Neste sábado (25), o prefeito de Salvador, Bruno Reis, e o presidente do Benin, Patrice Talon, reuniram-se na Casa do Benin, no Centro Histórico de Salvador, para debater acordos de cooperação entre a capital baiana e o país africano. Um dos principais pontos discutidos foi a criação de um voo direto entre Salvador e Cotonou, a maior cidade beninense.
A criação do voo direto é vista como uma importante iniciativa para estreitar os laços entre Salvador e o Benin. A proposta é que a nova rota aérea seja subsidiada pelos governos do Brasil e do Benin, tornando os valores das passagens mais acessíveis.
Patrice Talon, presidente do Benin, corroborou a importância da iniciativa, afirmando que o voo direto aumentará a conexão entre as populações dos dois locais. “Decidimos que, para a criação desse voo direto, financiaríamos as passagens aéreas. Nos dois primeiros anos, vamos financiar estas passagens e fazer com que ninguém pague mais do que R$ 2.500”, destacou o presidente.
Durante o encontro, foi anunciado que uma comitiva do Benin visitará Salvador em julho para continuar as discussões sobre os acordos de cooperação. Em agosto, uma delegação da capital baiana irá ao Benin para aprofundar os debates.
No mesmo dia, Patrice Talon foi homenageado com o título de cidadão soteropolitano e recebeu a Medalha Zumbi dos Palmares, entregue pelo presidente da Câmara Municipal de Salvador, Carlos Muniz.
Durante o encontro, o prefeiro Bruno Reis destacou os esforços da cidade para promover o afroturismo, mencionando o programa “Salvador Capital Afro”, que visa projetar a cidade no cenário nacional e internacional. “Nós somos a cidade mais negra fora da África, 83% da nossa população é negra. E temos muito orgulho disso. É assim que nós temos que nos apresentar para todos que vieram nos conhecer e, sem sombra de dúvidas, há aí um grande potencial”, enfatizou o prefeito.
Recentemente, o governo do Benin apresentou um projeto de lei ao seu Parlamento uma proposta que tem como objetivo conceder cidadania a descendentes da diáspora. De acordo com o projeto de lei, qualquer pessoa no mundo que possua ancestrais da região da África Subsaariana, deportados fora do continente africano como parte do comércio de escravizados, pode ser elegível para obter a cidadania beninense. As condições para obtenção da cidadania incluem fornecer prova de afrodescendência através de documentos oficiais, testemunhos autenticados ou testes de DNA.
A Justiça Federal determinou que a União modifique o edital do concurso para o Corpo de Engenheiros da Marinha, garantindo que a cota de 20% reservada a candidatos negros seja calculada sobre o total de vagas oferecidas, e não por especialidade. O edital CP-CEM 2024, com provas marcadas para 30 de junho, oferece 24 vagas em 13 áreas de engenharia, mas apenas duas foram reservadas para cotas, quando deveriam ser cinco, conforme o critério legal de arredondamento.
Contexto da Decisão Judicial A decisão foi tomada pelo juiz Germano Alberton Júnior, da 1ª Vara Federal de Criciúma, em resposta a uma ação popular que questionava a divisão das vagas de cotas. Segundo Alberton, “os concursos não podem fracionar as vagas de acordo com a especialização exigida para burlar a política de ação afirmativa”. Essa interpretação está alinhada com precedentes do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que reforçam a necessidade de uma aplicação rigorosa e uniforme das políticas de cotas.
Detalhes do Edital O edital em questão oferece vagas para diversas especialidades de engenharia, incluindo engenharias aeronáutica, civil, de materiais, entre outras. No entanto, apenas duas vagas foram inicialmente destinadas às cotas – uma para engenharia de produção e outra para engenharia mecânica. “O tipo de engenharia do cargo de engenheiro militar não justifica o fracionamento do cálculo das vagas destinadas aos cotistas conforme a Lei nº 12.990/2014. As vagas devem ser consideradas em sua totalidade”, explicou Alberton em sua decisão.
Impacto e Prazos A União foi notificada nesta quarta-feira (22) e tem cinco dias para cumprir a liminar. Caso não haja cumprimento, a União poderá enfrentar sanções. A decisão também está sujeita a recurso, que poderá ser encaminhado ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre.
Repercussões e Reações Especialistas em direito constitucional e políticas públicas destacam que essa decisão reforça a importância de uma aplicação justa das cotas raciais em concursos públicos. “Esse é um passo importante para assegurar que as políticas de ação afirmativa sejam efetivamente implementadas e não apenas aparentes”, afirmou a professora de direito constitucional da USP, Maria Helena Lopes.
