O Sommelier de Cerveja da Ambev, Charleston Agrícola, 39, é o primeiro homem preto no País a receber a certificação Cicerone – certificado internacional que nivela e capacita profissionais de toda a cadeia cervejeira. Charleston recebeu o segundo de quatro níveis disponíveis na organização e se tornou o décimo primeiro brasileiro a receber o título.
“Alcançar a Certificação Cicerone é uma conquista significativa não só para mim, mas para a companhia e toda indústria de cervejas. Foram semanas de muita dedicação e estudo, mas que me deixaram extremamente orgulhoso. Sou a primeira pessoa preta do Brasil a receber o título. Essa conquista é sinônimo de mais representatividade para o setor”, vibrou Charleston.
O certificado Cicerone, conhecido por sua exigência rigorosa, reconhece profissionais que possuem vasto repertório sobre o universo das cervejas e práticas de serviço. Para receber esse título, Charleston passou por provas teóricas, que abordaram temas importantes desde a produção até o armazenamento do produto, além de testes práticos de degustação, manutenção e serviço da chopeira. Todo esse processo foi realizado em St.Louis, cidade pertencente ao estado do Missouri, nos Estados Unidos.
Charleston também é um dos professores daAcademia da Cerveja– escola de conhecimento cervejeiro da Ambev, e os aprendizados adquiridos com a certificação poderão ser replicados para seus alunos, fomentando ainda mais conhecimento sobre o setor cervejeiro.
Com o objetivo de fortalecer os saberes tradicionais, promover o direito à cultura e reconhecer os grandes mestres da capoeira, a cidade de Salvador receberá, de 24 até 27 de janeiro, o maior evento nacional para a discussão do futuro da capoeira no Brasil e no mundo. Com a participação especial de 14 mestres octogenários, o evento vai debater publicamente um novo olhar para a capoeira, suas representatividades e necessidades. O 5º Rede Capoeira vai acontecer no Espaço Cultural da Barroquinha, Praça da Sé e na Praça da Cruz Caída, região do Centro Histórico da cidade, com entrada gratuita. A programação completa pode ser conferida na rede social: @redecapoeira.
Junto a mestres, ativistas e artistas, o evento conta com a participação da ministra da Cultura, Margareth Menezes, do neurocientista e biólogo Sidarta Ribeiro, do professor de História da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Antonio Liberac, de Mônica Beltrão, pedagoga e autora e autora do livro “A Capoeira enquanto construção da identidade e de uma educação problematizadora”, de Jorge Columá, autor de livros como “A Fábula do Berimbau” e “Lutas e Artes Marciais”, e de representantes do IPHAN /IPAC, além de shows tradicionais. Serão homenageados: Mestre João Grande, Mestre Acordeon, Mestre Boca Rica, Mestre Brandão, Mestre Felipe de Santo Amaro, Mestre Olavo, Mestre Pelé da Bomba, Mestre Brasília, Mestre Virgílio, Mestre Cafuné, Mestre Carcará, Mestre Curió, o carioca Mestre Celso e Mestre Sombra.
Mesmo presente em muitos territórios e comunidades por todo o país, a capoeira ainda precisa de mais reconhecimento e ações para a salvaguarda, manutenção e sustentabilidade dessa manifestação cultural. Com o intuito de fomentar esse debate essencial, o 5º Rede Capoeira também convida o poder público para debater as necessidades e demandas do setor.
“Os nossos mestres de capoeira octogenários são detentores de um conhecimento que é só deles, são história viva, donos da vivência e sabedoria de quem divulgou no mundo a cultura afro-brasileira, abrindo arduamente, a partir dos anos 60, caminhos para os capoeiristas que vieram depois. Responsáveis pela internacionalização da capoeira, vivem sem o amparo social do seu país, que é um reflexo do olhar preconceituoso da capoeira e de toda cultura preta no Brasil”, explica Mestre Sabiá, idealizador e coordenador do Rede Capoeira desde a sua primeira edição, que há 40 anos atua em projetos sociais de capoeira, tendo formado mais de 6 mil alunos.
