Em um gesto de amor e criatividade, Michel Silva, natural de Itajubá, Minas Gerais, e sua amada Ana Paula Rodrigues, nascida e criada em Campinas, protagonizaram um emocionante pedido de casamento surpresa com direito a sala de cinema alugada pelo noivo e exibição de uma paródia da série ‘Todo Mundo Odeia o Chris’ que ele mesmo protagonizou.
A história começou a se desenrolar quando Michel teve a brilhante ideia de criar uma paródia da famosa série “Todo Mundo Odeia o Chris”, com um episódio intitulado ‘Todo Mundo Adora Casamento’ para contar como ele se apaixonou por Ana Paula. O noivo contou que para que as vozes ficassem iguais aos dos famosos personagens da série que conta a história de Chris Rock, chamou um imitador/dublador, que criou as vozes dos personagens masculinos para dar vida ao roteiro que ele mesmo escreveu. As vozes femininas, por sua vez, foram mantidas originais através de recortes da série.
O plano de Michel também envolveu as famílias e amigos do casal, que também atuaram na paródia’: “Eu ajustei o roteiro, combinei com minha família e a família dela, gravei e editei o vídeo. Depois disso enviei para o cinema Cinemark do Shopping Iguatemi, situado na cidade de Campinas”.
Michel ainda explicou que para convencer a namorada a ir até o cinema, pediu ajuda a amigos da moça: “No dia, minha noiva foi com os amigos diretamente do trabalho para o que ela pensava que seria uma sessão exclusiva de ‘Besouro Azul’. O amigo dela falou que havia ganhado 3 ingressos em uma promoção e a convidou”, explicou o noivo, que alugou a sala de cinema para surpreender a namorada com a exibição de seu vídeo e em seguida fazer o pedido romântico de casamento.
No vídeo, Michel também incluiu imagens que relembraram os momentos que os levaram ao amor e ao compromisso. Para tornar o momento ainda mais especial, as famílias e amigos do casal também estiveram presentes na sala de cinema, testemunhando a declaração de amor de Michel.
O cantor norte-americano Usher foi anunciado na manhã deste domingo, 24, como atração principal do show do intervalo do Super Bowl, que acontece no dia 11 de fevereiro de 2024.
O show acontecerá no Allegiant Stadium em Paradise, Nevada, nos arredores de Las Vegas, nos Estados Unidos. E terá transmissão ao vivo pela CBS.
O anúncio sobre a participação do dono do hit ‘My boo’ e do álbum de 2004, ‘Confessions’, foi feito pela NFL, Roc Nation e Apple Music nas redes sociais.
“É uma honra para toda a vida finalmente tirar um desempenho do Super Bowl da minha lista de desejos. Mal posso esperar para trazer ao mundo um show diferente de tudo que eles já viram de mim antes”, disse Usher em comunicado.
“Usher é um ícone cuja música deixou uma marca indelével no cenário cultural ao longo de sua carreira. Não poderíamos estar mais entusiasmados em tê-lo como atração principal do Apple Music Super Bowl Halftime Show deste ano”, disse Seth Dudowsky, chefe de música do a NFL.
De acordo com a Billboard, o ano de 2024 marcará o quinto ano da parceria entre Rock Nation e o Super Bowl para a produção do Halftime Show, após acordo firmado em 2019, que resultou em shows do intervalo de Shakira e Jennifer Lopez (2020), The Weeknd (2021) , um showcase de hip-hop realizado pelos rappers Dr. Dre , Snoop Dogg , Eminem , Mary J. Blige e Kendrick Lamar (2022), e Rihanna (2023), que na ocasião anunciou que estava grávida do segundo filho.
Dono da Roc Nation, Jay-Z também elogiou Usher em comunicado: “Usher é o melhor artista e showman. Desde sua estreia, aos 15 anos, ele vem traçando seu próprio caminho. Além de seu canto impecável e coreografia excepcional, Usher revela sua alma”.
“Quem come repete, Tapioca da Pauleteh”. O famoso bordão na Praia de Juquehy, em São Sebastião, litoral norte de São Paulo, continua forte, mesmo com a empreendedora Pauleteh Araújo trabalhando como assessora da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), em Brasília.
