A Prefeitura de Salvador publicou, no último domingo (30), uma lei que dispensa o uso obrigatório do capelo tradicional em solenidades de formatura para pessoas com cabelos crespos ou volumosos. A norma também determina que as instituições de ensino do município ofereçam modelos alternativos, como turbantes, durags, tiaras e penteados em formato de garfo, além do acessório convencional.
A distribuição ou aluguel desses modelos deverá ser garantida pelas entidades responsáveis pelas cerimônias. A lei sancionada teve origem em um projeto da vereadora Marta Rodrigues (PT), inspirado na campanha #RespeitaMeuCapelo, liderada pela marca baiana Dendezeiro em parceria com a Vult. As empresas desenvolveram capelos adaptados para cabelos volumosos, usados em formaturas da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB).
Marta Rodrigues destacou que a medida busca combater a “estética embranquecida do academicismo”, que historicamente exclui traços da população negra. “Salvador é uma Roma negra, e o povo negro muitas vezes não se vê representado nos espaços acadêmicos”, afirmou. “Essa lei garante que, no ápice da intelectualidade, a essência dos formandos seja respeitada.”
A lei entra em vigor imediatamente, valendo para as próximas cerimônias de formatura em Salvador.
A TV Globo realizou na última quarta-feira (2) uma coletiva de imprensa para anunciar as comemorações de seus 60 anos, marcados para 26 de abril. O evento, que reuniu executivos e talentos da emissora, trouxe à tona questões sobre a representatividade negra nos quadros de funcionários da empresa.
Foto: Globo/Manoella Mello
Durante o encontro mediado pela jornalista Maju Coutinho, o diretor dos Estúdios Globo, TV Globo e Afiliadas, Amauri Soares foi questionado pelo correspondente do Mundo Negro, Maycon Cabral, sobre a presença de profissionais negros em cargos de liderança. “Diversidade não é uma meta para bater no fim do ano. Diversidade é uma consciência, uma sensibilidade, um compromisso que a gente vai construindo juntos aqui. Nós temos hoje vários criadores negros, autores negros, diretores e produtores negros e estamos muito comprometidos a criar espaços para que esses profissionais negros assumam as posições de liderança e de comando aqui na empresa”, respondeu.
A Globo não detalhou se possui metas ou prazos para ampliar essa representação. Em junho de 2024, a emissora anunciou mudanças em sua estrutura organizacional, nomeando Samantha Almeida como Diretora de Marketing da TV Globo e Kellen Julio para o cargo de Inovação e Diversidade dos Estúdios Globo. “É um compromisso coletivo de construção e a gente avança nisso junto para que a tela reflita também o que a gente tem nos bastidores. Talvez a grande renovação e inovação da dramaturgia, das novelas, é a chegada dos autores negros. Isso está enriquecendo muito o portfólio de sinopses e de ideias de novelas. E a gente está vendo a chegada de uma nova geração de autores que vai entregar uma renovação muito grande, mais vitalidade para esse gênero que é tão brasileiro. Diversidade é a maior inovação que a gente tem nos Estúdios Globo no momento. Não tenho dúvida disso”, afirmou. Atualmente, um dos diretores em destaque nas novelas é o cineasta Jeferson Dê, que trabalha como Diretor Geral na novela das 18h ‘Garota do Momento’.
Atualmente, a Globo conta com profissionais negros em postos estratégicos como Larissa Régia, Gerente Digital de Entretenimento, o Diretor Artístico, Renan de Andrade, Maria Joana Lessa, que atua como Diretora de Programas, Valéria de Santana Oliveira, Gerente de Conteúdo e a Diretora de TV, Mayara Aguiar.
A celebração do aniversário incluirá 60 horas de programação especial entre 25 e 28 de abril, com destaque para o “Show 60 Anos”, que será exibido no dia 28. A produção contará com mais de 400 profissionais envolvidos e terá direção artística de Antonia Prado.
Foto: Globo/Manoella Mello
O evento contou ainda com a presença de outros executivos como Leonora Bardini (Canal TV Globo) e Monica Almeida (diretora de gênero do especial), além de talentos como Luciano Huck, William Bonner e Tony Ramos.
A jornalista e apresentadora Wanda Chase morreu na noite de quarta-feira (2) após complicações em uma cirurgia de aneurisma dissecante da aorta no Hospital Tereza de Lisieux, em Salvador (BA). Com uma trajetória de 27 anos na TV Bahia, ela se consolidou como uma das vozes mais influentes do jornalismo baiano e como ativista do movimento negro.