Referência pedagógica, de inclusão social e um dos maiores símbolos da cultura afro-brasileira, a capoeira abrange as três dimensões da cultura: simbólica, econômica e cidadã, mantendo viva suas tradições por meio de seus mestres, que estarão, junto às outras autoridades, debatendo as necessidades e projetos para o digno reconhecimento do setor. Com fóruns, palestras, atividades culturais, oficinas e a realização da etapa final dos jogos internacionais de capoeira – o Estação Paranauê -, o evento destinará também uma premiação para os 14 mestres com mais de 80 anos, que continuam exercendo a profissão. Eles serão homenageados em cerimônia de reconhecimento pelos serviços prestados à cultura brasileira. O evento é realizado pelo Projeto Mandinga, com patrocínio do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Aos 85 anos de idade, Mestre Cafuné é um dos mais antigos discípulos do Mestre Bimba ainda em atividade. Ele ressaltou a relevância do encontro: “Eu me sinto honrado, a capoeira enquanto resistência será sempre elemento de afirmação ancestral. É merecida e mais do que necessária essa homenagem.”
SERVIÇO
24 DE JANEIRO (Quarta-feira)
Espaço Cultural da Barroquinha
16h às 17h: “Heróis Populares – Os Mestres”, com a presença de Sidarta Ribeiro, James Martins e Mestre Sabiá
17h às 20h30: “Abertura Oficial – Homenagens aos Mestres”, com a participação do cortejo Filhos de Gandhy
20h30 às 21h30: “Roda de Mestres homenageados”
25 DE JANEIRO (Quinta-feira)
Espaço Cultural Barroquinha
9h30 às 10h30: “Abre Alas aos Capoeiras”, com Antônio Liberac, Mônica Beltrão e Jorge Columá
10h30 às 11h: Roda de Capoeira
16h às 17h30: “Rede Capoeira – Economia Criativa (Mestres dos Saberes)”, com participação de representantes do MINC, IPHAN e IPAC – Leis dos Mestres
Praça da Sé
17h30 às 18h30: “Legados do Mestre João Pequeno”, conta com a Oficina e Roda de Capoeira Angola do Mestre Jogo de Dentro
18h30 às 20h: “Oficina Mestre João Grande”, com uma Roda de Viola
20h às 20h40: “Festa de João”, com o Samba de Chula
21h às 22h30: “Show de Tonho Matéria”
26 DE JANEIRO (Sexta-feira)
Espaço Cultural Barroquinha
9h às 13h: “Seletivas Estação Paranauê – Bahia e Mundo”
15h às 16h30: “Roda de Conversa – Processo de Internacionalização da Capoeira”, com Mestre João Grande, Mestre Acordeon, Mestre Jelon e Mestre Amen.
Praça da Sé
9h30 às 11h: “Oficina de Berimbau e Pandeiro”, com a Fundação Mestre Bimba
16h30 às 18h: “Oficina e Roda de Capoeira”, com Mestre Lobão e Acordeon
18h às 19h30: “Legados do Recôncavo”, com a presença dos Mestres Felipe, Brandão, Adó, Ivan, Goes e Carcará
19h30 às 20h30: “Show Ganhadeiras de Itapuã”
20h30 às 22h: “Mestre Lua Rasta e Convidados”, com cortejo e roda no Terreiro de Jesus.
27 DE JANEIRO (Sábado)
Espaço Cultural Barroquinha
10h às 11h30: “Oficina É Regioná”, com Mestre Nenel e Cafuné
11h30 às 12h30: “Samba de Roda”, com Mestra Nalvinha
Praça da Cruz Caída
16h às 19h: “Estação Paranauê – Competição”
Praça da Sé
19h às 20h30: “Valeu Rede Capoeira!”, com Show Gerônimo
O filme ‘Escola de Quebrada’, o primeiro longa-metragem co-produzido pela KondZilla em parceria com a Paramount, será exibido na TV Globo, pela primeira vez em televisão aberta.
Dirigido por Thiago Eva e Kaique Alves, o filme será exibido na Sessão da Tarde na próxima sexta-feira, dia 26 de janeiro, a partir das 15h20.
Foto: Divulgação
‘Escola de Quebrada’ é uma comédia juvenil que retrata a poderosa e apaixonante cultura jovem das periferias de São Paulo, onde a presença do funk brasileiro tem uma grande influência no estilo: o jargão, a estética, a roupa, a música e claro, no humor único e original.
O filme conta a história de Luan (Mauricio Sasi), um jovem estudante de escola pública da Zona Leste de São Paulo que, cansado de sempre ser excluído dos grupinhos e, principalmente, ser invisível aos olhos de Camila (Laura Castro), quer ser respeitado e popular. Mas nesse universo, essa missão não parece ser tão simples.
Foto: Divulgação
Na tentativa de fazer parte de algum grupo, Luan consegue ter a inimizade de todos e até coloca em risco o amado campeonato de futsal da escola. Para fugir dessa bagunça, ele vai precisar da ajuda de seus amigos Rayane (Bea Oliveira) e David (Lucas Righi). Juntos, eles encontram uma maneira de salvar o campeonato e obter a tão desejada atenção de Camila. Ou pelo menos é o que Luan pensa.