Há oito anos vendendo as famosas tapiocas com carrinho na praia, Pauleteh revela como tem sido essa dupla jornada. “Às vezes é difícil conciliar o meu trabalho político com a Tapioca da Pauleteh. Mas agora estou conseguindo administrar melhor. Com esse emprego agora, me dá uma garantia de um salário no final do mês, eu tenho condições de atuar politicamente, ser remunerada e não ficar tão preocupada em ficar apenas ali na tapioca”, diz a assessora em entrevista ao Mundo Negro.
E completa: “Antigamente eu não poderia, por exemplo, estar aqui, em Brasília, acompanhando a votação do Marco temporal, ou estar na Câmara dos Deputados acompanhando essa votação absurda que quer retirar o direito das pessoas homoafetivas de se casarem, porque eu precisava estar ali na praia trabalhando, pagar o meu aluguel”.
Pauleteh também revela seus sabores favoritos, que lhe dão mais sustança para tanto trabalho: “carne seca com queijo e banana da terra, porque essa não tem para ninguém. Porque eu, uma pessoa de quase dois metros de altura, preciso saciar a minha fome e só essa bem recheada que consegue me fortalecer”.
Foto: Divulgação
Leia abaixo a entrevista completa:
Desde quando você tem o seu quiosque e dá um balanço sobre o movimento antes e pós pandemia.
1 – Eu tenho esse quiosque na praia, que é a tapioca da Pauleteh, já há oito anos. Esse ano tá fazendo oito anos. E a primeira vez que eu desci ele na praia foi no dia 20 de novembro. Sim, bem no dia da consciência negra. 20 de novembro de 2015. Desde a pandemia, o movimento na verdade aumentou. Aumentou bastante na praia. Porque durante a quarentena, ao invés das pessoas ficarem em casa, elas iam todas para praia. E lotavam as praias. Mas nesse período da pandemia, pelo menos aquele mais crítico que estava sendo incentivado o Fique em casa, eu não desci carrinho, eu não desci o quiosque pra praia, até porque no início a gente não tinha muita informação sobre o que era a Covid-19 e o que eu acompanhava através da mídia, era algo extremamente destrutivo, violento, então eu não poderia estar naquele espaço, me colocando em risco, colocando em risco as pessoas da comunidade que eu vivo. Inclusive fui muito contra a ida dos turistas, fiz diversas manifestações, fechei a rodovia, fechei a entrada da praia, foi um caos. Fui muito criticada por isso, mas não me arrependo nem um pouco, até porque a gente sabe da gravidade que foi e é o Covid, mas infelizmente nem todo mundo tem essa consciência.
Foto: Jorge Pereira
Você sempre foi uma pessoa política, mas agora com suas novas funções, como tem sido conciliar tudo? Você tem pessoas que tocam seu negócio quando você está fora?
Eu sempre fui uma pessoa política, desde muito novinha. Sempre achei muito importante, muito necessário, eu me posicionar politicamente, principalmente para viver em uma cidade tão pequena e por eu ter uma visibilidade, uma grande visibilidade nas redes sociais e conseguir alcançar parte dessas pessoas. Então eu sempre achei muito importante o meu posicionamento. Ao passar do tempo essa visibilidade tem crescido muito e tem saído da cidade de Sebastião e alcançado outros locais, alcançado outros estados e até mesmo países, eu achei isso chiquérrimo, é uma responsabilidade muito grande. Então às vezes é difícil conciliar o meu trabalho político com a tapioca da Pauleteh. Mas agora, graças ao pai e a mãe, estou conseguindo administrar melhor isso. Com esse emprego, agora como assessora da deputada federal Erika Hilton, me dá uma garantia de um salário no final do mês, eu tenho condições de atuar politicamente, ser remunerada e não ficar tão preocupada em ficar apenas ali na tapioca da Pauleteh. Antigamente eu não poderia, por exemplo, estar aqui em Brasília acompanhando a votação do Marco temporal, ou estar na Câmara dos Deputados acompanhando essa votação absurda que quer retirar o direito das pessoas homoafetivas de se casarem, porque eu precisava estar ali na praia trabalhando, pagar o meu aluguel. Não que agora não continuo precisando, só que agora eu tenho essa possibilidade, com esse emprego que eu consegui junto com a deputado federal Erika Hilton, e isso me dá também a oportunidade de me organizar e colocar outra pessoa ali na tapioca da Pauleteh, para tocar o meu trabalho, na praia, nos quiosques, só que agora sem aquele peso tão grande da responsabilidade de precisar estar presente, por mais que os clientes peçam muito que eu esteja na praia, que eu faça o atendimento, mas é complicado conciliar os dois ao mesmo tempo. Mas agora com a chegada do verão já estou chamando novas pessoas. É importante ressaltar que eu trabalho com pessoas LGBTs e o foco são meninas trans e travestis. Já estou começando a selecionar essas pessoas que vão tocar junto comigo, porque “quem come repete, tapioca da Pauleteh” (brinca com o bordão). O verão tá chegando, vai bombar, estou ansiosíssima.