Segundo a família, Wanda havia anunciado problemas de saúde há cerca de um mês, após uma virose. Inicialmente, foi diagnosticada com infecção urinária e, depois, com infecção intestinal. Na quarta-feira, ao ser internada, descobriu o aneurisma dissecante da aorta — condição grave que ocorre quando a camada interna da artéria se rompe. A cirurgia começou por volta das 17h, mas a jornalista não resistiu. Sua morte foi comunicada aos familiares seis horas depois.
Nascida no Amazonas, Wanda Chase mudou-se para a Bahia em 1991. A jornalista deixou um legado no jornalismo baiano, atuando em veículos como Rede Manchete, TV Cabo Branco e Rede Globo Nordeste. Também foi assessora de imprensa do Olodum, contribuindo para a visibilidade da cultura negra. Seu enterro está marcado para sábado (5), no Cemitério Campo Santo, assim que familiares chegarem à capital baiana.
Aposentada, continuou atuando como colunista do portal iBahia e participou de um projeto de podcast. Ao longo de mais de três décadas de carreira, acumulou 45 prêmios e recebeu, em 2002, o Título de Cidadã Soteropolitana. Em março deste ano, seria agraciada com o Título de Cidadã Baiana pela Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), mas a cerimônia foi adiada devido ao seu estado de saúde.
A ministra da cultura Margareth Menezes lamentou a morte de Wanda em suas redes sociais: “Neste momento de dor, expresso minhas mais sinceras condolências aos familiares, amigos e colegas de Wanda. Que seu legado de resistência, amor e dedicação à causa negra continue a inspirar gerações”.
Acordei com a triste notícia do falecimento da jornalista Wanda Chase. 💔
Neste momento de dor, expresso minhas mais sinceras condolências aos familiares, amigos e colegas de Wanda. Que seu legado de resistência, amor e dedicação à causa negra continue a inspirar gerações. 🌹 pic.twitter.com/wMBHyi7f7d
Wanda era amiga próxima da jornalista Glória Maria, que faleceu em fevereiro de 2023. As duas se conheceram nos anos 1990 e mantiveram uma relação próxima. Em entrevista ao g1 após a morte de Glória, Wanda relembrou momentos marcantes, como a adoção das filhas da colega de profissão e o último encontro, em 2020, no Rio.
Numa entrevista a um jornal baiano, Wanda brincou sobre revelar a própria idade e recebeu uma “bronca” de Glória: “Você fica falando sua idade e o povo faz as contas para saber a minha. Pra que querem saber minha idade? Só quem sabe sou eu e o meu médico”, disse a então repórter da Globo, que evitava divulgar sua idade.
Em entrevista ao jornal O Globo, a atriz Taís Araujofalou sobre o talento e o compromisso de Bella Campos, que interpreta sua filha Maria de Fátima no remake da novela ‘Vale Tudo’, da TV Globo, que estreou nesta semana.
“Quando eu vejo uma menina tão jovem, tão empenhada, tão comprometida… porque não é que ela está brincando, ela tá lá inteira. E eu acho isso mais bonito, eu acho isso de um valor imenso”, disse Taís, defendendo a Bella, que foi criticada antes mesmo de estrear a novela.
Taís ainda destacou que a personagem de Bella é crucial para o desenvolvimento da novela. “Para gente, é fundamental que a Maria de Fátima dê certo, porque a espinha dorsal dessa novela, quem dispara tudo é a Maria de Fátima. Para mim é profundamente importante que a Bela brilhe muito nessa novela. Para Odete Roitman, para a Débora, é muito fundamentalmente importante que a Bella brilhe muito nessa novela”, afirmou a atriz, que também negou que essas críticas refletiram no set. “A Bella está muito bem cercada de pessoas muito experientes”.
Taís ainda relembrou a sua própria trajetória e as dificuldades que enfrentou no início da carreira, comparando sua experiência com a de Bella. “Eu comecei uma menina de 16 anos fazendo ‘Tocaia Grande’. Eu já tinha experiência de teatro, mas eu não tinha uma vasta experiência. Eu não era aquela pessoa que você olhava e falava: ‘Meu Deus, nasceu para fazer isso’ […] Tampouco em ‘Xica da Silva’”.
Demonstrando carinho e apoio à colega, Taís garantiu que está ao lado de Bella nessa jornada. “Estou de mãos dadas com a Bella. E como filha, eu estou com ela no colo. Quando a gente vai, a gente vai junto até o fim”, conclui.