O elenco também conta com: Pathy Dejesus, Rogério Brito, Oscar Filho, Helião, Mawusi Tulani, Jéssica Barbosa, Cleide Queiroz, Aysha Nascimento, Juan Queiroz, Laura Castro, Nina Baiocchi, Hugo Gomes, Felipe Kott, Kekel Souza e Rub Brown.
Poderosa e debochada. As indicações ao Oscar de 2024 são o assunto do momento. Apesar de não ter sido indicada diretamente em nenhuma categoria, aatriz e diretora Issa Rae celebrou o fato de seu nome estar não em um, mas em três produções indicadas ao prêmio deste ano: Barbie, Homem-Aranha: Através do Aranhaverso e American Fiction.
No seu Instagram, a diva da série Insecure parabenizou os indicados e brincou: “Você estava em três filmes no ano passado e todos eles foram indicados ao Oscar. Nada demais”.
Recentemente em uma entrevista, Rae disse que fazer a coreografia e dancinhas no filme da Barbie foi uma das coisas mais embaraçosas que ela fez como atriz, mas ela é tão irônica que há quem diga que ela não estava falando sério. O filme recebeu ao todo, oito indicações do Oscar, incluindo Melhor Filme e Melhor Figurino.
American Fiction recebeu cinco indicações, entre eles, também em disputa pela categoria de Melhor Filme. Já Homem-Aranha: Através do Aranhaverso, recebeu uma indicação como Melhor Filme de Animação.
Ele é o homem do momento!Colman Domingo está em uma excelente temporada de premiações. Na manhã de hoje (23), o ator recebeu sua primeira indicação ao Oscar, como Melhor Ator pela atuação na cinebiografia ‘Rustin’. Pelo mesmo papel, ele também foi indicado ao Globo de Ouro e Critics Choice Award, como Melhor Ator em Filme Dramático e Melhor Ator, respectivamente.
Outro papel também em grande destaque neste momento, apesar de não receber nenhuma indicação individual, é como Albert ‘Mister’ em ‘A Cor Púrpura’, que estreou nos Estados Unidos em dezembro do ano passado. O remake do clássico de 1985, foi indicado ao prêmio de Melhor Filme no Critics Choice Award, e no Oscar, Danielle Brooks (Sofia) foi indicada como Melhor Atriz Coadjuvante.
Veja a lista dos melhores filmes e séries com Colman Domingo e onde assistir:
1 – A Cor Púrpura
O musical conta a história de Celie, que separada da irmã e filhos, enfrenta muitas dificuldades na vida, incluindo um marido abusivo, Albert Mister, interpretado por Colman Domingo. Com o apoio da cantora Shug Avery e sua enteada, Celie encontra uma força extraordinária nos laços inquebráveis de um novo tipo de sororidade. O longa estreia nos cinemas brasileiros dia 8 de fevereiro.
2 – A Lenda de Candyman
Um jovem artista cria uma exposição sobre Candyman, uma criatura maligna que, segundo as lendas, pode ser invocada diante de um espelho. Aos poucos, o fascínio do rapaz pelo monstro o joga em uma trama de mistérios, sangue e morte. Colman Domingo interpreta William Burke, cujo personagem se torna importante para conhecer Candyman e os problemas sociais que deram origem a lenda. Disponível na Telecine.
3 – Selma
O filme conta a história da luta de Martin Luther King Jr. que lutou para garantir o direito de voto dos afrodescendentes e organizou uma marcha épica de Selma a Montgomery, Alabama, e que estimulou a opinião pública norte-americana e convenceu o presidente Johnson a implementar a Lei dos Direitos de Voto em 1965. Colman Domingo interpretou o reverendo Ralph Abernathy, importante líder do Movimento dos Direitos Civis, amigo íntimo e mentor de Martin Luther King. Disponível no Prime Video.
4 – Rustin
Rustin é o filme que lhe garantiu a primeira indicação de Colman Domingo ao Oscar! A cinebiografia conta a história de Bayard Rustin, conselheiro de Martin Luther King Jr., que dedicou sua vida à busca pela igualdade racial e pela democracia. Porém, como homem negro e gay, ele foi praticamente apagado do movimento pelos direitos civis. Disponível na Netflix.
5 – Fear The Walking Dead
Ambientada em Los Angeles, a série mostra o começo do apocalipse zumbi e a temível desintegração da sociedade pelos olhos de uma família disfuncional, que precisa se unir para tentar sobreviver ao caos do fim dos tempos. O ator se destaca por seu papel como Victor Strand, além de dirigir três episódios. Disponível no Prime Video.
