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Evento gratuito homenageia Clementina de Jesus com inauguração de grafite e roda de samba em SP

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Foto: Lewy Moraes/Folhapress

Neste Dia Nacional do Samba, 2 de dezembro, um evento gratuito homenageia a grande Clementina de Jesus. A partir das 16h, “Rainha Ginga: 60 anos de glórias” iniciará a programação na Praça Angel Ramires (Bar Pequena Glória), na Vila Mariana, capital paulista, com a inauguração de um grafite com a temática da cantora. A obra vai ocupar um muro de mais de cem metros quadrados, e é assinada por Mateus Bailon e Carolina Murayam.

Em seguida, tem início, também na praça, a projeção do documentário “Clementina“. O filme, elogiado pela crítica, traz depoimentos de Alcione, Nelson Sargento, Hermínio Bello de Carvalho e Ney Lopes. Em 2018 a obra participou da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo e do Festival do Rio.

Às 18h00 entra em cena a Batucada das Pretas, grupo de samba liderado por mulheres da Zona Leste de São Paulo. Além de participar de eventos beneficentes e arrecadações de cunho social para as comunidades em que atuam, o grupo fortalece junto à sociedade a discussão sobre a violência contra a mulher e o machismo que persiste no mundo do samba, onde os homens ainda são protagonistas: “Precisamos fazer o debate e o fortalecimento das poucas mulheres artistas que estão à frente dos palcos e das rodas de sambas, principalmente em relação às mulheres pretas”.

Em 2023 completam-se seis décadas que Clementina de Jesus foi avistada na Taberna da Glória (RJ) pelo então jovem Hermínio Bello de Carvalho, que a levaria para o mundo ao participar de grandes shows e da gravação de discos aclamados pelo público e pela crítica,
fazendo da quituteira natural de Valença um dos nomes mais representativos da música brasileira e da ancestralidade presente no samba. Ainda que tardia, sua vida artística foi intensa. Teve a sorte de ser reverenciada em vida por nomes como Pixinguinha, João da
Baiana, Cartola, Dona Ivone Lara, Martinho da Vila, Adoniran Barbosa, Clara Nunes, Beth Carvalho, Gilberto Gil e Maria Bethania. Rainha Ginga ou Quelé, como ficou conhecida, faleceu em 1987. Hoje, ela teria 122 anos.

Interessante observar a congruência das histórias relacionadas ao nome Glória. O fatídico encontro entre Clementina e Hermínio, como citado, ocorreu no bairro da Glória, na Taberna da Glória. E a praça escolhida para o evento em São Paulo foi revitalizada pelo bar
Pequena Glória, que é também parceiro na realização do evento.

A iniciativa é uma realização independente do selo cultural, Em Nome do Samba, que reaizam ações voltadas à memória e à valorização do samba.

Programação completa:
Rainha Ginga: 60 anos de Glórias
02/12, a partir das 16h00

Onde
Praça Angel Ramires (Bar Pequena Glória – R. Dr. Nicolau de Sousa Queirós, 520 – Vila Mariana)

16h00 / Inauguração de grafite (muro de 100 metros quadrados)

Mateus Bailon https://www.mateusbailon.art/
Carolina Murayama https://carolmurayama.com/

16h30 / Cinema na Praça
Projeção do documentário “Clementina” (Ana Rieper, 2018, 75 min.)

18h00 – 21h30 / Roda de Samba
Batuca das Pretas https://www.instagram.com/batucadadaspretassp/

MC Soffia anuncia o lançamento do primeiro álbum de sua carreira: “It Girl”

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Foto: Yago Mesquita.

MC Soffia está pronta para começar uma nova e grandiosa fase em sua carreira. A artista de 19 anos, que já possui uma longa trajetória no cenário musical, anunciou o lançamento de seu primeiro álbum de estúdio, que recebeu o título de “It Girl”. A novidade chega após o lançamento das faixas  “Espelho Meu” e “Let’s Go”, que irão compor o novo disco.

