico escolar, desempenho no vestibular, capacidade de pagar o curso e habilidades esportivas.
Diferente do Brasil, que considera a nota do vestibular como critério para admissão na universidade, nos EUA, além do vestibular, o histórico escolar e cartas de apresentação também são determinantes para o ingresso no ensino superior.
Apesar de toda movimentação de conservados, apenas 24,6% das instituições afirmam que raça influencia considerável ou moderadamente os processos de admissão, segundo pesquisa da Associação Nacional de Aconselhamento para Admissão em Faculdades, realizada em 2019.
Criar uma divisão precisa ao trançar o cabelo pode ser um desafio, especialmente quando se trata da parte central da cabeça. No entanto, uma usuária do TikTok, conhecida como Krysanthum, encontrou uma solução inovadora usando a Inteligência Artificial.
Compartilhando sua experiência em um vídeo que viralizou no TikTok, Krysanthum revelou ter desenvolvido um filtro personalizado que atua como um guia para obter uma divisão simétrica da raíz na hora de trançar o cabelo. Ela explicou que enfrentava dificuldades com a parte central e decidiu criar o filtro como uma solução prática.
Utilizando um software gráfico, Krysanthum refinou o filtro, que usa alertas visuais para auxiliar na medição da linha reta da divisão. O filtro projeta uma linha imaginária, indicando precisamente onde a parte central deve ser feita.
O impacto do filtro foi imediato e surpreendente. O vídeo de Krysanthum recebeu mais de 200 mil curtidas e atraiu a atenção de mais de 33 mil pessoas, que compartilharam e usaram o filtro em seus próprios vídeos. A eficácia do filtro foi elogiada por muitos usuários, que encontraram facilidade em criar tranças perfeitas e sem complicações.
Diante da popularidade e do interesse gerado, Krysanthum está explorando a possibilidade de patentear o filtro e até mesmo considerando o desenvolvimento de um aplicativo dedicado. Essa iniciativa não apenas tornaria mais acessível a todos que desejam obter uma divisão precisa ao trançar o cabelo, mas também abriria portas para novas possibilidades e inovações no campo da beleza e estética capilar.
O trabalho de Krysanthum mostra como a criatividade e a tecnologia podem se unir para resolver problemas cotidianos, além de demonstrar o poder das redes sociais como uma plataforma de compartilhamento de conhecimento e inspiração.
Um dos homens mais poderosos da indústria da moda, o editor-chefe da Vogue Britânica, Edward Enninful, tem uma nova missão em sua trajetória. Nesta última sexta-feira (2), o profissional de 51 anos foi nomeado como Consultor Global da Vogue, um cargo que dará a ele a liberdade de assumir projetos criativos mais amplos. Celebrado por trazer diversidade racial e inclusão para as páginas da maior revista de moda do mundo, Enninful é o principal nome cotado para suceder a posição de Anna Wintour, atual Diretora de Conteúdo e Diretora Editorial Global da Vogue.
“Estou animado em compartilhar que, a partir do próximo ano [2024], assumirei o cargo recém-nomeado de consultor editorial da Vogue britânica e consultor criativo e cultural global da Vogue, onde continuarei a contribuir para o sucesso criativo e cultural da marca Vogue. globalmente, tendo a liberdade de assumir projetos criativos mais amplos”, escreveu Enninful em mensagem direcionada para sua equipe.
Nascido em Gana em 1972, Enninful mudou-se para Londres aos 16 anos e logo foi descoberto pelo lendário Simon Foxton. Como estilista, ele assumiu o cargo de editor-chefe da Vogue britânica em agosto de 2017, mas já trabalha na Condé Nast, empresa controladora da revista, há mais de 25 anos.
Edward Enninful. Foto: Valentin Hennequin.
Em entrevista para WWD, em setembro de 2022, Enninful destacou seu trabalho de impacto dentro da Vogue. “Quando comecei [na Vogue britânica] em 2017, estava lidando com uma revista. Hoje, estou lidando com uma marca que inclui impressão, digital, áudio, vídeo e podcasts, o que é muito empolgante para alguém que olha para o futuro… Nunca planejo o que quer que o futuro traga, seja neste setor ou em outro . Estou aberto. Qualquer coisa é possível“, disse ele.
