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Marina Silva é eleita uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela TIME ; ela é a única brasileira na lista

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Foto: Fabio Rodrigues- Pozzebom/Agência Brasil.

Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva foi eleita pela revista TIME como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo em 2024. Ela é a única brasileira na lista, que também inclui nomes estrangeiros como Colman Domingo, Taraji P. Henson e Burna Boy.

Foto: Agência Brasil

Marina entrou na categoria de ‘líderes’. “Natural da Amazônia, de família de seringueiros, Marina Silva aprendeu a ler e escrever ainda adolescente. Ela se tornou uma das senadoras mais influentes do Brasil e se candidatou à presidência”, destacou a TIME. “Hoje, como Ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas do país , ela está reconstruindo a capacidade do Brasil de deter o desenfreado desmatamento ilegal na Amazônia, uma missão que tem estado no centro de sua vida política e ativista. 

O tradicional veículo norte-americano também destacou o trabalho de Marina em prol da energia sustentável. “Contra todas as probabilidades, ela está a pressionar corajosamente por uma transição doméstica da energia centralizada baseada em combustíveis fósseis para a energia renovável gerada localmente”, destacou o editorial. “A nível internacional, ela defende que reconsideremos as nossas perspectivas limitadas sobre o que pode custar a proteção da natureza e, em vez disso, adotemos uma compreensão mais abrangente do extraordinário impacto econômico e valor que a natureza oferece“.

Barco encontrado no litoral do Pará revela rota trágica de migração ilegal de África para as Ilhas Canárias

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Foto: Reprodução/PF

Após a descoberta de um barco à deriva no litoral do Pará, as autoridades estão desvendando um cenário sombrio de migração ilegal e exploração por parte de organizações criminosas. Com nove corpos encontrados a bordo, a investigação liderada pela Polícia Federal aponta para a existência de rotas mundiais de migração em barcos que saem de África.

Na última terça-feira, 16, a PF encontrou documentos e objetos no barco que indicavam que dos corpos encontrados, pelo menos um é da Mauritânia e outro de Mali. Os investigadores buscam estabelecer a identidade dos corpos utilizando protocolos de identificação de vítimas de desastres da Interpol (DVI).

Ainda de acordo com as investigações, o barco partiu da Mauritânia, em África, com destino às Ilhas Canárias, popular rota migratória para entrada no continente europeu. No entanto, a embarcação ficou à deriva e acabou arrastada até as costas brasileiras, onde foi encontrada.

a PF abraça essas situações há muitos anos, e tem feito trabalho de desarticulação de organizações criminosas que se aproveitam dessas pessoas que estão vulneráveis e procurando uma vida melhor”, afirmou José Roberto Peres, superintendente da PF no Pará, em entrevista para a CNN.

“Meio ano de só por hoje”, celebra Lucas Penteado ao falar sobre tratamento contra dependência química

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Foto: Globo/Ramón Vasconcelos

Lucas Koka Penteado, de 27 anos, está celebrando uma importante conquista. O ator deu uma entrevista para a revista Quem, Lucas falou sobre seu processo de recuperação contra a dependência química, celebrando “meio ano de só por hoje” e revelou seus planos de ajudar adictos através da realização de trabalhos sociais.

Após enfrentar desafios públicos com a dependência química e passar por três internações desde sua saída do BBB 21, Lucas agora se sente revigorado e comprometido com sua saúde mental e física: “Estou limpo há seis meses, trabalhando, voltei com minhas atividades normais e estou fazendo projetos para ajudar adictos que vivem nas ruas e ainda sofrem com essa doença, que é tão fatal e segregadora.”, contou Lucas sobre sua luta contra a dependência química.