Com letras poderosas que abordam o empoderamento feminino e batidas envolventes, o lançamento foi dividido em duas partes e as primeiras 6 faixas chegam às plataformas de streaming, via SoundOn, na terça-feira, 12 de dezembro. “It Girl” conta com a participação de grandes vozes femininas do rap nacional e reflete o amadurecimento da jovem artista, que é considerada um dos nomes mais promissores do atual cenário musical.

Soffia iniciou sua carreira no hip hop após participar da oficina “O Futuro do Hip Hop para crianças”, sob a orientação da DJ Vivian Marques. Desde então, tem acumulado uma série de conquistas, desde performances em saraus e escolas até uma atuação memorável na abertura dos Jogos Olímpicos de 2016. O reconhecimento de MC Soffia vai além das fronteiras brasileiras, com indicações como o prêmio BET Awards da TV americana, homenagens da World Woman Foundation e o prêmio CLAIFF23 no Texas. Internacionalmente, foi convidada a palestrar no Fórum Geração e Igualdade da ONU Mulher em Paris, primeira cantora brasileira a ser indicada no BET Awards.

Fundação Palmares: o machado de Xangô resiste

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Foto: Divulgação

Quiseram nos destruir, nossa história, nossa memória, nossas conquistas. Trabalharam durante quatro anos para apagar a existência da Fundação Cultural Palmares, mas o machado de Xangô resistiu e se impôs. Chegado o final de ano, é o momento de fazer considerações sobre o exercício de contar como tem sido a luta de uma das lideranças mais importantes do país: João Jorge, presidente da Fundação Cultural Palmares.

O Ministério da Cultura tem um dos menores orçamentos do país, e a Fundação Cultural Palmares um dos menores orçamentos do Ministério.

Todos os dias o ex-presidente da Fundação Palmares executava uma maldade administrativa: deslocando funcionários, esvaziando o papel da Fundação, desassistindo as comunidades quilombolas, achincalhando a memória de personalidades negras, não investindo em atividades culturais da comunidade negra e apostando na falida ideia de democracia racial negando o racismo na sociedade brasileira.

A herança deste trabalho quotidiano de ódio à luta do movimento negro, não foi pequena e não poupou nem o símbolo do machado de Xangô, na logomarca da Fundação.

O desrespeito às Ialorixás e aos Babalorixás levou muito sofrimento a todos os religiosos de matriz africana, deixou marcas e cicatrizes que levará muito tempo para serem superadas. Há certas dores que não passam com o tempo, mas são reavivadas pelo tempo.

A direção da Fundação Palmares tem que conviver com estes atos simbólicos que perpassam uma estrutura administrativa de 25 pessoas no total. Sim, a Fundação que tem a responsabilidade de gerir e propor iniciativas da cultura negra para o país mais negro de toda América só tem 25 funcionários.

Fundação Cultural Palmares Diálogos Palmarinos: Ivair Augusto, Vanda Machado, Andressa Camargo e Kananda

Se o presidente Lula e o Congresso Nacional ouvissem o clamor do movimento negro e dos artistas negros do país, dariam um novo sentido para a Fundação: um orçamento que sinalizasse o respeito à população negra do país.

No mês de novembro, a Fundação realizou na cidade de Maceió e na Serra da Barriga os Diálogos Palmarinos na Celebração dos 328 anos de imortalidade de Zumbi e Dandara, realizando, para discutir sobre Patrimônio e Memória e um ato político -cultural no Parque Memorial Zumbi dos Palmares, na Serra da Barriga. Com a participação de lideranças do país inteiro.

Uma ação muito importante da Fundação foi a revogação de atos institucionais (portarias e decretos) que iam contra a missão da Fundação, por exemplo, a portaria que dificultava a auto identificação das comunidades quilombolas e a que excluiu personalidades negras do site da Palmares, dentre outros.

Com recursos muito escassos, a Fundação lançou sete editais de fomento para áreas de música, literatura, mobilidade cultural e quilombolas. E iniciou-se a rearticulação diplomática com países africanos, através do Itamaraty e embaixadas, inclusive realizando viagem para participar no Panafest, em Gana, com uma delegação composta por membros do governo da Bahia, da prefeitura de Salvador.