Por outro lado, alguns críticos argumentam que a unificação das vagas pode desconsiderar as especificidades de cada especialidade de engenharia, potencialmente criando um desajuste entre as qualificações dos candidatos e as necessidades específicas da Marinha.
O Futuro das Políticas de Cotas A decisão do juiz Germano Alberton Júnior pode abrir precedentes para outros concursos públicos que adotam práticas semelhantes de fracionamento de vagas. Essa medida reafirma o compromisso do judiciário em garantir que as políticas de cotas sejam aplicadas de forma abrangente e eficaz, promovendo a inclusão e a diversidade no serviço público.
A ação popular que resultou nessa decisão é identificada pelo número 5003553-97.2024.4.04.7204 e continuará a ser monitorada de perto por entidades que defendem a igualdade racial e a justiça social no Brasil.
Adriana Barbosa, fundadora do Festival Feira Preta, tem transformado o cenário cultural e econômico para a população negra no Brasil e além. Com um currículo impressionante que inclui ser uma das mulheres negras mais influentes do mundo segundo a Mipad e a primeira mulher negra reconhecida como Inovadora Social pelo Fórum Econômico Mundial, Adriana tem liderado iniciativas que promovem inclusão e diversidade de maneira sistêmica e impactante.
Ao realizar a 22ª edição do Festival Feira Preta, o maior festival de cultura negra da América Latina, trouxe novidades como a mudança de data e endereço. O evento estreou no Parque do Ibirapuera, na Zona Sul de São Paulo, e foi realizado no mês de maio, diferente das edições anteriores, que aconteceram no mês de novembro.
Com um evento maior, o festival alcançou um novo marco ao reunir 60 mil pessoas, um recorde de público, e gerar uma circulação monetária de mais de R$7 milhões. Além disso, este ano, o figital, conceito que combina a interseção entre o mundo físico e o digital, foi um dos grandes destaques tecnológicos com uma versão do Festival acontecendo no Metaverso.
“A gente olha a tecnologia como uma aliada e quando a gente resolveu fazer a feira no metaverso foi, sobretudo, numa perspectiva de acessibilidade e democratização para pessoas que estão fora da cidade de São Paulo poderem acessar. Então não tinha custo para as pessoas acessarem no formato do metaverso. Acho que a gente conseguiu transpor o máximo da experiência do físico para o digital”, afirmou Adriana Barbosa em entrevista para o Mundo Negro.
“A gente teve acessos não só do Brasil, mas sobretudo muitos acessos de fora do país. Gente de Miami, muita gente dos Estados Unidos, de outros países que acessaram, que ouviram a música, que gostaram, que se interessaram pelos conteúdos”, revelou.
Um dos aspectos notáveis do evento foi o investimento em práticas de ESG (ambiental, social e governança), sob consultoria e coordenação de Ari Couto, a partir da criação de indicadores. O trabalho também contou com a coordenação operacional de ESG e curadoria de profissionais dissidentes em acessibilidade e sustentabilidade, da Caroline Sampaio.
Adriana Barbosa conta que a construção do festival teve um olhar especial paraa governança, com mais de 90% dos postos de trabalho ocupados por pessoas negras.
O festival firmou uma parceria com a ONG Ação Social e arrecadou alimentos durante o festival. Os donativos, que somaram mais de uma tonelada, foram enviados para as vítimas das enchentes do Rio Grande do Sul.
“Do ponto de vista ambiental, a gente fez uma parceria com uma empresa que trabalha com resíduos, com coleta seletiva, com cooperativas, a gente fez neutralização de carbono, fez uma série de ações com esse olhar do impacto ambiental da Feira Preta acontecendo no Parque do Ibirapuera e do ponto de vista de acessibilidade, a gente fez parceria com organizações, sobretudo de surdo-mudo, de tradução em libras, de monitoria. Tinha uma série de ações”.
Recipientes para coleta de compostáveis nos restaurantes do Festival
Em entrevista, Ari Couto afirmou: “Como esta seria a primeira edição com o ESG, definimos junto à diretoria da Feira que as mudanças seriam implantadas gradativamente. Então para 2024 nosso foco foi redução de danos”. A partir daí, uma extensa lista de ações foi definida e implementada, entre elas: redução do uso de descartáveis plásticos; coleta e triagem dos resíduos recicláveis; Compartilhamento das metas sustentáveis com a equipe de Heads produtores; distribuição de água gratuita para o público; distribuição de Manual do Festival, contendo Diretrizes de Sustentabilidade para todas as Marcas, expositores e produtores; ter mais pessoas negras na liderança das equipes; tornar a maior parte do evento e experiências acessíveis a pessoas com diversas deficiências.
