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Nicki Minaj fala sobre o que o público pode esperar de seu quinto álbum ‘Pink Friday 2’: “Para este álbum, voltei ao antigo plano de jogo”

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Foto: Norman Jean Roy

Capa de novembro da revista Vogue dos Estados Unidos, Nicki Minaj deu uma entrevista sincera sobre a letra de “Last Time I Saw You”, faixa que integra o quinto álbum da carreira da rapper, chamado Pink Friday 2, que tem lançamento previsto para o o dia 8 de dezembro, quando a artista completa 41 anos.

Foto: Norman Jean Roy/Vogue Magazine

Diferente do que as pessoas estão acostumadas a ver, na faixa ela traz um tom melancólico e afirma “É uma música sobre culpa”. “E não acho que as pessoas façam muita música sobre a experiência da culpa. Mas se você conversar com qualquer ser humano na Terra sobre isso, eles saberão exatamente o que você quer dizer. Aquele sentimento de ‘eu gostaria de ter’, explicou ela em entrevista para a Vogue.

Ela também afirma que no novo álbum volta aos tempos do trabalho que a alçou à fama, o “Pink Friday”, lançado em 2010. “Para este álbum, voltei ao antigo plano de jogo”. Ao lembrar durante a entrevista, dos versos empoderadores que escreveu, como “Estou lutando pelas garotas que nunca pensaram que poderiam vencer”, a cantora reflete: “A ideia de que dizer algo assim poderia dar esperança às pessoas – essa perspectiva otimista é algo de que acho que me afastei”.

A entrevista aconteceu enquanto Nicki Minaj estava no estúdio, gravando as faixas de seu novo trabalho. Para a publicação, a rapper falou sobre como a fama trouxe uma nova percepção sobre si e sobre como as pessoas pensam sobre ela: “Há uma liberdade que você tem ao seu redor quando você está no seu melhor, quando você está fazendo suas coisas no seu auge. Há uma leveza no ar. Você está feliz mesmo se estiver escrevendo uma música triste. Mas quando você começa a saber que está sendo julgado, não existe mais aquele espírito livre. Pessoas que se destacam em alguma coisa fazem com que pareça fácil, mas também lidam com muito medo de decepcionar as pessoas e de decepcionar a si mesmas. Depois de fazer isso, é como se tudo o que você dissesse pudesse ser usado contra você. É como quando você é preso – é literalmente assim que é ser famoso. Você deixa de ter essa natureza divertida e curiosa, rindo e brincando, e percebe que nem todo mundo entende o seu senso de humor, nem todo mundo gosta de você. E eles descobrirão como dar um toque negativo a tudo o que você fizer. Isso dói.”


Foto: Norman Jean Roy/Vogue Magazine

A cantora abriu o coração ao falar sobre a relação que mantêm com o marido Kenneth Petty, que conheceu quando estava no ensino médio. “Como conheço meu marido há muito tempo, há uma facilidade que temos um com o outro”, explica ela. “Nós fazemos um ao outro rir. Somos bobos. E estamos sempre relembrando alguma história antiga. Se fosse um cara que eu conhecesse como Nicki Minaj, acho que sentiria que eles gostaram de mim porque sou Nicki Minaj, e se eu não me parecer com Nicki Minaj todos os dias? E isso, combinado com a gravidez, provavelmente teria me deixado louca.”


Foto: Norman Jean Roy/Vogue Magazine

Além disso, Nicki falou abertamente sobre a maternidade e os anseios sobre se tornar mãe e viver apenas para isso. Ela deu à luz ao primeiro filho, a quem chama de “Papa Bear”, em setembro de 2020. A cantora afirmou que achava que quando fosse mãe, perderia a vontade de fazer música: “Eu sempre dizia às pessoas: ‘Olha, quando eu tiver um filho, vou preparar todas as refeições para ele e fazer biscoitos todos os dias’. Talvez inconscientemente eu esperasse que meu foco fosse apenas ser mãe, e ansiava por essa ideia. Foi um alívio. Mas o que acontece é que você descobre que precisa trabalhar.”.

Ao lembrar das dificuldades no início da vida como mãe, Nicki falou sobre a culpa que sentia e lembrou da história que uma senhora contou, sobre ter percebido que era uma mãe perfeita, mas que sua autoestima vinha das conquistas dos filhos, depois essa senhora começou a estudar e trabalhar e sentiu culpa por isso. Ao refletir sobre isso, Nicki disse que pensou: “Bem, se vou sentir a culpa da mãe de qualquer maneira, posso muito bem continuar fazendo a única coisa que sei fazer, que é fazer música”.

