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Excelência negra nos negócios: líderes compartilham visões estratégicas no Liberatum, em Salvador

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Como é ser um líder independente e atuante na contemporaneidade, além da necessidade de fazer investimentos em negócios comandados por pessoas negras? 

Para discutir esse e outros temas, a fundadora da Inventivos e uma dos “tubarões” do “Shark Tank Brasil”, Monique Evelle, Nina Silva e Alan Soares, do Movimento Black Money, e Maurício Mota, do Ashe Audio Ventures, marcaram presença no segundo dia do Festival Liberatum, no Centro de Convenções de Salvador. 

Cria do Nordeste de Amaralina, bairro periférico de Salvador, Monique enfatizou que só investe naquilo que acredita e dá resultados, ainda analisou um fator recorrente em relação a pessoas pretas, o questionamento em tudo o que buscam realizar e, por isso, serem colocados sempre “à prova”.

O que esperam de uma investidora negra? Que eu queira performar igual à branquitude […] Esse ecossistema acredita, no meu caso, no recorte brasileiro, acredita que existe uma única forma de fazer negócio neste país e que não é para pessoas como nós“, pontuou. 

O co-fundador do Movimento Black Money, Alan Soares falou sobre a importância de confiar em si mesmo e ser um agente de mudança. Para ele, a liderança pensada para o futuro tem dois pontos cruciais, a coragem e a visão. “Um líder, ele precisa ser visionário. Precisa pensar no futuro e como vai levar essas pessoas que acreditam nele para esse futuro que ele almejou. Ele tem que ter coragem para executar isso”.

Mauricio Mota, que está envolvido em alguns projetos com Viola Davis e Julius Tennon, falou sobre a nova proposta que o casal trouxe para Salvador, a produtora de audiovisual “Axé” e a importância de sair do eixo sudestino e permitir a criação de projetos como este em Salvador. “Quando o Julius falou que Salvador seria uma ponte com Hollywood, a gente vai fazer isso, porque existe uma oportunidade absurda de fazer isso e alguém precisa fazer. Com essa noção de comunidade, a gente vai chegar lá”.

Encerrando a participação no painel, Nina Silva pontuou o quanto o racismo pode ser danoso na construção deste processo, principalmente por causa do auto-ódio. 

Quando se fala em pretos no topo, estão falando para poucas pessoas. Esquecem que para um preto estar no topo, alguém precisa estar na base. E meu diálogo é: Por que alguém precisa estar no topo, mantendo uma pirâmide de opressão? Quem cuida de quem está na base? […] Tentam nos colocar em lugar de competição, sendo que a nossa visão sempre foi um lugar de cooperação e eles sabem disso. Eles aprendem com isso, eles lucram com isso, como se fossem invenções deles e não dos nossos povos quilombolas, dos nossos povos originários”, finalizou.

O Liberatum é um festival internacional, estreou na Bahia este ano e defende a igualdade, diversidade e inclusão, de forma multidimensional marcante para fornecer uma fonte vital de inspiração para o público. O evento termina neste domingo, dia 5 de novembro.         

‘O Próprio Enterro’: Filme com Jamie Foxx faz sucesso ao mergulhar nos segredos do mercado funerário

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Foto: Prime Video

O ator Jamie Foxx está em alta nos cinemas com o filme ‘O Próprio Enterro’. Lançado no Prime Video, a obra está chamando atenção da internet e da mídia ao misturar comédia, drama com fatos reais sobre a curiosa história de um advogado que nunca perde um caso.

Na trama, conhecemos Jeremiah O’Keefe, vivido por Tommy Lee Jones, um respeitado proprietário de uma funerária no Mississippi. Sua vida toma um rumo inesperado quando ele fecha um acordo sem contrato, o que se revela um golpe que o leva à beira da falência, perdendo todos os seus negócios e patrimônios.