Como consultor, Enninful ainda reportará diretamente todas as suas decisões para Anna Wintour. Ao longo de sua carreira, o reconhecido estilista trabalhou com algumas das personalidades mais icônicas da moda e da cultura pop, incluindoNaomi Campbell, Rihanna e Beyoncé, entre outros. Seu estilo único e sua visão arrojada transformaram a estética da Vogue britânica, trazendo uma mistura de moda vanguardista e diversidade.
Em 1998, com apenas 26 anos, Enninful tornou-se o diretor de moda da revista britânica Vogue, um feito notável para alguém tão jovem. Sua nomeação foi histórica, pois ele se tornou o primeiro editor negro a liderar a direção de moda de uma publicação importante no Reino Unido. Essa conquista pioneira foi um marco significativo para a diversidade na indústria da moda e abriu caminho para mais inclusão e representação.
Edward Enninful. Foto: Valentin Hennequin.
Sob a liderança de Enninful, a Vogue britânica continuou a evoluir e se destacar como uma plataforma para a expressão criativa e o ativismo. Ele promoveu a representatividade de maneira abrangente, apresentando modelos de diferentes origens étnicas, idades, tamanhos e identidades de gênero. Além disso, Enninful demonstrou um compromisso inabalável em abordar questões sociais relevantes em suas edições, dando voz a causas como igualdade, inclusão e justiça.
Com uma presença engajada nas redes sociais, Gabi Vimercati se estabeleceu como uma influenciadora negra inspiradora, determinada a usar sua plataforma para amplificar vozes e promover a representatividade. Em uma sociedade cada vez mais conectada, Gabi reconhece a importância de seu papel na luta por mais pessoas negras ocupando espaços de notoriedade.
Como uma influenciadora negra, Gabi entende que sua voz é fundamental para desafiar estereótipos. Ela compartilha suas experiências pessoais, histórias e perspectivas, buscando inspirar outras mulheres pretas a acreditarem em si mesmas e a se tornarem protagonistas de suas próprias histórias. “Eu vejo minha plataforma como uma ferramenta poderosa para amplificar vozes que muitas vezes são ignoradas ou sub-representadas. É uma oportunidade de trazer à tona discussões importantes e sensibilizar o público sobre questões relacionadas à igualdade racial”, afirma Gabi.
A influenciadora reconhece que a representatividade ainda é um desafio em diversas esferas da sociedade, incluindo o cenário digital. Ela destaca a importância de ver pessoas negras ocupando espaços de destaque e influência, seja na mídia, na cultura ou na política. Gabi acredita que a diversidade é uma riqueza que deve ser celebrada e que a internet oferece uma plataforma única para impulsionar essa mudança. “Ao compartilhar nossas histórias, perspectivas e realizações, podemos mostrar para o mundo a força e a diversidade da comunidade negra”, ressalta.
No entanto, Gabi também enfrenta desafios em seu papel como influenciadora negra. Ela está ciente de que a internet pode ser um espaço onde o ódio e o preconceito ainda estão presentes. “Infelizmente, ainda existem pessoas que não estão preparadas para lidar com a diversidade. É triste ver como o racismo se manifesta em comentários e mensagens de ódio nas redes sociais. Mas eu escolho focar nas vozes que importam, naqueles que são impactados positivamente pelo meu trabalho e nas mudanças que estamos promovendo juntos”, destaca Gabi.
Com base nos dados do IBGE, que apontam que mais da metade da população brasileira é negra, Gabi enfatiza a importância de dar visibilidade e representatividade às vozes negras na internet. Ela se compromete a continuar usando sua plataforma como um espaço para compartilhar histórias, inspirar e fortalecer a comunidade negra. “Quero que outras pessoas negras sintam que suas vozes são ouvidas, suas histórias são valorizadas e suas contribuições são importantes. Juntos, podemos fazer a diferença e construir um futuro mais inclusivo e igualitário”, conclui Gabi Vimercati.
PretaHub e o Instituto Assaí firmaram uma parceria com o objetivo de fortalecer empreendedores negros da gastronomia. A colaboração inclui uma série de iniciativas, como oficinas, workshops e feiras gastronômicas, a serem realizadas nas Casas PretaHub em São Paulo/SP e na cidade Cachoeira/BA.
A parceria aproveita a plataforma da Academia Assaí para oferecer workshops mensais gratuitos com o tema “Gastronomia e Ancestralidade”. Além disso, o apoio ao Afrolab acontecerá nas Casas PretaHub, promovendo um ambiente propício para o desenvolvimento de empreendedores negros.