Um ato importante e a reinstalação da sede da FCP no setor de autarquias para funcionamento da “Casa da Cultura afro brasileira“, ou seja, local onde além de escritórios contenha um centro cultural.

Um gesto simples, de muito impacto e simbólico foi o resgate da logo da Palmares, usando o machado de Xangô, nas peças institucionais. É um novo início, de uma nova era.

Mulheres negras que trabalham com equipes majoritariamente brancas têm menor probabilidade de receber promoção, afirma estudo de Harvard

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Foto: Reprodução

Um estudo recente publicado pela Universidade de Harvard lançou luz sobre os desafios enfrentados por mulheres negras no ambiente de trabalho, especialmente quando inseridas em equipes predominantemente compostas por colegas brancos. A pesquisa divulgada em novembro revelou resultados preocupantes sobre a rotatividade e os baixos índices de promoção dessas mulheres em comparação com seus colegas brancos.

Ao analisar mais de 9.000 novos funcionários em uma empresa de serviços profissionais entre 2014 e 2020, o estudo identificou que as mulheres negras inseridas em equipes com maior número de pessoas brancas enfrentavam maiores dificuldades. Elas eram mais propensas a serem consideradas como profissionais de “baixo desempenho” e, consequentemente, tinham menos chances de receber promoções ou mesmo de permanecer na empresa ao longo do tempo.

Os dados conclusivos do estudo destacam que funcionários negros, especialmente mulheres negras, têm uma probabilidade 32% maior de deixar o emprego nos dois primeiros anos após a contratação em comparação com colegas brancos. Além disso, apresentam uma probabilidade 26% menor de serem promovidos dentro do prazo previsto. Isso representa uma diferença ainda mais acentuada, com um aumento de 51% na rotatividade entre mulheres negras e brancas.

Elizabeth Linos, coautora do estudo e professora associada de Políticas Públicas e Gestão, destacou a relevância das horas faturáveis ​​na empresa como uma métrica crucial para medir o sucesso dos funcionários. Isso impactava as mulheres negras, já que aquelas inicialmente designadas para equipes com uma proporção maior de colegas brancos relatavam menos horas faturáveis, mais horas de treinamento e eram consideradas com mais frequência como profissionais com desempenho fraco, aumentando assim as chances de rotatividade.

Uma análise do estudo revelou que as mulheres negras eram o único grupo demográfico a enfrentar resultados significativamente adversos em promoção e retenção quando inseridas em equipes mais brancas. De acordo com o estudo, homens negros ou mulheres e homens hispânicos, não foram prejudicados da mesma forma que as mulheres negras quando inseridas em equipes majoritariamente brancas. Isso indica uma questão específica enfrentada por mulheres negras neste ambiente de trabalho.

Ao comentar sobre essas descobertas, Linos ressaltou que, embora a sociedade avance na diversificação dos locais de trabalho em algumas áreas, as mulheres negras ainda enfrentam obstáculos adicionais para promoção no ambiente profissional. Ela destacou a necessidade de mais pesquisas sobre como os funcionários brancos podem adaptar seus comportamentos para evitar contribuir para as dinâmicas excludentes de gênero e raciais existentes no trabalho.

Entender esses desafios é fundamental para implementar mudanças significativas no ambiente corporativo. O estudo propõe a necessidade de políticas de intervenção que possam ajudar a mitigar o impacto negativos dos colegas brancos na rotatividade e promoção de mulheres negras. A pesquisa também sugere a importância de políticas de promoção de equidade racial e de gênero para que mulheres negras possam conquistar cargos de liderança, colaborando com mudanças nesse cenário.

 

Em livro sobre discurso de ódio na Internet, Luciana Barreto revela que mulheres negras são 81% das vítimas

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Fotos: Divulgação

Você já parou para pensar em quem são as pessoas que mais sofrem com discursos de ódio na internet? A jornalista premiada Luciana Barreto, atualmente âncora da CNN, lança o seu primeiro livro: “Discursos de ódio contra negros nas redes sociais“, resultado da sua dissertação de mestrado, com uma contribuição pública por documentar a dimensão digital do racismo no Brasil.