Mulheres negras resgatam a figura de Luíza Mahin como mãe em espetáculo teatral

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Foto: Claudia Ribeiro

“Revolta
há revoada de pássaros
sussurro, sussurro:
‘é amanhã, é amanhã.
Mahin falou, é amanha

Com trechos do poema da escritora Miriam Alves, construo a imagem que traduz o espetáculo teatral “Luiza Mahin… Eu ainda continuo aqui”. O texto denso da peça foi escrito por Márcia Santos.

Quando assistimos o trabalho do grupo Quintal das Artes – Cultura e Entretenimento (RJ) percebemos o esforço em resgatar a imagem mítica e libertadora de Luiza Mahin sob uma perspectiva de ser mãe, com atrizes que desempenham com muito brilho: Cyda Moreno, Marcia Santos, Tais Alves, Márcia do Valle e o jovem Jonathan Fontella.

O espetáculo tem música e efeitos sonoros conduzidos por Regina Café que são dignos de destaque pela beleza e delicadeza.

Foto: Cris Granatto

Luiza Mahin é lembrada na cultura negra brasileira como exemplo de resistência e determinação, sendo homenageada em músicas, poemas e na literatura de cordel. Em 2002, sua história foi retratada pelo Bloco Afro Ilê Aiyê. Foi inscrita no Panteão da Pátria dos Heróis Nacionais.

Na carta escrita por seu filho Luiz Gama a Lúcio Mendonça (1880) ele diz que Luiza Mahin recusou o batismo cristão. Pagã, uma quitandeira de espírito livre e rebelde, envolvida na Revolta dos Malês de 1835 e da Sabinada de 1837 na Bahia.

A atriz Cyda Moreno, que representa Luiza Mahin, é o elo entre as dores e vitórias da ancestralidade e o duro e tenebroso mundo contemporâneo. Luiza teve o seu filho, Luiz Gama, vendido como escravo, aos 10 anos de idade, pelo próprio pai, por uma dívida de jogo. Uma dor de perder um filho, o mesmo luto de mães que têm o seu filho assassinado. Há um grito de impotência e incapacidade sobre-humana de ser mãe e não conseguir pressentir a desgraça que pode se abater sobre a juventude negra.

Foto: Claudia Ribeiro

A dramaturgia realizada por estas mulheres negras traz um forte discurso contra o papel do Estado, das forças policiais e a insensibilidade dos políticos que ignoram sistematicamente as estatísticas de dor e sofrimento dessas mães negras que vêm desde Luiza Mahin até os nossos dias.

O espetáculo traz as vozes das mães enlutadas, revoltadas, com muita vontade de continuar vivendo, alertando e chamando atenção sobre a necessidade de as ouvirmos. São milhares que todos os dias choram e encontraram na peça um canal de expressão.

Há espetáculos que precisam ser vistos por conta dos atores, da força do texto, pelos efeitos sonoros. Ele precisa ser visto e revisto por muita gente. A peça está sendo representada no teatro do Sesc de Santo André, na Grande ABC em São Paulo. Um espaço nobre e belo que pode acolher muitas mães e jovens.

Serviço

Luiza Mahin… Eu Ainda Continuo Aqui

De 3 a 24/11, sextas, das 20h às 21h
De 4 a 25/11, sábados, das 19h às 20h
Teatro Sesc Santo André
Não recomendado para menores de 14 anos – Autoclassificação
Ingresso – R$40,00 / R$20,00 / R$12,00 (Clique aqui!)

Ivete Sacramento, homenageada durante o Festival Liberatum, foi a primeira reitora negra do Brasil

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Na noite do dia 4 de novembro, um jantar organizado no contexto do Festival Liberatum, em Salvador, homenageou a atriz norte-americana, Angela Bassett, e a professora Ivete Sacramento. Ivete, que é a atual Secretária Municipal da Reparação de Salvador, também ficou conhecida por ser a primeira reitora negra do Brasil. 

A homenagem, mais que merecida, relembrou os feitos de Ivete Sacramento, que se tornou uma grande referência para o debate sobre a promoção da igualdade racial e para o protagonismo negro no país. Ela foi a primeira reitora negra de uma universidade pública no Brasil, ocupando o cargo na Universidade do Estado da Bahia (UNEB) entre os anos de 1998 e 2005.