“Agora, sou ficha azul nos Narcóticos Anônimos (NA). Meio ano de só por hoje”, disse na entrevista. O ator atribui seu processo de recuperação a uma combinação de apoio do programa Narcóticos Anônimos (NA), tratamento psiquiátrico e o amor e apoio de sua esposa, Nayara Zabelê. Ele ressalta a importância de seguir o tratamento à risca e reconhece a individualidade de cada processo: “O que tem me ajudado muito é frequentar as reuniões do NA, mas, principalmente, os livros do programa, os ‘Só Por Hoje’, os livros azuis, o azul claro e o azul escuro, o amor da minha esposa e o trabalho”, pontuou.

Ele também revelou que tem recebido apoio da TV Globo: “O artístico da emissora se disponibilizou a me ajudar quando foi necessário. A equipe foi muito potente no meu processo de recuperação. E me colocarem para trabalhar tem sido a maior terapia para a minha autoestima, de que valho a pena para alguma coisa. Trabalhar, tecnicamente, tem sido minha melhor terapia”.

Ator talentoso, Lucas Penteado tem se destacado em trabalhos recentes no cinema. Ele ganhou o Prêmio APCA 2023 de ‘Melhor Ator’ pelo papel de ‘Claudinho’ no filme “Nosso Sonho: A história de Claudinho e Buchecha“, que estreou nos cinemas no ano passado e conta a história da dupla.

Lucas também falou sobre o estigma a respeito dos dependentes químicos, ressaltando que nunca teve problemas com trabalho por conta da dependência: “Um tempo atrás existia uma falácia no mercado de que o Lucas não ia conseguir trabalhar e produzir. E isso é uma mentira, porque durante a minha vida adicta, sempre fui muito funcional no trabalho. Aliás, a droga nunca trouxe nenhum problema real para nenhuma das empresas que eu trabalhava. Ficaram sabendo que eu era adicto quando comecei a tentar parar e tive questões familiares”, afirmou.

Ao falar sobre trabalhos sociais com adictos, Lucas Penteado revela: “Tenho um que ajudo através do teatro, mas participo de vários, como levar comida para eles, conversar, passar a palavra de Deus. Mas meu projeto é uma peça de teatro, com 7 adictos em cima do palco contando suas experiências com as questões psicológicas. Autoestima é o melhor remédio para conseguir deixar um adicto limpo”.

“Quando um preto vence, todos os seus iguais vencem um pouco”: comunidade negra repercute vitória de Davi no BBB 24

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Foto: Reprodução

A noite de terça-feira, 16, foi de comemoração com a vitória de Davi Brito no Big Brother Brasil 2024. Nas redes sociais, a comunidade negra repercutiu a conquista do baiano, natural de Cajazeiras: “Quando um preto vence, todos os seus iguais vencem um pouco”.

Davi Brito se tornou o campeão do BBB 24 com 60,52% dos votos e, além do valor de R$ 2,92 milhões, ele também ganhou o reconhecimento de personalidades negras pela conquista como primeiro homem preto a ganhar o programa. Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial parabenizou Davi em suas redes sociais: “Independente de qualquer coisa, o Brasil anoitece hoje com o sorriso de um jovem negro em rede nacional!”, escreveu.

A deputada federal pelo Rio de Janeiro, Benedita da Silva, também publicou uma mensagem parabenizando o brother: “A vitória do Davi é muito significativa!”, destacou ela.

O ativista social, Preto Zezé lembrou a importância representativa da vitória de Davi Brito no reality show: “Quando um preto vence, todos os seus iguais vencem um pouco”.

O médico, ativista e ex-BBB, Fred Nicácio, também compartilhou uma mensagem celebrando a vitória de Davi: “Eu me emociono sim, porque Davi representa a esperança de milhões de jovens negros periféricos. Eu vim de lá e sei como é improvável o nosso sucesso. E é pra mudar a realidade de muitos outros e outras como nós que é importante existirem pessoas como Davi ocupando o lugar de GRANDE VENCEDOR E CAMPEÃO”.