A história se desenrola com a chegada de Willie E. Gary, interpretado por Foxx, um advogado especializado em danos pessoais, que se une a Jeremiah em uma batalha legal contra o império funerário de Raymond Loewen, papel de Bill Camp. O filme mergulha na complexidade e nos segredos sombrios desse setor, enquanto a dupla luta por justiça e reparações

A história de ‘O Próprio Enterro’ é baseada em uma reportagem da revista New Yorker, publicada em 1999. O grande destaque da nova adaptação cinematográfica diz respeito à atuações de Foxx dentro dos tribunais. Os discursos eloquentes do metódico advogado surpreendem com diálogos dramáticos, mas por vezes, hilários.

Kendrick Lamar no Brasil: Rapper se apresenta neste domingo (5) no festival GP Week, em São Paulo

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Foto: Jason Koerner / Getty Images.

O rapper Kendrick Lamar está no Brasil. Ele se apresenta neste próximo domingo (5) como atração principal do festival GP Week, em São Paulo. Essa é a segunda passagem do artista no país. Em 2019, o rapper se apresentou no festival Lollapalooza.

Agora, Kendrick apresenta o espetáculo de seu disco mais recente, o aclamado “Mr. Morale & The Big Steppers”, lançado em 2022. Considerado um dos artistas mais influentes de sua geração, o rapper acumula diversos prêmios importantes, incluindo 13 estatuetas do Grammy, e recordes de vendas pelo mundo.

Kendrick Lamar. Foto: Reprodução / Youtube.

O show da turnê “Mr. Morale & The Big Steppers” inclui sucessos como “N95”, “m.A.A.d city”, “HUMBLE” e “LOYALTY”.

Uma das características distintivas de Kendrick Lamar é sua habilidade de abordar tópicos complexos e socialmente relevantes em suas letras. Suas músicas frequentemente exploram questões como violência nas ruas, injustiça racial, identidade, religião e desigualdade social. Ele é conhecido por sua narrativa afiada e por empregar metáforas poderosas para transmitir suas mensagens, o que o tornou um porta-voz influente para sua geração.

Além de Kendrick, nomes como IZA e a dupla Tasha & Tracie também se apresentam no GP Week 2023.

Podcast sobre Zumbi dos Palmares será o primeiro projeto da “Axé”, produtora de Viola Davis e Julius Tennon, Salvador

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Viola e Julius : Foto: Divulgação

Produtora “Axé” promete ser uma ponte entre Hollywood e o Brasil. Responsáveis pelo projeto, a atriz e o marido estão em Salvador desde o dia 31 de outubro.  

Os atores Violas Davis e Julius Tennon vieram a Salvador participar do Festival Liberatum e aproveitaram para anunciar o lançamento de uma produtora de audiovisual chamada “Axé”, que será uma ponte entre Hollywood e o Brasil, no intuito de fazer conexões internacionais e adentrar as comunidades. 

Segundo o secretário de Cultura de Salvador, Pedro Tourinho, o primeiro produto deles será uma série de podcast sobre Zumbi dos Palmares”, detalhou. Durante a coletiva, Julius disse estar muito feliz de estar em Salvador. 

“Estou olhando agora para cima, positivo. Nós temos o objetivo de estar juntos e nos conectar com o Brasil. A gente acha que é uma grande oportunidade de trabalharmos juntos, com uma comunidade. Todo mundo está apoiando esse novo momento de conteúdo do Brasil”. 

O painel sobre cultura afro diaspórica aconteceu na tarde de hoje (3), foi um dos mais esperados pelo público do Liberatum e teve a presença do casal, da atriz Taís Araújo e da empresária criativa Melanie Clarck, com mediação de Maurício Mota.

Jogador Marcelo, do Fluminense, sofre ataques racistas na internet às vésperas da final da Libertadores

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Em um ataque orquestrado no X (ex-Twitter), o jogador Marcelo, lateral-esquerdo do Fluminense, sofreu xingamentos racistas nas redes sociais na última quinta-feira, 2. Os xingamentos contra o atleta foram feitos nos comentários de um vídeo publicado pela Conmebol na qual ele concede uma entrevista.