Foi Ivete a responsável por implantar o sistema de cotas raciais na universidade, em 2002. A UNEB foi a segunda universidade pública do país a adotar a política de ações afirmativas e a primeira do sistema público da região Nordeste a implantar as ações afirmativas que reservaram 40% das vagas para negros e 5% para indígenas no processo seletivo. Um modelo que se tornou referência para o país e que colhe resultados até hoje, em 2022, 73% dos alunos da universidade eram negros.

Entre os feitos durante sua gestão na UNEB, Ivete aumentou de 46 para 89 o número de cursos oferecidos e criou Programa Intensivo de Graduação de Docentes, que oferece qualificação para professores da rede estadual. Também permitiu que a universidade oferecesse cursos de extensão e alfabetização para jovens e adultos na universidade.

Líder Ngoni promove mudança e quebra ciclo histórico de casamentos infantis no Malawi

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Aos 64 anos, Theresa Kachindamoto, chefe da tribo Ngoni do distrito de Dedza, na região central do Malawi, promoveu uma verdadeira transformação ao pôr fim ao histórico de casamentos infantis na região. Desde que assumiu a liderança da tribo, que abrange mais de 900 mil pessoas, em 2015, Theresa já organizou o término de 1000 casamentos envolvendo crianças.

O Malawi ainda enfrenta um grande problema com o casamento infantil. Jovens com até 12 anos se casam por tradição ou pobreza. Os números locais revelam que 47% das mulheres se casam antes dos 18 anos, colocando em risco o direito à educação, pois as crianças e adolescentes são forçadas a abandonar a escola para desempenhar trabalhos domésticos.

Theresa Kachindamoto. Foto: Reprodução.

Desde que começou a promover o fim do casamento infantil no Malawi, Theresa, que também é a primeira mulher a ocupar o posto de líder, passou a desafiar séculos de tradição, mudando costumes profundamente enraizados, com o objetivo de proteger as mulheres da nova geração. Sua estratégia para acabar com o casamento infantil envolve a sensibilização para a educação das crianças, especialmente das adolescentes.

Para garantir a continuidade do processo , Theresa também mantém extensas conversas com pais que já tinham casado as suas filhas ou planeavam fazê-lo. Além disso, por meio de doações, ela realizou verificações regulares nas escolas para garantir que todas as meninas frequentavam as aulas. Por último, Theresa também destaca com frequência histórias e conquistas de mulheres Inkosi bem-sucedidas, que conquistaram sucesso pessoal e profissional graças à educação.

Evento em São Paulo vai discutir como a negritude é retratada em museus

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Foto: Arquivo da família Trindade

Durante o mês de novembro, os Museus Casa Guilherme de Almeida e Casa Mário de Andrade estão com programações especiais e gratuitas em homenagem ao Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro. Os eventos incluem um encontro que busca discutir a produção cultural da diáspora africana, abordando como a negritude é retratada por museus, além disso, as instituições realizarão oficinas e grupos de estudos voltados para dialogar sobre a importância da igualdade racial em diferentes esferas da sociedade.

O encontro chamado “Representações da negritude em museus”, que vai refletir sobre como a negritude é retratada em museus, acontece no dia 16 de novembro, na Casa Guilherme de Almeida, e será conduzido pelo professor e artista visual Claudinei Roberto da Silva e deve abordar as formas de colecionar, contextualizar e expor a produção artística e cultural da diáspora africana.

No dia 12 de novembro, o Núcleo Ação Educativa do museu fará uma oficina voltada para a reflexão sobre a história e o significado dos balangandãs. A Tarde de confecção de Balangandãs será ministrada pela educadora Debora Paneque Nogueira, das 14h às 17h. Durante a oficina, os participantes poderão criar seu próprio balangandã de modo lúdico, que são objetos de metal em forma de figa, fruto, animal, entre outras, usados inicialmente como adorno por mulheres negras escravizadas na Bahia.  

As atividades no Museu Casa Mário de Andrade, começam nessa quarta-feira, 8, com o músico e historiador Salloma Salomão vai apresentar sua pesquisa sobre as culturas musicais afro-paulistanas estudadas por Mário de Andrade entre 1930 e 1940. A atividade está programada para começar às 19h e vai até às 20h30. 

As pesquisadoras da área de Letras/Literatura Bianca Gois, Fernanda Miranda, Ligia Fonseca e Oluwa Seyi estarão no museu nos dias 9, 16 e 23 de novembro, para discutir as relações de Mário de Andrade com a questão racial. Os encontros se desenvolvem a partir de correspondências, da rapsódia Macunaíma e da obra da escritora negra Ruth Guimarães, que teve contato com Mário e, assim como ele, usou a pesquisa folclórica como meio para a criação literária. 