Foto: Reprodução/Instagram
Quais os sabores de tapiocas mais populares da sua marca e qual o seu sabor favorito?
Os sabores mais populares da tapioca da Pauleteh com certeza é a marguerita que é: queijo, tomate, manjericão fresco e orégano. Carne seca com queijo e banana da terra também é muito pedida, eu sou apaixonada também por esse sabor. Frango com catupiry. E tem uma nova de shimeji com cream cheese de castanha de caju, essa tapioca é divina. O cliente pode adicionar outros ingredientes também, no caso, pode colocar o brócolis, a rúcula, fica a critério do cliente, para qualquer sabor. Mas a minha favorita é a carne seca com queijo e banana da terra, porque essa não tem para ninguém. Porque eu, uma pessoa de quase dois metros de altura, preciso saciar a minha fome e só essa bem recheada que consegue me fortalecer e me deixar pronta pra correr aquela praia inteira vendendo tapioca.
Foto: Jorge Pereira
Dá uma dica de chef para quem gosta de fazer tapioca em casa? (calor do fogo, hidratação da farinha ou coisas assim).
Uma dica que eu posso dar para as pessoas que gostam de uma tapioca, é que infelizmente eu sei que nem todo mundo tem o acesso à massa artesanal de tapioca, uma massa feita na hora. A minha massa é feita na hora, que ela se modeste a parte, mas para quem usa a tapioca de embalagem de mercado, normalmente ela fica muito seca, fica quebradiça, então adicionar uma pequena quantidade de água, duas tampinhas, só para dar uma molhadinha ou umidificada mais na massa, e depois peneira de novo, que ela fica maravilhosa, fica muito melhor do que quando ela chegou do mercado, por exemplo.
A tecnologia 3D foi transformadora para o mundo dos cinemas e a responsável por iniciar os primeiros passos no desenvolvimento de um dispositivo capaz de produzir imagens em três dimensões foi uma mulher negra: Valerie Thomas.
Nascida em 8 de fevereiro de 1943, Valerie Thomas cresceu em Maryland, nos Estados Unidos, e desde cedo mostrou um interesse pelo mundo da ciência e da tecnologia. Ela estudou física na Universidade de Morgan State e começou sua carreira na NASA em 1964, onde trabalhou como matemática e engenheira de dados.
Foi durante seu tempo na NASA que Valerie Thomas começou a explorar os princípios da óptica e a desenvolver dispositivos que usavam ilusões visuais para criar a sensação de profundidade em imagens. Seu trabalho mais notável foi o desenvolvimento do Illusion Transmitter, um dispositivo que usava a propagação de luz para criar imagens tridimensionais.
Valerie Thomas aos 80 anos. Foto: Sahar-Coston.
Hoje, aos 80 anos, a cientista diz que se orgulha da carreira que construiu. “Quando comecei, tive que escrever programas para computadores – nunca tinha visto um computador antes na minha vida, exceto em filmes de ficção científica. Tomei a decisão de aprender tudo o que pudesse sobre computadores, por dentro e por fora. Sempre quis aprender e descobrir as coisas sozinha”, contou Valerie em entrevista para o Oprah Daily. “Na NASA, tive muitas oportunidades. Estar em um ambiente onde todos são inteligentes foi muito gratificante. Eu gostava de trabalhar em coisas que não tinham sido feitas antes e de ficar responsável por algumas dessas coisas“.
Em 1976, Thomas participou de um seminário científico onde se deparou com uma exposição que demonstrava uma ilusão usando uma lâmpada. Usando espelhos côncavos, a exposição enganava o espectador fazendo-o acreditar que uma lâmpada estava brilhando mesmo depois de ter sido desenroscada do soquete. Isso inspirou a cientista, que começou a fazer experiências com espelhos planos e côncavos. Enquanto o primeiro teria um reflexo sobre um determinado objeto que pareceria estar atrás do vidro, o segundo teria um reflexo que na verdade estaria na frente do vidro, produzindo uma ilusão tridimensional. Foi isso que formou a base da tecnologia 3D. Quatro anos depois, em 21 de outubro de 1980, Thomas obteve a patente do Illusion Transmitter, dispositivo que a NASA usa até hoje.