Alguns dos produtores da equipe ESG no festival que teve uma equipe 90% formada por pessoas negras
O Festival Feira Preta também teve uma Tenda de Acolhimento e Prevenção às Violências para acolher e orientar eventuais casos de racismo, transfobia, lgbtfobia, capacitismo, violências sexuais e outras, acessível tanto para o público, quanto para os colaboradores.
“Acredito que o casamento da Feira Preta com o ESG já é uma realidade, já que a população preta é também a que mais sofre com as catástrofes climáticas no país. O Festival quer ver gente preta sendo feliz e isso passa pelo nosso entorno e por toda a pluralidade de corpos e pessoas! Somos um quilombo plural!”, destacou Ari.
Planos para o Futuro
Adriana também tem planos ambiciosos para internacionalizar o Festival Feira Preta. Já existem colaborações com festivais em Ruanda, Burkina Faso, Reino Unido e Portugal, e a criação de uma plataforma que conectará produtores de festivais da diáspora. Esse movimento promete expandir ainda mais o impacto do festival e fortalecer a conexão entre comunidades negras globalmente.
Resiliência e Impacto
Para Adriana Barbosa, ser uma mulher negra a liderar o maior festival de cultura negra da América Latina vem com uma grande responsabilidade: “É uma responsabilidade enorme e, ao mesmo tempo, muito feliz de manter a resiliência dessa realização de vinte e poucos anos,” compartilhou ela. “Transformar o festival num grande movimento de fortalecimento da população preta, de maneira sistêmica, que é um trabalho que a gente vem fazendo de formiguinha há duas décadas. O que aconteceu esse ano é um resultado de muitos anos de aprendizados, de idas e vindas, de experimentações, de acertos, de sucessos, de muitas histórias”.
De volta ao papel de Lima Barreto, o ator Sidney Santiago Kuanza está em cartaz nos palcos para reviver o escritor e jornalista carioca. O monólogo “A Solidão do Feio” estreou sua turnê pelas unidades do Sesc do interior de São Paulo no dia 22 de maio, com apresentações até o dia 18 de julho, marcando mais uma fase importante na carreira do ator, que foi indicado ao Prêmio Sim à Igualdade Racial 2024 na categoria “Arte em Movimento”.
Após interpretar Lima Barreto no filme “Lima Barreto, ao Terceiro Dia”, papel que dividiu com Luís Miranda, Sidney Santiago Kuanza volta a viver o escritor em “A Solidão do Feio”, que faz um exercício ficcional da trajetória de Lima Barreto e se desenrola em um estúdio improvisado onde um ator e uma equipe recriam fragmentos da vida e obra do autor. Com cinco cenas curtas, prólogo e epílogo, o monólogo é contado em primeira pessoa, expondo as certezas, contradições e os sonhos do escritor.
Recentemente, o ator foi indicado ao Prêmio Sim à Igualdade Racial 2024, cuja cerimônia será exibida no canal Multishow e na TV Globo no dia 26 de maio. “A indicação é em função do meu trabalho de 19 anos junto à companhia. É um trabalho, antes de mais nada, pela visibilidade e pela inserção da comunidade negra nas artes. Representamos uma luta contra o racismo que ainda hoje é muito praticado nos palcos,” comenta Kuanza.
O monólogo faz parte de uma trilogia de apresentações da Cia. Os Crespos. Intitulada “Masculinidade & Negritude”, a trilogia de espetáculos leva os legados político, artístico e cultural de homens negros aos palcos. Kuanza, além de coordenar a tríade de apresentações, é um dos administradores da companhia.
A Casa do Núcleo Obará, um espaço cultural situado na Brasilândia, Zona Noroeste de São Paulo, realizará no dia 25 de maio de 2024, às 18h, um Sarau Terapêutico. O evento, que contará com entrada gratuita, visa inspirar a população local a buscar saúde e bem-estar, além de lançar o Clube de Fidelidade e a campanha de vendas do livro “Obará: Escrevivências Coletivas de Autocuidado”.
O Sarau Terapêutico é uma iniciativa que busca fortalecer a autoestima e revelar talentos por meio de atividades culturais. Durante o evento, os participantes poderão envolver-se em rodas de conversa, declamação de poesias, leituras e escritas. Além disso, estarão disponíveis profissionais de psicologia parceiros do Núcleo Obará, oferecendo um vislumbre das terapias regularmente praticadas no espaço, todas elas centradas na sensibilidade e na conexão com a ancestralidade.