Os encontros acontecem das 19h às 21h e devem abordar os seguintes temas: Correspondências inéditas do africanista Mário de Andrade: Roger Bastide e o intelectual negro Fernando Góes; O capítulo “Macumba”, de Macunaíma, e a perspectiva marioandradina acerca da religiosidade afro-ameríndia; e Pontos de contato entre Mário de Andrade e Ruth Guimarães.

Já no dia 24 de novembro, das 19h às 20h30, o público terá a oportunidade de participar da conversa Acerca de Solano Trindade, com o poeta, ator e músico Liberto Solano Trindade, filho de Solano (1908-1974). Liberto compartilhará memórias sobre a obra e vida de seu pai, que foi poeta e atuante do Movimento Negro Brasileiro. 

Serviço: 

Programação do Mês da Consciência Negra

Casa Guilherme de Almeida

TARDE DE CONFECÇÃO DE BALANGANDÃS

Com Debora Paneque Nogueira

Domingo, 12 de novembro, das 14h às 17h

Atividade realizada no museu Casa Guilherme de Almeida. Rua Macapá, 187 – Sumaré.
Inscrições até 11/11 – 10 vagas por horário.

Clique aqui para se inscrever no primeiro horário, às 14h

Clique aqui para se inscrever no segundo horário, às 15h

Clique aqui para se inscrever no terceiro horário, às 16h

REPRESENTAÇÕES DA NEGRITUDE EM MUSEUS

Com Claudinei Roberto da Silva

Quinta-feira, 16 de novembro, das 19h às 21h

Atividade realizada por meio da plataforma Zoom

Inscrição aqui – Prazo: 15/11
Vagas: 350

Casa Mário de Andrade

PERCEPÇÕES DE MÁRIO DE ANDRADE SOBRE CULTURAS MUSICAIS AFRO-PAULISTANAS ENTRE 1930 E 1940

Com Salloma Salomão

Quarta-feira, 8 de novembro, das 19h às 20h30

Atividade realizada por meio da plataforma Zoom

Inscrições aqui – Prazo: 07/11
Vagas: 300

NOVEMBRO NEGRO NA CASA MÁRIO DE ANDRADE

Com Ligia Fonseca Ferreira, Bianca Gois, Fernanda Miranda e Oluwa Seyi

Quintas-feiras, 9, 16 e 23 de novembro, das 19h às 21h

Atividades realizadas por meio da plataforma Zoom
Inscrição aqui – Prazo: 08/11
Vagas: 300 

Programa: 

09/11 – Correspondências inéditas do africanista Mário de Andrade: Roger Bastide e o intelectual negro Fernando Góes

Com Ligia Fonseca Ferreira e participação de Bianca Gois

16/11 – O capítulo “Macumba”, de Macunaíma, e a perspectiva marioandradina acerca da religiosidade afro-ameríndia

Com Oluwa Seyi Salles Bento

23/11 – Pontos de contato entre Mário de Andrade e Ruth Guimarães

Com Fernanda Miranda 

Para mais detalhes sobre a atividade, acesse o site do Museu. 

ACERCA DE SOLANO TRINDADE

Com Liberto Solano Trindade

Sexta-feira, 24 de novembro, das 19h às 20h30

A atividade será realizada por meio da plataforma Zoom

Inscrição aqui – Prazo: 23/11
Vagas: 300

Caso Miguel: Tribunal reduz pena de Sarí Corte Real, que já responde em liberdade

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Foto: Reprodução

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) reduziu a pena de Sarí Gaspar Corte Real pela morte do menino Miguel Otávio Santana da Silva, de apenas 5 anos. A ex-primeira dama de Tamandaré havia sido condenada a 8 anos e 6 meses de prisão, e agora será de 7 anos em regime fechado pelo crime de abandono de incapaz com resultado morte. Entretanto, ela já responde em liberdade desde a primeira sentença em 2022.

Sarí Corte Real e a família de Miguel ainda poderão recorrer a decisão, inicialmente ao TJPE e depois Superior Tribunal de Justiça (STJ) e Supremo Tribunal Federal (STF). No julgamento de hoje, Sarí buscava a anulação da condenação, enquanto Mirtes Renata de Souza, mãe de Miguel, solicitava a pena máxima para o crime, no caso, 12 anos em regime fechado. A prisão só poderá ocorrer quando não houver mais chance de recursos.