Para as pessoas que se interessam pelo pelo universo da literatura, recentemente, o Sesc Digital lançou o curso gratuito de ensino a distância de Literatura e Tradições Afro-brasileiras, com o escritor e compositor Nei Lopes. As aulas contam com a participação especial da intérprete Fabiana Cozza.
O curso na plataforma de conteúdo do Sesc São Paulo propõem uma introdução a noções básicas de literatura e música popular de ascendência africana e afro-brasileira a partir da trajetória pessoal e da obra de Nei Lopes. Em 15 videoaulas, o autor faz um passeio por diversos gêneros literários, trazendo como referência experiências e exemplos dos seus 40 livros publicados durante 80 anos de vida. A cada aula o artista destaca um gênero literário e influências, explicando o seu método de trabalho e histórias sobre a produção de seus livros.
Fabiana Cozza participa da formação com leituras de trechos selecionados das obras do escritor, destacando as nuances de sua produção e sua relevância na bibliografia brasileira.
Literatura e tradições afro-brasileiras foi elaborado para todas as pessoas que se interessam pelo universo da literatura e seus diversos estilos e gêneros, da criação literária, da produção de conhecimento, da cultura popular e afro-brasileira e pela obra de Nei Lopes. Não é necessário ter conhecimentos prévios para acompanhar as videoaulas e materiais do curso.
Este curso também pode ser utilizado por educadores, líderes comunitários, professores, profissionais de recursos humanos e grupos de estudo como forma de pautar discussões em torno de representatividade e educação antirracista. O percurso propõe que ampliemos nossa visão de mundo da literatura e das artes, com a inclusão de temas referentes às Artes, História e Literatura africana e afro-brasileira.
Nei Lopes é escritor e compositor de música popular com mais de 350 títulos gravados por grandes nomes da música brasileira, como Alcione, Beth Carvalho, Clara Nunes, Elza Soares, Elizeth Cardoso, Zeca Pagodinho, Zezé Motta, entre outros.
NesteDia Internacional do Livro Infantil, comemorado em 2 de abril, o Mundo Negro selecionou uma lista de obras escritas por autores negros que contribuem para a formação social e cultura de pequenos leitores, com uma literatura mais diversa e representativa.
A literatura infantil desempenha um papel fundamental na construção da identidade e da autoestima das crianças. Ao se verem refletidas em histórias, elas se sentem pertencentes e valorizadas, entendendo que suas vivências, traços e cultura são igualmente importantes.
Veja a lista completa abaixo:
O menino e sua árvore
O livro de Rodrigo França narra a encantadora jornada de Sol, um menino feliz cuja bisavó é uma árvore centenária. A obra explora a importância de fortalecer as raízes afetivas para um crescimento saudável, a sabedoria dos mais velhos, o acolhimento da família e o amor que fomenta a conexão com as origens.
A menina que não sabia que era bonita
Lançado no início deste ano, o primeiro livro infantil da Tia Má convida as leitoras a uma jornada de autodescoberta e valorização da própria beleza, especialmente direcionada a meninas negras. A obra é inspirada nos desafios enfrentados pela própria autora para desenvolver sua autoestima desde cedo.
Sinto o que sinto: um passeio pelos sentimentos
O novo livro infantil do Lázaro Ramos, em parceria com o Mundo Bita, aborda de forma lúdica a importância de identificar e lidar com as emoções desde a infância. A história acompanha Dan, um menino negro que, ao viver situações do cotidiano, descobre que é possível sentir uma série de emoções – como raiva, alegria, orgulho e tristeza – e que aprender a reconhecê-las é essencial para lidar com elas de maneira saudável.
Meu crespo é de rainha
O clássico publicado pela renomada escritora bell hooks em 1999, apresenta diferentes penteados e cortes de cabelo crespo às meninas negras para valorização e autoestima do cabelo natural, em forma de poesia.
Chupim
No primeiro livro infantil do premiado Itamar Vieira Jr., ele convida as crianças a conhecer o campo, por intermédio do menino Julim, que é enviado pelo pai para espantar o Chupim, passarinho considerado uma praga por comer as plantações.
Azizi, o presente precioso
Inspirado em casos reais e de muito afeto, a obra escrita por Lucimar Rosa Dias aborda o racismo estrutural brasileiro e fala sobre a possibilidade de pessoas de diferentes raças se tornarem uma família. A história narra a jornada de Azizi, um menino negro adotado por uma família branca, que encontra nas diferenças da cor a unidade da vida, do abraço e do amor.