“Para muitas pessoas, o acesso a essas práticas é um labirinto de barreiras financeiras, estruturais e sociais, especialmente para comunidades negras, LGBT+, quilombolas, indígenas e periféricas. O direito à saúde e aos processos de cura é fundamental para restaurar a igualdade e a justiça em um sistema que frequentemente marginaliza essas comunidades”, comenta Cátia Cipriano, psicóloga e terapeuta holística responsável pelo Núcleo Obará. O evento também contará com a leitura do texto “Saúde mental do homem negro” por Rodrigo Xavier Franco, extraído do livro “Saúde mental da população preta importa”.
O Núcleo Obará oferece práticas integrativas e complementares como Meditação, Massagem Ayurveda, Reiki, Radiestesia, Tarô e Fitoterapia. Essas atividades não apenas promovem o bem-estar da comunidade, mas também são uma importante fonte de renda para manter o espaço em funcionamento. O lançamento do Clube de Fidelidade visa democratizar o acesso a esses atendimentos, permitindo que mais pessoas possam beneficiar-se das terapias oferecidas.
A Casa do Núcleo Obará, criada em 2019 pela psicóloga Cátia Cipriano, é um elo entre tradição e inovação. Focada no suporte psicológico a militantes do movimento negro e estudantes de cursinhos populares, a Casa passou por uma reformulação significativa em 2023, reafirmando seu compromisso de fornecer um espaço inclusivo e curativo. “Celebramos e honramos os saberes ancestrais, construímos pontes entre tradição e contemporaneidade e continuamos a trilhar o caminho do cuidado integral”, afirma Cipriano.
Para mais informações, visite as redes sociais do Núcleo Obará: Instagram e Facebook.
Serviço: Sarau Terapêutico
Data: 25 de maio de 2024 (sábado)
Horário: 18h
Local: Casa do Núcleo Obará
Endereço: Rua Itaiquara, 71, Itaberaba, Brasilândia, Zona Noroeste de São Paulo (SP)
O estudo inédito “Cabelos Sem Limites, Como Nós” revela que 8 em cada 10 mulheres negras brasileiras consideram seus cabelos uma ferramenta fundamental de expressão. Conduzido pelo Instituto Sumaúma e pela agência de relações públicas RPretas, em parceria com a marca de cosméticos capilares Seda, o levantamento aponta que quase 70% dessas mulheres sentem que a sociedade ainda as pressiona a alisar os cabelos devido a preconceitos sociais antigos, que limitam a valorização dos cabelos crespos e cacheados e restringem a autoexpressão autêntica.
A pesquisa, realizada com 1.001 mulheres negras ou pardas de cabelos cacheados e/ou crespos, entre 18 e 50 anos, nas cidades de Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo, mostra que 96% das entrevistadas acreditam que o movimento de transição capilar está crescendo no Brasil. Este dado reflete uma crescente conscientização sobre a beleza e a importância dos cabelos naturais.
“Por muito tempo, as mulheres negras brasileiras enfrentaram restrições sociais que as obrigavam a se conformar com papéis e limitações predeterminados. Seu verdadeiro eu foi totalmente apagado. Agora, elas estão ocupando espaços em que nunca estiveram antes e celebrando seu progresso”, afirma a Dra. Ivy Guedes, em entrevista à Marie Claire, autora do livro “Estética Afirmativa e o Corpo Negro” (Editora Appris; R$ 59). “Como parte desse movimento, essas mulheres estão libertando seus cabelos das expectativas da sociedade e escolhendo usá-los exatamente como querem se expressar.”
O estudo também revela que 55% das entrevistadas consideram seus cabelos extremamente importantes para sua identidade. Apesar disso, elas enfrentam barreiras para adotar o cabelo natural, com 95% ainda buscando por produtos adequados. Muitas acreditam que as grandes marcas não atendem suas necessidades específicas, o que leva à insatisfação. O processo emocional de cuidar dos cabelos para obter o visual desejado é um constante movimento de autoconhecimento e reafirmação da identidade.
A série “The Bear” (ou “O Urso”) está de volta com sua terceira temporada, estreando em junho nos EUA. Vencedora de vários prêmios no Emmy 2023, incluindo melhor série de comédia, melhor ator (Jeremy Allen White) e melhor atriz coadjuvante (Ayo Edebiri), a produção também se destaca pela presença significativa de personagens negros. A data de lançamento no Brasil ainda não foi confirmada.