O desembargador Cláudio Jean Nogueira Virgínio, relator do processo, foi o primeiro a votar e optou pela permanência da pena. Em seguida, a desembargadora Dayse Andrade votou pela redução da pena para 6 anos em regime semiaberto. Eudes França foi o último desembargador a votar, e optou para que a pena fosse reduzida para 7 anos de prisão em regime inicialmente fechado. Por fim, o relator fixou a pena de Eudes França.

A sessão da 3ª Câmara Criminal do TJPE foi realizada hoje, às 9h30 e finalizou às 12h. Mirtes Renata esteve presente junto com a avó de Miguel, Marta Maria, e da advogada Maria Clara D’Ávila. A família ainda luta pela reformulação da sentença para retirar trechos revitimizantes. Sarí Corte Real não compareceu e foi representada pelo advogado Pedro Avelino.

“Nós pedimos o aumento da sentença, pedindo a consideração de outras circunstâncias judiciais que não foram analisadas, e também que sejam retiradas todas as menções que são feitas à Mirtes e à avó de Miguel como uma forma de culpabilizá-las pela morte”, disse a advogada Maria Clara em entrevista à TV Globo, antes do julgamento começar.

Em entrevista para o Mundo Negro na segunda-feira, Mirtes Renata falou sobre os trechos revitimizantes, acrescentados através de uma oitiva feita de forma irregular com uma testemunha de Sarí. “Houve esse testemunho de forma irregular, a gente pediu a anulação, o juiz negou, dizendo que não havia prejuízos para o andamento do processo. Ele colocou isso dentro da sentença, tirando o foco dela, da ré, e colocando a culpa em mim e minha mãe”, relatou.

Entenda o caso

No dia 2 de junho de 2020, Miguel Otávio Santana da Silva, de apenas 5 anos, morreu ao cair do 9º andar do Condomínio de luxo Pier Maurício de Nassau, em Recife, onde morava o casal Corte Real, patrões de Mirtes e Marta.

No momento do acontecido, a mãe de Miguel tinha ido passear com a cadela da patroa, Sarí, enquanto ela estava responsável pelo menino. Sarí deixou o menino entrar no elevador do prédio e ainda apertou os botões. Miguel estava procurando a mãe quando caiu do nono andar.

Artistas negros se destacam durante prêmio Multishow; Confira os looks da noite de premiação

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Na noite da última terça-feira, 7, aconteceu no Rio de Janeiro, mais uma edição do prêmio Multishow. Durante a premiação, artistas negros se destacaram ao levar prêmios importantes nas principais categorias, como a cantora Iza, Ludmilla e o cantor Xande Pilares.

A cantora Iza foi a grande vencedora da noite. Ela levou prêmios nas três principais categorias: Artista do Ano, Capa (do álbum “Afrohits”) e Música Pop com “Fé nas Maluca”, parceria com MC Carol.

As duas comemoraram juntas no palco o prêmio. Iza agradeceu a família, amigos, sua equipe e a Mc Carol. Em tom de brincadeira, a funkeira disse que ia pedir desculpas a Papatinho porque ia gravar com ele. Carol contou que escreveu a letra de ‘Fé nas Malucas’ há três anos.

Já Ludmilla conquistou o prêmio de “Voz do Ano” e “Show” por seu projeto de sucesso “Numanice”.

O prêmio na categoria “Álbum do Ano” foi dado ao cantor Xande Pilares, por “Xande Canta Caetano”, lançado em agosto de 2023. O músico também venceu a categoria “Pagode” com a música “Muito Romântico”. 

Elza Soares recebeu o prêmio póstumo na categoria MPB pela canção “No Tempo da Intolerância”.

A artista baiana Melly ganhou como “Revelação do Ano” e Pretinho da Serrinha vou o prêmio de “Produção Musical do Ano”. Além disso, Léo Santana ganhou como “Axé e Pagodão do Ano” e o rapper Djonga, venceu na categoria “Hip Hop do Ano” pelo hit “Penumbra” ao lado de Rapaz do Dread e Sarah Guedes.

Os looks dos artistas negros também foram destaque. Confira aqui:

Banda Euterpe de Itabirana, grupo que integra a tradição negra de MG, comemora 160 anos

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Foto: Acervo Banda Euterpe Itabirana

A cidade de Itabira (MG) possui um patrimônio que conecta a música mineira à memorável luta pela igualdade racial, reconhecida na trajetória da Banda Euterpe Itabirana. O grupo construiu um repertório de hinos, músicas clássicas, sonatas e adaptações de canções da MPB que há 160 anos emociona seus ouvintes. 