Davi se torna o primeiro homem negro a vencer o BBB 

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Foto: Globo

Davi Brito é o grande vencedor do BBB 24 e ganhou o prêmio recorde do reality show, no valor de R$ 2,92 milhões, além de um documentário que será produzido pela Globoplay. O motorista de aplicativo se tornou o primeiro homem negro a vencer o programa. 

Para celebrar a final na noite de hoje, 16, a família do brother se juntou à torcida de Davi em Salvador para assistir o programa no bairro Cajazeiras, com direito a trio elétrico e um telão.

O brother entrou pelo Puxadinho no início do programa, sendo um dos escolhidos pelo público e se tornou um dos favoritos durante uma trajetória com muitos embates, sendo alvo de muitas ofensas, perseguição e conquistas. 

Durante o confinamento, o baiano acumulou R$ 120 mil em dinheiro, uma bolsa de estudos para realizar o sonho de cursar Medicina, uma picape de R$ 281,9 mil, um videogame, um celular, e vouchers de R$ 10 mil para compras.

Davi também ganhou 8,8 milhões de seguidores no Instagram, se tornando o participante que conquistou o maior número de seguidores nas redes sociais. 

Tarcízio Silva lança livro sobre racismo algorítmico e defende regulação mais rigorosa para o uso da IA no Brasil

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Foto: Bruna Damasceno

O livro “Racismo algorítmico: inteligência artificial e discriminação nas redes digitais” foi lançado recentemente pelo pesquisador Tarcízio Silva na versão impressa e levanta diversas questões como: “O que acontece quando as máquinas e programas apresentam resultados discriminatórios? Seriam os algoritmos racistas? Ou trata-se apenas de erros inevitáveis? De quem é a responsabilidade entre humanos e máquinas? E o que podemos fazer para combater os impactos tóxicos e racistas de tecnologias que automatizam o preconceito?”.

Em entrevista ao Mundo Negro, Tarcízio refletiu sobre o impacto dos erros que acontecem durante o uso da IA, como o caso do Gemini, ferramenta do Google, que suspensa desde fevereiro por gerar imagens de pessoas negras e asiáticas vestidas com trajes de soldados nazistas, ao ser solicitado a criação de imagem de soldados alemães em 1943.

“Para reparar os danos é necessário que as sociedades em torno do mundo rechacem a implementação desenfreada de tecnologias falhas em escala. O acúmulo de danos e casos vulgares de erros graves que vão de estereótipos a discurso de ódio e desinformação anti-democrática requer regulação forte que mitigue os problemas que as big tech tem gerados à cultura, democracia e esfera pública”, analisa.

Em março, a União Europeia aprovou legislação pioneira para regulamentação da inteligência artificial, mas que para o Brasil, o Tarcízio acredita que ainda não seria o suficiente. “Considerando que os direitos humanos no Brasil não alcançaram níveis adequados, ainda é possível dizer que a regulação aqui no país deve ser mais rigorosa em diversos aspectos”, analisa o pesquisador. 

Capa do Livro (Crédito: Divulgação)

Leia a entrevista completa abaixo:

Em fevereiro, tivemos alguns casos de erros do Gemini – ferramenta do Google, que gerou imagens de pessoas negras e asiáticas vestidas com trajes de soldados nazistas, ao ser solicitado a criação de imagem de soldados alemães em 1943 e desde então a ferramenta segue suspensa para reparação. Afinal, por que esses erros acontecem e como é possível reparar esses danos que continuam perpetuando o racismo na sociedade?

O caso das imagens de pessoas asiáticas, indígenas e negras com uniforme nazista foi um exemplo vulgar de como a Google e o grupo Alphabet não possuem compromisso com a produção de tecnologias de qualidade para todos. Modelos da chamada “inteligência artificial generativa” são produzidos pelas big tech a partir da coleta de dados massivos, sem autorização, sem curadoria adequada e, ainda, sem transparência sobre sua composição. Inúmeros estudos demonstraram que a tecnologia tende a gerar diversos tipos de danos representacionais, como imagens cheias de estereótipos nocivos.