Ayo Edebiri como Sydney
“The Bear” cativou audiência e crítica com sua narrativa dinâmica e personagens complexos. A trama segue Carmy Berzatto (Jeremy Allen White), um chef premiado que abandona Nova York para administrar um restaurante problemático em Chicago. A representatividade negra na série é notável através dos personagens Sydney, Marcus, Ebraheim e Tina.
Edwin Lee Gibson como EbraheimLionel Boyce como Marcus
Sydney, interpretada por Ayo Edebiri, é uma jovem chef altamente capacitada, contratada para liderar o restaurante The Beef. Sua atuação destaca-se pela implementação de mudanças cruciais e pela conquista do respeito de seus colegas de trabalho, ao demonstrar talento e liderança na cozinha.
Lionel Boyce interpreta Marcus, um confeiteiro dedicado e apaixonado por donuts. Seu personagem é mostrado como um profissional incansável, que constantemente experimenta novas técnicas para aperfeiçoar suas criações, revelando a profundidade e o compromisso com sua arte culinária.
Liza Colón-Zayas como Tina
Ebraheim, interpretado pelo consagrado ator Edwin Lee Gibson, é um veterano na cozinha que traz uma presença calmante ao ambiente tumultuado do The Beef. Refugiado somali, ele veio para os Estados Unidos com a missão de se tornar um grande cozinheiro e, na série, atua como um pilar de estabilidade e experiência para a equipe.
Além deles, a série também conta com Liza Colón-Zayas, que interpreta Tina, uma chef afro-latina. Tina é uma personagem forte e determinada, que traz uma perspectiva única ao restaurante. Sua experiência e sabedoria culinária são essenciais para a dinâmica da equipe, e sua herança afro-latina adiciona mais uma camada de diversidade e complexidade à narrativa.
A série, disponível no Star+, continua a explorar a diversidade e a riqueza das histórias de seus personagens, contribuindo para uma representação mais inclusiva na televisão. As duas primeiras temporadas estão disponíveis na plataforma, enquanto a terceira temporada aguarda data de estreia no Brasil.
A deputada federal Dandara (PT/MG) apresentou um projeto de lei que visa regulamentar a profissão de trancista no Brasil, propondo sua inclusão no Quadro de Atividades e Profissões da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A proposta destaca a especificidade e a importância cultural dessa atividade, diferenciando-a da profissão de cabeleireiro.
O projeto surge em resposta a uma demanda de trabalhadoras trancistas de Uberlândia, que buscam reconhecimento e valorização profissional. “Cerca de 90% dessas profissionais estão focadas no embelezamento afro, o que as distingue dos cabeleireiros tradicionais. Estimamos que existam aproximadamente 15 mil trancistas no país”, explica Dandara.
A regulamentação é justificada pela deputada com base nas habilidades e técnicas ancestrais utilizadas pelas trancistas, que são fundamentais na cultura afrodescendente brasileira. “O trabalho das trancistas vai além da estética, desempenhando um papel social significativo na desconstrução de estereótipos negativos sobre cabelos afro, promovendo práticas de cuidado capilar que fortalecem a autoestima e preservam as tradições e ensinamentos ancestrais da população negra”, enfatiza.
Dandara também destaca a importância econômica da regulamentação, especialmente para as mulheres negras, que são a maioria dessas profissionais. “A atividade das trancistas é um exemplo notável de empreendedorismo negro, contribuindo para a empregabilidade e a autonomia financeira dessas mulheres”, conclui a deputada.
A proposta de regulamentação da profissão de trancista reflete a valorização da cultura afro-brasileira e o reconhecimento da importância dessas profissionais para a comunidade negra, reafirmando a identidade e promovendo a inclusão social.
O Festival de Cannes é uma das maiores premiações de cinema do mundo. Em 2024, o evento chega à sua 77ª edição, trazendo produções e talentos de diversos países. Mais do que uma expressão de arte, o festival funciona como uma vitrine global.
Participar do evento não é tarefa fácil para criadores e profissionais da indústria cinematográfica. Em um setor onde apenas 17% dos filmes de maior bilheteria são dirigidos por mulheres e somente 25% das funções técnicas são ocupadas por elas, a diversidade ainda precisa ser valorizada e incentivada. No Brasil, a situação não é mais animadora. Segundo dados da Ancine (Agência Nacional do Cinema), as mulheres ocupam apenas 20% dos cargos de direção e 25% dos cargos de roteiro.