Aos 50 anos, Joaquim Teodorino Olímpio, presidente da Banda Euterpe, reforça a importância do grupo para Minas Gerais: “a Euterpe contribuiu enormemente para o desenvolvimento da música mineira e para a cultura de nossa cidade. Há mais de um século estamos tocando nos mais diversos eventos sociais, como encontros cívicos, festas religiosas, comemorações de aniversário e cortejos fúnebres de figuras ilustres. Nosso grupo encanta corações não apenas de Itabira, mas de toda Minas, pois fazemos questão de levar nossa arte para outras cidades”, se orgulha o presidente. 

Para celebrar os 160 anos, a banda iniciou aos festejos em outubro e ainda contará com atividades no mês de novembro. No dia 22, data historicamente escolhida como aniversário em homenagem à padroeira dos músicos, Santa Cecília, Itabira ganhará uma exposição inédita sobre a história da Banda Euterpe Itabirana. A Casa da Banda vai receber visitantes com instrumentos históricos, fotos, partituras e documentos que compõem o acervo da “Mostra Banda Euterpe 160 Anos – Acordes Históricos”.

O projeto também vai contar com o lançamento do livro com o mesmo título, reunindo depoimentos de antigos membros, fotografias, além de textos especialmente produzidos para celebrar os 160 anos.

Grupo de pessoas tocando instrumentos musicais
Descrição gerada automaticamente
Foto:: Lu Diniz

A história por trás das notas musicais 

No ano de 1863, Emílio Soares Gouveia Horta Junior reuniu pela primeira vez a Sociedade Musical Euterpe Itabirana, que no futuro viria a ser chamada popularmente de Banda Euterpe Itabirana. Erudito e influente, professor de português, francês, latim e matemática, Emílio Soares, possuía relações com o imperador Dom. Pedro II, o que lhe deu a oportunidade de se tornar chefe da guarda municipal de Itabira.

No controle da guarda, que tradicionalmente possuía o costume de ter grupos musicais para prestar homenagens às figuras públicas, Emílio Soares deu início às atividades da banda, porém, o conjunto desde sua criação trouxe inovações para cultura de Itabira ao se tornar uma das primeiras sociedades musicais a integrar civis em sua formação. Por mais de um século, o grupo foi formado apenas por homens negros, ex-escravizados ou nascidos livres, que sedimentaram a tradição das bandas através da relação com as Irmandades de Nossa Senhora do Rosário, pois nos festejos religiosos já se realizavam apresentações musicais. A banda foi um importante instrumento de ascensão, defesa da humanidade e cidadania de pessoas negras, que conquistaram o direito ao espaço público através da arte.

Foto em preto e branco de grupo de pessoas posando para foto de uniforme
Descrição gerada automaticamente
Foto: Acervo Banda Euterpe Itabirana 

Com o passar dos anos, a Euterpe Itabirana se tornou cada vez mais a principal atração nos eventos da cidade. Velórios, aniversários, festas religiosas, do Dia da Independência à comícios eleitorais, o grupo musical ganhou fama pela grandiosidade e talento de seus músicos. A beleza da Banda Euterpe Itabirana encantou fortemente o poeta Carlos Drummond de Andrade, nascido em Itabirana, que inúmeras vezes registrou em crônicas e poesias a presença do grupo musical. A excelência não é para menos, pois até no nome a banda herda prestígio ao homenagear a deusa grega Euterpe, “a doadora dos prazeres”, uma das nove filhas de Zeus e Mnemósine, considerada a musa da poesia lírica e da música.

Tocar na Banda Euterpe Itabirana se tornou uma honra e herança de inúmeras famílias da cidade, que de geração em geração renovam o corpo de músicos do grupo. A banda conta com músicos veteranos que dedicaram anos de suas vidas à Sociedade, além dos novos integrantes que trilham os passos ancestrais de suas famílias. “A entrada de novos membros tem muita influência de algum familiar que um dia também já esteve conosco, que também já foi influenciado por outro familiar um dia e assim vai sendo passada a tradição. Temos um histórico de gerações completas que fazem parte da Euterpe”, lembra o presidente Joaquim Olímpio.

Com sede na Rua Dr. Guerra, 49, conhecida como Rua da Casa da Banda, a sociedade musical é um Patrimônio Imaterial de Itabira e faz parte da história da cidade mantendo viva uma trajetória que reúne 160 anos de tradição.