Foto: Divulgação
Em destaque, a segunda edição do Afrolab Gastronomia, realizada em Cachoeira/BA, selecionou 35 pessoas atuantes na área gastronômica, sendo 23 delas residentes em quilombos do Recôncavo Baiano. Os microempreendedores passaram por um processo de imersão, com conteúdos exclusivos, práticas monitoradas e facilitação ao vivo, abrangendo seis ciclos temáticos: autoconhecimento, criatividade, negócio, marketing digital, prototipagem e planejamento. Além disso, os participantes terão acesso a mentorias, tutorias e possibilidade de apoio financeiro para aqueles que avançarem para a etapa final do Programa de Aceleração Afrolab, em novembro.
A parceria entre PretaHub e Instituto Assaí busca contribuir para a inclusão estrutural de empreendedores negros em um ecossistema empreendedor mais justo e equilibrado. “Contar com o apoio das marcas, ajuda a construir o impacto no empreendimento para essas pessoas, no que diz respeito ao processo de aceleração. É importante que organizações como o Instituto Assaí sigam apoiando e dando oportunidade de crescimento para empreendedores negros”, reforça Adriana Barbosa, CEO da PretaHub.
Além das atividades presenciais, estão previstos um podcast, transmissões ao vivo e a contribuição da PretaHub na produção de artigos para a Plataforma da Academia Assaí. A Casa PretaHub de Cachoeira conta com estúdios de audiovisual, coworking e quartos para hospedagem, além de passar por uma reforma na cozinha para proporcionar uma melhor experiência aos participantes.
As atividades e oficinas gastronômicas serão gratuitas, e a programação pode ser acompanhada nas redes sociais e nos sites das duas instituições.
Localizado na Barra da Tijuca, o Bar do Mussum, aberto por Sandro Gomes, filho do humorista Antônio Carlos Bernardes Gomes, o Mussum, é um espaço que celebra a memória e o legado de seu pai resgatando a história e as preferências culinárias do lendário artista. Em entrevista para o MUNDO NEGRO, Sandro contou como surgiu a ideia desse projeto especial e compartilhou detalhes sobre o cardápio cuidadosamente elaborado que tornou o local uma emocionante homenagem, proporcionando aos visitantes uma experiência inesquecível que une gastronomia e memória.
Foto: Divulgação
O espaço inaugurado no final de maio oferece um cardápio variado que traz o “arroz sambadis”, uma receita criada por Mussum e que o ator servia em casa, para a família. No bar, o prato é feito com arroz e ovos amanteigados e servido com um filé grelhado com molho de cogumelos, agora, o prato carregado de memória afetiva poderá ser saboreado pelos clientes do Bar do Mussum.
Além disso, o bar serve petiscos “pra dar aquela beliskadis”, como a tradicional porção de frango à passarinho e “Iscas de Filé Flambadis no Conhaque”, “Aipim cozido na manteiga de garrafa”, “barriga de porco com molho de goiabada” e outras opções saborosas. Além de entradinhas que fazem referência à carreira musical de Mussum, como o “Ceviche Mangueirense” e pratos à la carte como a costela suína com molho de goiabada.
Ceviche Mangueirense / Foto: Divulgação
Costela suína com molho de goiabada / Foto: divulgação
Barriga de porco com molho de goiabada / Foto: Divulgação
MN –Em que momento surgiu a ideia de criar um bar em homenagem ao seu pai?
Sandro Gomes: É um projeto que já tem mais de 10 anos, surgiu em 2011, junto com a ideia de criar a cervejaria. Acabamos decidindo avançar primeiro com as cervejas para depois criar os bares onde a experiência ficaria completa. A Cacildis [cerveja lançada por Sandro em homenagem a Mussum] felizmente é um sucesso, está completando 10 anos agora em 2023, está presente em todo o país e no exterior, cumprindo a missão que desenhamos lá atrás – arranjar uma forma de trazer o Mussum de volta pro dia a dia, pra casa e pra vida das pessoas, onde ele sempre esteve. Agora, já estava mais que na hora do projeto do bar ganhar vida e finalmente reunimos as condições necessárias pra fazer da forma e com a qualidade que queríamos – à altura do homenageado.
MN –Quais pratos eram os favoritos de Mussum?
SG – Meu pai curtia tudo, mas sempre dava preferência pra uma bela rabada, moqueca ou feijoada.