6 – Euphoria
A série mostra um grupo de estudantes do ensino médio lida com diferentes situações típicas da idade como drogas, sexo, busca pela identidade, traumas, comportamento nas redes sociais e amizade. O ator Colman Domingo interpreta Ali, um novo amigo de Rue (Zendaya), que se torna importante para ajudá-la a lidar com os vícios.
Os indicados ao Oscar 2024 acabam de ser revelados, nesta manhã (23), pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, com apresentação da atriz Zazie Beetz (Atlanta) e Jack Quaid (Oppenheimer). A cerimônia será realizada no dia 10 de março e transmitida pela HBO Max e TNT.
Entre os indicados negros, estão Colman Domingo, indicado na categoria Melhor Ator por sua aclamada atuação em Rustin (Netflix), e Danielle Brooks como Melhor Atriz Coadjuvante pelo filme A Cor Púrpura, cuja estreia no Brasil será em 8 de fevereiro nos cinemas.
Da’Vine Joy Randolph também foi indicada como Melhor Atriz Coadjuvante pelo filme Os Rejeitados. O longa, que está em cartaz nos cinemas, foi indicado para a categoria Melhor Filme e Melhor Roteiro Original.
O filme American Fiction também recebeu diversas indicações. Entre elas, a de Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Ator Coadjuvante com Sterling K Brown e Melhor Ator com Jeffrey Wright. O longa ainda não tem previsão para lançamento no Brasil.
O Ministério da Igualdade Racial em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz divulgaram o Edital Mãe Gilda de Ogum 2024 que tem por objetivo promover apoio financeiro de iniciativas de povos de terreiros e comunidades de matriz africana, que atuem com economia do axé, cultura e agroecologia.
O lançamento oficial foi realizado no último domingo (21), em Salvador, no Ilê Axé Abassá de Ogum – terreiro da nação ketu/nagô fundado em outubro de 1988 por Mãe Gilda, hoje liderado por sua filha e atual yalorixá, Mãe Jaciara de Oxum.
Organizações privadas sem fins lucrativos, organizações da sociedade civil com existência a pelo menos um ano, localizadas em território de comunidades tradicionais de matriz africana e povos de terreiro, ou que sejam atuantes nesta área. (As propostas deverão comprovar histórico de atuação no território onde será desenvolvido projeto.)
Grupos ou coletivos sem personalidade jurídica, baseados e atuantes em territórios de comunidades tradicionais de matriz africana e povos de terreiro (poderão submeter projeto, desde que estejam representados por uma organização juridicamente constituída, reconhecidas através de uma carta de anuência da liderança.)
Serão contempladas ações que valorizem e fortaleçam a cultura afro-brasileira, a preservação do meio ambiente e a oferta de bens e serviços inovadores em todo o território brasileiro.
Com um investimento de um milhão e quinhentos mil reais (R$ 1.500.000,00), cada projeto poderá ser contemplado com valores de até R$ 50.000,00, dentro de sua linha de atuação. A proposta é atender 30 terreiros nessa primeira fase do edital.
Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa
O secretário de políticas para quilombolas, povos e comunidades tradicionais de matriz africana, povos de terreiros e ciganos do MIR, Ronaldo dos Santos, acompanhado pela diretora Luzi Borges – responsáveis pela execução do edital – também participaram do 1° Arrastão pela Liberdade Religiosa que saiu do Terreiro Axé Abassá de Ogum, rumo ao busto de bronze que homenageia Mãe Gilda, localizado na Lagoa do Abaeté.
Instituída por meio da Lei nº 11.635, a data escolhida para o lançamento do edital faz parte do fortalecimento das comunidades de matriz africana com a memória de Mãe Gilda, que após ter seus problemas de saúde agravados em consequência dos ataques de ódio direcionados à sua imagem, depredação do seu terreiro, agressões verbais e físicas sofridas por representantes de outras religiões, sofreu um infarto e morreu vítima de racismo religioso, aos 65 anos, em 21 de janeiro de 2000.
Eu sou daqueles que não se ilude com discursos bonitos nas redes sociais. Tenho ojeriza de ativistas e militantes preocupados com marketing pessoal, e não suporto discussões desconectadas daquilo que afeta profundamente a sobrevivência da população negra. Nesse meio transita os negros oportunistas, ansiosos pelas migalhas oferecidas pela branquitude. A situação é nojenta. Ao paparicarem os brancos acabam contradizendo os discursos antirracistas que os ajudaram a crescer nas redes sociais.