Uma disputa que inspirou Carlos Drummond de Andrade 

Sede da Banda Euterpe em 1950 (Foto: Acervo Banda Euterpe Itabirana)

A história foi recuperada durante as pesquisas do processo de tombamento da Banda Euterpe como Patrimônio Imaterial de Itabira e relata que, em meados das primeiras décadas do século XX, as bandas locais tinham o costume de criar rivalidades e competições de ego entre si. Isso não foi diferente para Emílio Soares e seus companheiros, que logo começaram a competir com a banda Henrique Dias, fundada pela família Noronha sob forte herança militar

A banda Henrique Dias era aclamada pelo povo itabirano e sempre foi convidada para tocar em enterros e festividades. Porém, com o falecimento de uma grande personalidade da cidade que tinha laços de amizade com Emílio Soares, o padre monsenhor Felicíssimo, em nome da família do falecido, convidou a banda Euterpe para se apresentar no enterro.

O repertório da Euterpe ainda era jovem e limitado, e como a partitura da música “Libera-me” pedida pela família não fazia parte dele, Emílio Soares engolindo seu orgulho pediu-a emprestada à Banda Henrique Dias, mas para sua surpresa, o seu apelo foi negado. Monsenhor Felicíssimo ofereceu sua ajuda para adquirir a partitura, mas Emílio Soares com o ego recuperado negou, e afirmou com muita certeza e segurança que a Banda Euterpe estaria presente no funeral na manhã do dia seguinte. 

No meio da noite, Emílio Soares agiu com rapidez e passou horas dentro da sede da Euterpe compondo ele mesmo a partitura. Por volta das 23h, ele chamou o carcereiro para tocar a clarineta de emergência que convocava a guarda municipal para comparecer ao local. Os guardas, que eram, na verdade, membros da banda, surgiram. Emílio então explicou para eles que não havia nenhuma emergência, pois o alarme foi soado para chamá-los para ensaiar a peça “Libera-me”, que ele havia composto às pressas. No dia seguinte, a peça composta com tempo recorde pelo fundador da Banda Euterpe foi apresentada no velório e foi aclamada. Esse acontecimento foi registrado no poema Criação de Carlos Drummond de Andrade que pode ser lido aqui.  

LIBERATUM: denúncia de racismo resulta em demissão de funcionário estrangeiro

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O Brasil é o país onde pessoas negras sofrem racismo até em eventos pensados para elas, em seu próprio território. Em celebrações de cultura negra, festivais de música nacionais ou internacionais, não é raro aparecer por meio das redes sociais, alguém expondo alguma situação, onde a cor da pele interferiu na experiência e arruinou um momento que era para ser divertido. Muito disso vem pelo fato de que a organização e curadoria ainda fica na mão de pessoas brancas, em grande maioria. 

O episódio mais recente foi o Festival Liberatum , evento que depois de passar por mais de 13 países, escolheu o Brasil e a cidade de Salvador para trazer a riqueza da sua programação como palestras, painéis, performances, exposições de arte e outras atividades culturais.  Viola Davis, Angela Bassett, Seu Jorge, Taís Araújo, Karol Conká, foram alguns dos nomes mais famosos que circularam pela cidade baiana durante os dias 3 a 5 de novembro, período do festival. 

Na noite de terça-feira (7),  a influencer Vitty, uma das convidadas do evento, narrou situações de racismo que sofreu com seus amigos, vindas de homem branco, loiro e estrangeiro, que faz parte da equipe internacional do Liberatum. 

“Eu chego no jantar, encontro meus amigos e vamos tirar foto no backdrop. Não só a gente, mas também tinha outros influenciadores e artistas pretos também esperando para tirar foto.  Aí chega um grupo de paquita e uma pessoa específica. E essa (pessoa) começa a  intervir, entrar na frente das câmeras.  A gente tirando foto e ele começa a entrar na frente das câmeras porque queria que a gente saísse pra ele branco, e as paquitas brancas tirarem foto também, nesse evento tão representativo”, detalha a influenciadora conhecida no Tiktok que disse que depois que as câmeras foram desligadas.

Vitty conta que depois do momento tenso para tirar as fotos, ela e os amigos seguem para o Jantar Preto, evento que também fez parte da programação. E mais uma vez, esse funcionário estrangeiro volta a incomodá-la, quando elas e os amigos usam suas bolsas para reservar um assento enquanto se acalmavam em uma área externa. “Queriam tirar a nossa bolsa de lá, porque não sei quem iria sentar naquele lugar. E a gente tinha que sair dali, para dar um lugar pra essa pessoa sentar”.  