Valerie Thomas em 1979. Foto: Reprodução.
Embora o Illusion Transmitter não tenha sido diretamente usado em filmes 3D, ele foi um precursor importante para muitas das tecnologias que tornaram o cinema 3D possível. O dispositivo de Thomas demonstrou como a luz poderia ser manipulada para criar a ilusão de profundidade, um conceito fundamental por trás da tecnologia 3D.
A verdadeira revolução na indústria de filmes 3D ocorreu décadas depois, com o desenvolvimento de câmeras 3D estereoscópicas e tecnologia de projeção. No entanto, Valerie Thomas desempenhou um papel essencial ao explorar as possibilidades da óptica e abrir caminho para inovações futuras.
Além de suas realizações na NASA, Thomas também é uma defensora da educação e incentiva as jovens a seguirem carreiras em ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM). Ela se aposentou da NASA em 1995, mas seu legado como pioneira na exploração da óptica e suas contribuições para o campo da tecnologia 3D se tornaram referência no mundo todo.
Premiado no Brasil e internacionalmente, o filme “Marte Um” do diretor Gabriel Martins será a atração de destaque na abertura do Griot – IV Festival de Cinema Negro Contemporâneo. O evento acontecerá de 12 a 18 de outubro de 2023, na região central de Curitiba, no Paraná, e promete ser uma celebração da riqueza do cinema negro contemporâneo no festival que terá como tema “Tempo de Ajeum”.
Além da exibição do filme, que abrirá o evento, o festival terá sete dias de sessões e atividades que envolvem laboratório de desenvolvimento de roteiro, oficinas e mesas temáticas. Além disso, a Cartografia Filmes, realizadora do evento, se comprometeu em estruturar uma programação diversa com foco na produção de cinema com realização e protagonismo de pessoas negras.
As oficinas deste ano contam com a potência, estudo e desenvolvimento da documentarista e pesquisadora Lilian Solá Santiago, da atriz, diretora, professora, dubladora e apresentadora, Rejane Faria e da diretora artística do festival Griot, Bea Gerolin. Os estudos serão sobre um mergulho na produção de roteiro para documentário, atuação e criação de presença cênica e construção de conceitos de direção de arte e composição de cenários. Os interessados em participar das formações presenciais devem se inscrever até o dia 30 de setembro através do formulário online (CLIQUE AQUI)
Premiação especial de até R$ 10 mil para o filme vencedor
A Mostra Competitiva de Curtas Brasileiros possui uma premiação especial de R$10 mil reais em serviços de pós-produção para o filme vencedor na categoria Melhor Filme. Segundo a coordenadora de Curadoria e Programação do festival, Kariny Martins, “os 14 filmes que compõem a Mostra Competitiva do IV Griot, se encontram e se colidem, formando um conjunto de filmes singulares que nos levam a pensar quais cinemas negros são possíveis. Quais narrativas podem se sobrepor a um mundo fundado em símbolos que, para nos permitir avançar, precisam ser revistas e reimaginadas?”.
O tema deste ano, “Tempo de Ajeum”, concentra-se no processo de construção que é o cinema negro contemporâneo. Representando o fazer constante e cotidiano que se escreve em cada obra e em cada pessoa que contribui para a criação cinematográfica, “Ajeum” é uma palavra que vai além de simplesmente se alimentar. Ela representa a integração entre aqueles que compartilham o alimento, a energia e o sujeito. Segundo a espiritualidade iorubana, acredita-se que absorvemos um pouco do axé (energia vital) de tudo o que comemos, seja de forma concreta ou simbólica.
“Tempo de Ajeum é um chamado, um pedido de atenção para o que colocamos dentro da gente, um olhar para a espiritualidade como maneira de reconexão e inspiração. É também uma reverência ao alimento, à terra, à natureza, e a tudo de nutritivo e potente que saem deles”, explica a diretora artística do festival, Bea Gerolin.
