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Aniversário de 80 anos de Zezé Motta reúne celebridades e amigos em Copacabana: “É um privilégio chegar até aqui”

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Foto: Miguel Sá

Zezé Motta comemorou seu aniversário de 80 anos em grande estilo. Na última quinta-feira, 27, a atriz e cantora reuniu, no Hotel Emiliano, localizado na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, familiares e amigos que fizeram parte da trajetória pessoal e profissional da artista em uma festa organizada pelo empresário e relações-públicas Vinicius Belo.

Durante a celebração, Zezé refletiu sobre a importância de seu marco de vida: “Quando me dei conta que estava fazendo 80 anos, imediatamente pensei que não dava pra deixar de comemorar. É um privilégio chegar até aqui, lúcida, em plena atividade e com prestígio do público, eu não posso reclamar da vida. A gente sempre acha que não vai chegar lá, olha eu aqui, 80 anos hoje.”

Entre os presentes, estavam figuras como as jornalistas Maju Coutinho e Luciana Barreto, além de artistas, entre eles Taís Araújo, Lázaro Ramos, Jéssica Ellen, Isabel Fillardis, Moara Sacchi, Aisha Jambo, Juliana Alves, Erica Januza, Dandara Mariana. O evento teve a animação garantida pelo DJ Zé Pedro, que trouxe um set especial com remixes das músicas de Zezé.

Zezé Motta, que possui quase seis décadas de carreira consolidada, é um ícone da cultura brasileira, com contribuições significativas para a televisão, o cinema e a música. Além de sua atuação artística, Zezé tem uma longa história de engajamento na luta contra o racismo, sendo uma das fundadoras do Movimento Negro Unificado e do CIDAN (Centro de Informação e Documentação do Artista Negro).

Confira as fotos do evento:

Aos 15 anos, campeã pan-americana, Íris Isaac, busca realizar sonho de competir no Mundial de Karatê no Japão

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Foto: Divulgação

Resgatar a história de mulheres negras no esporte como a velocista Melânia Luz, primeira de nós a representar o país em uma Olimpíada, integrando a delegação brasileira que foi à Londres no ano de 1948, ou de Daiane dos Santos, que brilhou por muitos anos na ginástica olímpica e Ketleyn Quadros, judoca que se tornou a primeira brasileira a conquistar uma medalha olímpica em esporte individual depois de levar o bronze na competição de 2008, é fundamental para que nossos jovens e crianças possam se inspirar.

Mas o caminho até que o reconhecimento nacional e o patrocínio que possibilite a ida às competições cheguem, pode ser bastante desafiador. A jovem Íris Isaac é um exemplo disso, a adolescente de 15 anos pratica Karatê desde os cinco, quando foi pela primeira vez a uma academia onde sua mãe trabalhava como personal trainer e se apaixonou pela arte marcial japonesa. Atualmente, é Bicampeã Brasileira Kumite 2022/2023, Tetra Campeã Carioca Kata e Kumite e campeã Pan-americana Kumite JKA 2023. A adolescente foi convocada para competir no 16º Torneio do Campeonato Mundial de Karaté da Taça Funakoshi Gichin (JKA), que ocorrerá entre os dias 25 e 27 de outubro, no Japão, mas com poucos recursos financeiros, ela espera alcançar o valor necessário para a viagem através de doações.

Dedicada, Íris contou para o site Mundo Negro que sua meta atual é conquistar o mundial japonês, mas seu sonho é chegar aos Jogos Olímpicos, quando a modalidade for incluída no evento. “Agora sonho mesmo é ser, um dia, campeã Mundial e participar das Olimpíadas”, disse a jovem, que compreende o valor de sua presença no esporte: “Sou a atual campeã panamericana na minha faixa etária e espero inspirar outras meninas a praticarem o karatê”.

Confira a entrevista completa com a atleta:

Você começou no karatê aos 5 anos. O que mais te atraiu no esporte e te motivou a continuar?

Nunca pensei em praticar nenhuma luta, fazia ballet e jazz, mas um dia minha mãe me levou à academia que ela trabalhava e fiz uma aula experimental de karatê. Fiquei encantada! Dar socos e chutes, brincando? Foi muito legal!  O Sensei André Reis, que me acompanha e ensina até hoje, foi aos poucos tornando as aulas mais interessantes e desafiadoras. Gosto de ultrapassar barreiras, de subir um novo degrau, de aprender um novo Kata [combinações de ataques e defesa previamente estabelecidos], aprimorar minha técnica no kumite [luta ou combate] e a filosofia do karatê de superação, caráter, concentração e comprometimento me ajudam na vida.

