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Emicida anuncia ‘AmarElo – A Gira Final’, turnê de despedida de seu consagrado álbum

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Foto: Jeff Delgado.

Nesta terça-feira (30), durante um evento realizado na Casa de Francisca, em São Paulo, o cantor Emicida anunciou que a turnê “AmarElo” será concluída no final do primeiro semestre de 2024. Denominada “Gira Final”, a série de apresentações compreenderá 12 shows e incluirá cidades até então não contempladas pelo circuito. “Por todos os lugares do mundo que passamos com esse espetáculo, as pessoas alcançaram um tipo de transcendência muito bonita. Eu me emocionei em todos eles. Componho sonhando com coisas que eu gostaria de ver no mundo e, quando essa sinergia acontece, sinto que as pessoas me dizem que querem ser parte deste sonho também. E são mesmo”, diz Emicida.

O álbum “AmarElo”, lançado em 2019 teve as suas primeiras interpretações ao vivo no mesmo ano em que chegou ao mundo, porém precisaram ser abreviadas pela pandemia. De volta aos palcos, o repertório ganhou grandes dimensões. O espetáculo foi realizado 120 vezes, passou por 9 países e 55 cidades. E acabou se tornando uma espécie de culto para o público, tamanha a profundidade e intensidade da troca entre o artista e os seus fãs. Por isso, a despedida desta turnê não poderia ser como um corte seco. “Às vezes, tudo o que temos é a fé. E ela acaba sendo a nossa arma para enfrentar tempos tão duros. Talvez por isso as pessoas transformem os nossos shows nessa espécie de culto. Essas serão as últimas oportunidades para presenciar isso ao vivo”, complementa Emicida.

Agora, “AmarElo – A Gira Final“, uma parceria da Laboratório Fantasma com a Live Nation Brasil vai passar por 12 cidades, que receberão a turnê, sendo elas: Belo Horizonte (9 de março); Porto Alegre (06 de abril); Brasília (12 de abril); Goiânia (13 de abril); Olinda (26 de abril); Salvador (11 de maio); Rio de Janeiro (18 de maio); São Paulo (25 de maio); Florianópolis (21 de junho); Curitiba (22 de junho); Manaus (28 de junho) e Belém (30 de junho).

Os ingressos, que podem ser adquiridos em até 3x sem juros para todos os clientes, estarão disponíveis online CLIQUE AQUI.

Escritor Ale Santos fala sobre contribuição de escritores negros brasileiros para o movimento afrofuturista

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Foto: Reprodução

O afrofuturismo tem ganhado destaque na literatura brasileira, a partir do trabalho desenvolvido por escritores negros que promovem o movimento no país. Nas redes sociais, o escritor Ale Santos destacou as contribuições de escritores brasileiros para o movimento afrofuturista, pontuando: “não fique olhando apenas para o que é feito nos Estados Unidos”. Além de dar duas dicas para que as pessoas entendam o que é o movimento.

Ao falar sobre o assunto, Santos compartilhou informações sobre o boletim emitido pela Associação de Pesquisa de Ficção Científica, que o citou como um dos autores afrofuturistas desta geração. Ale também lembrou outros nomes de escritores brasileiros como referência e chamou a atenção para a valorização da literatura afrofuturista no Brasil: “Vou citar aqui para vocês vários outros nomes que estavam nessa pesquisa também para vocês pararem de ficar babando ovo do estadunidense e começar a se ligar no que é feito aqui no Brasil. Sandra Menezes é a autora do ‘Céu Entre Mundos’, que foi finalista do Jabuti também, Lu Ain-Zaila e Fábio Kabral.”, disse. “Três nomes aí que além de mim são dos maiores expoentes do afrofuturismo no Brasil”, continuou.

Sandra Menezes

Lu Ain-Zaila

Foto: Reprodução

Fábio Kabral

Foto: Reprodução

Ale Santos aproveitou para explicar ao público do que se trata o movimento afrotuturista. Ele destaca que não basta apenas ter personagens negros, mas é fundamental que os criadores, as mentes por trás das narrativas, também sejam negros. Ale Santos enfatiza que isso não é apenas uma questão de representação, mas uma reivindicação da existência dos negros como pensadores e criadores no âmbito do afrofuturismo.

“O movimento afrofuturista é aquele que os autores, os produtores e os criadores de ficção científica são negros. Não é só ter um personagem negro, é um movimento que vai reivindicar a nossa existência como pensadores, como mentes que criam afrofuturismo. Um personagem aí muito bacana, ele é negro, mas o criador não é? Pode ser uma ótima ficção científica, pode ser uma boa história, mas não faz parte do nosso movimento”, explicou.