No caso em questão, o problema ocorreu pois a Google ao invés de mudar radicalmente a abordagem para produção de tecnologias, fez uma gambiarra completamente inadequada para tentar evitar denúncias sobre falta de diversidade. Boa parte dos prompts, os textos descritivos para gerar os conteúdos, tem sido modificados internamente pela ferramenta para adicionar critérios de diversidade. Então se alguém pedisse algo como “imagens de soldados nazistas”, a ferramenta na verdade rodava algo como “imagens de soldados nazistas com diversidade demográfica”. Ou seja, uma solução vulgar e sem nenhum cuidado com contexto e valores para cada situação. É o contrário da inteligência.

Para reparar os danos é necessário que as sociedades em torno do mundo rechacem a implementação desenfreada de tecnologias falhas em escala. O acúmulo de danos e casos vulgares de erros graves que vão de estereótipos a discurso de ódio e desinformação anti-democrática requer regulação forte que mitigue os problemas que as big tech tem gerados à cultura, democracia e esfera pública.

Como o livro poderá ajudar pessoas a melhorar o desempenho de profissionais da tecnologia contra algoritmos racistas?

O livro apresenta um panorama com cuidadosa curadoria de pesquisas, dados e entrevistas sobre os modos pelos quais os algoritmos podem incorporar mecanismos de opressão racial. Assim, para os profissionais de tecnologia em sentido estrito, a publicação pode apoiar em abordagens críticas sobre práticas em torno do desenvolvimento das tecnologias. Tarefas como desenho de coleta de dados, definição de padrões éticos, análise de impacto e a própria decisão sobre a desejabilidade de um determinado tipo de tecnologia podem ser apoiadas pelas reflexões e dados presentes no livro.

Lançamento do livro impresso no Sesc Ipiranga, em São Paulo, no dia 10 de abril (Crédito: Bruna Damasceno)

Quais são um dos principais perigos para a comunidade negra com o resultados discriminatórios dos algoritmos?

O principal risco está ligado ao uso das tecnologias algorítmicas para atividades que envolvem risco à vida, como os setores de segurança pública ou saúde. Hoje, no Brasil, diferentes espectros políticos têm realizado uma verdadeira corrida para ver quem implementa mais tecnologias de reconhecimento facial no espaço público, um tipo de recurso comprovadamente eficiente e nocivo. Campanhas em torno do tema buscam banir o reconhecimento facial para evitar os problemas imediatos e futuros.

O que a política brasileira pode aprender com a lei aprovada na União Europeia para regular o uso de IA?

A maior parte dos setores no Brasil concorda que a proposta de regulação europeia permite equilibrar regulação e inovação. Considerando que os direitos humanos no Brasil não alcançaram níveis adequados, ainda é possível dizer que a regulação aqui no país deve ser mais rigorosa em diversos aspectos.

Quanto ao combate ao racismo algorítmico, poderia citar três pontos que temos na regulação europeia e no nosso PL 2338 que podem ser relevantes – se aperfeiçoados para serem ainda mais rigorosos. O primeiro é o rol de categorias de risco, que inclui a definição de alto risco e de risco inaceitável. Quanto a alto risco, especificar uma lista expansível de áreas onde as empresas, estado e desenvolvedores devem ter mais obrigações de transparência ajuda a defender os direitos e mantém o potencial inovador: tecnologias de baixo e médio risco devem possuir menos obrigações. Um segundo ponto é a obrigatoriedade de análises prévias de impacto algorítmico para as tecnologias de risco médio e alto, que não só permitirão uma melhor supervisão da inovação e defesa de direitos, mas também ajudará a avançar o campo uma vez que mais dados e conhecimento será circulado.

Por fim, um terceiro ponto que a legislação brasileira pode avançar ainda mais em relação à europeia é o estabelecimento de entidade supervisora com efetiva participação social, na qual organizações representantes de grupos marginalizados poderão influenciar as decisões sobre aspectos regulatórios.