Me tornei faixa preta aos 14 anos e continuo buscando o meu melhor dentro e fora do karatê.

Como é sua rotina de treinos atualmente? Algum aspecto especial do seu treinamento para o mundial de JKA?

Eu faço a preparação física 5x na semana com uma excelente profissional, minha mãe, Leila Azevedo, que é Personal Trainer. Treino karatê com meu Sensei, André Reis, 3x na semana e aos sábados temos um treino com os integrantes da seleção brasileira que residem no Rio de Janeiro.

Não tenho nenhum treino especial ou específico para o Mundial, mas o foco é ajustar e corrigir até que fique perfeito.

Você vê o karatê como uma carreira de longo prazo? Quais são seus sonhos e metas para o futuro no esporte?

O karatê já faz parte da minha vida e não consigo me imaginar sem ele. Quero poder viver o karatê, a minha vida inteira. Minha meta atual é conseguir trazer uma medalha do Japão. Dizem que antes do talento vem a dedicação e o esforço e eu não corro de um trabalho duro para conquistar o que eu mereço.

Agora sonho mesmo é ser, um dia, campeã Mundial e participar das Olimpíadas (o karatê não faz parte AINDA).

Como você enxerga a representatividade das mulheres negras no karatê e no esporte em geral?

O karatê é uma arte marcial japonesa com influência asiática e a introdução da prática no Brasil vem de imigrantes japoneses, logo, é elitizado e não faz parte da cultura preta. [Têm] Pouquíssimos atletas pretos, e muito menos mulheres. Mas espero que um dia isso mude. Me sinto orgulhosa de ser uma menina negra que teve a oportunidade de ultrapassar essa barreira com muito sucesso, mas nunca me abalei por ser minoria. Faço o meu melhor e tenho colhido os frutos da minha dedicação e comprometimento.

Sou a atual campeã panamericana na minha faixa etária e espero inspirar outras meninas a praticarem o karatê.

Você está fazendo uma vaquinha para financiar sua participação no mundial de JKA no Japão. Como tem sido a resposta das pessoas e quais são suas expectativas em relação a essa campanha?

Todos os custos, de todos os campeonatos e viagens são pagos pela própria atleta e eu só tenho uma ‘MÃETROCÍNIO‘, que é professora e abdica de muitas coisas para me oferecer oportunidades no meu esporte. Então, nas viagens internacionais, sempre promovemos uma vaquinha para ajudar nos custos.

Temos ótimas pessoas próximas que divulgam e contribuem financeiramente, mas só que o Japão é muito mais caro do que podemos sonhar nesse momento. Mas sonho mesmo, seria ter um patrocinador que acreditasse numa atleta adolescente cheia de vontade de vencer!

15 anos após a morte de Michael Jackson, o patrimônio do astro ainda é avaliado em mais de U$ 2 bilhões

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Foto: Reprodução / Youtube

Quinze anos após a morte do icônico Michael Jackson, seu patrimônio continua a crescer, consolidando seu status como uma das figuras mais lucrativas da indústria do entretenimento. Em 2024, a fortuna do espólio de Michael Jackson é avaliada em mais de 2,1 bilhões de dólares​. Essa fortuna é composta por várias fontes de receita, incluindo vendas de música, direitos de publicação, shows, merchandising, e investimentos em imóveis.

Apenas em 2023, o espólio do Rei do Pop gerou uma receita significativa, com ganhos estimados em cerca de 250 milhões de dólares​. Isso se deve, em parte, ao contínuo sucesso das músicas de Michael Jackson em plataformas de streaming e à venda de produtos licenciados com sua imagem.

De onde vem o dinheiro do Rei do Pop?

A música de Michael continua a ser uma fonte significativa de receita. Álbuns como “Thriller”, que ainda detém o recorde de álbum mais vendido de todos os tempos, continuam a gerar lucros robustos. A popularidade dos shows temáticos ligados à memória do artista, como as apresentações do Cirque du Soleil, também agrega valor. O show “Michael Jackson ONE” em Las Vegas, por exemplo, é um sucesso contínuo, atraindo fãs de todo o mundo e gerando receitas substanciais.

Foto: Kevin Mazur / Getty Images.