O IV Festival de Cinema Negro Contemporâneo Griot não apenas celebra o cinema negro, mas também se esforça para tornar a experiência acessível a todos. Para a comunidade local, o festival oferecerá transporte especial, passando por bairros periféricos, para facilitar o acesso aos cinemas onde as exibições ocorrerão. Além disso, algumas sessões e bate-papos serão traduzidos em Libras (Língua Brasileira de Sinais), garantindo a inclusão da comunidade surda.
Para aqueles que não serão exibidos em Curitiba durante o festival, algumas sessões de filmes estarão disponíveis online, permitindo que a participação do cinema negro contemporâneo seja apreciada em todo o Brasil.
Durante Assembleia Geral das Nações Unidas, na última quarta-feira, 20, o Presidente do Gana, Nana Akufo-Addo, fez exigências referentes ao pagamento de reparações pelas injustiças históricas cometidas pelo comércio transatlântico de escravizados no país.
O chefe de Estado destacou que este é o momento de trazer à tona a discussão sobre as reparações, enfatizando que o mundo por muito tempo evitou enfrentar as consequências perigosas do comércio de escravos que moldou as nações europeias e os Estados Unidos: “É hora de considerar abertamente que grande parte da Europa e dos Estados Unidos foram construídos a partir da vasta riqueza colhida do suor, das lágrimas, do sangue e dos horrores do comércio transatlântico de escravos”, declarou o presidente ganense.
Ele enfatizou que embora nenhum montante de dinheiro pudesse realmente compensar os horrores do comércio de escravos, o pagamento de reparações serviria como um ato simbólico de justiça e reconhecimento. Akufo-Addo argumentou que milhões de africanos “produtivos” foram submetidos a trabalho sem compensação, e que as nações envolvidas no comércio transatlântico de escravizados têm a responsabilidade moral de enfrentar o seu passado.
“É verdade que as gerações atuais não são as que se envolveram no comércio de escravos, mas esse grande empreendimento desumano foi patrocinado e deliberado pelo Estado, e os seus benefícios estão claramente entrelaçados com a arquitetura econômica atual.”, reforçou.
Esta não é a primeira vez que o presidente do Gana aborda a questão das reparações. No ano anterior, ele já havia manifestada a necessidade de intensificar as discussões sobre o tema. Além disso, ele apelou às nações europeias envolvidas no comércio de escravos para que formalmente se desculpassem pelos danos causados e instou a União Africana a envolver a diáspora africana na busca por acessórios e justiça.
O comércio transatlântico de escravos, que afetou milhões de africanos, é considerado a maior migração forçada da história e uma das mais desumanas, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Durante um período de 400 anos, o êxodo de africanos se manteve por muitas partes do mundo, deixando um legado de dor e sofrimento, sendo Gana um dos pontos de partida para muitos dos escravizados na África Ocidental.
O ballet da Ayodele Cia. de Dança vai ocupar o Theatro Municipal de São Paulo. Na próxima terça-feira (26), a companhia de dança vai apresentar o espetáculo “Abayomi – uma agricultora!”.
Ambientado na África, o espetáculo traz em dois atos a história da mãe Djene-ba e sua filha Abayomi que vivem na África do Oeste e após uma morte ocorrida na família que abalou e inconformou a todos elas são obrigadas a deixar a aldeia onde viviam, partindo para o exílio.
A apresentação dura 2h40min, com um intervalo entre os atos, e conta com a participação de 12 bailarinas e 7 bailarinos, todos artistas negros da companhia.
A Cia é um fruto do trabalho do professor de balé e preparador corporal Milton Kennedy, que tinha como objetivo dar protagonismo negro no cenário do balé e da dança.
“Abayomi – uma agricultora!” será gratuita e os ingressos estarão disponíveis no site do Theatro Municipal a partir do dia 23 de setembro, às 12h. O projeto foi contemplado pela 3° Edição do Edital de Apoio à Cultura Negra para a cidade de São Paulo, da Secretaria Municipal de Cultura.
Nesta semana, Gaby Amarantos foi indicada ao Grammy Latino, maior prêmio de música mundial. A artista foi reconhecida na categoria de ‘Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa’ com o disco ‘TecnoShow’. Nas redes sociais, Gaby celebrou, fez uma série de publicações e se emocionou com a conquista. Ao MUNDO NEGRO, a artista comentou sobre o impacto desse reconhecimento.
Capa do disco ‘TecnoShow’. Foto: Divulgação.