“Uso no livro uma pesquisa do professor Luiz Valério Trindade que mostra que 81% dos discursos de ódio racistas são direcionados às mulheres negras com características semelhantes a minha: profissional com curso superior, cabelo crespo etc”, diz Luciana Barreto, em entrevista ao Mundo Negro, com a editora Isadora Santos.

Na análise dos discursos contra pessoas negras, a jornalista observa que “palavras que remetem a eliminação, morte, aparecem com frequência. Isso é muito grave porque está projetando uma conjuntura de ódio mas também de eliminação”, completa.

Neste sábado, dia 2 de dezembro, às 15h, a autora receberá o público na Livraria e Edições Folha Seca, no Centro do Rio de Janeiro; e no dia 7, a partir das 18h30, na Martins Fontes da Consolação, Na Consolação, São Paulo. O livro custa R$ 45.

Foto: Divulgação

Leia a entrevista completa abaixo:

Com a exposição de casos de racismo e de comentários racistas na internet, como analisa o comportamento dos usuários de redes sociais atualmente?

É um momento ainda muito delicado. Veja bem, todo “hater” ou, como eu prefiro dizer, todo “odiador” tenta incansavelmente derrotar o seu alvo. Ele quer derrotar ideias mas quer também, acima de tudo, a conversão do seu alvo. O discurso de ódio contra negros aparece de uma maneira muito mais complicada, neste sentido. É o que chamamos de “inconvertibilidade do sujeito”. De uma maneira simples e direta: “um preto nunca vai ser branco”. Isso é fundamental para entender as marcas discursivas do hater racista. Em resumo, no discurso de ódio contra negros, palavras que remetem a eliminação, morte, aparecem com frequência. Isso é muito grave porque está projetando uma conjuntura de ódio mas também de eliminação.

Foto: Reprodução

Já existem medidas judiciais eficazes para punir usuários que publicam discursos de ódio?

Tenho um capítulo do livro dedicado a questão jurídica. Penso que talvez seja o aspecto mais bem resolvido do problema. Quando comecei a estudar discurso de ódio percebi que a literatura sobre o tema se resumia à questão jurídica, inclusive. Faço no livro uma leitura do tema sob o ponto de vista da Análise do Discurso (AD), que nos permite uma reflexão mais profunda sobre interferências desses discursos que ultrapassam à questão jurídica.

Foto: Divulgação

No que ainda precisamos avançar para proteger pessoas negras no ambiente digital?

Precisamos avançar muito ainda. Estamos na fase de reconhecimento e aceitação de que existe um problema grave. Cobrar das grandes empresas de tecnologia mecanismos eficazes para coibir a circulação desses discursos. Ainda não temos a responsabilização de quem realmente distribui esses discursos. Precisamos com urgência entender a força do que está acontecendo e, mais ainda, como esses discursos estão interferindo na sociedade. Sem isso, não avançaremos.

Foto: Reprodução

Você poderia compartilhar alguma experiência pessoal sua relativa a ataques online?

Sou uma estudiosa do tema então faço uma análise dos discursos direcionados a mim também. Uso no livro uma pesquisa do professor Luiz Valério Trindade que mostra que 81% dos discursos de ódio racistas são direcionados às mulheres negras com características semelhantes a minha: profissional com curso superior, cabelo crespo etc. Tem uma intencionalidade muito evidente quando analisamos estes casos: o hater quer minar o emocional, quer atingir e distrair a vítima. De certa maneira, o hater quer “eliminar” a vítima daquele espaço, daquele local que ele julga não pertencer a ela. Brinco quando falo sobre isso: “não vou dar este gostinho ao hater”.

Karol Conká lança single e clipe “Negona”, um feat com Tasha & Tracie

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Foto: Carlos Blhenndowff

Em um encontro de gerações, Karol Conká lança sua nova música, “Negona”, feat com Tasha & Tracie. A canção chega com clipe, que traz ainda um “spoiler” do que o público verá nos próximos lançamentos da rapper.