Vale destacar ainda o merchandising relacionado a Jackson, incluindo roupas, memorabilia e outros produtos licenciados. O crescimento contínuo de seu patrimônio é um testemunho de sua influência no mercado do entretenimento.

A propriedade mais famosa do Rei do Pop é, sem dúvida, o Neverland Ranch. Localizada em Los Olivos, Califórnia, a extensa propriedade de aproximadamente 10 mil metros quadrados uncionava como a residência principal de Jackson e um parque de diversões privado. Neverland incluía uma mansão, um zoológico, um parque de diversões, jardins exuberantes e várias instalações de lazer. Após a morte de Jackson, a propriedade passou por várias avaliações e mudanças de propriedade, sendo renomeada para Sycamore Valley Ranch.

Além de Neverland, o astro possuía outras propriedades valiosas, incluindo uma casa em Encino, Califórnia e outr mansão em Las Vegas, Nevada.

Festival Latinidades 2024 anuncia programação completa e convoca público para aclamar mulheres negras

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Fotos: Murilo Alvesso e Carlos Sales

Latinidades, maior festival de mulheres negras da América Latina e responsável por amplificar a visibilidade do 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha no Brasil, chega à 17ª edição fazendo um chamado: Vem Ser Fã Das Mulheres Negras.

Durante o mês de julho o evento passará por quatro territórios, começando por Salvador (BA), entre os dias 5 e 7 de julho, seguindo para um debate sobre produção cultural, racismo ambiental e justiça climática no Quilombo Mesquita (GO), em 20 de julho; no Distrito Federal a programação começa no dia 25 e encerra dia 27 com shows, que incluem as homenageadas Sister Nancy e Alaíde Costa, e na capital paulista haverá uma festa especial com show de La Dame Blanche, em 26 de julho. 

Salvador, a primeira cidade a receber o Latinidades 2024, conta com uma programação que inclui música, debates, lançamentos literários, dança e feira afro. Este ano, o Concerto Internacional Contra o Racismo volta ao festival com uma novidade. Além da apresentação no dia 7 de julho, artistas e organizações se reunirão para um debate sobre a realidade do racismo no Brasil e no mundo, o seu impacto nas indústrias musical e cultural e como os artistas podem aproveitar talentos, posição e proeminência para combater o racismo. 

A capital baiana também terá um espaço literário, com o lançamento da versão em espanhol da obra La Radical Imaginación Política de las Mujeres Negras Brasileñas, desenvolvida por Ana Carolina, Anielle Franco, Vilma Reis e Chris Gomes, idealizadoras da Rede Nacional de Mulheres Negras na Política. A edição hispânica do livro também inclui novos textos de Ochy Curiel, antropóloga dominicana radicada no Chile, e de Juanita Bone, ativista feminista negra do Equador.

O Latinidades, idealizado por Jaqueline Fernandes, é uma iniciativa continuada de promoção de equidade de raça, gênero, plataforma de formação e impulsionamento de trajetórias de mulheres negras nos mais diversos campos de atuação. Para isso, seguindo um conceito de multilinguagens, o festival desenvolve diálogos com o poder público, organizações não-governamentais, movimentos sociais e culturais, universidades, redes, coletivos e outros grupos, com o propósito de convergir iniciativas do estado e da sociedade civil relacionadas ao enfrentamento do racismo, sexismo e promoção da igualdade racial.

Em 2024, com a temática Vem Ser Fã de Mulheres Negras, o evento faz um chamado pelo reconhecimento e celebração da força transformadora das mulheres negras. A proposta é convidar todas as pessoas a saberem mais sobre o impacto positivo estimulado por elas e a se engajarem em uma jornada de formação de público. “Ser fã de mulheres negras em uma sociedade racista e machista é revolucionário. Em todas as edições do Latinidades, nosso objetivo é resgatar e evidenciar o papel fundamental das mulheres negras no desenvolvimento da sociedade e na conquista de direitos”, destaca Jaqueline Fernandes, diretora geral e idealizadora do Festival Latinidades. 

Este ano, o evento homenageará mulheres que abriram caminhos para artistas negras no Brasil e no mundo — como a rainha do reggae Rita Marley, cantora cubana e CEO de fundações em prol da luta contra pobreza e a fome, Sister Nancy, cantora, compositora e DJ jamaicana, conhecida como a rainha do dancehall, a mãe da bossa nova Alaíde Costa, e Sandra Sá, artista brasileira, intitulada a rainha do soul

Em suas 16 edições o Latinidades tem trabalhado por amplificar vozes e talentos que muitas vezes são marginalizados ou apagados, reforçando a importância de políticas públicas que promovam equidade racial e de gênero. Em 2024, o foco estará na discussão sobre o trabalho das trancistas brasileiras, em defesa de sua regulamentação e de seu reconhecimento como patrimônio cultural. Com atividades em Salvador e Brasília, o festival terá mesas de debate sobre origens, significados culturais, sociais e econômicos, além da importância do ofício de trancista, com a participação de profissionais, ativistas e artistas. 