Snoop Dogg surpreende ao fazer elogios a Donald Trump: “só fez coisas ótimas”

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Foto: Reprodução

Antes crítico de Donald Trump, o rapper Snoop Dogg está fazendo elogios ao ex-presidente norte-americano. Em uma entrevista concedida para o jornal Sunday Times no último domingo, 28, Snoop afirmou: “Ele só fez coisas ótimas para mim”, ao se referir ao perdão concedido por Trump a Michael Harris, cofundador da gravadora Death Row Records, em 2021.

Na entrevista, Snoop Dogg afirmou que Donald Trumo não havia feito nada de errado. “Ele perdoou Michael Harris. Eu só tenho amor e respeito por Donald Trump”. Amigo do rapper, Michael ‘Harry-O’ Harris, cofundador da gravadora Death Row Records, recebeu o perdão de Donald Trump em 2021, quando ele ainda era presidente dos Estados Unidos. Harris estava preso por tráfico de drogas e tentativa de homicídio.

Snoop Dogg, que na época era um dos artistas que lideraram a campanha pelo perdão de Harris elogiou a equipe de Trump. “Eles fizeram alguns bons trabalhos enquanto ele estava lá e fizeram coisas ótimas em sua saída. Digam a eles que amei o que fizeram”, também disse.

Apesar dos comentários positivos, Snoop Dogg tem um histórico de críticas sobre às ações de Donald Trump. Em 2011, ao comentar sobre a possibilidade do então empresário substituir Barack Obama na Casa Branca, o rapper afirmou: “Por que não? Não seria a primeira vez que ele iria tirar uma família negra de casa”.

Já no ano de 2017, o clipe da faixa ‘Lavender’, gravado em parceria com a banda Badbadnotgood, Snoop aponta uma arma para Trump, que é retratado como um palhaço. Além disso, em 2019, Snoop Dogg disse a funcionários públicos para não votarem em Trump: “Ele não dá a mínima para vocês”, destacou.

Ao ser questionado se divulgaria uma lista explicando os motivos pelos quais apoiaria Trump ou Biden como candidatos nas próximas eleições presidenciais dos Estados Unidos, que devem acontecer este ano, como fez nas eleições que deram a presidência à Obama, Snoop afirmou que “Talvez seja necessário”, disse. “Porque há opiniões divergentes sobre isso, então quero ver o que as pessoas dizem…”, afirmou sem revelar qual candidato apoiará.

Influenciadoras Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves viram rés por injúria racial por dar bananas a crianças negras

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Foto: Reprodução

As influenciadoras Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves viraram rés por injúria racial no caso que investiga o vídeo publicado nas redes sociais em que as duas dão bananas e um macaco de pelúcia para crianças negras. O vídeo foi publicado em maio do ano passado e ganhou repercussão nas redes sociais.

Segundo informações publicadas pelo site g1, a decisão foi dada pela juíza Simone de Faria Ferraz, titular da 1ª Vara Criminal da Comarca de São Gonçalo, que aceitou denúncia feita pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) no caso do macaco — outros três processos ainda estão em andamento.

No mês de novembro, mãe e filha foram indiciadas pela Delegacia de Crimes Raciais e de Delitos de Intolerância (Decradi). Já o Ministério Público ofereceu denúncia à Justiça no último dia 20 de janeiro. “Observa-se que o delito ora investigado não foi praticado mediante violência física. Contudo, a suposta prática criminosa envolve crianças, que foram atacadas em sua dignidade humana, pela cor da sua pele, mediante atitudes supostamente racistas”, escreveu a juíza na decisão.

“Tais atitudes, por si só, já representariam uma ofensa grave aos direitos constitucionais das crianças envolvidas. Entretanto, além de terem sido oferecidos brinquedos e frutas que poderiam ser utilizados com cunho racista, em detrimento das crianças, os atos das denunciadas ainda foram filmados e postados na internet, sem a autorização expressa dos responsáveis pelas crianças, que se encontravam nas ruas em situação de vulnerabilidade”, relatou a magistrada.

Relembre o caso

Em maio de 2023, o caso ganhou repercussão nas redes sociais depois que a advogada Fayda Belo publicou um vídeo denunciando as influenciadoras Kérollen e Nancy, por humilhar duas crianças negras dando uma banana e um macaco de pelúcia a elas.