Os usuários que cometeram o crime de racismo contra Marcelo publicaram imagens de bananas e macacos nos comentários do vídeo com a entrevista. Alguns também escreveram frases ofensivas como: “Comida favorita… óbvio: banana” e “Abriram a porta do zoológico?”.

Os ataques aconteceram dois dias antes da partida entre Fluminense e o Boca Juniors, que acontece no sábado, 4, os dois times competem na final da copa Libertadores.

No início da semana, o time argentino emitiu um comunicado alertando os torcedores que forem ao Rio de Janeiro assistir a partida para que não façam comentários ou insultos racistas: “Os cantos e gestos racistas/xenófobos constituem um delito grave que implica em penas de até 5 anos de prisão inafiançável”, dizia um trecho do comunicado.

Imagem: Reprodução

Até agora, nenhum dos times ou a Conmebol se posicionou sobre os xingamentos recebidos pelo jogador.

 Liberatum: “Precisamos do poder e da coragem para contar as histórias de quem somos”, diz Viola Davis 

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O festival Liberatum, que atua em defesa da diversidade, igualdade e inclusão, estreou nesta sexta-feira (3), no Centro de Convenções de Salvador, no bairro da Boca do Rio, reuniu, no painel sobre cultura afro diaspórica, um dos mais esperados pelo público, os atores Viola Davis, Julius Tennon e Taís Araújo e a empresária Melanie Clarck, com mediação de Maurício Mota

Com falas potentes, Viola Davis ressaltou que ainda há histórias que precisam ser contadas, principalmente sobre as mulheres pretas. “Queremos aprender com os ancestrais, e isso é importante, mas a tarefa do artista é também a rebeldia. Porque mesmo quando contamos a nossa história, é sob o olhar do colonizador […] Precisamos do poder, da autoridade e da coragem para contar histórias de quem somos, sem pedir desculpas”. 

Foto: Lais Gabriela

A atriz, que obteve mais destaque em sua carreira quando fez a série americana “How To Get Away With a Murder”, divulgada em diversos países, não tinha noção desse alcance. No decorrer do painel, Viola ainda desabafou sobre a opressão e sexualização sofrida por mulheres negras na TV e no cinema, onde sempre são vistas como complicadas e confusas. 

“Você acaba percebendo que tudo o que te disseram sobre ser uma atriz negra é mentira. As limitações sobre as histórias, sobre o que as pessoas querem ver, eu chamo essas coisas de opressão internalizada. Quando o mundo diz para vocês que apenas uma certa parte da população, da história, é importante. Eu sempre acreditei que quando você faz algo como artista, que é honesto, as pessoas querem ver, e isso me empoderou”. 

Ao lado da atriz, a empresária criativa, Melanie Clark, também integrou a mesa e declarou que é uma honra adaptar “O Beijo no Asfalto”, do escritor Pernambucano Nelson Rodrigues, através da JuVee Productions, produtora de Viola e seu companheiro, Julius Tennon. A história virou livro e já foi encenada nos teatros. 

“É a história de um homem que se encontra em uma série de mal-entendidos. É uma história importante. Para ser possível fazer o que a gente da JuVee Productions pode fazer, não basta ter dinheiro, é necessário ter a capacidade de mostrar a história para todo o mundo”, disse Clark. 

A empresária ainda enfatizou que as visões colonialistas dizem que a única verdade que importa é a dos colonizadores, mas não é. “Eles não entendem o poder da diáspora porque é vasto, diverso, rápido e ainda é guiado pelo poder antigo dos ancestrais. Os conquistadores tentam destruir nossa história mas eles não conseguem e é por isso que estamos aqui”.

FotoL Liberatum

A mesa contou com a presença de Taís Araújo, que falou sobre a importância de um evento como o Liberatum e que ações como essa precisam começar em Salvador, passar pelo Brasil e, quem sabe, por todo o mundo, destacando a Bahia como polo cultural.

“Uma cidade como essa, que é tão hospitaleira, que é tão linda, sou suspeita pra falar porque não casei com baiano por acaso. Acho que é muito atrativo ser aqui, não só pela beleza, mas porque a Bahia, como um todo, é um polo cultural muito importante para o Brasil”, afirmou.