Outro debate previsto para esta edição será sobre as estratégias e tecnologias ancestrais dos povos tradicionais para enfrentar as emergências climáticas e desafios socioambientais. O evento Guardiões do Amanhã: Diálogos sobre Produção Cultural, Racismo Ambiental e Justiça Climática será realizado no dia 20 de julho, no Quilombo Mesquita, em Goiás. Este quilombo tem 278 anos e, ao longo de sua história de ancestralidade e resistência, perdeu 80% de seu território: originalmente, ele chegava até a área atual da Esplanada dos Três Poderes. Criada em parceria com o festival CoMA – Consciência, Música e Arte, a atividade irá reunir lideranças indígenas, quilombolas, de terreiros e os considerados guardiões do futuro. 

Em parceria com a Confraria dos Pretos, uma ação afirmativa idealizada por jovens negros de diversas áreas do conhecimento, o Festival Latinidades volta a São Paulo para uma festa especial em comemoração ao Mês da Mulher Negra. No dia 26 de julho, La Dame Blanche apresentará suas influências afro-cubanas nativas com batidas de hip hop, trap, reggae e reggaeton no palco da casa de shows Cine Joia. O line up da celebração ainda terá show de Iké Melanina Jazz e participação especial de Bia Doxum e DJ Shonda. Os ingressos podem ser adquiridos no site do Cine Joia a partir de R$ 40.

Brasília, cidade original do Latinidades, recebe o festival a partir do dia 25 de julho, onde será inaugurada a exposição interativa-imersiva Afrolatinas – 30 anos em Movimentos, no Museu Nacional da República, que contará a história do Dia da Mulher Negra e das lutas coletivas após 30 anos de sua criação.

O evento também contará com uma sessão especial do documentário Afrolatinas – 30 anos em movimentos, dirigido por Viviane Ferreira, cineasta, ex-presidente da SPCine e diretora do filme Ó Paí Ó 2. O longa é acompanhado por uma experiência imersiva desenvolvida em uma plataforma de jogos de realidade virtual, que permite ao público acessar a partir da escolha de universos da natureza – a mata, a terra e a água, traduzidos como elementos mágicos, depoimentos de mulheres negras, ativistas e importantes lideranças na luta por equidade de gênero e raça que revivem a história dos movimentos sociopolíticos.

Resgatando a estratégia de engajamento para a realização do I Encontro de Mulheres Negras da América Latina e do Caribe, que ocorreu na República Dominicana em 1992, reunindo importantes nomes do ativismo negro, o Festival Latinidades firmou uma parceria inédita com o Correios. O público presente à programação no Museu Nacional da República será convidado a escrever uma carta para uma mulher negra que admire e enviá-la, utilizando um selo criado especialmente para a celebração do Dia da Mulher Afro Latino-Americana e Caribenha, estabelecido durante o evento de 30 anos atrás. 

A programação de Brasília ainda terá um desfile de moda – Afro Fusion Modeling – realizado em colaboração com 35 embaixadas de países africanos, o Mostra Humor Negro, que reunirá artistas negras de Stand Up Comady, como Tatá Mendonça, Bruna Braga e Niny Magalhães, além de grandes shows como Sandra Sá, Alaíde Costa, Bia Ferreira, La Dame Blanche, Sister Nacy, Gaby Amarantos e Irmãs de Pau, encerrando 17ª edição do Festival Latinidades, na área externa do Museu Nacional.

O Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+ também nos lembra a força e coragem de Marsha P. Johnson

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Foto: Reprodução.