No vídeo, as duas mulheres aparecem perguntando às crianças: “Quer 10 reais ou um presente?”, quando elas escolhem as caixas embrulhadas, ao abrir o presente, encontram bananas e um macaco de pelúcia.

A advogada classificou o caso como “racismo recreativo”, dizendo: “Para incitar essa discriminação perversa, que nos tira o status de pessoas, e nos animaliza como se fosse piada. Mas não é piada, não! O nome disso é racismo recreativo. Usada a discriminação contra pessoas negras, com o intuito de diversão, descontração, recreação, agora é crime”.

Kérollen e Nancy passaram a ser investigadas no mês de junho após o caso e tiveram suas redes sociais bloqueadas por decisão da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da Comarca de São Gonçalo, no Rio de Janeiro.

Violinista carioca Nathan Amaral, criado no Morro da Mangueira, conquista prêmio nos Estados Unidos

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Foto: Reprodução/Clara Evens

Criado no Morro da Mangueira, no Rio de Janeiro, o violinista carioca, Nathan Amaral, de 29 anos, conquistou o prêmio da categoria sênior (18 a 30 anos) do Concurso Sphinx 2024, realizado em Detroit, nos Estados Unidos, no último sábado, 27. A vitória não apenas reconheceu sua maestria musical, mas também garantiu a ele um prêmio equivalente a US$ 50 mil (cerca de R$ 245,5 mil) e contratos para atuar como solista em diversos concertos de orquestras do país.

A apresentação do músico aconteceu durante a execução do primeiro movimento do “Concerto para violino e orquestra, em Sol Menor, op.80”, do compositor inglês de ascendência africana Samuel Coleridge-Taylor (1875-1912), que foi acompanhada por um grupo de jurados internacionalmente reconhecidos. Os competidores também recebem orientação de profissionais consagrados em suas áreas. Além disso, os finalistas tocam com a Orquestra Sinfônica Sphinx, a única negra e latina com os melhores músicos dos EUA, segundo informações da Agência Estado.

O violinista foi descoberto aos 11 anos no Centro Cultural Cartola, no Morro da Mangueira, onde nasceu, pela pela professora Noemi Uzeda, que ministrava aulas de musicalização e violino para as crianças da comunidade. Ao notar o talento de Nathan, a professora encaminhou o aluno para estudar com o violinista e maestro Bernardo Bessler.

O jovem chegou a cogitar abandonar o violino para fazer um curso técnico quando a mãe, Roberta Amaral, achou que seria importante o filho ter uma profissão desde cedo, mas com o incentivo da professora Noemi Uzeda, o jovem continuou os estudos de violino até passar em primeiro lugar na UniRio, no curso de violino, aos 17 anos.

A busca pela excelência levou Nathan a estudar sob a orientação do italiano Emmanuele Baldini na Osesp e, posteriormente, na Universidade Mozarteum de Salzburgo, Áustria, com Esther Hoppe. Sua jornada incluiu também estudos no Conservatório de New England, nos Estados Unidos, com Donald Wallerstein.

Atualmente residindo em Berlim, Nathan Amaral já conquistou palcos internacionais, incluindo apresentações na sala da Filarmonica local, no Wigmore Hall em Londres, e na Grande Sala do Mozarteum austríaco.

Neste ano, Nathan Amaral deve lançar seu primeiro álbum pelo selo inglês Decca.

Grupo Clariô de Teatro conquista Prêmio APCA com a peça ‘Boi Mansinho e a Santa Cruz do Deserto’ na categoria de dramaturgia

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Foto: Sérgio Fernandes

Na noite da última segunda-feira, 29, o Grupo Clariô de Teatro conquistou o Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de “Melhor Dramaturgia” na categoria “Teatro” com a peça “Boi Mansinho e a Santa Cruz do Deserto”. A premiação consagra não apenas a qualidade artística da produção, mas também a representatividade do teatro preto e periférico, evidenciada pela participação significativa de artistas negros na criação da dramaturgia, que é assinada pela atriz Naruna Costa, pelo escritor cearense Alan Mendonça, pelo ator e diretor também cearense, Cleydson Catarina, e pelo multiartista Uberê Guelè.

O espetáculo, que teve sua estreia no Sesc Pompeia em maio do ano passado, aborda a história do Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, a primeira comunidade bombardeada pela Força Aérea Brasileira em solo nacional. A narrativa, conduzida de maneira envolvente, retrata a vida da comunidade solidária que floresceu no Cariri Cearense entre 1926 e 1937, sob a liderança de um beato preto, discípulo de Padre Cícero.