Vitty e seus amigos protestaram e o funcionário foi expulso do jantar. Horas depois da denúncia, Liberatum emitiu um comunicado dizendo que a pessoa citada nos vídeos de Vitty havia sido demitida. “Após investigação interna, o mesmo foi devidamente notificado e demitido. Nós não compactuamos com nenhuma forma de discriminação ou intolerância a ninguém. É contra tudo que lutamos”, disse o comunidade escrito por Pablo, Fundador do Liberatum.

A jornalista Ashley Maia, que mediu painéis durante o evento, também relatou situações que considerou de cunho racista. “​​ Eu estava na programação do evento e tive meu trabalho desvalorizado várias vezes, sendo ignorada e quase impedida de participar das confraternizações e jantares”.  Ela e outros creators trabalharam no evento de forma voluntária.

EPISÓDIOS DE RACISMO, NÃO POUPARAM NEM O FUNDADOR DO FESTIVAL

Pablo, fundador do Liberatum, usou o comunicado oficial, em solidariedade a Vitty, para relatar que também sofreu situações de racismo durante o evento em Salvador. “Eu, Pablo, fundador da LIBERATUM, pessoa não-branca, indiana, queer, não só tive meu cargo questionado por pessoas brancas do público, como fui fisicamente empurrado por uma delas durante o festival”.

Ele continua: “Buscamos refletir a cultura de cada país pelo qual passamos, e quando decidimos escolher Salvador para sediar este evento, sabíamos da necessidade de celebrar a contribuição afro-brasileira para a construção cultural de Salvador e do Brasil, principalmente quando o país enfrenta o racismo estrutural”. 

“À nossa equipe, composta majoritariamente de pessoas pretas, dentro de todos os setores do festival, e ao nosso público que saiu deste final de semana inspirado e positivamente afetado, nosso muito obrigado por fazer parte disso. Você é a razão pela qual continuamos a fazer o que fazemos”, concluiu Pablo.

PARCERIA DE MÍDIA 

O Mundo Negro foi um dos parceiros de mídia do Festival Liberatum, e logo após as denúncias aparecerem nas redes, entrou em contato imediatamente com o perfil do do festival nas redes sociais. Como a imprensa negra, livre e independente, não podemos ignorar as dores da nossa comunidade, público que é a razão principal do nosso trabalho. 

Fomos prontamente atendidos por Pablo que nos informou sobre as providências que seriam tomadas e logo em seguida postou a nota oficial.

 

O Poder das Ervas : atividade com Mãe Celina de Xangô faz parte do Novembro Negro do Museu do Amanhã

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O Museu do Amanhã está preparando uma série de iniciativas para marcar a importância e o simbolismo do Dia da Consciência Negra. Sob o título “Novembro Negro”, a programação inclui atividades como a última edição do ano de “Encontros para o Amanhã” e uma oficina sobre o poder ancestral das ervas na Horta do Amanhã.

O seminário “Encontros para o Amanhã” vai acontecer no dia 9 de novembro e terá como tema “Ficções à Brasileira”. O momento vai contar com a participação da poeta e atriz Elisa Lucinda, da empreendedora social Sil Bahia, e será mediado pela poeta e tradutora Stephanie Borges. O ponto de partida para este encontro é a exposição “Sai-Fai: ficção científica à brasileira”, atualmente em exibição no Laboratório de Atividades do Amanhã (LAA) do Museu do Amanhã. Durante o evento, a exposição estará aberta para visitação excepcionalmente até as 19h. Para participar, é necessário obter o ingresso no site da Sympla (CLIQUE AQUI).

No dia 26 de novembro, acontece uma atividade com a Mãe Celina de Xangô, na Horta do Amanhã. Com o tema “Cuidado Ancestral: O Poder das Ervas”, a ialorixá, com três décadas de iniciação no Candomblé, irá compartilhar conhecimentos sobre as propriedades das ervas, seu uso em banhos e outras receitas. Além disso, Celina de Xangô vai proporcionar relatos de suas experiências únicas e vivências, oferecendo aos participantes uma oportunidade de vivenciar cuidados consigo mesmos, aprender e mergulhar na atmosfera de um terreiro.

Confira abaixo a programação completa de novembro no Museu do Amanhã:

Novembro Negro:

Encontros para o Amanhã – Ficções à Brasileira

Data: 9/11/2023

Local: Auditório do Museu do Amanhã

Horário: 19h

O ingresso é gratuito e deve ser retirado pelo site da Sympla.

Mãe Celina na Horta do Amanhã

Data: 26/11

Local: Horta do Amanhã  

Horário: 15h às 16h30

Ingresso: Realizar o credenciamento no mesmo dia, de 14 às 14h30 no próprio Museu

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