Você sabe o que se comemora em 28 de junho? Marca aí na sua agenda: 28 de junho é o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+. Sem fazer mistério vou te contar, a motivação que levou a definição dessa data como um marco da luta mundial do orgulho LGBTQIAPN+ e de quebra, como um extra, mas que na verdade é a alma desse texto, vou te apresentar a Marsha P. Johnson

Na madrugada de 28 de junho de 1969, no bairro Greenwich Village, em Nova York, estava reunido o bar Stonewall Inn, população LGBT+, como era de costume. Aquele bar simples com bebidas de procedência duvidosa era um local no qual um conjunto de pessoas que viviam à margem da sociedade se encontram, eram clientes assíduos: gays afeminados, travestis, drags, lésbicas, LGBT+ negras, latinas e pobres. O bar era gerenciado pela máfia que mantinha acordo ilegal com a polícia, contudo isso não impedia que a força armada da cidade de Nova York não agia ali com violência. As batidas policiais aconteciam com muita frequência em Stonewall, mas qual diferente ocorreu naquela madrugada de 28 de junho de 1969. Um pequeno grupo de policiais entraram e começaram a pedir os documentos, separar aqueles que estavam de trajes que não eram “apropriados” para seu sexo (na época era crime nos Estados Unidos), algumas pessoas estavam sendo detidas, mas aquela não seria mais uma noite. Reações individuais, pequenas insubordinações foram ganhando força e aos poucos um motim espontâneo e violento cercou os poucos agentes de segurança pública que ali estavam.  

Pedras arremessadas, copos atirados contra janelas do bar, barricadas construídas, viaturas destruídas, o gueto nova iorquino estava pegando fogo. Corpos e existências antes submissas naquele dia cansaram de tanta violência e reagiram. A revolta só chegou ao fim na manhã do dia seguinte, após a chegada de um tropa policial especial específica para “resolver” aquela situação tão atípica. A repercussão da revolta ganhou os jornais e circulava nos panfletos propagados pela comunidade LGBT+, essa comoção incentivou novos conflitos. Outras revoltas públicas ganharam força, a luta ganhou as ruas e a comunidade não queria mais se esconder, inaugurou ali um novo tipo de resistência pautada no sentimento de orgulho, não tinha mais como retornou o desejo coletivo de se expressar com valor já estava nas ruas, se esconder não era mais a única solução para a existência da comunidade.  

O legado de Stonewall é inegável. Contudo, não foi o único foco de resistência da comunidade LGBT+ que ocorreu na segunda metade do século XX. O historiador e ativista James N. Green no artigo Nem todos os caminhos levam a Stonewall, em Nova York não nega a importância da rebelião do gueto nova iorquino como marco mundial para a luta da igualdade das pessoas gays e a difusão mundial da pauta. Contudo antes de Stonewall, em outros lugares já haviam tido conflitos e ativismo cuja pauta era a liberdade das pessoas LGBTs. James N. Green menciona o grupo social  Nuestro Mundo, em Buenos Aires, na Argentina, em 1967 que tinha ações politizadas e auxiliou na criação da Frente de Libertação Homossexual, no ano de 1971. O historiador também mostra que no México, em 1968 já havia um grupo organizado de ativistas gays e lésbicas que surgiram das mobilizações do movimento estudantil. De acordo com Green, “em 1971, uma organização gay de curta duração, a Frente de Liberação Homossexual, foi fundada no México. Um ano depois, a diretora de teatro Nancy Cárdenas organizou o Coletivo de Liberação Homossexual, marcando o estabelecimento definitivo de um movimento naquele país”. 

Como já disse, não estou negando a importância do marco de Stonewall no difusão do ativismo LGBT+, pois como já é unânime entre os pesquisadores do tema, ali em gueto de Nova York nasceu um tipo específico de militância que não admitia mais apenas a tolerância, mas lutavam pelo orgulho de pertencer ao grupo LGBT+, surgia ali um engajamento a partir do combate à sociedade patriarcal e heteronormativa e do orgulho LGBT+. 