Com o objetivo de mudar esse cenário, em 2021 L’Oréal Paris elevou seu compromisso ao criar uma premiação anual dedicada a diretoras de curtas-metragens: o Lights on Women’s Worth Award. Essa premiação exclusiva celebra as diversas narrativas femininas e abre caminho para que diretoras talentosas possam crescer no cinema mundial.
O Lights on Women’s Worth Award, organizado em parceria com a competição de curtas-metragens do Festival de Cannes e da Cinéfondation, acontecerá no dia 24 de maio.
Pelo 5º ano consecutivo, Taís Araújo vai representar a mulher brasileira em Cannes. Porta-voz da marca L’Oréal Paris há mais de 13 anos, a atriz marcará presença no festival como parte de um time que inclui ícones da indústria cinematográfica, moda e música.
Além da brasileira, as atrizes Aja Naomi King e Viola Davis, em conjunto com as modelos Liya Kebede e Cindy Bruna estarão no festival de cinema também representando L’Oréal Paris, defendendo os valores femininos e feministas que estão no centro da marca.
“É muito significativo estar em Cannes novamente para representar o Brasil em um prêmio tão importante, criado por L’Oréal Paris, com o objetivo de diminuir a desigualdade de gênero no cinema, que ainda é um ambiente majoritariamente masculino”, diz Taís. “Sinto orgulho em representar essa marca que empodera as mulheres há mais de 50 anos.”
L’Oréal Paris promove o empoderamento das mulheres no cinema através de uma relação com suas embaixadoras. Como patrocinadora oficial do Festival de Cannes desde 1997, a marca convida atores, atrizes e embaixadores a expressarem sua própria beleza empoderada no tapete vermelho.
Esse é um conteúdo pago, fruto de uma parceria entre o Site Mundo Negro e L’Oréal Paris.
Em um anúncio durante a 77ª edição do Festival de Cannes, o Instituto Audiovisual Mulheres de Odun (iAMO), liderado pela cineasta Viviane Ferreira, revelou o lançamento de seu Programa de Residência Artística que está com inscrições até o dia 24 de junho e visa proporcionar oportunidades imersivas para o desenvolvimento de roteiro e direção, focando em artistas que buscam reparação histórica e representatividade, como pessoas LBTs, negras, indígenas e pessoas com deficiência, oriundas do continente africano e/ou de suas diásporas.
O iAMO firmou uma parceria estratégica com o Nebula Fund, que busca fornecer financiamento e recursos para apoiar movimentos LGBTQAI+ em prol dos direitos humanos e sociais, impulsionando trajetórias globais e narrativas transformadoras. A residência artística será realizada em duas fases: profissionais de Roteiro em outubro e de Direção em novembro de 2024. Os selecionados terão a oportunidade de desenvolver projetos em diversas áreas do audiovisual, incluindo fotografia, direção de arte, produção executiva, direção de som e pós-produção, recebendo uma bolsa-auxílio para cobrir despesas básicas durante o programa.
Presente no stand do Cinema do Brasil no Festival de Cannes, uma iniciativa que promove o cinema nacional no exterior, Viviane Ferreira, ex-presidente da SPcine e diretora de “Ó Pai Ó 2”, destacou a importância do programa. “Lançar este programa em Cannes potencializa a internacionalização de artistas comprometidos com movimentos queer, negros, feministas e indígenas. Queremos assegurar o direito à experimentação para esses criadores que lutam por reparação histórica, permitindo que inovem em suas abordagens e contribuam para um novo repertório imagético global”, afirmou Ferreira.
A programação será totalmente sediada no Mocambo do Coqueiro Grande, uma comunidade quilombola em Salvador/BA, onde está localizada a sede do iAMO. Com mais de 200 horas de conteúdo, as atividades serão integradas ao espaço, valorizando a autenticidade, coletividade, ancestralidade, afetividade e excelência. Os participantes ficarão por quatro semanas no local, passando por etapas inspiracionais, experimentais e criacionais, que serão compartilhadas com representantes do mercado audiovisual brasileiro e internacional.
As inscrições para a residência podem ser feitas através da plataforma FilmFreeway (filmfreeway.com/residenciamo) por US$15 (aproximadamente R$78). A lista de selecionados será divulgada no início de agosto. Para mais informações sobre o iAMO e detalhes sobre o regulamento da residência artística, visite o site oficial (www.iamo.org.br) ou entre em contato pelo e-mail (comunica.amo@gmail.com).