“Negona” é o marco do início de uma nova e aguardada era na carreira de Karol Conká. Depois do sucesso de “Urucum“, seu último álbum, lançado em 2022, a colaboração com as gêmeas Tasha & Tracie é o primeiro single de seu aguardado quarto álbum, já confirmado por Karol.

A música celebra o poder feminino, enquanto eleva o rap a um novo patamar. A letra mostra que as mulheres não estão para brincadeira e que demandam respeito, além de desconstruir a narrativa da objetificação que os homens fazem com as mulheres nas músicas. “Pega toda essa potência, multiplica e soma, tem que ter fôlego pra aguentar essas negona”, canta Karol Conká na música.

A produção da faixa ficou sob a responsabilidade do RDD, produtor do grupo baiano ÀTTØØXXÁ, que mantém uma parceria duradoura com a rapper e já colaborou com artistas renomados, como Ludmilla e Pabllo Vittar. Para os visuais, sob direção da talentosa Aisha Mbikila, o clipe retrata o que acontece quando três potências do rap se juntam para fazer música.

As gêmeas Tasha & Tracie representam a nova geração do rap. Com sua abordagem única e letras autênticas, elas têm ganhado destaque e conquistado cada vez mais espaço pelo mundo.

Em “Negona”, elas moldam o gênero de maneiras profundas, com letras afiadas e desafiando estereótipos. “Tudo que vai, volta. Por isso, hoje nóis conta bem. Não esquece que você vai colher o que plantou também. Se entrar na reta, cê vai tomar. Precisa muito mais pra derrubar essas negona”, diz a letra.

COP28: Rede “Vozes Negras pelo Clima” traz recortes raciais para evento em Dubai

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Luciana de Oliveira, uma das 11 lideranças da Rede Vozes Negras pelo Clima e o governador do ES Renato Casagrande ( Foto: Divulgação)

A Rede Vozes Negras pelo Clima, fruto do projeto “Mulheres Negras e Justiça Climática” da Anistia Internacional Brasil reúne líderes femininas de oito estados brasileiros, representando diversos biomas. Sua missão transcende fronteiras, buscando promover direitos humanos, justiça socioambiental e combate ao racismo climático em escalas territorial, regional, nacional e internacional.

Atualmente, durante a COP28 em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, essas mulheres estão ativamente presentes, contribuindo para os debates sobre mudanças climáticas. A COP, uma iniciativa anual da ONU, visa prevenir intervenções humanas prejudiciais ao sistema climático mundial. A participação da Rede Vozes Negras na COP28 destaca-se, ampliando o diálogo e fortalecendo vozes historicamente marginalizadas em nível global. O evento acontece de 30 de novembro a 13 de dezembro.

Essas líderes negras, envolvidas em ações locais e regionais, expandem sua influência para a esfera internacional, potencializando a ação de mulheres negras no enfrentamento do racismo ambiental. “Dependendo do local, a repercussão dos desastres climáticos é diferente e sabemos que em nossos territórios é tudo ainda mais cruel e difícil. Temos que chegar nesse lugar de decisão, pois nós como mulheres negras vamos trazer para o chão a realidade que não é olhada”, Maria José Pacheco membro do coletivo em um documento de apresentação do projeto.

Durante a conferência, a Rede busca potencializar e dar visibilidade às ações já desenvolvidas por suas integrantes, conectando-as a esforços mais amplos de incidência política em nível nacional e internacional. Além disso, a formação e empoderamento das mulheres da rede nas temáticas das mudanças climáticas e do racismo ambiental são objetivos específicos, visando o acesso aos mecanismos nacionais e internacionais de denúncias e garantia de direitos.

A incidência política e advocacy nos territórios, espaços e organismos nacionais e internacionais são pilares fundamentais da atuação da Rede, buscando alcançar ações de mitigação, reparação, adaptação e resolução de conflitos. Essas mulheres não apenas levam suas vozes aos corredores do poder, mas moldam as conversas, influenciando políticas e práticas para criar um futuro mais justo e sustentável para todos.