O levante de Stonewall contou com a participação de algumas ativistas trans (na época esse termo não era usado) e que, de alguma forma, foram excluídas do protagonismo do movimento que veio após a rebelião. Principalmente, “excluídas” da organização das paradas do orgulho gay que começaram um ano depois da revolta. Do conjunto de ativistas excluídas gostaria de falar de Marsha P. Johnson, que na madrugada do dia 28 de junho de 1969 chegou para contribuir com as manifestações contra a ação violenta da polícia. Marsha P. Johnson nasceu em Malcolm Michaels, em 1945, era negra, drag queen e uma ativista muito potente nos primeiros anos das lutas por direitos da população LGBT+. Em 6 de julho de 1992, no rio Hudson, em Nova York, Marsha foi encontrada morta. Conheci a potência da existência de Marsha junto com o conhecimento sobre sua morte. Lembrou-me bem das primeiras cenas da obra a qual me apresentou a militante, foi por meio da tela da televisão no documentário A Morte e Vida de Marsha P. Johnson, dirigido por David France e lançado em 2017 pela Netflix. Sua morte foi rapidamente definida pela polícia nova-iorquina como suícidio, porém, amigos e ativistas discordam desse laudo oficial. Victoria Cruz, trans e ativista protagoniza o documentário, pois é ela que reabre o caso da morte de Marsha e luta por respostas junto à polícia. A partir da narrativa de Victoria Cruz podemos compreender cada ação revolucionária de Marsha P. Johnson que criou a Gay Liberation Front que lutava pelo fim da perseguição da população LGBT+. Marsha em parceria com sua amiga Sylvia Rivera fundaram a Street Transvestite Action Revolutionaries (S.T.A.R), que oferecia moradia e alimentação a jovens LGBTs. 

No documentário e em outras fontes podemos notar a marginalização das pessoas trans e travestis no início do movimento LGBT+. Marsha e Sylvia Rivera sentiram na pele essa tentativa sistemática de silenciamento, mas isso não as parou. Através do ativismo de Masha P. Johson aprendemos que a liberdade não pode ser parcial, ou limitada a certos grupos em detrimento de outros. Parece óbvio, mas ainda vale a pena lembrar que: só seremos livres quando todos forem livres.   

Filmes e séries sobre gastronomia com protagonismo negro

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No cenário gastronômico atual, a diversidade e a representatividade ganham cada vez mais espaço, evidenciando as valiosas contribuições dos profissionais negros. Filmes e séries têm se tornado importantes veículos para celebrar essa herança rica e multifacetada. A seguir, apresentamos uma seleção de produções que não apenas entretêm, mas também educam, destacando a inovação e a paixão desses profissionais na culinária. Esta lista inclui documentários inspiradores, animações encantadoras e reality shows empolgantes que trazem à tona a importância da cultura afro-americana na gastronomia mundial.

O URSO – A série “The Bear”, disponível no Star+, acompanha Carmen “Carmy” Berzatto, um jovem chef que retorna para administrar a lanchonete da família em Chicago. A série destaca os profissionais negros Sydney Adamu, interpretada por Ayo Edebiri, uma chef dedicada que atua como sous chef, e Marcus, interpretado por Lionel Boyce, um talentoso chef de confeitaria. Sydney traz uma energia vibrante e uma visão moderna para a cozinha, enquanto Marcus descobre e aprimora seu talento para a confeitaria, ambos contribuindo significativamente para a evolução do restaurante e enriquecendo a trama com suas histórias e habilidades culinária

A PRINCESA E O SAPO: A animação da Disney “A Princesa e o Sapo” celebra a cultura e a gastronomia de Nova Orleans através da história inspiradora de Tiana, uma jovem negra que sonha em abrir seu próprio restaurante. Disponível no Disney+, o filme traz uma forte representação cultural e um enredo que valoriza a culinária e a realização de sonhos. Tiana é uma personagem determinada e trabalhadora, cuja jornada inspira tanto crianças quanto adultos a perseguirem seus objetivos com paixão e perseverança.

The Great Soul Food Cook-Off – Este reality show, disponível no Discovery+, celebra a rica história e a influência da soul food. Competidores negros talentosos mostram suas habilidades e histórias na cozinha, enquanto enfrentam desafios culinários que destacam os clássicos e inovam na culinária soul. Cada episódio é uma homenagem à cultura e à resiliência dos chefs afro-americanos, proporcionando uma experiência culinária rica e envolvente.

NOTAS DE REBELDIA – Também disponível na Netflix, “Notas de Rebeldia” segue a história de Elijah, um jovem afro-americano dividido entre o sonho de se tornar um sommelier e as expectativas de seu pai para que ele assuma o restaurante da família em Memphis. O filme oferece uma narrativa envolvente sobre paixão, família e a arte do vinho, explorando os desafios e as recompensas de seguir seu próprio caminho e honrar as tradições familiares ao mesmo tempo.

Da África aos EUA: Uma Jornada Gastronômica (High on the Hog: How African American Cuisine Transformed America) – Este documentário, disponível na Netflix, explora a profunda influência da culinária afro-americana nos Estados Unidos. Guiado pelo escritor Stephen Satterfield, a série faz uma jornada desde as raízes africanas até os dias atuais, destacando chefs e histórias inspiradoras. Cada episódio é uma imersão na história e nas tradições culinárias que moldaram a cultura gastronômica americana, revelando a rica tapeçaria de sabores e técnicas transmitidas ao longo das gerações.