Kakopi, kakopi! Brincando e jogando com as crianças de vinte países africanos
O livro escrito pelo moçambicano Rogério Andrade Barbosa é uma continuação de “Ndule Ndule – Assim brincam as crianças africanas” e foi criado a partir do mapa do continente africanos e dessa maneira, as crianças têm conhecimento quais são as brincadeiras mais comuns em cada país. Gadidé, Surumba-Surumba, Chakyti-Cha, Corrida de Três, Osani, A Serpente e Nngapi são algumas das brincadeiras presentes na obra. Entender e descobrir o que elas são e como se brinca, faz parte da brincadeira do livro.
História pretinha das coisas: as descobertas de Ori
Para transformar trazer referências afrocentradas para crianças negras, a professora Bárbara Carine Soares Pinheiro escreveu este livro que apresenta uma narrativa fictícia que se passa nos dias atuais. Localizada entre a cidade de Salvador, na Bahia, e a cidade histórica de Meroé, no Sudão, a história remonta a invenções e personalidades reais históricas africanas e afrodiaspóricas.
Meu nome é Maalum
Maalum é uma menina negra brasileira que nasce e cresce em um lar rodeado de amor e de referências afrocentradas. Logo que a menina sai do seio de sua casa, ela se depara com os desafios impostos pelos discursos e práticas de uma sociedade racista: O negro é visto como diferente e fora do “padrão”. Por meio desta personagem os autores Magna Domingues e Eduardo Lurnel apresentam histórias da cultura africana que fazem parte da construção da identidade do povo brasileiro.
Nesta quarta-feira (2), o Dia Mundial de Conscientização do Autismo reforça a importância da inclusão e da luta contra o preconceito. Criada pela ONU, a data também evidencia a necessidade de ampliar a representatividade de pessoas autistas, especialmente as negras, que enfrentam diagnósticos tardios e errados — como aponta um levantamento do Adapte: crianças negras com TEA têm 2,6 vezes mais chances de serem diagnosticadas erroneamente com outros transtornos antes de receberem a identificação correta.
Para além dos dados, a conscientização também passa pelo trabalho de ativistas e famílias que compartilham suas vivências. O Mundo Negro destaca cinco perfis fundamentais para entender a diversidade do espectro autista:
Glaucia Batista, economista e especialista em direitos humanos, criou o perfil para dar visibilidade às mães atípicas. Mãe de Thales, 10 (com Transtorno do Desenvolvimento da Linguagem), e Breno, 6 (autista), ela discute os desafios de garantir saúde e educação inclusiva. “Somos invisibilizadas, mas não caladas”, diz.
@familiaafroatipica – Instituto que acolhe outras famílias
Gabriela e Moisés Luiz, autistas e com TDAH, e o filho Benyamin, 10 (autista, surdo e com síndrome de Down) fundaram o perfil Família Afro Atípica, vivem em Sorocaba (SP) e fundaram o Instituto Ampara. O espaço oferece apoio psicológico, jurídico e social a famílias atípicas. A família também compartilha sua rotina nas redes sociais.
@heyautista – Akin Sá, ativismo e representatividade
Aos 24 anos, o estudante de Farmácia da UFPR tem diagnósticos de autismo, TDAH e altas habilidades. Homem trans, ele participa da Global Disability Summit em Berlim, que acontece nos dias 2 e 3 de abril, e integra o Instituto Vidas Negras com Deficiência Importam.
@uma.autista.diferentona – Sabrina e o diagnóstico tardio
Funcionária pública e mestranda em Educação, Sabrina Nascimento descobriu ser autista aos 37 anos, após o diagnóstico das filhas gêmeas. Seu perfil aborda autismo em adultos e os estereótipos raciais.
@lucianaviegas_ – Do diagnóstico ao ativismo institucional
Diretora do Instituto VNDI, Luciana Viegas recebeu o diagnóstico de autismo aos 25 anos, depois de identificar traços semelhantes no filho. Em publicação das Nações Unidas, a executiva destacou que “o processo de diagnóstico, tanto dela como do filho, foram marcados por incompreensões e preconceitos. Com frequência, eles tiveram suas características associadas à “agressividade e violência”’.
A atriz Cris Vianna recebeu, na última segunda-feira (31), o Prêmio Dandara, concedido pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro para pessoas que se destacam em suas áreas e contribuem com a valorização de pessoas negras na sociedade. Recentemente, a artista celebrou 20 anos de carreira.