A dramaturgia, assinada por Alan de Mendonça, Cleydson Catarina, Naruna Costa e Uberê Guelè, foi reconhecida como a melhor do ano pela APCA, consolidando o Grupo Clariô de Teatro como um destacado representante das expressões artísticas que emergem das periferias.

Naruna Costa, atriz e co-autora da dramaturgia, expressou sua alegria e destacou a importância do prêmio para a comunidade negra no teatro: “É um prêmio importante, que merece ser celebrado pela comunidade. Ganhamos!”.

A celebração não se restringiu aos bastidores. Nas redes sociais do Grupo Clariô de Teatro, compartilhou a conquista com o público: “O APCA de dramaturgia é nosso!!!! Ê Clariô! Que coisa mais linda! São 19 anos de história! Um coletivo armado de palavras pra atirar no mundo nossas narrativas, tão antigas e urgentes. Bora contar nossas histórias e assinar nossas dramaturgias. O teatro urge por elas. É lindo de viver.

Na categoria cinema, os atores  Juan Paiva e Lucas Penteado, foram reconhecidos com o prêmio de “Melhor Ator” pelo trabalho no filme “Nosso Sonho”, que narra a história da dupla de sucesso do funk, Claudinho e Buchecha.

A cantora Ludmilla foi reconhecida como artista do ano na categoria “Música Popular”. Além disso, sucesso no ano passado, “Vai na Fé”, da TV Globo, ficou com o prêmio de melhor “Novela”, na categoria “Televisão”, e a atriz Alice Carvalho foi eleita “Atriz Revelação” pelo papel de Dinorah, na série Cangaço Novo, do Prime Video.

Imagem: Reprodução

Jornalismo como negócio: Agência Mural e Transmídia lançam programa com foco em comunicadores independentes

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Foto: Freepik

A Agência Mural de Jornalismo das Periferias e a Agência Transmídia promovem a jornada formativa “Do Jornalismo Local ao Negócio”, uma trilha de aprendizagem dedicada a comunicadores independentes que desejam transformar seu trabalho com o jornalismo em um verdadeiro negócio.

O objetivo é circular o conhecimento para que as iniciativas possam encontrar mais rapidamente o caminho para o desenvolvimento e sustentabilidade, beneficiando assim não apenas suas audiências, mas o ecossistema de jornalismo local como um todo.

A jornada formativa consistirá em 6 encontros virtuais e ao vivo, desenvolvidos a partir de oficinas especializadas destinadas a organizações de jornalismo local. Essas oficinas abordarão uma variedade de tópicos, desde a definição da missão até aspectos relacionados ao negócio, incluindo a política editorial e estratégias operacionais. Além disso, serão compartilhadas dicas sobre como estruturar e criar modelos de negócios mais sustentáveis.

Para participar, serão selecionadas 8 iniciativas de jornalismo representando todas as regiões do Brasil (Centro-Oeste, Nordeste, Norte, Sudeste e Sul). Além das oficinas, os participantes selecionados terão a oportunidade de contar com uma mentoria personalizada com os respectivos palestrantes. Essa mentoria permitirá que os participantes se envolvam em conversas e trocas de experiências ao longo do curso, promovendo um aprendizado mais direcionado e prático.

A iniciativa “Do Jornalismo Local ao Negócio” é resultado do processo seletivo contemplado pelo TechCamp Belém 2024, promovido pela Énois – Laboratório de Jornalismo, com recursos da Embaixada e do Consulado dos Estados Unidos.

INSCRIÇÕES

A inscrição da jornada “Do Jornalismo Local ao Negócio” é gratuita e vai até o dia 08/02/2024 às 23h59. Serão aceitas apenas uma inscrição por iniciativa que deverá ser feita exclusivamente pelo formulário de inscrição (CLIQUE AQUI).

Para mais informações, confira o edital completo (CLIQUE AQUI) e os critérios da seleção.

Músicas de Djavan desaparecem do Spotify e equipe do artista se pronuncia: “Não sabemos o motivo”

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Foto: Marcos Hermes.

O nome do cantor Djavan se tornou um dos assuntos mais comentados da internet nesta segunda-feira (29). A menção aconteceu após diversas músicas do consagrado cantor ficarem indisponíveis no Spotify, principal plataforma de música do mundo. No X, antigo Twitter, diversos usuários relataram o sumiço das canções. Dentre faixas, o sucesso ‘Oceano’ também está fora do streaming.