‘Segura Essa Pose’: novo docu-reality do Globoplay celebra a cultura ballroom do RJ

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Foto: Globo/Divulgação

Em celebração ao Dia do Orgulho LGBTQIAPN+, nesta sexta-feira, 28 de junho, ‘Segura Essa Pose’, novo docu-reality Original do Globoplay, estreia apresentando a cultura da cena ballroom do Rio de Janeiro. Esse movimento mescla dança, moda, performance, música e competição, onde jovens LGBTQIAPN+, pretos e periféricos constituem famílias, batizadas por eles de “houses”.

Quem conduz o público durante toda a série é Luky Império, artista e pai da ‘House of Império’. Em cada um dos sete episódios, é possível acompanhar uma competição, conhecer as categorias e, por fim, a premiação. A temporada culmina na grande final que coroa a ‘House of the Year’ – A Casa do Ano.   
 
“A ballroom é uma perspectiva de futuro, um lugar onde essas vidas são celebradas. E é lá que essas pessoas encontram tempo e força para treinar, participam de aulas e, até mesmo, compram looks. E ver esse movimento, essa cultura integrando o catálogo do Globoplay, é ter a certeza de que iremos alcançar muitas pessoas, além do que imaginávamos. Estamos muito felizes com o resultado”, celebra Sandro Lima, diretor geral de ‘Segura Essa Pose’.   

Foto: Globo/Divulgação

Mas não é só celebração que a série retrata. A obra também mostra como o mundo é desafiador para esses artistas. Enquanto a produção exalta as batalhas eletrizantes, acompanha as trajetórias pessoais. Entre as diversas histórias apresentadas, a primeira é a da Makayla Sabino. Moradora do Complexo do Alemão, conjunto de favelas na Zona Norte do Rio de Janeiro, ela criou forças na cena ballroom para se colocar como pessoa trans na sociedade e ganhou projeção como a primeira dançarina trans da cantora Anitta

Produzida pela Maria Farinha Filmes, o Original Globoplay “Segura Essa Pose” é criado por Lucas Fonseca, Lucas Fratini e Sandro Lima, e tem direção de Sandro Lima e Chica Andrade

Foto: Globo/Divulgação

A cena ballroom e as houses 
 
Dos Estados Unidos ao Brasil. Criada em Nova York (Estados Unidos), no final da década de 1960 como um movimento de arte e estilo de vida, a cena ballroom ganhou o mundo através de pessoas que precisavam celebrar as suas existências.   
 
Como espaços de liberdade e pertencimento, é nela que jovens LGBTQIAPN+, pretos e periféricos constituem ‘famílias’, as quais intitulam por ‘houses’ – grupos estabelecidos por laços afetivos e artísticos. As houses expressam sua criatividade em bailes, onde se enfrentam em batalhas divididas por categorias. Muito mais do que competir por um troféu, as pessoas pisam na passarela para contar suas histórias através da arte e serem celebradas não só por aquilo que são, mas pelo que demonstram que podem ser. 

Trump gera revolta ao declarar que imigrantes estão pegando os ‘empregos negros’ nos EUA

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Foto: MELINA MARA/THE WASHINGTON POST/GETTY IMAGES.

O primeiro debate presidencial dos Estados Unidos aconteceu nesta última quinta-feira (27). Enfrentando Joe Biden, o republicano Donald Trump causou revolta entre a comunidade negra do país após declarar que os imigrantes estão ‘pegando os empregos negros’. Ele não explicou exatamente o que seria essa definição.

“O que explica a grande matança sobre os negros são os milhões de pessoas que ele tem permissão para entrar pela fronteira”, disse Trump. “Eles estão pegando empregos negros agora — e podem ser 18, podem ser 19 e até 20 milhões de pessoas. Eles estão pegando empregos negros, e estão pegando empregos hispânicos, e você ainda não viu, mas verá algo que será o pior da nossa história”.

Nas redes sociais, usuários questionaram o que seriam ‘empregos negros’. “Ainda não entendi o comentário sobre ‘emprego negro’. Teria sido legal se houvesse um acompanhamento para entender o que ele estava tentando dizer”, publicou a Deputada Ilhan Omar. Outros internautas lembraram ainda que pessoas negras possuem, historicamente, um índice de desemprego maior que pessoas brancas nos EUA.