Junto com sua esposa, Julius Tennon lançou em Salvador, na tarde de ontem (2), a produtora de audiovisual “Axé”, que promete ser uma ponte entre Hollywood e o Brasil. Durante a coletiva, Julius disse estar muito feliz de estar em Salvador. 

“Estou olhando agora para cima, positivo. Nós temos o objetivo de estar juntos e nos conectar com o Brasil. A gente acha que é uma grande oportunidade de trabalharmos juntos, com uma comunidade. Todo mundo está apoiando esse novo momento de conteúdo do Brasil”, disse. 

O Liberatum conta com ciclos de palestras em diversos pontos da capital baiana e ainda terá eventos exclusivos para convidados, como um jantar em um tradicional restaurante do bairro do Comércio, em homenagem à cantora maranhense Alcione. O festival acontece até o próximo domingo (5). 

Luisa Sonza fala sobre caso de racismo: “realmente cometi um ato racista”

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Foto: Reprodução

A cantora Luisa Sonza falou sobre o caso de racismo do qual foi acusada em 2018, quando teria pedido a uma mulher negra para lhe servir um copo de água. Em conversa no canal do Youtube da drag queen, Bianca DellaFancy, Sonza reconheceu a atitude racista ao dizer: “Tive que estudar e entender até aceitar que realmente cometi um ato racista”.

Enquanto era maquiada, a cantora contou que precisou estudar e aprender sobre racismo. Ela contou que leu livros do ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, além de também citar a filósofa Djamila Ribeiro: “É um racismo estrutural, mas a estrutura é feita por nós. Tive muita dificuldade de entender, por eu ser uma pessoa branca, e não viver isso na pele. Tive que estudar muito e entender profundamente, li muito, estudei muito”.

Luisa e a vítima, Isabel Macedo de Jesus fizeram um acordo na justiça que foi finalizado este ano. Ao lembrar o caso, Luisa  assumiu que pediu um copo de água a uma mulher negra: “Óbvio que não foi uma coisa intencional. Mas a gente comete este tipo de erro diariamente. Eu pedi um copo d’água para uma mulher preta. Foi um processo muito longo, não é da noite para o dia. Gostarioa de ter aprendido isso antes. Só de ler o “Manual antirracista” da Djamilla Ribeiro… Não é uma coisa falada, porque fica muito no tabu (…) Tive que estudar e entender até aceitar que realmente cometi um ato racista”.

Ela também contou que conversou com outras pessoas negras que ajudaram a entender que sua atitude foi racista: “Eu tive muita dificuldade de entender no começo, por eu ser uma pessoa branca e não viver isso na pele. Conversei muito com a Tia Má, conversei com Preto Zezé”, destacou. 

Assista a entrevista completa:

Margareth Menezes celebra potência cultural do Brasil durante discurso no Festival Liberatum, em Salvador

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Foto: Secretaria de Cultura de Salvador

Nesta sexta-feira, 3, a Ministra da Cultura, Margareth Menezes, participou da mesa “Uma Vida Dedicada à Cultura”, durante o Festival Liberatum. No evento, realizado no Centro de Convenções de Salvador, ela celebrou a potência cultural do Brasil: “A presença do Festival Liberatum no Brasil é um sinal de que, apesar dos desafios, o que fizemos até aqui tem sido reconhecido”.

Durante seu discurso de abertura do evento, a ministra ressaltou que o Brasil chama atenção dos outros países do mundo para realizações culturais. Menezes afirma que o governo busca agregar a sociedade civil no diálogo para elaboração de políticas que impulsionam a cultura.

Ela também lembrou que o país é uma potência na área cultural: “É necessário que a gente acredite que somos uma potência mundial neste aspecto. Estamos agora diante de um governo que acredita e dialoga. Essas ações internacionais que estão chegando para nossa Bahia não são à toa, são fruto da nossa resistência. A presença do Festival Liberatum no Brasil é um sinal de que, apesar dos desafios, o que fizemos até aqui tem sido reconhecido”, pontuou.