MLB anuncia nova edição do ‘Natal Sem Fome e Sem Miséria’, projeto que de enfrentamento à fome no Brasil

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Foto; Reprodução / Stock Adobe.

Todos os anos o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), organiza uma grande campanha chamada ‘Natal Sem Fome e Sem Miséria’, para denunciar as altas nos preços dos alimentos e denunciar a fome que atinge milhões de brasileiros. Atualmente, são mais de 32 milhões de crianças enfrentando a pobreza, e mais de 70 milhões de pessoas vivendo na chamada “insegurança alimentar”.

É nesse sentido que o MLB organiza há mais de 17 anos, a campanha ‘Natal Sem Fome e Sem Miséria’, com o intuito de arrecadar recursos, alimentos e brinquedos, a fim de atender diversas famílias das ocupações urbanas e das periferias do Brasil.

Como parte dessa campanha, neste sábado(02), às 16h, o MLB realizará uma live que contará com a participação de diversos artistas como Don L, FBC, Baiana System, Alice Carvalho, Leoni, Peres Kenji, Luiz Villaça, Mago de Tarso, e inúmeras lideranças de movimentos sociais e das frentes de lutas populares como Silvia Nascimento, Isuperio, Deputado Glauber Braga, Chavoso da USP, Maria Lúcia Fattorelli, Eduardo Moreira, Heloísa Villela e muito mais.

A live será transmitida pelo canal do Jornal A Verdade no Youtube.

Jornalista Isadora Santos lança projeto que reflete sobre a maternidade como trabalho não remunerado

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Foto: Leandro de Assis

Mãe de um bebê que acaba de completar um ano de vida, a jornalista Isadora Santos, lançou nesta sexta-feira, 1, o projeto “Notícias de Mãe”, que reflete a maternidade como um trabalho não remunerado.

Imagem: Reprodução

“Com a chegada do meu filho, as novas demandas do bebê e a mudança na rotina, entendi que teria que ampliar minha jornada de trabalho, não só adicionando novos horários, mas oficializando esse novo emprego para uma jornada de período integral, um trabalho 360 graus, 24 horas por dia, sete dias por semana, praticamente sem descanso”, refletiu a jornalista que também integra o time de editores do site Mundo Negro.

Através de uma newsletter que será publicada quinzenalmente no perfil da jornalista no LinkedIn, ela compartilhará reflexões pessoais e a opinião de profissionais sobre o trabalho materno: “Ao celebrar um ano desse emprego em tempo integral que planejei, organizei e que consegui sem mesmo ter um currículo, a não ser aquele preparado estrategicamente para quem vive em uma sociedade patriarcal que nos treina a cuidar logo cedo ‘brincando de casinha’, começo a compartilhar aqui as habilidades que adquiri e como a rotina da maternidade tem acontecido para mim, além de entender como criar uma criança tem sido para outras mulheres”, afirmou.

Em 2022, 61,7% dos óbitos por HIV/aids foram entre pessoas negras, revela boletim

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Foto: Freepik

Dezembro Vermelho | Dado a relevância do Dia Mundial de Luta Contra Aids, neste 1º de dezembro, o Ministério da Saúde divulgou um novo Boletim Epidemiológico sobre HIV/aids, nesta quinta-feira (30). Segundo o levantamento apresentado, 61,7% dos óbitos foram entre pessoas negras (47% em pardos e 14,7% em pretos) e 35,6% entre brancos. Apesar de registrar uma queda de 25,5% de mortalidade por aids nos últimos dez anos, só em 2022, morreram cerca de 30 pessoas por dia, um total de 10.994.

Os dados reforçam a necessidade de considerar os determinantes sociais para respostas efetivas à infecção e à doença, além de incluir populações chave e prioritárias esquecidas pelas políticas públicas nos últimos anos. Nesta quinta-feira (30), a pasta também lançou na TV aberta, nas redes sociais e em locais de grande circulação de pessoas em todo país a campanha de conscientização com o tema “Existem vários jeitos de amar e vários de se proteger do HIV”, reiterando a importância do cuidado.