Flup homenageia historiadora e intelectual Beatriz Nascimento este ano

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Foto: Divulgação/Acervo Pessoal

A historiadora, poeta, cineasta e intelectual Beatriz Nascimento é a escritora homenageada da Flup 2024 (Festa Literária das Periferias). Nesta 14ª edição, o festival – declarado patrimônio cultural imaterial do Rio de Janeiro – celebra uma obra que despertou outro imaginário brasileiro e que se desdobrou numa nova geração de intelectuais e escritoras que transformam o cenário cultural hoje. 

A escritora Conceição Evaristo e a filósofa Helena Theodoro abrem as homenagens na mesa “A noite não adormece nos olhos das mulheres“, mediada pela também escritora Bianca Santana. A programação é gratuita, no dia 11 de maio, sábado, a partir de 12h, no Circo Crescer e Viver, localizado na Praça Onze, Centro do Rio de Janeiro. O Pagode da Gigi, com participações de Marcelle Mota e Nina Rosa, fecham a noite no berço do samba carioca. Nos intervalos, quem anima o público é a DJ Jess.

“A palavra quilombo não existia como símbolo de estratégia e inteligência de sobrevivência, até Beatriz Nascimento”, explica Julio Ludemir, diretor-fundador da Flup. “Queremos que sua obra seja cada vez mais conhecida, mais lida, mais publicada, que chegue ainda mais longe”, ressalta. 

Ao homenagear Beatriz Nascimento, a Flup 24 traz o conceito de quilombo – agregação, comunidade, luta – como fundamento da sua programação anual. No ano em que o Rio de Janeiro recebe a cúpula do G20, o festival faz um diálogo entre periferias globais e movimentos transatlânticos, referência explícita ao “Eu sou Atlântica“, um dos versos mais emblemáticos da produção de Nascimento.

Beatriz Nascimento emprestou sua voz e sabedoria para o longa-metragem Ôri, dirigido por Raquel Berger, em 1989. O filme, um dos principais documentários do cinema brasileiro, fala da refundação do Brasil a partir de uma das formas de aquilombamento contemporâneos: os terreiros, espaços de culto das religiões de matriz africana. Por isso, na véspera do dia das mães, a Flup aproveita para discutir a intolerância religiosa com a mesa “Deixa e gira girar“, que reunirá a yalorixá, escritora e matriarca do Ilê Asé D’Oluaiyè, Márcia Marçal e a socióloga, escritora e matriarca da Casa do Perdão, Flávia Pinto

A mediação é da cineasta pernambucana Natara Ney, que também é curadora da programação do 11 de maio. “Terreiro, Gira, encontro. Palavras familiares, palavras sagradas. Esta primeira gira da Flup é a possibilidade de ouvir importantes pensadoras sobre temas que nos afetam, dores em comum e também alegrias, desejos, projetos. Mulheres plurais”, destaca a cineasta.

As poetas Carol Dall Farra, Josi de Paula, Winona Evelyn e MC Martina fazem o Sarau Beatriz Nascimento no início de cada uma das mesas. Serão recitados poemas autorais e também poemas da homenageada da Flup 24. Todas as ações do ano vão dialogar com a obra de Beatriz Nascimento, incluindo os quilombos, os terreiros, as narrativas orais preservadas pelas matriarcas, a poesia e o samba. 

No centro das discussões sobre a obra de Nascimento, a Flup vai trazer uma rede de 100 mulheres acadêmicas negras, criada por Thaís Alves Marinho e Rosinalda Simoni, que biografou outras 100 mulheres brasileiras negras e ousaram colocar em prática a máxima da intelectual negra “precisamos falar de nós mesmos”. A programação deve articular espaços periféricos na cidade, com a presença dessas intelectuais, para promover a escuta dessas histórias, infelizmente pouco conhecidas, e lançar o livro com as 100 biografias chamado “Dicionário Biográfico: Histórias Entrelaçadas de Mulheres Afrodiaspóricas“. 