Nas páginas e perfis, casos de negros bem-sucedidos são expostos massivamente, induzindo a população negra a acreditar que as condições estruturais estão mudando; respostas às postagens e reportagens “ela venceu o racismo”, “a favela venceu”, “vai ter preto sim”, “a Casa Grande surta”, e mais um monte de frases surgem inobservando que a conquista é somente do indivíduo. Eu até acho interessante saber que há um miserável a menos – que não está imune ao racismo, diga-se de passagem – só não ignoro a realidade da maioria da população negra.
Porém, o que me deixa mais estupefato é ver que os índices sociais escancarando as desigualdades raciais no campo econômico, mercado de trabalho, saúde, moradia, educação e violência não produzem uma revolta dos negros. O que falta para sairmos da zona, que nem é de conforto, mas de passividade? Não resolve apontar os privilégios dos brancos sem respondermos com ações radicais. Os negros precisam esquecer as curtidas, os inúmeros compartilhamentos, os seguidores, as polêmicas, as fofocas. Tudo isso é plantado pelo sistema racista, e nós alimentamos.
A comoção também tem um caráter seletivo, e a sua manifestação intensa ocorre quando celebridades negras não conquistam determinado prêmio, casais de famosos negros rompem a relação, negros são excluídos de reality show, coisas do tipo que fundamentalmente não enfrenta o racismo estrutural, ou como diria minha mãe “não paga as contas de casa”. O genocídio comove, bem como outras tragédias, mas como produzem muitos engajamentos, nem dá para acreditar que é genuína a indignação de quem publica; as dores negras têm dado muito lucro para os oportunistas.
Eu compreendo que as redes sociais não podem ser a síntese do comportamento de todos os negros, há muitos que desenvolvem um trabalho com seriedade, outros estão nas comunidades, periferias, escolas e universidades, organizações em bairros, instituições públicas e privadas lutando com os instrumentos disponíveis. Mesmo assim é muito pouco, diante dos desafios que nos cercam. Quando a comunidade negra sair do ciclo inútil de distração, e preocupar-se em construir abordagens promissoras de luta, o sistema racista não se sustentará. Primeiro conquistar a cidadania plena, depois nos apegamos às besteiras da vida.
Dexter Scott King, o filho mais novo de Martin Luther King Jr. e Coretta Scott King, morreu nesta segunda-feira (22) após lutar contra um câncer de próstata. A informação foi confirmada pelo King Center, em Atlanta. “Ele fez a transição pacificamente enquanto dormia em casa comigo em Malibu”, disse a esposa de Scott, Leah Weber King, em comunicado. “Ele deu tudo de si e lutou contra essa doença terrível até o fim. Tal como acontece com todos os desafios da sua vida, ele enfrentou este obstáculo com coragem e força”, acrescentou ela.
Dexter Scott King. Foto: Associated Press.
Dexter King foi nomeado em homenagem à Igreja Batista da Avenida Dexter, no Alabama, onde Martin Luther King Jr. serviu como pastor, e ele tinha apenas sete anos quando seu pai foi assassinado em 1968. Já adulto, Dexter King se concentrou em liderar o legado de seu pai e proteger a propriedade intelectual da família King.
“O filho dos ícones dos Direitos Civis foi o membro da família encarregado de assumir a responsabilidade de dar continuidade ao precedente estabelecido por seu pai ao proteger legalmente seu trabalho. Ele dedicou sua vida à perpetuação contínua do legado de seu pai”, informou a declaração do King Center. “Conhecido por ser humilde sobre sua incrível semelhança com seu pai, ele o retratou no filme para televisão de 2002, The Rosa Parks Story”, segundo o comunicado.
O filme ‘O Livro de Eli’, lançado em 2010 com Denzel Washington no papel principal, vai ganhar uma nova versão em série, dessa vez, estrelado por John Boyega. A obra será um prequel, ou seja, narrando acontecimentos antes do filme apocalíptico.
O filme de 2010 se passa trinta anos depois que uma catástrofe nuclear causou um ecocídio. A história gira em torno de Eli, um nômade que luta para abrir caminho através de uma América devastada e pós-apocalíptica enquanto protege um livro sagrado que guarda os segredos para a salvação da humanidade.
De acordo com o site Deadline, os detalhes sobre a série de TV ainda são vagos, mas a obra deve se passar 30 anos antes dos eventos do filme, o que a situaria na época do evento nuclear ou em suas consequências imediatas. Também não existe nenhuma previsão de lançamento.
Em 2010, o filme ‘O Livro de Eli’ se tornou um grande sucesso de bilheteria, com uma arrecadação de U$ 157,1 milhões.