MN – No bar, as comidas e bebidas servidas fazem referência ao que Mussum gostava?
SG – Sim, tudo no bar foi inspirado nele e homenageia ele. De pessoas e lugares que faziam parte da vida do Mussum, passando por pratos e drinks preferidos e até as coisas que ele gostava de fazer lá em casa, como o “arroz sambadis” que reproduzimos no nosso cardápio e que é uma receita dele. Dos petiscos, aos pratos ou sobremesas, tudo tem um toque pessoal do Mussum.
MN – Como foi feito o registro do que o Mussum gostava na culinária e com relação às bebidas para a construção do cardápio? Foi preciso perguntar para amigos e familiares ou são lembranças que você mesmo tinha sobre ele?
SG – É um misto das duas coisas. Tenho uma enorme memória afetiva de muitas coisas que ele gostava e fazia lá em casa e que comíamos juntos, mas também muitas coisas surgiram de papos que tive com a minha mãe e com meu irmão mais velho, o Augusto, durante o processo de desenvolvimento do bar. Nos divertimos e revivemos muitos momentos gostosos relembrando as preferências e manias do meu pai (risos). Tudo no Bar do Mussum foi feito com esse enorme carinho e é muito legal ver o quanto todos reconhecem isso imediatamente ao conhecerem o espaço. É mais uma grande homenagem ao meu pai que começa a ganhar vida.
Issaka Maïnassara Bano tem ganhado notoriedade por promover ciclo de formações em literaturas africanas nas escolas da periferia de São Paulo e grupos de leitura na web. Em alguns desses encontros, o sociólogo já esteve com o DJ KL Jay dos Racionais MC ‘s e com a intelectual congolesaPrudence Kalambay, por exemplo.
Nascido no Níger, país da África Ocidental, o intelectual enxerga a estereotipação na visão que alguns brasileiros têm do continente africano e promove discussões por aqui em torno da realidade. Para o nigerino, a leitura e os diálogos em cima das obras das literaturas africanas precisam ser realizados de forma expandida, sem sempre repetir os temas: ancestralidade, oralidade e religiões de matriz africana, como pautas dominantes.
“As obras de escritores e escritoras como a Chimamanda Ngozi Adichie, Alain Mabanckou, Léonora Miano, Ali Zamir e Yaa Gyasi também trazem outras realidades, como o aprofundamento das narrativas dentro de uma África culturalmente diversa e moderna. É claro que a gente deve sempre estudar e falar de ancestralidade, oralidade e religiões matriz africana, afinal de contas, elas são bases fundamentais para entender o continente, mas ao mesmo tempo eu acho que não dá para ficar o tempo todo só nisso, né?”, reflete.
Com movimentação extensa dentro e fora da academia, Bano traz também uma visão crítica sobre o debate circular que tem se perpetuado em torno do que os acadêmicos decidiram por ser um ideal de africanidade para os negros brasileiros. Segundo o estudioso, um continente do tamanho da África não pode ser tachado por meia dúzia de pautas. “Um tempo atrás, tinha uma menina que participou de um projeto comigo, e o sonho dela era chegar na Nigéria e conhecer os terreiros, aí quando ela chegou lá, não tinha terreiro, mas dezenas de outras outras coisas”, exemplifica o intelectual.
Debates sobre autores brancos costumam parecer um banquete para que acadêmicos se debrucem em variados temas dentro da construção narrativa dos personagens e sua época, o mesmo não valendo quando se trata de uma narrativa construída por um autor negro. Bano aponta para o reducionismo de interpretações quando se estudam autores africanos, ainda que dentro da obra se ofereça uma gama ampla de camadas a serem analisadas. Para dar mais um exemplo em cima da obra de Chimamanda, o nigerino cita “Hibisco Roxo” e “Americana”, que embora localizem seus personagens dentro da modernidade africana, continuam sendo obras interpretadas como uma ode à ancestralidade. “Às vezes sinto que as pessoas citam autores africanos sem ler, eu não sei. Se não tem o tema que eles querem que tenha, então forçam uma interpretação”, provoca Issaka.
Como exemplo da busca por se desvencilhar dessa unilateralidade nos debates sobre a África na literatura, Issaka cita o economista bissau-guineenseCarlos Lopes que costuma dizer que “ essa África que o ocidente idealiza existe, mas vai muito além disso”.