Formação de escritores, roteiristas e poetas quilombolas

O evento também marca a abertura das inscrições para a formação de escritoras e escritores “Yabás, Mães Rainhas“, que vai resultar no 31º livro lançado pela Flup. Serão sete encontros, em sete sábados consecutivos, em terreiros que cultuam cada uma das yabás: Iemanjá, Oxum, Obá, Iansã, Nanã e Ewá, incluindo a entidade feminina Pombagira. Os 50 participantes selecionados vão escrever contos a partir dos itãs, ou seja, os relatos míticos que envolvem essas importantes protagonistas da cosmologia afro-brasileira.

“A existência, resistência de nossa cultura está nos terreiros, mães que alimentam, contam histórias e cuidam de seus filhos. Orí-entação. Este processo formativo traz a beleza dos encontros, da fabulação e oralidades. Acredito que cada visita nos trará ensinamentos únicos, não apenas para as nossas escritas, mas também, e principalmente, para a nossa vida”, explica a curadora Natara Ney.

Em junho, a Flup inicia um outro processo formativo: o Slam de Quilombo, ecoando a obra de Beatriz Nascimento e homenageando o intelectual quilombola Nêgo Bispo. Participam 10 quilombos de 10 diferentes estados brasileiros, que recebem slammers experientes para dar oficinas de poesia e performance. Cada quilombo promove uma batalha de slam local. Os vencedores de cada estado viajam para o Rio de Janeiro, para a grande final, em novembro.

Em agosto, será lançada a oitava edição do Laboratório de Narrativas Negras e Indígenas para Audiovisual – Lanani. A parceria da Flup e a Globo já formou mais de 220 roteiristas nos últimos sete anos, renovando o mercado audiovisual brasileiro. São três meses de formação com dois encontros semanais, um para aulas sobre formatos narrativos e estruturas de roteiro audiovisual e o segundo para mentorias de discussão dos projetos individuais dos participantes. O objetivo é a produção de um argumento para audiovisual, seja filme, série ou novela.

Periferias 20 e o G20

O evento do 11 de maio também é um anúncio das datas do festival. Em 2024, a Flup propõe fortalecer o debate público sobre as principais questões das periferias – globais e brasileiras, no âmbito do encontro do G20, no Rio de Janeiro. Vozes nacionais e internacionais, representantes de periferias regionais, climáticas, raciais, étnicas e de gênero, se encontrarão em mesas de debates durante a programação, de 11 a 17 de novembro.

“No momento em que o Rio de Janeiro vai receber as principais lideranças políticas e econômicas mundiais, a Flup vai fazer um festival reunindo vozes de destaque que pensam as periferias atlânticas internacionais no ciclo de debates denominado Periferias 20”, explica Ludermir. Ao longo do ano, o Flup vai anunciar os convidados confirmados.

A Flup 24 é apresentada pelo Ministério da Cultura e Shell. Tem patrocínio master da Shell, patrocínio do Instituto Cultural Vale e Globo por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O apoio é da Fundação Ford. A Fundação Roberto Marinho e o Canal Futura são parceiros. Realização: Suave, Associação Na Nave, Ministério da Cultura, Governo Federal.


Serviço:

Festa Literária das Periferias-Flup

Abertura da agenda anual

Dia: 11 de maio de 2024, sábado

Hora: a partir de 12h

Local: Circo Crescer e Viver (próx. Estação Praça Onze)

Entrada gratuita

www.flup.net.br 

Programação:

12h: Abertura da casa e serviço da feijoada

13h30: Abertura Institucional

14h: Sarau Beatriz Nascimento

14h30-16h: Mesa Deixa a gira girar

Mãe Márcia Marçal, Mãe Flávia Pinto
Mediação: Natara Ney

16h: Lançamento Processo Formativo Yabás Mães Rainhas

16h15: Sarau Beatriz Nascimento

16h30-18h: Mesa A noite não dorme nos olhos das mulheres- Para Beatriz Nascimento