Ainda segundo o boletim, na análise da variável raça/cor, observou-se que, até 2013, a cor de pele branca representava a maior parte dos casos de infecção pelo HIV. Nos anos subsequentes, houve um aumento de casos notificados entre pretos e, principalmente, em pardos, representando mais da metade das ocorrências desde 2015.

Estima-se que, atualmente, um milhão de pessoas vivam com HIV no Brasil. Desse total, 650 mil são do sexo masculino e 350 mil do sexo feminino. De acordo com o Relatório de Monitoramento Clínico do HIV, na análise considerando o sexo atribuído no nascimento, as mulheres apresentam piores desfechos em todas as etapas do cuidado. Enquanto 92% dos homens estão diagnosticados, apenas 86% das mulheres possuem diagnóstico; 82% dos homens recebem tratamento antirretroviral, mas 79% das mulheres estão em tratamento; e 96% dos homens estão com a carga viral suprimida – quando o risco de transmitir o vírus é igual a zero – mas o número fica em 94% entre as mulheres.

Para acabar com a aids como problema de saúde pública, a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu metas globais: ter 95% das pessoas vivendo com HIV diagnosticadas; ter 95% dessas pessoas em tratamento antirretroviral; e, dessas em tratamento, ter 95% com carga viral controlada. Hoje, em números gerais, o Brasil possui, respectivamente, 90%, 81% e 95% de alcance. O Ministério da Saúde reafirma que possui os insumos necessários e já aumentou, neste ano, 5% a quantidade total de pessoas em tratamento antirretroviral em relação a 2022, totalizando 770 mil pessoas.

Em 2022, entre os casos de infecção pelo HIV notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), 29,9% ocorreram entre brancos e 62,8% entre negros (13% de pretos e 49,8% de pardos). No mesmo ano, entre os homens, 30,4% dos casos notificados ocorreram em brancos e 62,4% em negros (12,8% de pretos e 49,6% de pardos); entre as mulheres, 28,7% dos casos se verificaram em brancas e 64,1% em negras (13,8% de pretas e 50,3% de pardas). Para os casos notificados de aids, o cenário também preocupa: dos 36.753 diagnosticados, 60,1% estão entre a população negra.

Para aprimorar os indicadores de saúde e guiar políticas públicas de combate ao racismo, redução das desigualdades e promoção da saúde ao longo dos próximos anos, o Ministério da Saúde tornou obrigatório o preenchimento do campo raça/cor no Cartão Nacional de Saúde, o cadastro do cidadão no SUS. A partir de 2023, os sistemas não permitem mais o registro ‘sem informação’.

Recorte raça/cor também preocupa entre as gestantes

Em 2022, houve um predomínio de casos de gestantes com infecção pelo HIV entre pardas (52,1%), seguidas de brancas (28,5%). As gestantes pretas corresponderam a 14% nesse mesmo ano. O diagnóstico do HIV em gestantes é muito importante para que as medidas de prevenção possam ser aplicadas de forma eficaz e consigam evitar a transmissão vertical do vírus. A maior parte das gestantes notificadas já é sabidamente HIV positiva antes do pré-natal e, em 2022, essas mulheres representaram quase 60% dos casos. É importante que essas gestantes estejam em uso regular de terapia antirretroviral (Tarv) e tenham suas cargas virais indetectáveis no momento do parto.

O percentual de realização de pré-natal é elevado entre as gestantes/parturientes/puérperas com HIV e tem se mantido em torno de 90% em todo o período analisado. No entanto, em 2022, o uso de Tarv durante o pré-natal foi relatado em apenas 66,8% dos casos. Essa informação é importante e necessária para a certificação de eliminação da transmissão vertical do HIV, cuja meta é atingir cobertura de Tarv igual ou superior a 95%. O percentual de gestantes/parturientes/puérperas sem uso de Tarv foi de 13,5%, e em 19,7% a informação sobre o uso da terapia era ignorada em 2022, segundo dados do Sinan.

Fonte: Agência Gov

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