Issaka também fala sobre um ponto caro aos pretos brasileiros que estudam os efeitos da diáspora no entendimento brasileiro sobre o que é a África: o conceito de Negritude. Ele explica que “negritude” foi cunhado pelo poeta e dramaturgo martinicano Aimé Césaire nos anos 30, mas para dissecar uma demanda daquele momento sobre a construção do que seria o negro. O Brasil abraçou com força a ideia de negritude, mas se tornou tão precioso que dificilmente se fala sobre qualquer coisa relativa ao negro sem invocar a palavra, mesmo que não se entenda o contexto em que ela foi criada.
“No final da vida, Aimé Césaire começa a fazer outras reflexões, propondo que a própria ideia de Negritude não é suficiente para dar conta de uma série de demandas. Ele explica que a negritude nasceu num período histórico que fazia muito mais sentido no momento, mas o mundo vai mudando, aí vem os anos 40, 50, 60, etc, os desafios contemporâneos e ele aponta que o conceito de negritude é insuficiente para lidar com as questões que enfrentamos no mundo atual”, conta Bano.
“De fato, é importante que tenhamos a oportunidade de aprender e refletir a partir de um olhar que provoque sair da zona de conforto mesmo dentro de um assunto que historicamente já é desconfortável. Que sejam conhecimentos que estejamos abertos a refletir todos os dias. Seria uma baita de uma polêmica propor uma reformulação disso, porque no Brasil é muito forte essa questão de Negritude, né? Aí eu pego e falo ‘vamos precisar de algo mais’, as pessoas vão falar ‘você tá maluco’. mas eu acho que tem que ter esse esse debate”, conclui Issaka Bano.
A ascensão meteórica de Oprah começou quando ela ingressou na televisão como âncora e repórter local. No entanto, foi em 1984 que ela lançou seu próprio talk show chamado “The Oprah Winfrey Show”, que se tornou um fenômeno mundial e um dos programas mais populares da história da televisão. Através do seu estilo carismático, empatia genuína e capacidade de se conectar com seu público, Oprah ganhou milhões de seguidores dedicados e fãs leais.
Com o sucesso de seu programa, Oprah construiu um verdadeiro império midiático. Ela fundou a Harpo Productions, uma produtora de televisão e cinema responsável por produzir conteúdo de alta qualidade. Além disso, ela lançou sua própria revista, a “O, The Oprah Magazine”, que se tornou um sucesso editorial e uma das revistas mais vendidas do país.
De acordo com a Forbes, a ampla fortuna de Oprah inclui também uma enorme gama imobiliária, com casas na Califórnia, Nashville e mais de uma dúzia de propriedades no Havaí. Em 2017, o patrimônio da apresentadora chegou a bater a casa dos U$ 3 bilhões. Ela foi listada como bilionária pela primeira vez em 2003.
Em comemoração ao Mês do Orgulho, o site IndieWire, referência em notícias e opinião em relação à indústria cinematográfica, lançou a lista dos 50 melhores filmes LGBTQ+ do século 21, nesta quinta-feira (1º).
No topo do lista aparece ‘Moonlight: Sob a Luz do Luar‘, protagonizado por Ashton Sanders, Mahershala Ali e Janelle Monáe, eleito o melhor.
“É impossível não exagerar o significado de ‘Moonlight’ – como uma obra-prima cinematográfica, como inspiração para cineastas independentes como Barry Jenkins, mas principalmente para gays negros – que merecem muito mais exemplos de arte profunda que espelhe sua experiência”, escreveu o site sobre o vencedor do Oscar de Melhor Filme em 2017.
O roteiro de ‘Moonlight’ foi adaptado de uma peça curta de Tarrell Alvin McRaney, ‘In Moonlight Black Boys Look Blue‘, e explora a identidade de um jovem negro em três estágios cruciais. O site retrata o filme como “emocionalmente forjado, afinado com precisão e lindamente executado. Talvez seu maior triunfo seja a extensão em que Jenkins foi capaz de retratar de forma pungente uma história estranha, colocando-se dentro da experiência de outra pessoa. Com alguma sorte, mais cineastas de todos os tipos podem emular essa história de sucesso, e ‘Moonlight’ pressagia coisas boas para o futuro do cinema queer”.
Entre os filmes com protagonismo negro, também está na lista como os melhores do século: ‘Pária‘, em 21º lugar, ‘Tangerina’ em 22º e ‘Ráfiki‘, em 34º. Veja a lista completa aqui!