A mesa, mediada por Camila Apresentação, também recebeu o diretor artístico Gil Alves, que destacou a importância da criação de estratégias para que todas as pessoas tenham condições de acesso às leis de incentivo à cultura e contou sua trajetória na área: “A cultura é ancestral. Acredito que é importante você se cercar da sua história e fazer com que outras pessoas venham junto”, declarou.

Primeira mulher negra a assinar uma criação da Disney Brasil, Maíra Oliveira estreia série “A Magia de Aruna” em novembro

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Foto: Thaís Ramos

Em novembro chega ao streaming mais uma produção criada por uma mulher negra. A série “A Magia de Aruna”, criada pela roteirista Maíra Oliveira, terá seis episódios e deve estrear no Disney + no dia 29 de novembro e tem como protagonistas as atrizes Giovanna Ewbank, Cleo, Erika Januza,  Suzana Pires e Jamilly Mariano.

Com o trabalho em “A Magia de Aruna”, a roteirista se tornou a primeira mulher negra a assinar uma criação com a Disney Brasil. A história criada por Maíra se passa no Rio de Janeiro, em um mundo que atravessa uma crise solar. Nesse contexto, vive a adolescente Mima, interpretada por Jamilly Mariano, que possui um poder especial de hiperempatia e faz de tudo para esconder isso. Em dado momento, a personagem participa de uma competição que a faz perder o controle de seu dom. É nesse momento que ela acaba desfazendo um feitiço realizado a 300 anos e que acorda três bruxas guardiãs.

“A Magia de Aruna conta a história de Mima, uma menina que tem o poder de hiper empatia, e  por não conhecer suas origens, foi levada a acreditar que magia é algo ruim. Até que nossa  protagonista desperta três bruxas com quem vai aprender a lidar com seu poder e descobrir  que ser diferente é potência- nesse caso, potencialmente mágico. O público pode esperar uma  história cheia de bonitos laços de amizade e respeito, aventura e é claro magia”, destaca Maíra.  

Foto: Divulgação

Ela ainda conta que se inspirou no universo de filmes e séries de magia para criar “A Magia de Aruna”: “A criação foi inspirada pelo universo dos filmes e séries de magia, sobretudo de bruxinhas, que têm o despertar da magia como uma forma de representar o vir-a-ser mulher. E esse conceito dialoga intimamente com a infância e adolescência de muitas meninas – sobretudo em meninas  negras como eu -, que em algum momento desacreditaram na própria voz, pelos preconceitos  de gênero, classe e raça que estruturam nossa sociedade. Poder falar disso através dessa  metáfora, de uma forma lúdica, é ampliar o debate sobre o impacto das opressões sociais em  uma parcela enorme da população, que se verá ali representada pela nossas bruxinhas”, contou Maíra Oliveira.

Rei de Angola chega ao RJ para participar de eventos e visitar locais que une o Brasil ao país africano

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Foto: Camila Rhodes/ Secretaria da Educação de Guarulhos

Na primeira visita ao Brasil, o Rei do Bailundo – maior grupo étnico de Angola -, Sua Majestade Rei Tchongolola Tchongonga Ekuikui VI, chega ao Rio de Janeiro para participar de dois dias de agenda na cidade, na próxima semana.

Na terça-feira (7), o Rei será o convidado especial do debate sobre a importância da reparação histórica para a população negra brasileira. O evento acontecerá no Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (Muhcab), das 9h30 às 12h. E reunirá também a jornalista Louise Freire e o professor doutor Babalaô Ivanir dos Santos. Depois do debate, haverá uma apresentação cultural de slam.

Já na quarta-feira (8) pela manhã, o Rei participará de um seminário sobre cultura e pluralidade religiosa na UNIperiferias, na Maré. A favela da Maré é a região onde se concentra o maior número de migrantes angolanos que vivem no Rio de Janeiro. À tarde, o monarca participará de um encontro de quilombolas no Quilombo no Camorim, o mais antigo do Rio de Janeiro. O local foi ocupado por pessoas escravizadas trazidas de Angola. 