Outros álbuns como ‘Djavan’ de 1978, ‘Meu lado’, de 1986 e ‘Puzzle Of Hearts’, de 1990 aparecem de forma irregular na plataforma, com apenas algumas músicas disponíveis. A equipe de Djavan se pronunciou, mas declarou que não sabe dizer qual o motivo do desaparecimento. A música ‘Samurai’, do brasileiro com Stevie Wonder também foi removida da plataforma.

“Neste fim de semana, tomamos conhecimento de que algumas músicas do Djavan ficaram indisponíveis no Spotify. Não sabemos ainda o motivo do ocorrido, mas tanto a Luanda Records, gravadora do artista, como gravadoras e parceiros que distribuem suas obras, estão apurando com a plataforma de streaming o que pode ter acontecido”, informou a equipe do artista.

Em nota para a Folha de São Paulo, o Spotify informou que está averiguando o caso.

Issa Rae diz que produções negras estão diminuindo em Hollywood: “Executivos de diversidade e inclusão sendo demitidos”

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Foto: Deirdre Lewis.

A atriz e produtora Issa Rae declarou que está preocupada com o futuro das produções negras em Hollywood. E entrevista para a revista Net-A-Porter, a estrela contou que está observando um cenário bem diferente de anos atrás, com a indústria mudando de forma drástica. “Menos histórias negras estão sendo aprovadas e isso já está acontecendo”, disse ela.

“Estamos vendo tantos programas negros serem cancelados, tantos executivos – especialmente do lado de diversidade, equidade e inclusão serem demitidos. Estamos vendo muito claramente agora que nossas histórias são menos prioritárias”, pontuou Issa.

Foto: Build.

Recentemente, a revista Variety publicou um estudo relatando que os grandes estúdios de cinema e TV não estão mais se comprometendo com diversidade. “Estou pessimista, porque não há ninguém que responsabilize ninguém – e eu posso, claro, mas também a que custo? Não posso forçar você a fazer minhas coisas. Isso me fez tomar outras medidas para tentar ser independente no futuro, se necessário.”

Durante o último dia 18 de janeiro, a plataforma HBO Max anunciou o cancelamento da série ‘Maldito Rap’, criada por Issa Rae. A obra teve duas temporadas.

“Estamos extremamente gratos a Issa Rae por criar ‘Maldito Rap’ , uma comédia única com comentários sociais atraentes que alcançou os espectadores de uma forma que só os talentos de Issa podem alcançar”, disse um porta-voz da HBO Max em comunicado ao The Repórter de Hollywood . “Um grande obrigado a Issa, a Syreeta Singleton e às equipes da Hoorae e 3 Arts Entertainment por nos apresentar Shawna e Mia, uma dupla em cuja jornada os fãs investiram e por quem continuaram torcendo em tudo. Nunca tiraremos Seduce e Scheme de nossas cabeças e não faríamos isso de outra maneira.” 

Muito além de um nome corrigido no crachá

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Melissa Cassimiro (Foto: Reprodução/Instagram)

Promover a inclusão de pessoas trans negras nas empresas passa pela compreensão das barreiras estruturais relacionadas ao corpo transgênero e raça ao mesmo tempo

Por Melissa Cassimiro e Priscilla Arantes

Ser negro e trans no Brasil é lidar desde cedo com o preconceito ligado à comunidade LGBTQIA+ e com o racismo. O medo de sair de casa e sofrer violências por ser negro é parecido com o medo de enfrentar o mundo quando se é trans. A pessoa trans e negra tem sua existência duplamente ameaçada e as estatísticas confirmam: 78% das pessoas trans vítimas de crime foram identificadas como pessoas negras, de acordo com pesquisa da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). O empresário de hoje tem o poder de transformar esse quadro, sendo um aliado e promovendo ações pela equidade.

O movimento social comemora em 2024, 20 anos do Dia Nacional da Visibilidade Trans. Já são duas décadas, portanto não é mais admissível que o mercado não considere a existência dessa parcela da população e toda sua potência. Em tempos onde a diversidade é cada vez mais um valor para as empresas, ter processos de contratação inclusivos é fundamental, assim como desenvolver ferramentas para garantir a permanência de profissionais transexuais.