“A importância dessa indicação pra mim é a valorização de um movimento Tecnobrega/Tecnomelody que é primo do funk, que tem esse estigma dos movimentos que são pretos e periféricos, assim como o samba, como o jazz e o blues, que no início são marginalizados pela burguesia e pelo próprio povo, mas quando tem uma chancela como a do Grammy Latino faz com que as pessoas percebam o quanto esses movimentos são importantes”, diz a cantora.
E quando o assunto é a valorização da música, Gaby mostra que ainda precisa lutar pelo respeito à cultura do norte. Recentemente, ao participar de um programa na rádio Nova Brasil FM, a artista teve que ouvir que suas canções do disco ‘Tecnoshow’ não se “enquadravam aos ouvidos do público. “Na hora eu fiquei tão sem reação que eu falei: ‘Não acredito que eu estou aqui falando sobre um movimento tão importante e essas pessoas não querem tocar a música desse movimento’”, disse Amarantos.
Lançado em dezembro de 2022, o ‘TecnoShow’ celebra a cultura do Tecnobrega no Brasil, com diversas referências à trajetória da cantora nortista. Gaby diz que já se sente vitoriosa com a indicação ao prêmio. “Independente dessa chancela do Grammy, pra mim, é esse movimento que é preto, periférico, pop da Amazônia, que vem ganhando cada vez mais espaço e a partir do TecnoShow as pessoas vão poder se conectar mais a essa Amazônia que não é só floresta mas que é trilha sonora, experiência de vida“, conta a cantora.
Foto: Divulgação.
Para Gaby, existe uma peculiaridade muito forte na música afro indígena que ela produz. Uma arte que também possui influência da ancestralidade preta.”Eu sinto isso muito presente nas batidas do Tecnobrega, na identidade visual das aparelhagens, na presença da Amazônia, na fauna, na flora, nessa música que é pop e feita na Amazônia”, destaca a artista. “Ela é muito presente no poder, na potência, na vibração, na batida, quando a gente vê os povos indígenas celebrando para guerrear e para defender o bate pé na terra, é o bate pé da aparelhagem, do bumbo do tecnobrega e tem também a malemolência que a gente tem enquanto povo preto desse país”.
Artista independente e reconhecida no Brasil inteiro, Gaby também diz que a indicação ao Grammy Latino mostra que a Academia Latina de Gravação está reconhecendo a força do Tecnomelody. “Me sinto muito vitoriosa porque só a chancela de uma premiação como essa serve para a gente tirar cada vez mais esse estigma que é tão criminalizatório de tudo que a periferia preta brasileira, ainda mais a nossa que é afro indígena faz, e mostrar que o Grammy está reconhecendo isso como um movimento cultural importante, um movimento contra fluxo, fora do eixo, que furou a bolha das gravadoras e fez com que artistas como eu através da internet pudessem produzir seus conteúdos”, conta a cantora. “Eu sou uma artista independente. Eu sou uma artista que me banco, que junto com minha equipe consigo produzir conteúdos maravilhosos sem ninguém investindo além de mim. Eu sou a CEO. Eu acreditei no meu trabalho primeiro.
O Grammy Latino acontece no dia 19 de novembro e Gaby diz que já está se preparando para representar muito bem o Brasil na cerimônia. “Quero preparar um look especial, chegar e causar o impacto visual que também é peculiar do movimento da música pop da Amazônia, que está presente em nossa grandiosidade”, finaliza ela.
Nesta sexta-feira (22), o Intercept Brasil foi proibido de falar sobre o assassinato de Mãe Bernadete. O Tribunal de Justiça da Bahia, por meio do juiz de primeira instância George Alves de Assis foi responsável por realizar a proibição. O veículo tinha publicado uma reportagem sobre a luta da líder quilombola contra grandes empresários.
Nos últimos seis anos, além de lutar contra a especulação imobiliária no quilombo Pitanga dos Palmares, localizado em Simões Filho, Mãe Bernadete também buscava justiça pelo seu filho, Flávio Gabriel Pacífico, de 36 anos, mais conhecido como Binho do Quilombo, que também foi brutalmente assassinado por defender seu território.
Mãe Bernadete foi assassinada a tiros em seu terreiro no dia 17 de agosto. A ação foi realizada por bandidos armados que invadiram o local, amarraram pessoas e executaram a ialorixá.
Foto: Reprodução/@oliviasantana65.