Conceição Evaristo, Helena Theodoro

Mediação: Bianca Santana


18h: DJ Jess

19h-23h: Pagode da Gigi

Participações: Marcelle Mota, Nina Rosa

Chefs Carmem Virginia e Rodrigo Freire se unem para realizar o Jantar dos Orixás no Altar Cozinha Ancestral

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Foto: Reprodução/Instagram

A chef proprietária Carmem Virginia do Altar Cozinha Ancestral, e o chef proprietário Rodrigo Freire do restaurante Preto Cozinha, se unem em uma noite de muito sabor, para a realização do Jantar dos Orixás: ancestralidade e afro-futurismo, trazendo à mesa uma experiência única que combina a riqueza da culinária e a visão futurista da cultura afro-brasileira, no dia 19 de abril, às 20h, no Altar Cozinha Ancestral de São Paulo.

Com lugares limitados, a venda dos ingressos está disponível no site Sympla com vendas a partir de R$350, incluindo o menu de 7 etapas, inspirado nos orixás. O cliente também poderá optar por adquirir o ingresso por um menu harmonizado pelos sommeliers de vinho Mateus Henrique e Wellington Anjos

Para Dona Carmem Virginia, este será um evento memorável, onde a tradição se encontra com a inovação, e cada prato contando uma história de origens. “Estamos muito animados para receber todos neste evento especial que celebra nossas raízes e nossa visão de futuro”, diz.

Veja o menu de 7 etapas abaixo:

Exu: Tartar de carne de sol, com gema curada de codorna e fatia de pão delícia.

Ogun: Espetinho de barriga de porco, com melado de pimenta e farofinha de amendoim, com coentro e damasco.

Ossain: Salada de chuchu.

Logunedé: Terra e mar, com farofa centenária.

Oxum: Arroz de xinxim, com farofa de banana da terra.

Xangô e Iansã: Caruru de rabada.

Iemanjá e Omolú: Raspadinha de biribiri, com hortelã e safadinha.

Ibejis: Cafés e bobagens.

Serviço Jantar dos Orixás

Local: Altar Cozinha Ancestral, R. Medeiros de Albuquerque, 270 – Jardim das Bandeiras, São Paulo – SP
Horário: A partir das 18h30
Ingressos: As entradas custam a partir de R$ 350 e estão a venda no site! (Veja aqui!)

Teresa Cristina se apresenta na abertura do Fórum Permanente de Pessoas Afrodescendentes da ONU, em Genebra

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Foto: Thalles Garbin

Na terça-feira (16), a Teresa Cristina se apresentou em uma cerimônia realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), no Palácio das Nações, em Genebra. A artista foi o destaque da abertura do Fórum Permanente de Pessoas Afrodescendentes, levando sua voz e sua arte para um palco internacional de discussão sobre igualdade, direitos humanos e combate ao racismo.

A cantora escolheu os clássicos “Zé do Caroço”, composta por Leci Brandão em 1978, e “Canto das Três Raças”, composição de Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro, que ficou famosa na voz de Clara Nunes. Sua presença no evento, além de emocionante, ressalta a importância da representatividade e da diversidade cultural em espaços de discussão global.

Em uma declaração enviada à Folha de S. Paulo, Teresa falou sobre a emoção de levar o samba para o evento: “A emoção de representar o Brasil e levar o samba para todas as nações têm um poder muito grande”, ressaltou a cantora, destacando o papel da música como uma ferramenta poderosa para promover a inclusão e a conexão entre os povos.

Além de sua participação no Fórum, Teresa Cristina também celebrou sua contribuição para a exposição “Atlântico Vermelho”, organizada pelo Instituto Luiz Gama, primeira exposição deste tipo realizada dentro da ONU. Em suas redes sociais, a cantora compartilhou sua gratidão pela oportunidade, destacando a importância de eventos culturais que promovem a diversidade e o diálogo entre as nações.