A mudança começa a acontecer a partir da contratação de profissionais de Diversidade e Inclusão, e um RH articulado com os comitês de diversidade e grupos de afinidade. Felizmente, é um movimento que tem crescido. Alguns negócios já podem servir de exemplo. A fabricante de sorvetes Ben & Jerry’s, uma Empresa B internacional, possui pessoas trans empregadas em todas as unidades da marca no Brasil. O negócio aderiu à plataforma Transempregos e contrata a partir da escolha prioritária por currículos de pessoas trans. Durante o processo de seleção, os candidatos recebem ajuda de custo para o transporte e uma bola de sorvete de boas vindas.

A marca também adotou a política de retificação do nome de registro, arcando com o reembolso de até mil reais dos valores investidos no processo. A empresa também investiu em treinamento aos colaboradores para dar letramento contra transfobia, abordando linguagem e contexto. A comunicação também utiliza o neutro para falar com seus públicos. Após a contratação, bottons com o pronome (feminino, masculino, neutro) são disponibilizados aos funcionários.

O uso do pronome adequado e implementação de crachás com nome social está no campo do mínimo aceitável, mas é óbvio que precisa ser lembrado. O simples ato de respeitar e reconhecer a identidade pessoa trans se tornou um dever e está garantido por lei no país. O nome é uma característica importantíssima na vida e pós morte de todos os seres humanos, sendo ele o elemento que nos diferencia uns dos outros, assim como nos identifica em nossa sociedade.

Negócios que desenvolvem produtos ao público trans são outros bons exemplos e esse diferencial reflete a cultura de equidade que possuem da porta para dentro. A Pantys, também uma Empresa B, destaca-se ao oferecer produtos como shorts e cuecas absorventes que atendem às necessidades específicas de homens trans. Além disso, a empresa tem investido em campanhas publicitárias que não apenas quebram estereótipos, mas também promovem a inclusão, celebrando a diversidade de corpos com modelos trans.

Outras empresas líderes têm ido além, incorporando conselheiros transgênero em seus quadros diretivos. Essa abordagem não apenas confere uma voz representativa nas decisões corporativas, mas também demonstra um compromisso tangível com a diversidade em todos os níveis hierárquicos.

Apesar dos avanços nos últimos anos, pesquisas demonstram que há um longo caminho a ser percorrido, de acordo com o levantamento do CEDEC, publicado em 2021, realizado no município de São Paulo, somente 27% das pessoas trans têm emprego formal com carteira de trabalho assinada. Aliás, a falta de indicadores oficiais é um problema real para subsidiar a criação de políticas públicas. Os dados existentes são fruto do trabalho de organizações como o Instituto Mais Diversidade, frente social da consultoria Mais, que atua na promoção do trabalho digno e geração de renda para todas as pessoas LGBTQIA+.

A empregabilidade digna é elemento crucial para transformação da vida de todas as pessoas, entretanto pessoas trans negras enfrentam obstáculos durante toda sua trajetória, como problemas com familiares desde a idade tenra, quando não ruptura
familiar ou expulsão durante a adolescência.

O ambiente escolar apresenta-se como hostil com profissionais muitas vezes não preparados e, afetam de forma compulsória os índices de evasão escolar. Com estas barreiras impostas desde cedo, a empregabilidade se torna uma porta de entrada praticamente fechada. É preciso estar vigilante enquanto sociedade para garantia de afetos e acessos.

Os cases de boas práticas relacionadas às pessoas trans, mostram que a inclusão não é apenas uma necessidade ética, mas também uma oportunidade de negócio. Ao reconhecer e atender às necessidades específicas das pessoas trans negras, as empresas não apenas expandem seu mercado, mas também fortalecem sua posição como agentes de mudança social.

Ao adotar práticas como letramento, auxílio jurídico para retificação de documentos e a valorização de representatividade em cargos de liderança, as empresas não apenas criam ambientes de trabalho mais acolhedores, mas também contribuem para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.

Em um mundo cada vez mais consciente da importância da diversidade, essas práticas representam não apenas um passo em direção à inclusão, mas também uma estratégia inteligente para construir ambientes corporativos mais ricos e inovadores. O futuro dos negócios está na valorização da singularidade de cada indivíduo, e as empresas que abraçam essa visão estão liderando o caminho para
um futuro mais inclusivo e equitativo.

**Melissa Cassimiro é ​​travesti, palestrante, advogada e consultora sênior de Diversidade e Inclusão na Mais Diversidade, uma Empresa B.

*Priscilla Arantes é gerente de comunicação do Sistema B Brasil, e articuladora do Coletivo Pretas B, um projeto que apoia mulheres negras na rede do Sistema B Brasil por meio de mapeamento, mentoria, consultoria e capacitação, e fundadora do Instituto Afroella.

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