De acordo com a Casa Branca, de setembro de 2022 até fevereiro deste ano, sob o governo de Biden, a taxa de desemprego entre negros permaneceu abaixo de 6%. Em abril de 2023, a taxa de desemprego para trabalhadores negros caiu para 4,8%. Em abril deste ano, a taxa de desemprego para negros americanos era de 5,6%. 

Sob o governo de Trump, a taxa de desemprego dos negros foi de cerca de 8% entre 2016 e 2020.

Taís Araújo vai protagonizar remake da novela ‘Vale Tudo’

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De acordo com informações publicadas pelo jornal Folha de S. Paulo na manhã desta sexta-feira, 28, Taís Araújo aceitou o convite para protagonizar o remake da novela ‘Vale Tudo’, transmitida originalmente pela TV Globo em 1988.

O jornal informou que a atriz aceitou o convite do diretor Paulo Silvestrini no início desta semana. Taís Araújo vai interpretar Raquel, papel que foi de Retina Duarte na primeira versão do folhetim escrito por Gilberto Braga.
Essa não será a primeira vez que a atriz trabalhará com a autora, Manoela Dias. Elas já estiveram juntas na novela ‘Amor de Mãe ‘, transmitida pela emissora em 2019 e finalizada em 2021, devido a pandemia da Covid-19.

Segundo matéria da Folha, Taís Araújo só poderá falar publicamente que aceitou o papel quando a próxima novela das 21h “Mania de Você” estiver sendo transmitida.

O ator Cauã Reymond também está cotado para integrar o elenco do remake de ‘Vale Tudo’ no papel do mau-caráter César Ribeiro, personagem que foi vivido por Carlos Alberto Riccelli. Além disso, Débora Bloch, de 60 anos, e Fernanda Torres, de 58, estão entre as atrizes que podem viver Odete Roitman.

VoteLGBT e ANTRA lançam site para mapeamento de pré-candidaturas LGBT nas eleições de 2024

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Foto: Fernando Galacine

Em uma iniciativa inédita, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) e a VoteLGBT lançam nesta sexta-feira, 28, Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+ um site que mapeia as pré-candidaturas LGBT+ para as eleições municipais de 2024 no Brasil. O projeto faz parte da campanha Cidades+LGBT, que busca dar visibilidade e suporte às candidaturas LGBT+ em todo o país.

O mapeamento, realizado por uma equipe de 16 articuladores em todas as regiões do Brasil, já identificou quase 400 pré-candidaturas. O objetivo é alcançar mais de 800 candidaturas até o final do período eleitoral. “Num esforço similar realizado em 2022, encontramos 327 candidaturas declaradamente LGBT+. Com o mapeamento atual, esperamos identificar mais de 800 candidaturas, reforçando assim a urgência da produção de dados sobre nossas lideranças”, afirmou Gui Mohallem, da direção executiva do VoteLGBT.

Atualmente, o mapeamento concentra pré-candidaturas em 24 dos 29 partidos políticos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A região Sudeste lidera com 40,6% das candidaturas, seguida pelo Sul (24,4%), Nordeste (23,8%), Centro-Oeste e Norte (5,6%).

Apesar de as candidaturas LGBT+ representarem apenas 1% do total em 2022, elas receberam 5% dos votos. Gui Mohallem observa que, em média, essas candidaturas têm um rendimento eleitoral maior do que as não-LGBT, mas ainda enfrentam grandes obstáculos para confirmar suas candidaturas e obter financiamento de campanha. “Em 2020, os partidos destinaram apenas 6% do teto de gastos para as candidaturas LGBT+. Em 2022, esse número aumentou para 10%, mas ainda é muito baixo e precisa mudar”, conclui Mohallem.

Gui destaca que a parceria com a ANTRA foi fundamental para ampliar a visibilidade das candidaturas trans, que representam um terço das lideranças mapeadas. O novo site pretende não apenas destacar as candidaturas municipais, mas também gerar dados inéditos sobre as lideranças políticas LGBT+ a nível local.

Bruna Benevides, presidenta da ANTRA, ressalta os desafios enfrentados pelas candidaturas LGBT+ em diferentes contextos regionais. “O sucesso das candidaturas nas capitais se diferencia um pouco do cotidiano das pequenas cidades, onde a eleição é literalmente disputada voto a voto. Além das diferenças regionais que afetam o nível de aceitação, as condições de elegibilidade passam também por questões financeiras e apoio dos partidos.”

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