Act II: Beyoncé lembra o mundo que a raiz do country é negra 

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Act II: Beyoncé lembra o mundo que a raiz do country é negra 

Fevereiro é o Mês da História Negra americana e durante a noite do Super Bowl, o maior acontecimento em termos de entretenimento, dos EUA, Beyoncé se torna o foco principal ao anunciar o lançamento do Act II, uma continuação do Renaissance, sendo esse projeto totalmente inspirado na música country. Generosa, ela lança duas canções, “Texas Hold ‘Em” e “16 Carriages”, em todas as plataformas e alguns visuais no YouTube. O lançamento oficial do álbum acontece em 29 de março.

Causa um estranhamento para nós aqui, o que leva a cantora negra a lançar um álbum de música country, que é quase o que conhecemos como sertanejo aqui no Brasil. Voltando à importância da história negra em fevereiro, Bey libera parte do álbum nesse período para lembrar o mundo que a música country nasceu negra, assim como o rock e tantos outros ritmos que se tornaram brancos por razões comerciais.

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Um artigo escrito no blog americano Skid More News faz um resgate cronológico dessa influência, que provavelmente foi uma das inspirações de Beyoncé. “Na realidade, assim como a maioria dos gêneros musicais populares, a música country nos EUA começou com os negros. Mais especificamente, a história do country começa com o banjo. O banjo moderno é descendente de um instrumento da África Ocidental, feito de cabaças, chamado Akonting”.

O texto menciona que “as pessoas escravizadas foram trazidas da África para a América, seus instrumentos vieram com elas. Durante quatrocentos anos, os escravos criaram sua própria música, hinos, espirituais e canções de campo – todos com raízes na música africana. Assim, na década de 1840, o banjo era visto como um instrumento exclusivamente negro; era inédito um branco tocar banjo”.

E sim, o Museu Virtual dos Instrumentos confirma essa informação. “Os banjos mais antigos foram trazidos pelos escravos da África para os EUA e para as Ilhas do Caribe. O instrumento moderno tomou sua forma durante a primeira metade do século XIX, principalmente por meio do trabalho de instrumentistas como J.W. Sweeney e Dan Emmet”.

Especificamente sobre as músicas liberadas, “Texas Hold ‘Em” é uma clara referência ao jogo de pôquer homônimo, originário do estado natal da cantora.

A segunda faixa é intitulada “16 Carriages” e apresenta uma vibe country nos versos, mas se transforma em um arranjo épico e orquestral nos refrãos. Ambas as músicas contam com a contribuição do experiente produtor Raphael Saadiq, conhecido por sucessos com D’Angelo (“How Does It Feel?”) e a irmã de Beyoncé, Solange.

“Ela está realmente resgatando os gêneros de música de raiz e trazendo-os de volta às suas origens. Primeiro era house music, agora é country. Mal posso esperar até que ela resgate o rock and roll em seguida”, disse um fã no canal de Beyoncé, já prevendo o que é bem possível de acontecer.

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