Foto: Prefeitura de Itajaí/Reprodução/ND

“De Angola vieram 60% dos escravizados africanos para o Brasil. Esta visita inédita e histórica representa um reencontro ancestral entre filhos de Angola que foram separados pela escravização”, diz Marcelo Moreira, sócio-diretor da DiversaCom, agência responsável pela visita do Rei, em parceria com a UNIperiferias.

“A visita do Rei do Bailundo no Brasil representa um elo que nos une, relembrando uma história compartilhada, marcada por nossa herança cultural comum. Esta visita fortalece nossos laços culturais, enriquece nosso patrimônio histórico e constrói pontes que ultrapassam fronteiras, promovendo uma compreensão mais profunda e respeitosa entre nós”, diz a coordenadora de comunicação da UNIperiferias, Mariane Del Rei.

Após o evento, o Rei fará um passeio pela região do Cais do Valongo, onde desembarcou a maioria dos escravizados vindos da África para o Brasil. Antes do Rio, o Rei esteve em São Paulo, a convite do Centro Cultural Casa de Angola.

Foto: Camila Rhodes/ Secretaria da Educação de Guarulhos

Conheça Sua Majestade Rei Tchogolola Tchongonga Ekuikui VI e o Reino do Bailundo

Sua majestade Rei Tchongolola Tchongonga Ekuikui VI é o 37º soberano do reino do Bailundo (Região Central, origem dos Ovimbundu), Rei dos Ovimbundu, sul de Angola. Aos 39 anos, pertence à linhagem de Ekuikui, sendo o primeiro neto legítimo marterlinear do falecido Rei Augusto Katchitiopololo (rei Ekuikui IV). Formado em Direito Costumeiro, em línguas na República da Namíbia, fala quatro idiomas, uma delas é o idioma Umbundu, língua oficial do Reino do Mbailundo, tem fluência na língua francesa, portuguesa e inglesa.

O Reino do Bailundo surgiu em meados de 1700 e foi um estado nacional africano, dos povos Ovimbundu, era dotado de poderes políticos e económicos. O Reino encontra-se localizado no Planalto Central de Angola, e abrange as províncias do Huambo, Benguela, Kwanza Sul, Bié e uma parte da Huíla. Quando surgiu o Reino do Bailundo? No princípio o nome era Halavala, deu-se este nome devido a sua localização geográfica que estava próximo de um monte. Posteriormente mudou-se o nome para “Mbalundo” devido ao uso de jóias, bijuterias que o povo tinha o costume de usar, estes acessórios chamavam-se Ombalundo. O Reino comporta um palácio real, 35 residências para os membros da corte e jangos que servem para julgamentos tradicionais que ajudam a resolver os problemas sociais que ocorrem na aldeia.

Foto: Divulgação

SERVIÇO

Evento: Futuro Ancestral: História, Reparação e Avanço

Data: 7 de Novembro, terça-feira, de 9h30 a 12h30

Local: Museu de História Afro-Brasileira (Muhcab) Rua Pedro Ernesto, 80 – Gamboa

Horários:

9h30 – Café de boas-vindas

10h – Debate

11h30 – Apresentação de Slam

Confira o restante da programação:

DIA 07 DE NOVEMBRO

Evento: Tour pela Pequena África

Início: Muhcab – Rua Pedro Ernesto, 80 – Gamboa

Término: Cais do Valongo – Av. Barão de Tefé – Saúde 

Horário: das 14h às 16h

DIA 08 DE NOVEMBRO

Evento: Cultura e pluralidade religiosa

Local: UNIperiferias – Rua Teixeira Ribeiro, 535 – Maré

Horário: das 9h às 11h

Evento: Encontro de Quilombos com feijoada, roda de jongo e capoeira

Local: Quilombo do Camorim- Estr. de Camorim, 922 – Jacarepaguá, Rio de Janeiro

Horário: das 13h às 17h

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