Não podemos continuar a votar em políticos que ignoram o racismo e o genocídio da juventude negra

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Galois, uma escola de elite de Brasília, promoveu um torneio esportivo e produziu uma das cenas mais repugnantes de racismo. Jovens brancos agrediram alunos de uma escola franciscana com gritos de “macaco”, “pobrinho” e “filho de empregada”. Visconde de Porto Seguro, escola centenária e tradicional de São Paulo, foi denunciada por prática sistemática de segregação racial e social entre estudantes bolsistas e pagantes.

O jornal Folha de São Paulo registrou uma importante pesquisa realizada pela organização Observatório da Branquitude em que fica evidenciado que as escolas públicas em que a maioria dos estudantes é negra têm estrutura pior do que as unidades em que a maior parte das matrículas é de brancos. Essa desigualdade é percebida na existência de bibliotecas, laboratórios, quadra de esportes e até mesmo rede de esgoto.

Estas denúncias gritam de como a educação tem se apresentado como um campo de promoção do racismo, onde as elites das grandes escolas privadas não se esforçam para realizar uma educação antirracista. E o poder público, na figura de políticos e gestores, tem se omitido sistematicamente e naturalizado o racismo.

Estudantes negros são os que estudam em escolas com menos recursos. Quais parlamentares, prefeitos e governadores se propuseram a enfrentar o racismo na educação? “Sem dar as mesmas condições, que deveriam ser básicas e asseguradas a todos os estudantes brasileiros, não podemos esperar que os mais vulneráveis ascendam na trajetória escolar”, diz Carolina Canegal, coordenadora de pesquisa do Observatório da Branquitude.

Em São Paulo, uma renomada advogada, Maís Moreno, organizou um encontro com a deputada federal por São Paulo, Tabata Amaral, reconhecida por sua luta em defesa da Educação. Apesar da minha atuação política em mais de 50 anos, fiquei profundamente surpreso ao conhece-la. Uma liderança jovem que inspira atenção e esperança, pela sua vibrante atuação no Congresso e uma juventude com desprendimento da velha política. No breve contato, percebi uma determinação e um respeito à história dos militantes do movimento negro, que renovou esperança de traduzir em ações afirmativas. É um começo do novo, mas sem negar que há um passado que pode contribuir com o presente.

Vivemos no Estado de São Paulo governos que são exemplos do atraso, da negação da história do negro na política, manifestações dos órgãos públicos que ignoram as leis nas áreas da educação e saúde para a população negra, que tão duramente foram conquistadas no Congresso Nacional.

A tragédia do racismo em São Paulo, apoiado por governantes e gestores, públicos alimenta uma prática que limita as oportunidades das pessoas negras ao acesso a uma cidadania plena. A inação dos governos em implementar políticas antirracistas em São Paulo é respaldada por uma velha política que menospreza as reivindicações e ideias da juventude negra, da população negra e de lideranças negras.

Tudo está perdido? Precisamos promover o debate com a população negra sobre a nossa participação no processo eleitoral que se avizinha O debate deve ser levado a todos os candidatos com perguntas simples, incluindo também perspectivas de diferentes gerações. O que ele fez para implementar a lei que garante o ensino da História do negro? Quantas emendas orçamentárias apoiaram iniciativas que atendem a melhoria da qualidade da educação da população negra? Como a prefeitura implementou a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra? Quanto foi investido nessas políticas, quais foram as emendas orçamentárias? Quais foram as iniciativas para combater o genocídio da juventude negra?

Perguntas simples que devem ser feitas a todos os candidatos, além de observar com muita atenção qual o papel que os negros desempenham durante o processo eleitoral. O racismo praticado por candidatos é um indicador que nossos votos não podem e não devem ser endereçados a eles.

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