A honraria foi concedida à atriz por sua trajetória ao longo da carreira e também pelo impacto de sua personagem Maíra na série “Arcanjo Renegado”, do Globoplay. Na trama, ela rompe barreiras ao assumir um posto de poder, tornando-se presidente da Alerj, cargo nunca ocupado por uma pessoa negra fora da ficção, representando a força e a resiliência da mulher negra tanto na política quanto na dramaturgia.
“Receber esse prêmio é uma honra imensa. Saber que minha arte inspira outras mulheres me emociona profundamente. A Maíra é uma personagem disruptiva, forte, determinada que chega ao poder e enfrenta desafios enormes. Arcanjo Renegado é um projeto que dá muito orgulho para todo mundo que faz parte. É uma conquista coletiva”, declarou a atriz, que recebeu o prêmio das mãos da deputada estadual Renata Souza.
Recentemente, Cris Vianna celebrou 20 anos de carreira com atuações em projetos de destaque na TV, no cinema e teatro, foi
O Prêmio Dandara foi inspirado na guerreira Dandara dos Palmares, que participou da construção do quilombo de Palmares ao lado de Zumbi e lutou contra o sistema escravocrata do século XVII.
Uma baiana de receptivo denunciou ter sido acusada injustamente de furto por uma turista argentina na última sexta-feira (28), em Praia do Forte, na Região Metropolitana de Salvador, na Bahia. Jucione Manuele afirma que a mulher, que não teve a identidade revelada, a constrangeu ao exigir que tirasse a roupa para provar que não havia subtraído a carteira da estrangeira.
O caso ocorreu enquanto Jucione fazia fotos com a turista e seu companheiro. Segundo a baiana, ao procurar o dinheiro para pagar o serviço, a argentina percebeu que sua carteira não estava na bolsa e passou a acusá-la de furto: “Ela falou para o marido que tinha esquecido a carteira na loja e eu fiquei com o marido dela esperando. Quando ela voltou, estava possessa. Me chamou de ‘ladrona’ e disse que eu tinha roubado ela. Disse que a carteira estava dentro da minha roupa. Eu pedi para ela se acalmar e disse que a carteira iria aparecer. Aí ela disse para eu tirar a roupa”, contou Jucione à TV Bahia.
A baiana afirma que foi coagida pela turista a entrar em uma loja de açaí e, ali, precisou se despir. “Além da roupa de baiana, que não foi suficiente para ela, eu tive que tirar o macaquinho que eu estava por baixo. Fiquei de calcinha e sutiã para ela ver que realmente não peguei a carteira dela”, afirmou. Ainda de acordo com Jucione, a argentina encontrou o objeto em uma loja onde havia estado anteriormente e reconheceu o equívoco. O marido da estrangeira teria tentado oferecer R$ 250 para que o caso não fosse levado às autoridades, proposta que a baiana recusou.
A ocorrência foi registrada na delegacia de Praia do Forte, e os envolvidos foram encaminhados para a unidade policial de Lauro de Freitas, onde um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) foi lavrado contra a turista por suspeita de calúnia. A Polícia Civil informou que investiga o caso, com oitivas e diligências em andamento para apuração dos fatos.
Durante uma entrevista para o documentário original da Apple TV+, “Homens Negros Conquistam Hollywood”(“Number One on the Call Sheet: Black Leading Men in Hollywood”), John Boyega voltou a falar sobre a franquia de “Star Wars”, criticou a falta de diversidade na saga intergaláctica da Disney e os fãs que promoveram ataques racistas.
“Deixa eu te contar, ‘Star Wars’ sempre teve a vibe de estar no espaço mais branco e elitista. É uma franquia tão branca que uma pessoa negra existindo nela era algo. Você sempre pode dizer que é algo quando alguns fãs de ‘Star Wars’ tentam dizer: ‘Bem, nós tivemos Lando Calrissian e tivemos Samuel L. Jackson!‘ É como me dizer quantas gotas de chocolate tem na massa de biscoito. É como se eles simplesmente espalhassem isso ali, mano!”, disparou Boyega, que viveu Finn nos filmes “O Despertar da Força”, “Os Últimos Jedi” e “A Ascensão Skywalker”.
A experiência foi decepcionante ao sofrer ataques racistas e ver seu personagem perder protagonismo na franquia, mas o ator reconhece que também foi um “momento fundamental” em sua carreira. “Eles estão bem com a gente interpretando o melhor amigo, mas uma vez que tocamos em seus heróis, uma vez que lideramos, uma vez que desbravamos o caminho, é como, ‘Meu Deus, é um pouco demais! Eles estão bajulando’”, acrescentou a estrela sobre os fãs.