O Intercept classificou a decisão da Justiça como censura. Além de não poder citar o autor da ação e não poder mais falar sobre o assunto, o veículo também foi obrigado a retirar do ar a reportagem que esmiuçava a luta de Mãe Bernadete no quilombo Pitanga dos Palmares. “O Intercept Brasil discorda veementemente da decisão e está recorrendo. A determinação viola a Constituição brasileira e a liberdade de imprensa vigente no país“, informou o veículo em nota. “Somos uma redação sem fins lucrativos, financiada pelos leitores, nós precisamos que a nossa comunidade se una e nos ajude a derrotar mais esta tentativa de intimidação”.
Em outro trecho da nota, o Intercept declarou que vai continuar lutando na Justiça para reverter a decisão. “De acordo com a nova decisão de George Alves de Assis, não podemos falar nada a respeito do caso. Nem mesmo podemos nos referir ao autor da ação judicial“, continuou a nota do veículo. “Consideramos essa decisão absurda e ilegal. Nossos advogados estão recorrendo neste momento para que nosso direito de informar seja respeitado. E estamos lutando também pelo seu direito à informação. Essa é uma luta que envolve todos nós”.
A luta de Mãe Bernadete
Após o assassinato de Binho, Mãe Bernadete começou a lutar para descobrir quem matou o seu filho e levantou a bandeira publicamente contra a implatação do aterro. Em junho de 2022, a líder quilombola relatou em vídeo gravado durante uma audiência no Ministério Público Federal, que sofria “ameaças dia e noite” e cobrou pela investigação da Polícia Federal.
“O assassinato do meu filho foi federalizado e não temos resposta. É um absurdo isso, gente. Mas não pense que estamos parados não, viu?… É uma grande vergonha. Meu filho lutou pelo povo dele. Morreu lutando. Foi no dia que ele tava indo para resolver um problema da Naturalle. Ele morreu lutando. E nós não temos resposta”, disse em vídeo apurado pelo The Intercept.
Em dezembro de 2017, quando a Polícia Civil da Bahia ainda investigava o caso, Leandro da Silva Pereira foi detido preventivamente, mas depois solto sem ser indiciado. A reportagem do The Intercept teve acesso às imagens do dia do crime, entregue para as Polícia Civil e Federal, e afirma que é possível identificar a placa do carro usado para levar os criminosos até o líder quilombola e identificar o motorista. Até o hoje o caso não foi solucionado e se junta à investigação da execução de Mãe Bernadete, que também foi federalizado.
No Brasil, existem mais 14 milhões de empreendedores negros movimentando cerca de R$ 2 trilhões na economia do país anualmente, o que torna indispensável a criação de programas e iniciativas que visam fortalecer o trabalho dessas pessoas para que seus negócios possam prosperar. Seguindo essa perspectiva, na próxima terça-feira, 26 de setembro, às 16h, o iFood realiza a Masterclass “Como melhorar a visibilidade e alavancar seu desempenho no delivery”.
O evento, ministrado pelo Experxt iFood, Marcelo Soares, é voltado para empreendedores negros e tem entre seus objetivos, oferecer dicas reais e diretas sobre visibilidade no App e como melhorar os desempenhos no delivery, através de exemplos reais. A masterclass será transmitida no canal do YouTube iFood para Parceiros (CLIQUE AQUI) e também abordará os desafios enfrentados pelos pequenos restaurantes no dia a dia, oferecendo orientações sobre como atuar para buscar a prosperidade.
O Masterclass iFood é uma série de eventos econômicos realizados pela empresa para dar visibilidade a líderes negros que estão fazendo a diferença em suas respectivas áreas. Essas sessões de treinamento têm abordado tópicos essenciais para empreendedores, fornecendo dicas práticas para melhorar a visibilidade no aplicativo e aprimorar o desempenho nas entregas.
De acordo com Angel Vasconcelos, diretora de ações do iFood, a iniciativa está em linha com o compromisso de promover a equidade e o respeito à diversidade cultural, fortalecendo a presença dos empreendedores negros na economia do país: “Incentivar o crescimento dos negócios de empreendedores negros, maioria no Brasil, fortalece o respeito à diversidade cultural espalhada pelos quatro cantos do país.”
As iniciativas também fazem parte de um esforço contínuo do iFood para promover o desenvolvimento econômico e social do Brasil, impulsionando o empreendedorismo e diminuindo as desigualdades no país. Como parte desse compromisso, o iFood continuará a oferecer suporte e oportunidades para os empreendedores negros em todo o Brasil.